Catálogo de Novelas
Horário das Oito - Rede Globo
Década de 90
Quem faz esta página?
Edição e programação:
Bruno Leonardo
Textos (em ordem alfabética) :
Bruno Leonardo,
Cleverson Uliana e
Marco Bettencourt.
Em breve.
INÍCIO: 25 de maio de 1998.
FINAL: 16 de janeiro de 1999.
AUTOR: Silvio de Abreu
DIRETORES: Denise Saraceni, Carlos Araújo, José Luiz Villamarim e Paulo
Silvestrini
EMISSORA: Rede Globo
HORÁRIO: 20h35
ELENCO: Tarcísio Meira (César Toledo) / Glória Menezes (Marta) / Tony Ramos
(Clementino) / Cláudia Jimenez (Bina) / Cláudia Raia (Ângela Vidal) /
Marcos Palmeira (Alexandre) / Adriana Esteves (Sandrinha) / Maitê Proença
(Clara) / Edson Celulari (Henrique) / Oscar Magrini (Gustinho) / Ernani
Moraes (Boneca) / Cleyde Yáconis (Diolinda) / Karina Barum (Shirley) /
Natália do Valle (Lúcia) / Victor Fasano (Edmundo) / Stênio Garcia (Bruno)
/ Isadora Ribeiro (Vilma) / Letícia Sabatella (Celeste) / Christiane
Torloni (Rafaela) / Sílvia Pfeifer (Leila) / Danton Mello (Adriano) / Cacá
Carvalho (Jamanta) / Etty Frazer (Sarita) / Juca de Oliveira (Agenor) /
Marcello Antony (Guilherme) / Carvalhinho (Cláudio) / Duda Mamberti
(Carlito) / Liana Duval (Luíza) / Eliane Costa (Luzineide) / Felipe Latjé
(Guiminha) / Felipe Rocha (Dino) / Maria Sílvia (Dirce) / Wanda Lacerda
(Eglantine) / Andrea Cavalcanti (Odete) / Caio Graco (Júnior) / Cleide
Blota (Josefa) / Dary Reis (Pacheco) / Eliane Giardini (Wandona) / Stephani
Neves (Tiffany) / Irving São Paulo (Gilberto) / Nair Bello (Carlotinha
Bimbatti) / Luciana Carnielli (Dayse) / Manitou Felipe (Pedro) / Marilene
Saade (Melanie) / Roberto Lobo (Navarrinho).
TRAMA: (por Cleverson Uliana) A espinha dorsal de Torre de Babel estava na trajetória de doishomens. Um era César Toledo, empresário rico, poderoso e de bom caráter.
Seu antagonista era José Clementino, um homem fechado, violento, que matou
a mulher a golpes de pá, depois de flagrá-la com dois amantes. Tudo isso no
primeiro capítulo, que se passava no fim dos anos 70. Acontece que
Clementino era empregado de César. E este presenciou o crime, que aconteceu
numa das obras de sua construtora. Por isso, o depoimento de César foi um
elemento decisivo na condenação de Clementino, que amargou vinte anos na
cadeia. No mesmo capítulo a história deu um salto no tempo. Passaram-se os
vinte anos e Clementino, prestes a sair da prisão, só pensava em se vingar
do ex-patrão. César, por sua vez, vivia um momento muito rico de sua vida.
Estava para inaugurar um grande shopping center, tinha acabado de rever um
grande amor do passado - Lúcia Prado - e enfrentava problemas com a polícia
por causa de um filho viciado em drogas, Guilherme. Ao contrário da família
de César, que na medida do possível vivia em harmonia, a de Clementino
estava esfacelada. A filha mais velha, Sandra, cresceu revoltada pela morte
da mãe e só pensava em ficar rica. A mais nova, Shirley, tentava ter
dignidade, apesar de viver rodeada de gente rude e ignorante, como o avô
Agenor e os tios Boneca e Gustinho. Todos os personagens se ligavam a esses
dois núcleos. Havia as sócias Rafaela e Leila, duas mulheres ricas e
bonitas, muito amigas dos Toledo, que viviam um relacionamento homossexual.
Havia os outros filhos de César e Marta, Alexandre e Henrique, que era
casado e tinha dois filhos com Vilma. E havia Clara, irmã de criação de
Marta. O mundo dos milionários tinha ainda Edmundo Falcão, um homem que,
apesar do dinheiro, não conseguia conquistar a mulher amada. No lado pobre,
existia ainda a engraçadíssima Bina, amiga de Sandra, e sua também
divertida tia Sarita. Todos eles foram surpreendidos, no capítulo 45, pela
explosão do shopping center dos Toledo. Muitos deles morreram nessa
catástrofe, enquanto outros, sobreviventes, tiveram de reconstruir suas
vidas. Especialmente César, que teve de provar que a tragédia não foi
causada por irresponsabilidade de sua construtora, e Clementino, que apesar
de ter jurado vingança a César garantia que jamais envolveria a vida de
centenas de pessoas. Descobrir o culpado desse crime foi o grande mistério
da trama de Silvio de Abreu, que misturou a dura realidade das grandes
metrópoles com momentos de romantismo e muito humor.
COMENTÁRIOS: (por Cleverson Uliana) Drogas, homossexualismo, violência urbana. Um painel deste fimde século foi o que o telespectador encontrou em Torre de Babel. Paracomeço de conversa, nesta novela muitos atores estiveram vivendopersonagens diferentes de todos os que já tinham interpretado. Tony Ramosfez seu primeiro vilão, Maitê Proença foi uma mulher sem graça, Cláudia
Raia deixou a exuberância de lado para encarnar uma executiva fria e
objetiva, Adriana Esteves deus adeus às heroínas boazinhas para ser uma
alpinista social das mais desprezíveis. Dando papéis inusitados a suas
estrelas, Silvio de Abreu pretendia surpreender o público.
E ele surpreendeu novamente. O autor que levou o humor às telenovelas tinha
acabado de inaugurar a era "banho de sangue". Quem assistiu à estréia de
Torre de Babel, sabe que isso não é exagero. No primeiro capítulo, foram
registradas quatro cenas de violência física. Todas muito bem dirigidas,
interpretadas e produzidas. Nem por isso, a estréia de Torre de Babel
chegou perto da unanimidade. Ela virou o assunto mais comentado nas mesas
dos restaurantes, nos escritórios, nas filas de bancos... Elogios e
críticas se misturavam sem parar. A polêmica ficou por conta das cenas de
sangue - dos golpes de pá com que Clementino matou a mulher; do olhar
vidrado de Guilherme. Silvio sabia disso. Embora tivesse ficado o dia todo
no seu apartamento de São Paulo recebendo quilômetros de faxes e de e-mails
de elogios, não ignorou a realidade lá fora - tinha consciência de que
incomodou a muita gente, mas estava seguro. O único assunto capaz de tirar
Silvio de Abreu do sério era a explicação dada por um jornal de São Paulo,
para quem a violência de Torre de Babel seria a resposta da Globo para
competir com Ratinho. Mesmo conquistando quase o triplo da audiência dos
seus concorrentes no horário (a estréia da novela teve média de 42 pontos
de audiência), ninguém desconhecia na Rede Globo que Torre de Babel tinha
incomodado. Mas os caciques do padrão global pareciam dispostos a bancar a
ousadia de Silvio de Abreu, profissional que nunca decepcionou a emissora
(e o público). E aí entravam não só o tema violência, como a linguagem
sofisticada.
