Quarta feira, 24 de Julho

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    Os poderes adquiridos pela prática da Yoga, não são
obstáculos para o principiante, por causado assombro
e do prazer que despertam com os exercícios.
*Siddhis* são os poderes que assinalam o êxito
na prática e podem ser produzidos por vários meios,
tais como a repetição de um mantram,
pela prática da yoga, a meditação, o recolhimento
e até pelo uso de ervas e de drogas.
O yogi que conseguiu vencer seu interesse pelos poderes
adquiridos e renuncia a todas as virtudes nascidas
dos seus atos, entra na *nuvem de virtude*
(nome de um dos estados de samadhi)
e irradia santidade, como uma nuvem verte água.
    A meditação é feita sobre uma série de objetos,
a concentração sobre um objeto apenas.
    A mente é conhecida pelo Atman,
mas não é auto-luminosa.
O Atman não pode ser causa de coisa alguma.
Como  poderia  sê-lo ?
Como pode o Purusha unir-se a Prakriti ? (natureza).
É impossível e acreditar nisso é apenas uma ilusão.


   Aprendam a ajudar sem se compadecer,
nem sentir que há qualquer infelicidade.
Aprendam a ser o mesmo, tanto para o amigo quanto
para o inimigo, e quando puderem fazer isso
e já não tiverem desejo algum, terão alcançado a meta.
Cortem a árvore do desejo
com o machado do do desinteresse .
Tudo é ilusão.
"Aquele que se despojou dos pessimismos e das  ilusões,
o que superou os males da associação, este é *azad* (livre)."
    Amar a alguém, pessoalmente, é prisão.
Amando a todos, por igual, todos os desejos se desvanecerão.
O tempo, que a tudo destrói, chega, e todas as coisas tendem
a desaparecer. Para que tratar de melhorar o mundo,
de *pintar a mariposa* ? Tudo tem que passar.
Não sejam como insignificantes ratos brancos
numa jaula giratória, sempre trabalhando
 sem conseguir nada.
Todo desejo leva, entremeado, algum mal,
tanto se for bom, quanto se for mau.
É como um cachorro que pula para apanhar
um pedaço de carne, que cada vez fica mais
fora do seu alcance e morre, finalmente, como um cão.
Não sejam assim:
arranquem de dentro todos os desejos.


    *Paramatman*, como diretor de Maya, é Isvara;
Paramatman, submetido a Maya é Jivatman.
Maya é a soma total da manifestação
e se desvanecerá totalmente.
    A natureza da árvore é Maya; em realidade,
é a natureza de Deus que vemos sob os véus de Maya.
O porque de todas as coisas, está em Maya.
Indagar por que existe Maya é uma pergunta  inútil,
já  que a resposta nunca pode ser dada em Maya.
E além de Maya ?  Quem formulará esta pergunta ?
O mal cria o *por que*, não o *porque* o mal
e é o mal que pergunta por que ?
A ilusão destrói a ilusão.
A  razão mesma, por estar baseada na contradição,
é um círculo e tem que matar a si mesma.
A percepção dos sentidos é uma interferência,
e, sem dúvida, toda interferência procede da percepção.
    A ignorância, refletindo a luz de Deus, é coisa que se vê;
porém, em si mesma, é zero.
A nuvem não apareceria, se a luz do Sol
não se derramasse sobre ela.