Espetáculo solo de teatro gestual que utiliza bonecos, máscara e animação de objetos. É inspirado no romance Molloy de Samuel Beckett que em abril deste ano teve seu centenário de nascimento comemorado em todo o mundo.

A montagem estreou em outubro de 2003 e vem sendo apresentada desde então. Já cumpriu três temporada na cidade de São Paulo, participou de vários projetos que investigam experimentos e o desenvolvimento de novas linguagens dentro das artes cênicas. Recebeu três prêmios no IX Festival de Monólogos da Bahia e recentemente esteve na mostra mais importante de artes do Nordeste: a VII Mostra Cariri das Artes nas cidades de Juazeiro do Norte e Crato. Em abril  foi apresentado no evento SAMUEL BECKETT - 100 ANOS realizado no SESC Santana em SP. Em agosto reestréia no VIGA ESPAÇO CÊNICO em São Paulo.
O DIÁLOGO COM A OBRA DE BECKETT

Molloy, velho e decrépito, confinado em um espaço que acha ser o quarto da mãe,
escreve sua história sem graça por encomenda e principalmente por compulsão,
como uma voz interior que impede seu descanso - assim tem início o romance.

A montagem investe num diálogo inovador a respeito da obra do autor e dramaturgo irlandês: tomar como inspiração um de seus romances e não um texto teatral. Nesta montagem destacamos a plástica do espetáulo, resultado da pesquisa e da característica do ânima Dois com um cenário sensível, figurinos caprichados, boneco e máscara que reforça o universo de Molloy. O cenário, catarse da mesmice, lembra uma pequena ilha, infértil, onde repousa uma cadeira e de onde  brota uma pequena árvore. Neste espaço limitado, o personagem se aprisiona numa suposta vida que nunca foi tão diferente do que é ao iníciar seu relato, é um vai-e-vém que sugere talvez que ao terminar possamos voltar ao começo: confundindo-nos a respeito de sua situação e agonia. Através do boneco e da animação de objetos é possível colocar em cena , desde a viagem de bicicleta que o leva para vários lugares ; a morte de um cachorro atropelado pelo caminho e sua compulsão por chupar pedras. O teatro gestual aliado à potencialidade do trabalho com máscara possibilita transitar pelos planos onde a representação se confunde com lembranças, com a pseudo-realidade  e com a imaginação.

"É como um cachorro sarnento  prestes a morrer que segue o próprio rabo. Sua vida não é mais do que acúmulo de acasos, ele faz tudo de maneira mecânica, como forma de matar o tempo, tarefa que é incapaz de se lembrar por que iníciou. Molloy se move por inércia, troca de projetos por hábito, existe como um fardo."
(2)

(2)
Andrade de, F.S. - Samuel Beckett - O Silêncio Possível - Ed. Ateliê Editorial , SP, 2001.


CONDIÇÕES TÉCNICAS

Duração:
60 minutos
Número de performers: 01
Número de Técnicos: 02
Número de pessoas na platéia: 20 a 70 pessoas
Público-alvo: Adultos
Tempo de Montagem/ Ensaio Geral: 3 horas e 30 minutos
Local de Apresentação: Salas, Galpões, porões e espaços alternativos, podendo também ser apresentado em palco italiano. Área cênica necessária de 10mX10m = 100m2, pé direito de 4,5m.
Equipamento de Luz: 01 mesa de 06 ou 08 canais, 04 elipsoidais, 08 Fresnéis de 1000W.
O restante dos equipamentos de iluminação  foi confeccionado especialmente para o espetáculo.
Equipamento de Som: 01 aparelho de CD com 02 caixas de som.
Peso e dimensão dos equipamentos a serem transportados: 70 quilos e 1,5m de altura X 1,5m de largura e 1,10m de profundidade.
FICHA TÉCNICA

- Roteiro, direção, cenografia, confecção do boneco, máscara, manipulação, iluminação e interpretação solo de Alexandre D'Angeli

- Preparação Corporal de Carlos Gomiero

- Sonoplastia Alexandre D'Angeli e Andréa do Amparo

- Operação de luz e som Andréa do Amparo

- Produção executiva Andréa do Amparo

- Bicicletas Ricardo Negraes

- Fotografia e captação em Vídeo de Alex Rosato

- Projeto Gráfico de Alexandre D'Angeli

- Produção geral ânima Dois

Agradecimentos a Ana Maria Amaral, Jorge Lescano e Lilian Soarez pelo incentivo e pelas palavras no período em que este espetáculo ainda era uma "grande" idéia.




A PROPOSTA

O espetáculo solo Molloy - o fim está no começo e no entanto continua-se
(1) é destinado ao público adulto , não utiliza texto e segue uma proposta não-linear  inspirado pelo tema central do romance "MOLLOY" de Beckett
publicado em 1951 - a miséria e a solidão humana.

O espetáculo além de propor uma reflexão a respeito de nossas aflições e dúvidas existenciais, nos coloca frente a um mundo incoerente e impermeável a compreensão. Como no texto de Fim de Jogo "...ele chora" , "portanto ele vive" - o sujeito aqui figura como um homem que, apesar dos avanços tecnológicos , também se revela frágil, tal como um boneco; entre as garras de um mecanismo implacável e hermético. Vemos uma vida feita de incomodidade, de sofrimento, de solidão, de incomunicabilidade, de destruição da esperança, do malogro da ciência, enfim, da miséria do homem num universo ilógico, inóspito, hostil, lúgubre e VAZIO.
(1) Beckett, Samuel - Frase de "Fim de Jogo"
Solicite uma proposta do espetáculo através do nosso e-mail
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