Cinéfilo de carteirinha, o autor Silvio de Abreu passou a semana inteira
assistindo ao mesmo filme que viu e reviu em 1995. A fita em questão não é
nenhum musical hollywoodiano, muito menos uma comédia água-com-açúcar.
Silvio viveu a semana inteira um drama: a queda de ibope vertiginosa de uma
novela sua. Torre de Babel estreou com 42 pontos médios de audiência e
chegou na quarta feira, nove capítulos mais tarde, com 37 pontos. Diziam os
mais céticos que a única salvação era uma mudança radical no roteiro.
Conselho, aliás, que ele ouviu quando A Próxima Vítima foi ao ar. Isso
mesmo, aquela que é considerada uma das melhores novelas da televisão
brasileira, também não emplacou de cara. O primeiro capítulo atingiu 46
pontos e o sexto mirrados 35.
Marta iria mesmo se apaixonar por Leila na segunda fase de Torre de Babel
quando o shopping explodisse e Rafaela morresse? Passada a fase das
críticas a respeito da violência e das drogas que fulminou a estréia da
novela, esta era a pergunta da vez. Os jornais noticiaram que os fãs de
Glória Menezes estavam tão indignados com o destino que os autores tinham
reservado à atriz que congestionaram os telefones da emissora exigindo uma
mudança na história. Alcides Nogueira, co-autor da trama capitaneada por
Silvio de Abreu, avisou que os fãs de Glória podiam relaxar.
Leila e Rafaela eram duas mulheres adultas, bonitas e bem-sucedidas que
viviam uma relação homossexual madura e muito bem resolvida. Únicas
representantes da felicidade conjugal na novela de Silvio de Abreu, a
dupla, porém, incomodou o telespectador. Nem mesmo as cartas e
manifestações a favor do romance lésbico conseguiram mascarar a
insatisfação mostrada pelos números do ibope ou aplacar a ira dos fãs de
Glória Menezes, que, na pele de Marta Toledo, viveria um romance com Leila
depois que Rafaela fosse uma das vítimas da explosão do shopping. Por isso,
a solução encontrada foi retirar Leila da trama, fazendo a personagem
morrer ao lado de Rafaela quando o shopping fosse pelos ares. Parecia
simples. Mas o que estava previsto para ir ao ar prometia ser genial.
Eles quiseram dar um soco no estômago do telespectador, mas parece que o
público não gostou de apanhar. Bancando a proposta de Silvio de Abreu em
Torre de Babel, a cúpula da TV Globo acompanhou a estréia da novela
elogiando a estética punk de drogas, tiros, vingança e a abordagem
politicamente correta do homossexualismo feminino. Só que o público não
aprovou e os números do ibope despencaram. Mesmo assim, a emissora jurou de
pés juntos que não alteraria uma vírgula no texto da novela. Mas as
modificações aconteceram. Além do romance entre Leila e Marta ter sido
desmentido depois que as atrizes comentaram a possibilidade desta virada na
trama, Clementino abrandou sua sede de vingança em nome do amor de Clara.
Excessos? Talvez a emissora, em razão da rejeição que os temas provocaram
no público, achasse que sim. Por isso, ficava difícil negar que "a censura
interna" da TV Globo não tinha metido a colher na trama de Silvio de Abreu.
A constatação era simples: entre o que foi escrito e o que foi ao ar
cortaram-se palavrões e situações sensuais.
Críticas também mudaram a música de abertura. Saiu o soturno tema
orquestrado e entrou Gal Costa cantando Pra Você - que deveria ser o tema
de amor de Lúcia e César. Segundo uma fonte ligada à direção de Torre de
Babel, a troca foi decretada pelo diretor de criação da Globo, Carlos
Manga. De acordo com a mesma fonte, desde que a novela estreou, a música
foi muito criticada.
Muita coisa mudou na trama de Torre de Babel com a explosão do Tropical
Tower Shopping. Estrondo, vítimas e briga pelas indenizações. Tudo lembrou
um outro episódio muito real: a explosão do Osasco Plaza, no dia 11 de
junho de 1996. Foram 42 mortes e 472 feridos na cidade de Osasco, na Grande
São Paulo. A simples semelhança entre a realidade e a novela tirou o sono
de muitos dirigentes de shopping.
Doce, bondosa, otimista. Não havia quem não torcesse por Shirley. Foi essa
torcida pela personagem de Karina Barum que levou os autores de Torre de
Babel a criar uma grande mudança na sua trajetória: ela se submeteu a uma
cirurgia e corrigiu o defeito na perna direita, que a fazia mancar desde
criança. Antes mesmo de ir ao ar, a decisão, tomada depois de uma pesquisa
com os telespectadores, criou polêmica. Ou, no mínimo, estimulou uma
discussão: será que os autores não estavam jogando fora a chance de
discutir o delicado tema dos deficientes físicos? Na opinião do psicólogo
Miguel Angelo Valente, de São Paulo, esse desfecho deu a idéia de que, com
o defeito na perna, Shirley nunca seria realizada.
Adriana Esteves, Tony Ramos, Cláudia Raia e Cacá Carvalho foram as grandes
estrelas da novela, tornando seus personagens inesquecíveis. Maitê Proença,
Oscar Magrini, Cleyde Yáconis, Victor Fasano e Stênio Garcia tiveram
atuações marcantes. Também foram muito elogiados Glória Menezes, Ernani
Moraes, Karina Barum, Natália do Valle, Isadora Ribeiro, Christiane
Torloni, Marcello Antony, Carvalhinho, Liana Duval e Caio Graco.
Assim foi Torre de Babel, novela que, apesar dos problemas iniciais, teve
picos de 68 pontos no último capítulo.
