Após
ter visto seus sogros, companheiros, e todos os seus parentes situados no
posto dos dois exércitos, Arjuna ficou com grande compaixão e pesar, dizendo
as seguintes palavras: Ó Krishna, vendo meus parentes, fixos com o desejo de
lutar, meus membros tremem, minha
boca começa a secar. Meu corpo estremece e meus cabelos se arrepiam.
(1.27-29) O
arco escorrega de minhas mãos e minha pele queima. Minha cabeça tonteia, e eu
estou incapaz de ficar de pé e, Ó Krishna, eu pressinto maus presságios. Não
vejo nenhum proveito em matar meus parentes na batalha. (1.30-31) Eu
não desejo nenhuma vitória, prazer ou reino, Ó Krishna. Qual é o uso de um
reino ou da diversão, ou mesmo da vida, Ó Krishna?; por causa de tudo aquilo
– por quem deseja reinos, diversões, e prazeres – aqui se está sustentando
para a batalha, entregando suas vidas? (1.32-33) Eu
não desejo matar meus professores, tios, filhos, avós, tios maternos, sogros,
netos, cunhados, e outros parentes que estão prestes a matar-nos, mesmo pela
soberania dos três mundos, sem falar neste reino terrestre, Ó Krishna.
(1.34-35) Ó
Senhor Krishna, que prazer há em matar nossos primos? Por matar nossos
semelhantes nós iremos incorrer em crime, portanto, em pecado. (1.36) Portanto,
nós não mataremos nossos primos. Como pode alguém ser feliz após matar seus
parentes, Ó Krishna? (1.37) De qualquer modo, eles estão cegos pela ambição e não vêem a maldade na destruição da família, ou pecado em serem traidores dos seus amigos; Por que nós, que claramente vemos o mal na destruição da família, não deveríamos pensar em afastar este pecado, Ó Krishna? (1.38-39) |