Terça Feira, 23 de Julho
- 30 -
(Bhagavad Gita - Karma Yoga)
Para obter a liberação,
mediante o trabalho,
é necessário
empreendê-lo sem desejos,
sem ansiar pelos seus resultados.
Uma obra assim, leva ao
conhecimento
o que, por sua vez, produz
a emancipação.
Abandonar a obra antes de
*conhecer*, conduz à desdita.
O trabalho feito para o
EU, não ocasiona prisão.
Não desejem o prazer
nem temam
a dor consequentes do trabalho.
São a mente e o corpo
que atuam, não nós.
Digam isso, incessantemente,
e alcançarão a realização.
Tratem de não saber
que trabalham.
Façam
tudo como um sacrifício ou uma oferenda ao Senhor.
Estejam no mundo, porém
não pertençam e ele;
imitem a flor do lotus,
cujas raizes estão no lodo,
porém ela se mantém
sempre pura.
Distribuam seu amor a todos,
sem levar em conta como
eles o tratam.
Um cego não pode
ver a cor, como podemos nós ver o mal,
a não ser que o tenhamos
dentro de nós mesmos ?
Comparamos o que vemos fora,
com o que temos dentro e,
de acordo com isso,
emitimos um julgamento.
Se somos puros, não
podemos ver impurezas.
Elas podem existir, mas
não para nós.
Vejam somente Deus em cada
homem, mulher
ou criança; vejam
através de *antarjyotis*
(luz interna) dessa forma
não poderão ver
nenhuma outra coisa, apenas
Deus.
Não desejem esse
mundo porque
aquilo que se deseja, se
obtém.
Busquem o Senhor e o Senhor,
apenas.
Quanto mais poder há,
maiores os elos que aprisionam
e maior o temor.
Quanto mais covardes e infelizes
somos do que a formiga.
Abandonemos tudo e entreguemos
ao Senhor.
Busquem a ciência
do fazedor e não a do feito.
"Eu sou
o agente e a ação".
"Aquele que pode dominar
a corrente da luxúria
e da ira, é um grande
yogi".
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"Só pela prática
e pelo desapego
podemos conquistar a mente".
Nossos antepassados hindus,
se sentavam
e pensavam em Deus e na
moralidade;
também nós,
temos cérebros com os quais podemos
chegar aos mesmos fins;
porém em nossa corrida
para obter ganhos,
estamos expostos a perdê-los
de novo.
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O corpo
tem em si, certo poder de curar-se
e são muitas as coisas
que podem despertar
e por em ação,
esse poder curador, tal como
as condições
mentais, as medicinas, o exercício, etc.
Enquanto estamos incomodados
pelas condições
físicas, necessitamos
do agente dos auxílios físicos.
Até nos livrarmos
do cativeiro dos nervos,
temos que fazer caso deles.
Existe
a mente inconsciente, porém está abaixo
da consciência, que
é uma parte do organismo humano.
A filosofia se compõe
de conjecturas acerca da mente.
A religião se baseia
no sentir e ver,
as únicas bases do
conhecimento.
Chamamos de *fato* ao que
entra em contacto
com a mente supraconsciente.
Aptos são aqueles
que *sentiram* a religião.
A prova de que isso é
verdade, consiste em seguir
um método; vocês
constatarão por si mesmos.
Cada ciência requer
seu próprio
método particular
e seus instrumentos.
Um astrônomo não
pode mostrar-nos
os anéis de Saturno,
com a ajuda dos petrechos
de cozinha; precisa e um
telescópio.
Do mesmo modo, para ver
os grandes fatos da religião
deve ser seguido o método
daqueles que o viram.
Quanto maior é uma
ciência,
mais variados são
os meios para estudá-la.
Antes de entrarmos no mundo,
Deus nos havia dado
os meios para sair dele;
por conseguinte,
a única coisa que
devemos fazer, é encontrá-los.
Mas não discutam
acerca dos métodos.
Busquem, apenas, a realização
e elejam o método
que pareça mais propício
para cada um de vocês.
Comam as mangas e deixem
que os outros
discutam sobre os cestos.
Vejam o Cristo, então
serão cristãos.
Tudo o mais são palavras
e quanto menos palavras,
melhor.
A mensagem
faz o mensageiro.
O Senhor faz o templo e
não o contrário.
Aprendam
até que a glória de Deus brilhe através
de seus rostos, como brilhou
no rosto de Svetaketu.
(o discípulo do grande
sábio Probahana).
O choque
de umas conjecturas contra outras,
constitui a luta; mas, falando
do que se viu,
não haverá
coração humano que resista.
Paulo foi convertido contra
a sua vontade,
por sua realização.
Tarde
A ilusão
cria a ilusão.
A ilusão se cria
por si mesma e, a si mesma
se destrói; assim
é Maya. Tudo o que
chamamos de conhecimento,
está baseado em Maya,
constitui um círculo vicioso
e, com o tempo, esse mesmo
conhecimento destrói a si mesmo.
*Solta a corda*; a ilusão
não atinge o Atman.
Quando nos mantemos presos
à corda,
nos identificamoscom Maya
e esta tem poder sobre nós.
Abandonen-na; sejam somente
a Testemunha,
e poderão então
admirar,
sem sofrimento, o panorama
do universo.
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