COMENTÁRIOS: (por Bruno Leonardo) Não havia dúvida que o cenário da televisão brasileira havia mudado. Ratinho, apresentador de um programa de variedades/ mundo cão, então da Rede Record, conseguia um feito incrível: destronava a Globo da liderança absoluta de audiência, fazendo com que a Vênus Platinada passasse a ver os seus concorrentes como ameaça. De fato Ratinho nunca conseguiu Ter índices de audiência superiores aos das novelas das oito, mas a Globo se preocupava com a redução da diferença de IBOPE entre a sua emissora e as demais. Por isso lançava uma novela com um cast grandioso, coisa que chegou a incomodar Miguel Falabella, que iria escrever uma novela das sete e não tinha galã para escalar, já que todos se encontravam ocupados na faixa das oito. Principalmente, dois dos seus favoritos, que ele chegou a citar: Marcelo Antony e Marcos Palmeira (que não por coincidência foram protagonistas de uma obra anterior, Salsa e Merengue). A novela era anunciada como forte, e realmente foi. Mas o grave erro da novela no início era não ter pelo menos uma personagem para se identificar. A Clara, de Maitê Proença, era excessivamente boba, e só foi cair no gosto popular da metade para o final da novela. A Shirley também. E de resto só havia violência. Outro ponto que merece destaque é o fato de Lúcia (Natália do Valle) só ter aparecido na trama no cap.6, quando finalmente algum triângulo amoroso de peso foi mostrado. Além disso, o SBT mostrava no mesmo horário uma novela romântica, que cativava o telespectador como em Por Amor, condensando toda a atenção em apenas uma trama, sem paralelas. Tudo isso levou Torre de Babel a registrar índices baixos. Mas, o autor tinha uma carta na manga. Ele sabia que podia virar tudo com a explosão do shopping. E foi o que fez. As modificações para tornar a trama mais agradável foram: A colocação de Maitê Proença e Tony Ramos como vítimas, formando o casal mocinho e mocinha da trama. A morte de todos que lembravam o lesbianismo e as drogas. A parte amarga do Ferro Velho foi amenizada com o fim de Agenor (que só voltaria nas últimas emoções da novela para revelar que nõ estava morto), personagem de Juca de Oliveira. Henrique deixa de ser um mulherengo e se apaixona pela doce mãe de seu sobrinho. Mas, a virada decisiva para a novela, foi a necessidade do autor criar uma grande vilã, transformando Ângela, de Claudia Raia, numa megera da lista das inesquecíveis. Nos últimos três meses a novela virou febre nacional. São Paulo não conseguia representar a audiência da trama, que conseguia Ter telespectadores vidrados na frente do seu aparelho de TV esperando o desfecho da novela. Antes disso, um bordão não saía das diversas bocas que insistiam em dizer "Cala a Boca, Luzineide!", que era dito por Bina (Claudia Gimenez) a cada momento que a personagem apelidada de Chaveirinho ameaçava abrir a boca. E ela não falou nada durante os oito meses, até que revelou, no último capítulo, que Sandrinha havia explodido o shopping. Se a explosão do shopping, anunciada como o Titanic da Globo, decepcionou, o final da novela ganhava cenas majestosas em diversos capítulos. Impecável a seqüência na qual a Ângela mata Vilma (Isadora Ribeiro). Se não fosse o escândalo gerado por uma calúnia no programa do Ratinho que seguia dia após dia sobre uma suposta mãe de Angélica (apresentadora infantil da Globo) que dizia que a filha foi roubada quando criança, durante a última semana da novela, os índices finais teriam sido ainda maiores. Destaque para Adriana Esteves, que teve a maior atuação da sua vida, Claudia Raia, que se tornou o símbolo da última e mais feliz fase da novela. Recebeu Troféu Imprensa de melhor novela de 1998, melhor atriz para Adriana Esteves (que também foi premiada pela APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte) e melhor ator para Toni Ramos. Claudia Gimenez e Tarcisio Meira também concorreram. Já o título de melhor ator pela APCA foi atribuído a Ernani Moraes.
COMENTÁRIOS: (por Marco Bettencourt) Quando começou, a novela TORRE DE BABEL retratava bem a sociedade dos nossos dias, onde não faltavam os assassinos, as lésbicas e os drogados. Só que as audiências e a supra-moral de grande parte do público determinaram a morte dos pecadores e a reformulação dos traços de algumas personagens...Assim aproveitou-se a já anunciada explosão do shopping para dar um novo começo e folego à trama e fazer com que os telespectadores descontentes com a história dessem nova oportunidade à novela, com a certeza que iriam pelos ares as personagens incomodas que os haviam assustado.Os primeiros capítulos de TORRE DE BABEL foram mesmo uma surpresa para os espectadores das novelas da Globo, que ainda por cima vinham presos ao encantamento e delicadeza de POR AMOR.Silvio de Abreu já tinha advertido que a novela seria diferente...A sua intenção era a de fugir ao óbvio, inverter as regras e imagens conhecidas do público...Tony Ramos seria um vilão, Claudia Raia não iria mostrar as suas pernas, Maitê Proença seria uma mulher sem graça e Adriana Esteves uma oportunista. Porém, o que se assistiu nos primeiros capítulos, segundo os descontentes (lista da qual eu não faço parte) foi uma sucessão de cenas de horror que fez o telespectador correr para outros canais e obrigou os diretores da Globo a tocar o sinal de alarme. Nos primeiros episódios um homem assassinava a mulher e amante a golpes de pá, um drogado em crise de abstinência tentava matar uma amiga ao assaltar a casa para sustentar o vício, enquanto os traficantes, em sua perseguição invadiam a casa dos seus pais milionários; presos faziam rebeliões numa cadeia, um advogado e uma garçonete faziam sexo no banheiro de um shopping e um casal de lésbicas convivia serenamente com o mundo. Não durou muito e confirmou-se que seriam feitas mudanças na novela... Afinal, não se brinca em serviço quando se trata da audiência da emissora líder do país...e ainda para mais, quando se tratava da novela mais cara da Globo... Feito o investimento, é mais que necessário o lucro! Os primeiros reparos feitos foi consertar o óbvio Tony Ramos, que voltou a ser o bom moço que todos conhecem. Em relação ao casal mais polêmico, Leila e Rafaela, o destino foi mais cruel... Estava previsto que após a morte da"companheira", Leila se consolaria nos braços de Marta ( a tão querida do público Glória Menezes)... As reações negativas não tardaram, diante do destino reservado para uma das maiores estrelas da novela brasileira... É curioso como age o preconceito. A novela mostrou que se pode falar desse assunto, que é a homosexualidade, com beleza e sem grosseria...mas isso não bastou!!! Claudia Raia sempre mostrou as pernas e Maitê Proença voltou a ser bela. Só Adriana Esteves continuou ambiciosa e irreverente, para total felicidade de todos nós, porque era quase impossível mudar o papel na novela e já havia dois exemplos de bondade e beleza-Letícia Sabatella e Karina Barum-para contrabalançar as suas maldades. E assim mais uma vez pouco se inovou em termos de dramaturgia, e ainda por cima numa altura em que é mais que necessário reformular as novelas, de maneira a que elas nos transmitam as mesmas emoções que em tempos idos nos proporcionaram... Mas o autor de grandes sucessos, como GUERRA DOS SEXOS e A PRÓXIMA VÍTIMA, que não tem em seu currículo um só fracasso, continua esperto nas histórias. Em prol de tantas mudanças, valeu o suspense deixado no ar sobre a autoria do atentado ao Tropical Tower Shopping, a boa reformulação da história com o desenvolver dos capítulos e as brilhantes interpretações do elenco. Tudo isto contribuiu para o aumento da audiência e tornou TORRE DE BABEL em mais um sucesso do gênio que é Silvio de Abreu...que viu a sua novela e elenco receberem grandes elogios e a arrebatar prêmios, mais que merecidos! Pena é, que a idéia original do autor não tenha vingado e que o público ávido de novas propostas tenha ficado mais uma vez com o gostinho de sabe pouco... E o autor, apesar do sucesso final, também ficou, com certeza, com essa recordação amarga... "A minha intenção era mesmo a de dar um soco no estômago do telespectador. Quis fazer as pessoas pensarem sobre a violência, mas acho que elas se assustaram um pouco. Queria mostrar que vivemos numa sociedade onde ninguém se entende, daí o nome da novela...TORRE DE BABEL" Talvez daqui a uns tempos, Sílvio de Abreu nos presenteie de novo com uma proposta assim...
