TEORIA E PRÁTICA DE KARMA-YOGA Você tem o controle sobre os feitos apenas da
sua responsabilidade, mas não controle ou reclamação sobre os resultados. Os
frutos do trabalho não devem ser seu motivo, e você nunca deverá ser inativo.
(2.47) A reta visão do mundo se desenvolve quando nós entendemos
plenamente que nós possuímos habilidade para colocar o melhor dos nossos
esforços dentro de tudo; nós não
devemos escolher o resultado (da ação) do nosso trabalho. Absolutamente, nós
não temos o controle sobre todos os fatores que determinam o resultado. As
coisas do mundo não se desenrolariam se todos tivesse sido entregue o poder
de escolher os resultados das suas ações, ou para satisfazer os seus
desejos. A alguém é dado o poder e a
habilidade de fazer a sua respectiva responsabilidade na vida, mas ninguém
está livre para escolher os resultados. O trabalho sem a expectativa de
sucesso, ou bons resultados, pode ser sem sentido, mas para estar plenamente
preparado para o inesperado será uma importante posição para qualquer
planejamento. Swami Karmananda disse: “A essência do Karma-yoga é realizar o
trabalho para a satisfação do Criador; mentalmente renunciar os frutos de
todas as ações; e deixe Deus tomar conta dos resultados. Seu dever é viver –
no melhor da sua habilidade – como um servo pessoal de Deus sem qualquer
recompensa para o gozo pessoal dos frutos do seu trabalho”. O medo do fracasso, causado por ser emocionalmente
apegado aos frutos do trabalho, é o grande impedimento para o sucesso, porque
ele rouba a eficiência pelo distúrbio constante do equilíbrio da mente.
Portanto, as obrigações devem ser feitas com desapego. O sucesso em qualquer
tarefa torna-se fácil se o trabalho é feito sem a perturbação do resultado. O
trabalho é realizado mais eficientemente quando a mente não está continuamente
– consciente ou subconscientemente -
perturbada pelo resultado, bom o mal, de uma ação. Deve-se descobrir este fato pessoalmente na vida. Uma
pessoa deve trabalhar sem o motivo egoísta, conforme a sua responsabilidade,
para uma grande causa, auxiliando a humanidade particularmente, do mesmo modo
que a si mesmo, a uma criança, ou a
pouco indivíduos. Tranqüilidade e progresso espiritual resultam do serviço
desapegado, enquanto que o trabalho motivado pelo egoísmo cria o cativeiro do
Karma, bem como uma grande decepção. O serviço desapegado e dedicado por uma
grande causa conduz para a paz eterna aqui e para o futuro. O limite da jurisdição de alguém termina com a realização
da obrigação; ela jamais cruza o jardim do fruto. Um caçador tem controle
sobre a flecha apenas, nunca sobre o veado. Harry Bhala disse: “um lavrador
tem controle de seu trabalho sob suas mãos, apesar disto ele não tem controle
sobre a colheita. Mas ele não pode esperar a colheita se não trabalhar em sua
terra”. Quando alguém não deseja por prazer ou vitória ele não é
afetado pela dor ou derrota. Questões de prazer ou sucesso, ou de dor ou
fracasso não são levantadas porque um karmayogi está sempre no caminho servil
sem esperar pelo gozo dos frutos da ação, ou mesmo as flores do trabalho. Ele
ou ela descobrem o prazer do serviço. A miopia de curto prazo, ganho pessoal,
causado pela ignorância da metafísica, é a raiz de todos os males na
sociedade e no mundo. O pássaro da retidão não pode ser aprisionada na gaiola
do ganho pessoal. Dharma e egoísmo não podem permanecer juntos. O desejo pelos frutos aprisionam alguém no beco escuro do
pecado e o impede do real crescimento. A ação realizada apenas pelo interesse
próprio é pecaminosa. O bem estar individual repousa no bem estar da sociedade.
O sábio trabalha para toda a sociedade, enquanto o ignorante trabalha apenas
para si mesmo ou seus filhos e netos.
O conhecedor da verdade não permite a sombra do ganho pessoal atacar o
caminho do dever. O segredo da arte de viver uma vida significante é ser
intensamente ativo sem qualquer motivo egoísta, como declarado a baixo: Faça as suas ações no melhor de suas
habilidades, Ó Arjuna, com sua mente ligada ao Senhor, abandonando a
preocupação e o apego egoísta para os resultados, permanecendo calmo tanto no
sucesso como no fracasso. O serviço sem egoísmo traz paz e tranqüilidade da
mente, que conduz a união com Deus. (2.48) O Karmayoga é definido como “fazer as
obrigações enquanto mantêm-se a tranqüilidade”, sob todas as circunstâncias.
