Domingo - 21 de julho
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(Aforismos yogis de Pantajali) A *yoga* é a ciência do domínio de *chitta* (mente),
para que nela não se produzam *vrittis* (modificações).
A mente é uma mescla de sensações e sentimentos,
ou de ação e reação e, portanto, não pode ser permanente.
A mente tem um corpo sutil e, através dele,
interfere sobre o corpo denso.
A vedanta diz que, por trás da mente, se acha o EU real.
Aceita os outros dois, porém afirma um terceiro,
o Eterno, o Último, a análise final, a unidade
onde não existem mais compostos.
O nascimento é a re-composição, a morte
é des-composição, e a análise final é onde se encontra
o Atman; onde já não há mais divisão possível,
se alcança o perdurável.
O oceano inteiro está presente
por trás de cada onda e todas as manifestações
são ondas, algumas muito grandes
e outras pequenas; mas todas são o oceano
em sua essência, o oceano por inteiro,
porém como ondas, cada uma é uma parte.
Quando o mar está em repouso, então tudo é uno;
"um espectador sem espetáculo", diz Pantajali.
Quando a mente está ativa,
o Atman está mesclado com ela.
A repetição de antigas formas
em rápida sucessão, constitui a memória.
Sejam desapegados.
Conhecimento é poder e adquirindo
um adquirimos o outro também.
Pelo conhecimento poderão fazer
até que se desvaneça o mundo material.
Quando podemos liberar, mentalmente,
um objeto qualquer de uma qualidade atrás da outra,
até que todas tenham desaparecido, podemos,
com a vontade, fazer desaparecer de nossas
consciências, o próprio objeto.
Aqueles que estão prontos,
avançarão muito rapidamente
e podem chegar a ser yogis em seis meses.
Os menos desenvolvidos podem demorar vários anos;
qualquer um que trabalhe sinceramente e abandone
tudo o mais, dedicando-se somente a praticar,
pode chegar à meta em doze anos.
Bhakti os levará ao mesmo ponto sem nenhuma
dessas ginásticas mentais,
porém é o caminho mais lento.
Isvara é o Atman tal como o vê e percebe a mente.
Seu mais elevado nome é OM, por conseguinte,
devemos repetir e meditar nele e pensar e
m sua natureza e em todos os seus
atributos maravilhosos.
A repetição contínua de OM
é a única adoração verdadeira.
Não é uma palavra; é Deus mesmo.
A religião não nos dá nada de novo; só afasta
os obstáculos e nos permite ver nosso próprio EU.
A enfermidade é o primeiro grande obstáculo;
um corpo são é o melhor instrumento.
A melancolia constitui uma barreira quase insuperável.
Se, por um instante, pudessem conhecer a Brahman,
nunca mais estariam melancólicos.
A dúvida, a falta de perseverança
e as idéias equivocadas são outros tantos obstáculos.
*Pranas* são energias sutis, fontes de movimento.
São dez no total: cinco internas e cinco externas.
Uma grande corrente flui para cima e outra para baixo. *Pranayama* é o controlador dos pranas mediante o alento.
A respiração é o combustível, *prana* é o vapor e o corpo
é a máquina. *Pranayama* se compõe de três partes:
*puraka*, (a inspiração do alento), *kumbhaka*,
(a retenção) e *rechaka* (a expiração).
O Guru é o condutor, por intermédio
de quem se chega à influência espiritual.
Qualquer um pode ensinar, porém o espiritual,
deve ser dado pelo Guru
ao *sishya* (discípulo) e assim dará fruto.
A relação entre *sishyas* é a de fraternidade
e isto é, realmente, aceito pela lei, na Índia.
O Guru transmite o poder do pensamento,
o *mantram*, que recebeu de seus predecessores;
nada pode ser feito sem um Guru.
Realmente há um grande risco nisso.
Geralmente, sem um Guru,
essas práticas yogas levam à luxúria;
porém tendo um, isso raramente ocorre.
Cada *Ishtam* tem um mantram.
O *Ishtam* é o ideal particular de cada devoto;
o mantram, é a palavra externa que o expressa.
A constante repetição da palavra ajuda
a fixar o ideal firme na mente.
Este método de adoração prevalece
entre os devotos religiosos de toda a Índia.