TRILHA SONORA: Eternamente (Fafá de Belém) / Felicidade, que saudade de
você (Zezé di Camargo & Luciano) / Loca (Simone) / Moda de sangue (Elis
Regina) / Muito mais (Roupa Nova) / Onde foi que eu errei (Fat Family) /
Pra você (Gal Costa) / Quase fui lhe procurar (Luiz Melodia) / Sns (Grupo
Só no Sapatinho) / Te amo (José Augusto) / Telefone (Nara Leão) / Toda vez
(Zélia Duncan) / Urubu malandro (Paulo Moura & Os Batutas) / Vambora
(Adriana Calcanhoto) / Adia (Sarah Mclachlan) / All my life (K-Cl & Jojo) /
Be alone no more (Another Level) / Con te partirò (Andrea Bocelli) /
Corazón partío (Alejandro Sanz) / Habla me luna (All Jam) / High
(Lighthouse Family) / Ho fatto un sogno (Antonello Venditti) / I want you
to want me (D-Soul) / Immortality (Celine Dion) / Lady (Lionel Richie) /
Por arriba, por abajo (Ricky Martin) / The air that I breathe (Simply Red)
/ The one I gave my heart to (Mya Hill) / You were there (Eric Clapton) /
Zoot suit riot (Cherry Poppin'Daddies).
POR AMOR
INÍCIO: 13 de outubro de 1997
FINAL: 23 de maio de 1998
AUTOR: Novela de Manoel Carlos.
DIRETORES: Ricardo Waddington, Roberto Naar, Alexandre Avancini, Ary Coslov
e Edson Spinello. Direção de Núcleo: Paulo Ubiratan, que faleceu durante a execução da obra, deixando o cargo para Ricardo Waddington.
EMISSORA: Rede Globo
HORÁRIO: 20h35
ELENCO: Regina Duarte (Helena) / Antonio Fagundes (Atílio) / Gabriela
Duarte (Eduarda) / Fábio Assunção (Marcelo) / Susana Vieira (Branca) /
Carolina Ferraz (Milena) / Eduardo Moscovis (Nando) / Viviane Pasmanter
(Laura) / Carlos Eduardo Dolabella (Arnaldo) / Murilo Benício (Leonardo) /
Maria Zilda Bethlem (Flávia) / Regina Braga (Lídia) / Paulo José (Orestes)
/ Cássia Kiss (Isabel) / Vera Holtz (Sirléia) / Marcelo Serrado (César) /
Marco Ricca (Nestor) / Ângela Vieira (Virgínia) / Carolina Dieckmann
(Catarina) / Paulo Cesar Grande (Wilson) / Françoise Forton (Meg) / Maria
Ceiça (Márcia) / Ricardo Macchi (Genésio) / Ângelo Paes Leme (Rodrigo) /
Cecília Dassi (Sandrinha) / Otávio Augusto (Pedro) / Elizângela (Magnólia)
/ Odilon Wagner (Rafael) / José Carlos Sanches (Fausto) / Beto Nasci (Alex)
/ Castro Gonzaga (Moretti) / Ricardo Petraglia (Trajano) / Tonico Pereira
(Oscar) / Flavia Bonato (Anita) / Mônica Fraga (Sílvia) / Stella Maria
Rodrigues (Zilá) / Cláudia Mauro (Lisa) / Karina Perez (Rose) / Larissa
Queiroz (Juliana) / Leonardo Lemos (Nestorzinho) / Pablo Padilla (Marcinho)
/ Eloísa Mafalda (Leonor) / Umberto Magnani (Antenor) / Beatriz Lyra
(Mafalda) / Rosane Gofman (Tadinha) / Henri Pagnoncelli (Franco) / Julia
Almeida (Natália) / Cláudia Paiva (Camila) / Mônica Martelli (Paula) / Anna
Bárbara Xavier (Aninha) / Beth Lamas (Marisa) / Edyr de Castro (Elvira) /
Guilherme Correa (Bicheiro) / Ingrid Guimarães (Teresa) / Juliana Aguiar
(Denise).
TRAMA: (por Bruno Leonardo) A novela contava o drama de Helena, que amava Atílio, engravidou dele e, foi parar na maternidade no mesmo dia que a sua filha Maria Eduarda. Percebendo que o neto havia morrido e Eduarda não mais poderia Ter filhos, Helena toma a decisão de trocar os bebês. A partir daí a sua vida amorosa com Atílio fica comprometida pois ele descobre que ela guarda um segredo. Era também a novela de Branca, apaixonada por Atílio apesar de esposa do sócio dele. A megera tentava separá-lo de Helena.
((por Cleverson Uliana) Por Amor contava a história de Helena e Eduarda. A primeira era resolvida, desencanada e pouco ligada às chamadas convenções sociais. Gostava do que a vida lhe oferecia de melhor: passeios, bons vinhos, um
trabalho que lhe desse prazer e namoros sem maiores compromissos. Eduarda,
sua filha, era o oposto. Frágil e insegura, chegou ao ponto de abandonar os
estudos e as perspectivas em troca de um casamento com o engenheiro
Marcelo. Machista ao extremo, ele se sentia pouco à vontade com o
desprendimento de Helena e constantemente a criticava. Isso tudo com o
apoio da mãe Branca, a grande vilã da trama, uma perua fútil e bem cruel
quando não ia com a cara de alguém. Em meio às discussões de Helena e
Eduarda - que se deixava influenciar pelo noivo e por Branca - surgiu
Atílio, arquiteto da empresa de Arnaldo Mota, pai de Marcelo. Ele e Helena
se apaixonaram, para desgosto de Isabel, ex-amante dele. Toda a família de
Marcelo, principalmente Branca, achava um absurdo o fato de Helena namorar
"naquela idade" e, pior, com um reles funcionário. Passaram a boicotá-la,
inclusive Eduarda, mas mesmo assim o relacionamento com Atílio ia de vento
em popa e os dois acabaram se casando. Helena engravidou no mesmo período
de Eduarda, que brigou novamente com a mãe por pensar que esta queria
competir com ela. Eduardo ficou mal, pois atravessava uma fase terrível em
seu casamento, já que Marcelo se mostrava desinteressado e voltou a sair
com Laura, uma ex-namorada que nunca deixou de amá-lo. Por uma dessas
coincidências do destino, mãe e filha deram à luz no mesmo dia. Só que
Eduarda teve um parto complicado e o bebê morreu. Helena, num ato máximo de
generosidade e humildade, trocou as crianças no berçário e deu seu
garotinho para Eduarda criar. Ninguém - a não ser um médico e os próprios
telespectadores - sabia do que Helena fez por amor. Taí a justificativa do
título e do futuro - e certo - sucesso da trama de Manoel Carlos, que sabe
como poucos a receita para emocionar as pessoas.
