Jéan de Bethencourt
Jean de Bettencourt (* 1362 - † 1425), também conhecido por Jean de Béthencourt, Jean de Ventancorto ou João de Betancor, foi um fidalgo normando e iniciador da conquista cristã das Canárias. Em conjunto com Gadifer de la Salle organizou em 1402 uma expedição destinada à conquista das ilhas e submissão das populações guanche. Tendo sucesso parcial na conquista, passou a usar o título de Rei das Canárias.
Jean de Béthencourt nasceu em 1362 no castelo de Grainville-la-Teinturière, Cany-Barville, Dieppe, Normandia, filho de Jean de Béthencourt e de Marie de Bracquemont, ambos da aristocracia normanda. O pai faleceu a 13 de Março de 1364 na batalha de Cocherel, tendo sua mãe casado em segundas núpcias com Roger Suhart.
Cresceu no castelo de Grainville-la-Teinturière na companhia da mãe, do padrasto e de um tio materno, Mathieu de Braquemont, que entretanto havia casado em segundas núpcias com a sua avó paterna. A educação de Jean de Bettencourt parece ter sido confiada ao tio materno Regnault de Braquemont.
Jean de Bettencourt usava o título de barão, graças à baronia de Saint-Martin-le-Gaillard, no condado d'Eu, e respectiva fortaleza, que havia herdado de sua avó Isabeau de Saint Martin.
O castelo de Saint-Martin-le-Gaillard sobreviveu até 1419, ano em que foi arrasado pelos ingleses.
Em 1373, com apenas 11 anos, aparece ao serviço do Duque de Anjou, com as funções de “pannetier”, isto encarregado das vitualhas.
Prosseguindo a carreira típica da pequena aristocracia feudal, Jean de Bettencourt serviu como chanceler de Louis de Valois, Duque de Touraine (mais tarde Duque de Orleães) entre 1387 e 1391. Neste período obteve autorização real para reconstruir o castelo de Grainville-la-Teinturière, que havia sido danificado pela guerra civil, e autorização do papa de Avignon Clemente VII para nele construir uma capela. Em 1390 foi porta-estandarte da expedição do Duque de Orleães contra os piratas mouros do Mediterrâneo. Apesar da expedição ter falhado, Jean de Bettencourt conhece o norte de África, desencadeando nele um interesse por aquela região que determinará o seu futuro.
A partir de 1392, Jean de Bettencourt entrou ao serviço do rei Carlos VI de França, passando a residir em Paris. Entre esta data e 1401 parece ter mantido contactos com aventureiros que participavam nas guerras contra os mouros no sul de Espanha e no norte de África, desenvolvendo o projecto de participar em tais campanhas.
Casou em Paris, a 30 de Abril de 1392 com
Jeanne de Fayel, filha de Guillaume de Fayel e Marguerite de Chatillon, casamento de que não houve filhos. O casamento parece ter sido tempestuoso, já que há registo de queixas de Jeanne sobre o mau tratamento que lhe era infligido pelo marido. Jean de Bettencourt parece ter tido diversos filhos fora do casamento, de que procede numerosa descendência.

Oficialmente, Teve de sua união com Dona Maria de Ayala e Vargas, em Sevilha,
Dona Floridas de Bettencourt, que acompanhou o pai até as Canárias.
Viúvo, casou-se, em segundas núpcias, com
Dona Françoise de Calletot, deixando finalmente como herdeiro seu filho Jacques de Bethencourt, nascido em 1410, em, território Francês. Jacques desposou Dona Marie d' Estoutteville-Villebon, de quem houve descendência na França, pelo filho destes, Pierre de Bettencourt e sua esposa Cardine Lê Veneur .
Em Dezembro de 1401 vendeu a sua casa em Paris, iniciando a preparação da sua viagem de conquista às Canárias, matéria que ocupará a maior parte do resto da sua vida.
Faleceu na segunda metade de 1425, quando se preparava para visitar novamente as Canárias. Foi enterrado sob o coro alto da igreja paroquial da sua terra natal de Grainville-la-Teinturière, localidade onde um pequeno museu perpetua a sua memória.
Grainville-la-Teinturière
Berço dos Bettencourt
Inicial A expedição às Canárias
História do Brasão Bettencout