OS VEDAS TRATAM DE AMBOS
ASPECTOS DA VIDA, MATERIAL E ESPIRITUAL A pessoa enganada, que se deleita nos
melodiosos cantos dos Vedas – sem o entendimento do real propósito dos Vedas
– pensa, Ó Arjuna, que não há nada mais nos Vedas exceto rituais, com o único
propósito de obter o regozijo celeste. (2.42) Eles estão dominados pelos desejos materiais
e consideram o alcançar do paraíso como a meta mais elevada da vida. Eles
ocupam-se em ritos específicos com o propósito de prosperidade material e gratificação. O renascimento é o
resultado destas ações (2.43) A auto-realização – a real meta da vida – não é possível para aqueles
que estão apegados ao prazer e poder, e para quem o juízo está obscurecido
pelos rituais e atividades para a satisfação dos desejos egoístas. (2.44) A
auto-realização é para que se conheça o relacionamento com o Senhor Supremo e
Sua verdadeira natureza transcendental. A promessa de benefícios materiais
nos rituais védicos são como promessas de açúcar candy feitas pela mãe a
criança para induzir, ele ou ela, a tomarem remédios do desapego da vida
material; esta é a principal instância. Os rituais precisam ser trocados com
o tempo e ser direcionados acima pela devoção e boas ações. As pessoas podem
rezar e meditar a qualquer hora, em qualquer lugar, sem qualquer ritual. Os
rituais tem representado uma
importante função na vida espiritual, mas neles também há enormes
abusos. O Senhor Krishna e o Senhor Buddha desaprovaram o uso impróprio dos
rituais védicos, não os rituais em si mesmos. O rituais criam uma sagrada e
abençoada atmosfera. Eles são respeitáveis como sendo um navio celestial (RV
10.63.10) e criticados como uma frágil jangada (MuU 1.2.07). A parte dos Vedas trata dos três modos –
bondade, paixão e ignorância – da natureza material. Eleve-se acima destes
três modos, e seja auto-consciente. Torne-se livre da tirania do par de
opostos. Fique tranqüilo e indiferente com os pensamentos de aquisição e
preservação de objetos materiais. (2.45) Para a pessoa iluminada, que está realizada
na verdadeira natureza do Ser interior, os Vedas tornam-se proveitosos como
um pequeno reservatório de água, tornando-se disponível como a água de um
grande lago. (2.46) As escrituras são como um lago finito que flui suas águas para o infinito oceano da verdade. Portanto, as escrituras tornam-se desnecessárias somente após o esclarecimento, do mesmo modo que um reservatório de água não tem utilidade quando é cercado por um dilúvio. Aquele que há realizado o Ser Supremo não desejará obter o paraíso por intermédio da realização de rituais védicos. As escrituras, assim como os Vedas, são meios necessários, não são o fim. As escrituras possuem a intenção de nos conduzir e guiar-nos no caminho espiritual. Uma vez que a meta é alcançada, elas serviram-nos com o seu propósito. |