COMENTÁRIOS: (por Bruno Leonardo) Grande novela das oito da Globo. Com um texto como só o Manoel Carlos sabe conduzir, a novela acabou deixando um imenso vazio. Ela ainda duraria muitos meses. Interessante é que o grande conflito da personagem principal demorou a ser apresentado. O autor foi muito feliz usando a estratégia de causar identificação por parte do público com as personagens antes da troca dos bebês. Regina Duarte esteve ótima. E sua filha Gabriela trouxe uma personagem frágil, mimada, que só perdeu a virgindade depois do casamento. Era amada e ao mesmo tempo odiada pelo público. A personagem deveria morrer e doar as córneas para a irmã, mas o público não deixou, apesar de movimentos serem criados contra a filha de Helena. Destaque para a grande atenção dada a um site entitulado "Eu odeio Eduarda". Branca foi outra grande atração. Suzana esteve como nunca como esta vilã loira, poderosa, que só abria a boca para dizer coisas hilárias, um texto brilhante. A garota Cecília Dassi foi uma das revelações do ano, a garota encantava como a irmã de Eduarda, filha de um alcoólatra. Ainda teve espaço para muita gente se destacar: foi com esta novela que Carolina Ferraz finalmente ganhou a repercussão que merecia, numa química perfeita com Du Moscovis, rendendo inclusive um casal protagonista da novela das seis que viria mais tarde. Estiveram ótimos e formaram o par romântico do ano. E muitas tramas paralelas fizeram a cabeça do público: a personagem de Elisângela, casada com um homem mais velho, tentava ter o jardineiro da vila como amante, provocando muitas cenas engraçadas, a polêmica da troca dos bebês não foi a única, ainda teve o bissexual vivido pelo Odilon Vagner, casado com a irmã adotiva de Helena, vivida por Ângela Vieira e o marido que não aceitava Ter um filho com a esposa negra, por racismo. E a Laura, que vivia enfernizando a vida de Eduarda com o seu amado Marcelo, foi motivo de ira de muita gente. Brilhante novela! Manoel Carlos esteve impecável, retratando o cotidiano com grande sensibilidade e dando um tom gostoso ao texto, que nunca mais será esquecido.
(por Cleverson Uliana) Unir a eterna namoradinha do Brasil a um dos mais desejados atores do país numa novela é a receita certa para conquistar o público logo de cara. Principalmente se os dois formarem par romântico sob a batuta de
Manoel Carlos. Donos de talento inegável e interpretação irrepreensível, seja qual for o papel, Regina Duarte e Antonio Fagundes contracenaram em apenas duas novelas: Nina, do saudoso Walter George Durst, e Vale Tudo, de Gilberto Braga, ambas pela Rede Globo. Fizeram também Rainha da Sucata, mas pertenciam a núcleos de personagens diferentes. A química entre os dois mostrou-se tão perfeita em Vale Tudo, que até hoje o público sente saudades dessa sintonia. Pois Manoel Carlos resolveu saciar esse gostinho de "quero mais" com Por Amor, na qual o casal viveu Helena e Atílio. Ela era uma quarentona sensual, que comandava uma loja de decoração na companhia de uma amiga. Já Atílio trabalhava como arquiteto e, no início do folhetim, manteve uma relação com a executiva Isabel. Assim como na trama de Gilberto Braga, o casal enfrentou muitos obstáculos e problemas para seguir em frente com sua paixão. Tarefa mais que agradável para Regina Duarte e Antonio Fagundes, que tinham consciência dessa afinidade no set e não escondiam o prazer em voltar a trabalhar juntos. Se dependesse da rasgação de seda - e da competência de Manoel Carlos em escrever história românticas -, a parceria dos dois na telinha seria realmente irresistível. Parecia que você já tinha visto essa Por Amor antes, mas era pura
impressão. A novela tratava-se de muito mais que uma espécie de continuação
de História de Amor, a então última novela de Manoel Carlos, exibida em 1995, às 18h. Sempre brilhante ao retratar na telinha assuntos do cotidiano - como em Baila Comigo -, desta vez o autor pretendia explorar ainda mais o difícil relacionamento humano. Uma agradável surpresa foi o trabalho de Hans Donner e equipe na abertura de Por Amor! Mestre em efeitos especiais, desta vez ele optou pela
simplicidade das fotos das atrizes Regina e Gabriela Duarte. O resultado
não poderia ter sido melhor e casou perfeitamente com a trama de Manoel Carlos.
Mesmo com a Lei Áurea, muita gente ainda insiste em acreditar que a cor da pele distingue o caráter das pessoas. Polêmico, esse assunto foi discutido na novela Por Amor. Baseado numa matéria sobre o preconceito sofrido por famílias inter-raciais, o autor criou a história de Wilson, descendente de suecos que não permitia que sua mulher, Márcia - uma linda negra - tivesse filhos. Uma mera associação de idéias sobre uma personagem de Por Amor levou a um pequeno mal-estar. Explica-se: é que na trama de Manoel Carlos, a extravagante Meg, vivida por Françoise Forton, pertencia à chamada sociedade "emergente" da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Bastou ela aparecer para que surgisse o boato de que teria sido inspirada em Vera Loyola, a representante dessa classe social - que, ao contrário das socialites tradicionais, não enriqueceu por meio de herança, e, sim, após muito trabalho. A controvertida atitude de César, que trocou os bebês para Helena, gerou polêmica na comunidade médica. Membro do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, o obstetra Bartolomeu Penteado nunca tinha ouvido falar de caso semelhante. O doutor considerou a hipótese de uma mãe trocar um filho vivo por um neto morto "bastante ficcional". Por incrível que pareça, as mães eram as mais indignadas com a história. Muitas delas reclamaram da atitude de Helena. Na sinopse que entregou à Rede Globo, Manoel Carlos escreveu para Eduarda um fim trágico: a personagem morreria vítima de câncer, dando a Helena a chance de lutar pela posse do bebê que doou à filha. Mas existia grande possibilidade de Eduardo chegar ao final da trama viva e reconciliada com o marido, Marcelo. Isso porque uma boa parte do público pediu ao autor que poupasse a mocinha da história. Gravidez aos quarenta, troca de bebês, casamento multirracial, adultério... vários assuntos controvertidos foram abordados com o maior sucesso na novela Por Amor. Mas quem achou que o autor da trama, Manoel Carlos, pararia por aí se enganou: ele já tinha na manga uma nova polêmica: o personagem Rafael, que era casado e pai de dois filhos, era bissexual. Odilon Wagner, o intérprete do personagem, não escondeu de ninguém sua decepção com a maneira como a história foi conduzida. Nem sempre o excesso de estrelas num elenco é sinônimo de felicidade dentro de uma novela. Segundo uma atriz de Por Amor que não quis se identificar, astros como Regina Duarte, Antonio Fagundes, Maria Zilda, Cássia Kiss e Ricardo Macchi estariam insatisfeitos com seus papéis, alegando pouco destaque na trama. Inconformados, os atores teriam ligado para o autor pedindo mais espaço para seus personagens. Manoel Carlos garantiu que nada disso chegou até ele, embora não descartasse a possibilidade de haver insatisfeitos. Para finalizar, o autor acrescentou que só estava recebendo agradecimentos. Suzana Vieira transformou sua vilã, Branca, em paixão nacional e aumentou espaço na trama. Em determinado capítulo, ela ocupou treze dos 45 minutos de duração do mesmo. No dia seguinte, o personagem ficou catorze minutos no ar. A atriz era parada na rua para receber elogios, sem falar nos cumprimentos enviados através do autor da trama. Ele dizia que a garra e o talento com os quais Suzana Vieira defendia o papel faziam com que ele e o público se emocionassem a cada noite. Muitos foram os destaques de Por Amor. Porém, os mais aplaudidos por público e crítica foram Regina Duarte, Suzana Vieira, Ângela Vieira e Cecília Dassi. Também receberam muitos elogios Gabriela Duarte, Carolina Ferraz, Viviane Pasmanter, Murilo Benício, Paulo José, Marcelo Serrado, Carolina Dieckmann, Elisângela, Tonico Pereira e Umberto Magnani. O primeiro capítulo de Por Amor teve média de 48 pontos. Em 28 de março, o capítulo chegou a marcar 60 pontos na medição da audiência. Justo no dia em que morreu Paulo Ubiratan, o responsável pela direção da novela. Como se não bastassem todos os elogios à capacidade profissional do falecido
diretor de Criação da Central Globo de Produção, some-se mais este: foram
primorosas as cenas do atropelamento de Sandrinha e da prisão de Nando. E
mais: deu vontade de aplaudir de pé Regina Braga e Paulo José, expressando
magistralmente a dor dos personagens Orestes e Lídia, abatidos por duas desgraças, no mesmo dia e ao mesmo tempo. Haja talento! Com Por Amor, Manoel Carlos riu à toa. A novela, além de ter emocionado o país, foi indicada pela Associação Paulista de Críticos de Arte como melhor novela de 1997. O prêmio foi entregue numa festa realizada no Teatro Municipal de São Paulo. Indiretamente, a novela ainda levou outro troféu: é que a pequena e talentosa Cecília Dassi, que viveu a doce Sandrinha, foi escolhida como revelação do ano. No 3o. Prêmio Contigo! de Novelas, Por Amor foi a grande campeã da noite. A novela foi premiada nas categorias: atriz infantil (Cecília Dassi), par romântico (Carolina Ferraz e Eduardo Moscovis), autor (Manoel Carlos), diretora de arte (Ana Maria de
Magalhães), abertura (Hans Donner), trilha sonora (Alberto Rosenblit) e
figurino (Beth Filipecki).