Dor e prazer, nascimento e morte, perda e ganho, união e separação são
inevitáveis, estando sob o controle de alguma ação passada, ou Karma, do modo
como se sucedem o dia e a noite. O tolo se regozija na prosperidade e se
aborrece na adversidade, mas um karmayogi permanece tranqüilo sob todas as
circunstâncias (TR 2.149.03-04). A palavra “yoga” pode também ser definida
nos seguintes versos do Gita: 2.50, 2.53, 6.04, 6.08, 6.19, 6.23, 6.29, 6.31,
6.32, 6.47. Qualquer técnica prática de entendimento da Realidade Suprema, e
unindo-as com Ele (Krishna), é chamada prática espiritual ou Yoga. O
trabalho feito com motivo egoísta é inferior e está longe do serviço
desapegado. Portanto, seja um trabalhador desapegado, Ó Arjuna. Aqueles que
trabalham apenas para o gozo dos frutos dos seus trabalhos são infelizes
(porque não se tem controle sobre os resultados). (2.49) Um Karmayogi, ou uma pessoa desapegada, torna-se livre tanto da virtude como do vício em sua vida.
Portanto, esforce-se por serviço desapegado. Trabalhar o melhor das suas
habilidades, sem apegar-se egoisticamente pelos frutos do trabalho, chama-se
Karmayoga ou Seva. (2.50) Paz, compostura, e liberdade do cativeiro
kármico aguarda aquele que trabalha por uma nobre causa, com um espírito de
desapego e que não procura qualquer recompensa ou reconhecimento. Tais
pessoas regozijam-se no serviço desapegado que no final das contas os conduz
para a bem-aventurança da salvação. Karma yoga purifica a mente e é muito
poderosa e uma fácil disciplina espiritual que alguém pode praticar enquanto
vive e trabalha na sociedade. Não há melhor religião do que o serviço
desapegado. Os frutos do vício e da virtude crescem somente na árvore do
egoísmo, não na árvore do serviço desapegado. Geralmente, aquele pensamento trabalha
arduamente quando se está profundamente interessado neles, ou apegado a eles,
os frutos do trabalho. Portanto, Karmayoga ou serviço sem egoísmo
(desapegado) talvez não conduzam ao progresso material individual ou social.
Este dilema pode ser resolvido pelo desenvolvimento da atividade do serviço
desapegado por uma nobre causa de alguém escolha, jamais permitindo que a
ganância pelos frutos dilua o pureza da ação. Habilidade e experiência no
trabalho é não atar-se pela obrigações do karma de alguém ou a obrigações
mundanas. Os Karma Yogis estão livres do cativeiro do renascimento,
devido a renúncia do serviço desapegado aos frutos de todo trabalho,
alcançando um divino estado de salvação ou Nirvana. (2.51) Quando seu intelecto
perfurar completamente o véu da confusão a respeito do Ser e do não-Ser,
então você irá tornar-se indiferente para o que foi dito e o que é para ser
escutado das escrituras. (2.52) As escrituras tornam-se dispensáveis após o
esclarecimento. De acordo com Shankara, este verso significa alguém que teve
arrancado em partes o véu da ignorância e realizado a Verdade, tornando-se
indiferente aos textos védicos que prescrevem em detalhes a realização de
rituais para o alcance dos frutos do desejo. Quando
o seu intelecto, que está confuso pelo conflito de opiniões e pela doutrina
ritualística dos Vedas, ficar firme e sólido, centrando-se no Ser Supremo,
então você irá ser iluminado e irá se unir completamente com Deus em transe.
(2.53) Ler escrituras não sagradas ou a leitura de diferentes escritos filosóficos é amarra para criar confusões. Ramakrishna disse: “Deve-se aprender das escrituras que unicamente Deus é real e o mundo é ilusório”. Um iniciante deveria conhecer que somente Deus é eterno e que tudo o mais é temporário. Após a auto-anunciação, encontra-se o Deus único tendo transformado tudo. Tudo é Sua manifestação. Ele é ostentado de várias formas. No transe, ou no estado de superconsciência da mente, a confusão surgida do conflito de opostos cessa, e o equilíbrio mental é alcançado.Diferentes escolas de pensamento, cultos, sistemas de filosofia, meios de adoração, e práticas espirituais encontrados na cultura védica são diferentes degraus da escada do Yoga. Semelhante amplitude de escolhas d e métodos não existe em qualquer outro sistema, religião, ou meio de vida. Pessoas de diferentes temperamentos são diferentes devido as diferenças nos seus estágios de desenvolvimento espiritual e entendimento. Portanto, diferentes escolas de pensamento são necessárias para vestir as diferenças individuais assim como o mesmo indivíduo, ele ou ela, crescem e se desenvolvem. A mais alta filosofia do puro monismo é o degrau superior da escada. A vasta maioria não pode compreender isso. Todas as escolas e cultos são necessários. Não se deve ficar confuso por causa de diferentes métodos, mas deve-se escolher com sabedoria. Arjuna
disse: Ó Krishna, quais são os sinais de uma pessoa iluminada, cujo o
intelecto está firme? O que pensa e fala uma pessoa de intelecto firme? Como
se comporta semelhante pessoa com os outros, e como vive neste mundo? (2.54) As respostas para todas as questões feitas acima são dadas pelo Senhor Krishna nos versos que ficam neste capítulo, descritas a seguir: |