Sábado, 20 de julho
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A percepção é o nosso único conhecimento real, ou religião.
Embora falemos da nossa alma, durante séculos,
não será por isso que conseguiremos conhecê-la.
Não existe diferença entre teorias e ateismo.
Em geral, o ateu é um homem mais sincero.
Cada passo que eu dou na direção da luz,
é meu para sempre.
Quando vão a um país e o conhecem, então ele é seu.
Cada um de nós tem que ver por si mesmo;
os mestres só podem *trazer a comida*,
nós temos que comê-la para nos alimentarmos.
Os argumentos nunca poderão provar a existência
de Deus, exceto como uma conclusão lógica.
É impossível encontrar Deus fora de nós.
Nossas próprias almas,
produzem toda a divindade que há fora de nós.
Somos o maior dos templos.
A objetivação é só uma pobre imitação
do que vemos dentro de nós mesmos.
A concentração dos poderes da mente, é o único
instrumento de que dispomos para ver Deus.
Se conhece uma alma (a sua) conhecerá
todas as almas, passadas, presentes e futuras.
A vontade concentra a mente e, certas coisas, excitam
e controlam esta vontade, tais como a razão,
o amor, a devoção, a respiração, etc.
A mente concentrada, é uma lâmpada
para nos mostrar todos os rincões da alma.
Não há um método que possa convir a todos.
Esses diferentes métodos, não são passos
que devam ser dados um depois do outro.
As cerimônias são a forma ínfima,
depois vem o Deus externo e, por fim, o interno.
Em alguns casos, pode ser necessária a gradação,
mas algumas vezes, um só caminho é necessário.
Seria uma grande loucura dizer a todos
vocês devem passar por karma e bhakti
antes de alcançarem jnanam.
Apoiem-se em sua razão até que alcancem
algo mais elevado e reconhecerão que o que está mais
elevado, não se choca com a razão.
O estado superior à consciência, é a inspiração
(samadhi), porém não confundam
os transes histéricos com a inspiração real.
É uma coisa terrível, pretender falsamente que se sinta
essa inspiração e confundir o instinto com ela.
Não existe prova externa da inspiração,
a conhecemos por nós mesmos; nosso guardião
contra o erro, é negativo: é a voz da razão.
Toda religião consiste em ir além da razão.
Porém a razão é o único guia para se chegar a ela.
O instinto é como o gelo, a razão é a água e a inspiração
é a mais sutil forma de vapor; um segue ao outro.
Em todas as partes se acha essa eterna sequência:
inconsciência, consciência, inteligência;
matéria, corpo e mente; a nós parece como se a cadeia
começasse no elo particular, que pegamos nas mãos.
Os argumentos de ambos os lados,
tem igual peso e os dois são verdadeiros.
Devemos chegar além de ambos,
onde não existe nem um nem outro.
Todas essas sucessões, são Maya.
A religião está acima da razão; é sobrenatural.
A fé não é a crença, é o apoderar-se do Último,
uma iluminação.
Primeiro ouvir, depois raciocinar e descobrir
tudo que a razão possa conhecer sobre o Atman;
que o aluvião da razão, passe sobre Ele,
depois, pegue o que restar.
Se não sobrar nada, dê graças a Deus,
por ter escapado de uma superstição.
Quando estiverem convencidos de que nada pode
arrancar-lhes o Atman, que ele resiste
a todas as provas, aferrem-se a isso e ensinem a todos.
A verdade não pode ser parcial, é para o bem de todos.
Finalmente, em perfeito repouso e paz,
meditem sobre Ele, concentrem suas mentes
Nele e se façam unos com Ele.
Então, nenhuma palavra será necessária;
o silêncio conduzirá para a verdade.
Não gastem suas energias falando;
meditem em silêncio e não permitam
que o burburinho do mundo externo os perturbe.
Quando suas mentes se acharem num lugar
mais elevado, serão inconscientes Dele.
Acumulem poder, em silêncio e se convertam
em dínamos de espiritualidade.
O que pode dar um mendigo ?
Só um rei pode dar e, unicamente,
quando nada necessita para si.
Considerem seu dinheiro, simplesmente, como
se fossem guardiões de algo que pertence a Deus.
Não tenham apego por ele.
Abandonem nome, fama, dinheiro;
são uma escravidão terrível.
Sintam a maravilhosa atmosfera da liberdade.
Vocês são livres ! Vocês são o infinito !
Na minha alma, não posso achar princípio nem fim.
Tudo em mim, é EU. Repitam isso, incessantemente.