TRILHA SONORA: Abrazame asi (Roberto Carlos) / As vezes nunca (Verônica
Sabino) / Bandeira (Zeca Baleiro) / Enquanto espero (João Bosco) / Falando
de amor (Quarteto Em Cy e Mpb-4) / Fora da lei (Ed Motta) / Mudança dos
ventos (Nana Caymmi) / Nem um dia (Djavan) / Palpite (Vanessa Rangel) /
Paralelas (Elba Ramalho) / Per amor (Zizi Possi) / Preconceito (Maria
Bethânia) / Sempre há saída (Luiz Carlos) / Só você (Fábio Jr.) / Aicha
(Gilbert) / As long as you loved me (Backstreet Boys) / Dindi (El Debarge &
Art Port) / Hold on (Alexia) / How could an angel break my heart (Toni
Braxton) / I'm not giving you up (Evelyn Fox) / L'amore vero (Erminio
Sinni) / Mi dios y mi cruz (Donato & Estefano) / More than this (10.000
Maniacs) / Paint my love (Michael Learns To Rock) / Se eu fosse um dia esse
teu olhar (Pedro Abrunhosa) / So help me girl (Gary Barlow) / Stay with me
(Jocelyn Enriquez) / Thinking of you (Different Beat).
Em breve.
INÍCIO: 17 de junho de 1996.
FINAL: 15 de fevereiro de 1997.
AUTOR: Benedito Ruy Barbosa.
DIRETORES: Luiz Fernando Carvalho, Carlos Araújo, Emílio di Biasi e José
Luiz Villamarin
EMISSORA: Rede Globo
HORÁRIO: 20:35, mudando para as 21h com a campanha de horário de verão da Globo, que atrasou a programação da emissora em meia hora.
ELENCO: Antônio Fagundes (Bruno Mezenga) / Glória Pires (Rafaela) /
Patrícia Pillar (Luana) / Fábio Assunção (Marcos Mezenga) / Raul Cortez
(Geremias Berdinazi) / Sílvia Pfeifer (Léia) / Oscar Magrini (Ralf) /
Lavínia Vlasak (Lia) / Mariana Lima (Liliana) / Stênio Garcia (Zé do
Araguaia) / Leila Lopes (Suzane) / Almir Sater (Aparício) / Guilherme
Fontes (Otávio) / Carlos Vereza (Roberto Caxias) / Jairo Mattos (Fausto) /
Walderez de Barros (Judite) / Bete Mendes (Donana) / Jackson Antunes
(Regino) / Sérgio Reis (Zé Bentão) / Luciana Vendramini (Marita) / Luiz
Parreiras (Orestes) / Tadeu di Pietro (Valdir) / Ana Rosa (Maria Rosa) /
Rogério Marcico (Olegário) / Arietha Correa (Chiquita) / Ana Beatriz
Nogueira (Jacira) / Emilio Orciollo Netto (Giuseppe) / Iara Jamra
(Lurdinha) / José Augusto Branco (Josimar) / Maria Helena Pader (Júlia) /
Amilton Monteiro (Clóvis) / Carlos Takeshi (Olavo) / Paulo Coronato (Dimas)
/ Pedro Gabriel (Ueré) / Mara Carvalho (Bia) / Marcelo Galdino (Geraldino)
/ Liana Duval (Quitéria) / Adenor de Souza (Lupércio) / Antonio Pompeo
(Dominguinhos) / Cosme Dos Santos (Formiga) / Francisco Carvalho (Mauriti)
/ Letícia Spiller (Giovanna) / Manoel Boucinhas (Giácomo Berdinazi) /
Leonardo Brício (Enrico Mezenga) / Tarcísio Meira (Giuseppe) / Marcello
Antony (Bruno Berdinazzi) / Eva Wilma (Marieta) / Vera Fischer (Nena) /
Caco Ciocler (Geremias).
TRAMA: (por Cleverson Uliana) Dirigida por Luiz Fernando Carvalho, fiel escudeiro de Benedito Ruy Barbosa, O Rei do Gado passou-se em duas fases como ocorreu com Renascer, último trabalho em que a dupla fez parceria. A primeira, em 1943, durou apenas sete capítulos. E apresentou ao público os Mezenga e Berdinazi, famílias originárias da Itália que viviam em eterna guerra.
Devido a um dos costumeiros caprichos do destino, esses clãs enfrentaram
uma situação que, ao menos a princípio, lembrou bastante a de Romeu e
Julieta, no clássico romance de Shakespeare: Henrique – filho de Mezenga e
Nena – se apaixonou perdidamente por Giovana – a caçula de Berdinazi e
Marieta. E teve sua paixão correspondida.
O problema era que eles não conseguiam ficar juntos de jeito nenhum... Ora
por intransigência dos Mezenga, ora por intransigência dos Berdinazi.
Então, fugiram de casa e foram morar num endereço desconhecido. Lá,
começaram a lidar com a criação de bovinos, enriqueceram e, melhor ainda,
tiveram um lindo herdeiro, Bruno.
Quando começou a Segunda fase da história, Bruno, já com 53 anos,
transformou-se no rei do gado. Estava casado e Léa e era pai de Marcos e
Lia. Vale registrar ainda que ninguém imaginava – só os telespectadores, é
claro – que ele também era um Berdinazi, pois assinava apenas como Mezenga.
A essa altura, seu relacionamento andava capengando. Não por sua causa.
Afinal, manteve-se fiel e cumpridor de suas obrigações. Mas por
responsabilidade de Léa, que se mostrava totalmente insatisfeita com ele. E
viveu um caso extraconjugal com Ralf.
Esse adultério, felizmente, logo chegou aos seus ouvidos através de Lia,
que ao acaso descobriu os motivos das constantes saídas noturnas de sua
mãe, Léa. E resolveu colocá-lo a par de tudo, por achar que ele não merecia
passar por bobo. Pois, justo na época em que seu casamento desmoronou,
Bruno deu a sorte de conhecer uma linda e íntegra camponesa em sua fazenda
do Araguaia: Luana. E apaixonou-se à primeira vista.
Daí para a frente, ele enfrentou a incompreensão de Marcos e Lia, que não
se conformavam sob hipótese alguma com esse novo romance. Além disso, era
atormentado por Léa, que queria porque queria meter a mão em uma razoável
fatia de sua fortuna. Cansado de tantas pressões, Bruno abriu mão de todos
os seus bens e foi viver como bóia-fria junto com Luana. Foi mais ou menos
nesse período que acabou tomando conhecimento de que sua mulher era uma
Berdinazi.
Do outro lado da história, Geremias Berdinazi tornou-se o rei do café e do
leite e carregava o remorso de ter roubado as terras da mãe Marieta e da
irmã Giovana, além de ter enganado o irmão Giácomo, que morreu pobre e
acompanhado da família num caminhão de bóias-frias. Rico, mas solitário,
procurava um herdeiro. Neste momento, apareceu a misteriosa Rafaela que
dizia ser filha de Giácomo e assim se apresentava a Geremias.
Em breve.
Em breve.
Em breve.
Em breve.
Em breve.
INÍCIO: 08 de março de 1993.
FINAL: 13 de novembro de 1993.
AUTOR: Benedito Ruy Barbosa.
DIRETORES: Luiz Fernando Carvalho, Emilio di Biasi e Mauro Mendonça Filho.
EMISSORA: Rede Globo.
HORÁRIO: 20h30.
ELENCO: Antônio Fagundes (José Inocêncio) / Adriana Esteves (Mariana) /
Marcos Palmeira (João Pedro) / Taumaturgo Ferreira (José Venâncio) / Osmar
Prado (Tião Galinha) / Patrícia Pillar (Eliana) / Tarcísio Filho (José
Bento) / Cecil Thiré (Olavo) / Herson Capri (Teodoro) / Nelson Xavier
(Norberto) / Luciana Braga (Sandra) / Claudia Lira (Walquíria) / José de
Abreu (Egberto) / Roberto Bomfim (Deocleciano) / Regina Dourado (Morena) /
Eliane Giardini (Yolanda) / Luiz Carlos Arutin (Rachid) / Jofre Soares
(Padre Santo) / Chica Xavier (Inácia) / Cosme dos Santos (Zinho Jupará) /
Iris Nascimento (Lurdinha) / Jackson Costa (Lívio) / Tereza Seiblitz
(Joaninha) / Leila Lopes (Lu) / Paloma Duarte (Teca) / Maria Luiza Mendonça
(Buba) / Jackson Antunes (Damião) / Marco Ricca (José Augusto) / Oberdan
Júnior (Pitoco) / Isabel Fillardis (Ritinha) / Cassiano Carneiro (Neno) /
Kadu Moliterno (Rafael) / Leonardo Vieira (José Inocêncio) / Fernanda
Montenegro (Jacutinga) / Patrícia França (Maria Santa) / José Wilker
(Belarmino) / Gésio Amadeu (Jupará) / Ana Lucia Torre (Quitéria) / Solange
Couto (Inácia) / Beth Erthal (Nena) / Cacá Carvalho (Venâncio) / Cyria
Coentro (Morena) / Leonardo Brício (Deocleciano) / Pablo Sobral (João
Pedro) / Rita Santana (Flor) / Toninho da Cruz (Zinho Jupará).
TRAMA: (por Cleverson Uliana) A trama que marcou o retorno de Benedito Ruy Barbosa à Globo era dividida em duas fases, exatamente igual a Pantanal. Na primeira, o ainda adolescente José Inocêncio se apaixonou à primeira vista por Santinha. Foi correspondido. Mas, mesmo assim, passou por poucas e boas entes de tê-la como sua mulher. Nessa empreitada amorosa, José Inocêncio enfrentou a oposição de Belarmino – protetor da doce Santinha. Conseguiu vencê-lo, é verdade, mas acabou sendo acusado de assassiná-lo. O que deu origem a
muitos episódios dramáticos no decorrer da novela. José Inocêncio terminou
casando-se com sua amada. Os dois se entregaram a incansáveis noites de
amor e tiveram vários filhos. Todos homens: José Augusto, José Bento e José
Venâncio. Na quarta gravidez, no entanto, aconteceu uma tragédia. A doce
Santinha morreu logo após o nascimento de João Pedro. Isso causou um drama
sem proporções. O inconsolável coronel não perdoou o recém-nascido. Passou
a culpá-lo pela morte de sua querida mulher. O tempo passou. José Inocêncio
remoeu a dor da solidão e envelheceu rapidamente. Seus três primeiros
filhos cresceram, viraram homens e foram estudar na cidade grande. João
Pedro pegou no pesado na lavoura e continuou renegado pelo pai. Começou,
então, a segunda fase da história. E, justamente quando os filhos de José Inocêncio já eram adultos, Mariana desembarcou no bordel de Dona Jacutinga. Ela tinha um segredo. Era neta de Belarmino e queria vingar a morte do avô. Ou seja: pretendia destruir o coronel. O destino decidiu ajudá-la: colocou João
Pedro em seu caminho. Apaixonado e também com pena da jovem, ele resolveu
abrigá-la na fazenda de sua família. A partir desse momento, tudo mudou
como num passe de mágica. O velho coronel apaixonou-se por Mariana e
começou a disputá-la com seu filho menos querido. Como ela reagiu? Mesmo
tendo uma forte atração por João Pedro, entrou no jogo de José Inocêncio.
Usou e abusou da sedução para poder levar a cabo sua vingança. Mas foi
traída por seus sentimentos. No meio do percurso, passou a gostar do homem
a quem devia odiar. Ainda seu saber por quem seu coração batia mais forte,
se pelo pai ou pelo filho, Mariana casou-se com José Inocêncio. Já
acostumado a ser passado para trás pelo coronel, o rejeitado João Pedro
resignou-se. Mas apenas a princípio. Com o passar dos dias, tanto ele
quanto sua amada voltaram a sentir uma forte atração. Qual foi o fim desse
triângulo amoroso? Só o decorrer da novela disse. Muita coisa ainda estava
na cabeça de Benedito Ruy Barbosa. Mas já se sabia: Renascer retomou a
tradição das tramas rurais com lindas paisagens e muita emoção pela
frente.
COMENTÁRIOS: (por Cleverson Uliana) Renascer possuía o tempero necessário a um bom e apetitoso folhetim eletrônico. Misturava ingredientes como amor, intriga, mortes e vingança a triângulos amorosos simplesmente escandalosos. O mais explosivo deles tinha em seus vértices o coronel nordestino José Inocêncio, João Pedro e Mariana. Nada menos do que pai, filho e uma espertíssima garota de bordel. Personagens fortes, cenários deslumbrantes, um texto bem construído
e interpretações simplesmente irretocáveis transformaram Renascer num dos
maiores sucessos da história da teledramaturgia brasileira. Mais ainda. Ao
manter uma média de audiência em torno dos 70 pontos, quase 60 milhões de
telespectadores, a história de Benedito Ruy Barbosa recuperou o prestígio
do horário nobre da Globo. Ingredientes como belas paisagens, conflitos
entre coronéis, filho enjeitado e matadores de plantão transformaram
Renascer em um sucesso absoluto, tanto de público quanto de crítica. Em
Renascer, Antônio Fagundes demonstrou novamente porque é considerado um dos atores brasileiros mais completos de todos os tempos. Em seu primeiro papel
rural, emprestou um tom lírico, quase poético, ao carismático José Inocêncio. Foi ainda mais longe. Como de hábito, tornou o adjetivo perfeito pobre demais para classificar sua interpretação. Exagero? De forma alguma. Do início ao fim da saga cacaueira, Fagundes esteve soberbo! Tereza Seiblitz, Marco Ricca, Jackson Costa, Paloma Duarte, Jackson Antunes e Isabel Fillardis deram show de interpretação e comprovaram ser muito mais do que promessas. O charme e o talento de Eliane Giardini e Regina Dourado fascinaram a todos. Atores como Luciana Braga, Leila Lopes, José Wilker e Grande Otelo tiveram atuações marcantes. Cada qual com um personagem fascinante. Patrícia Pillar, Luiz Carlos Arutin, Osmar Prado, Roberto Bomfim e Nelson Xavier brilharam em papéis dificílimos. Conclusão: tudo isso, somado a temas polêmicos, como espiritualismo, hermafroditismo, menores abandonados, machismo, dogmas religiosos e a existência do diabo, fez da cruzada do coronel José Inocêncio e de seus filhos um marco de nossa televisão.
BASTIDORES: (por Cleverson Uliana) A cena da crucificação de Padre Lívio foi um dos trunfos da parceria perfeita de Benedito Ruy Barbosa e Luiz Fernando Carvalho. No capítulo, o autor dizia apenas que os dois trocavam o primeiro beijo. O diretor, no entanto, viajou. Decidiu reviver a epopéia de Jesus Cristo e
Maria Madalena. Deu um trabalhão, é verdade. Afinal, Luiz Fernando fez
questão de cuidar de cada um dos detalhes do take. Desde a fixação do ator
na cruz até a filmagem... Valeu a pena. O resultado foi simplesmente
genial. Logo nos primeiros capítulos, aliás, uma enorme polêmica tomou
conta do país. Todo mundo procurava entender o drama da hermafrodita Buba.
Discutia-se a possibilidade de alguém ter dois sexos. Pois bem. Com o
passar do tempo, o autor elucidou o caso. De forma didática, mas nada
maçante, explicou que algumas pessoas nascem mesmo com os órgãos genitais
masculino e feminino. Deixou claro, porém, que a anormalidade é bastante
rara. Outra história que deu o que falar foi a do cramulhão engarrafado.
Durante a empreitada para conquistar um "cadinho de terra", Tião se dispôs
a fazer um pacto hediondo. Ofereceu a vida de um dos filhos em troca da
ajuda diabólica. Felizmente, no entanto, não teve de cumprir sua parte.
Antes que cometesse tamanho desatino, viu o demônio ser devorado por um
bando de galinhas famintas. Também o assunto mediunidade mereceu grande
destaque em Renascer. Através de Teca e Inácia, o novelista enfocou a
vidência, as premonições. Por intermédio de Santinha, falou da vida após a
morte. Tratou dos temas com a propriedade de quem já passou por
experiências semelhantes. Mais uma matéria que se tornou de domínio público
foi o celibato. Nos embalos da paixão de Lívio por Joaninha, os
telespectadores começaram a debater um antigo dogma da Igreja: de os padres
devem ou não de casar. Como se tudo isso não fosse suficiente, o machismo e
o problema dos meninos de rua foram focalizados com maestria.
CURIOSIDADES: (por Cleverson Uliana) Esta é uma informação enciclopédica, que pouquíssima gente sabe: Renascer foi escrita em 1974, depois de uma viagem que Benedito Ruy Barbosa fez ao setor baiano. Outra curiosidade é sobre a escalação do elenco. Quem via as atuações brilhantes de Antônio Fagundes, Fernanda Montenegro, Taumaturgo Ferreira e Adriana Esteves nem imaginava que, a princípio, nenhum deles deveria estar na novela das oito. Só que essa é a
pura verdade. Quando terminou de escrever a sinopse da história e reuniu-se
com o diretor Roberto Talma para discutir a contratação do elenco, Benedito
Ruy Barbosa tinha outras estrelas em sua cabeça. Olhe como era o elenco
original: Claudio Marzo (José Inocêncio), Letícia Sabatela (Mariana),
Angelo Antonio (João Pedro), Tarcísio Filho (José Augusto), Marcos Winter
(José Bento), Tadeu Aguiar (José Venâncio), Andrea Beltrão (Walquíria),
Lima Duarte (Venâncio), Joana Fomm (Quitéria) e Sebastião Vasconcellos
(Belarmino). "Eu e o Roberto Talma escolhemos os nomes que considerávamos
ideais na época. Mas alguns atores não puderam entrar na novela por causa
de outros compromissos. Não pude contar com grandes atores, mas ganhei
outros tão bons quanto. O elenco da minha novela, aliás, é de primeira
linha", afirmou Benedito Ruy Barbosa na época.
TRILHA SONORA: AI QUI SAUDADE DE OCÊ (Fábio Jr.) / ALÉM DA ÚLTIMA ESTRELA (Maria Bethânia) / CHEIRO DE SAUDADE (Ney Matogrosso) / CONFINS (Batacoto e Ivan Lins) / DE VOLTA AO COMEÇO (Roupa Nova) / DITO E FEITO (Roberto Carlos) / DOIS CORAÇÕES (Nana Caymmi) / EM NOME DO AMOR (Agnaldo Rayol) / ESSA TAL FELICIDADE (Tim Maia) / EU QUERO MEU AMOR (Elba Ramalho) / JOANINHA (Itamara Koorax) / LAVRADOR (Moraes Moreira) / LINDEZA (Caetano Veloso) / LUA SOBERANA (Sérgio Mendes) / ME DIZ (Fagner) / MEMÓRIAS (Franco Perini) / MENTIRAS (Adriana Calcanhoto) / O LADO PRÁTICO DO AMOR (Guilherme Arantes) / PALAVRA ACESA (Quinteto Violado) / PARABOLICAMARÁ (Gilberto Gil) / RENASCER (Franco Perini) / ROMANCE (14 Bis) / SETE DESEJOS (Alceu Valença) / SÓ PRA TE MOSTRAR (Daniela Mercury e Herbert Vianna) / SPORT TIME (Sunshine Orchestra) / TO AIM (Franco Perini).
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