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Divisão
das obras As divisões dos Romances de José de Alencar:ROMANCES URBANOS: Numa época onde a imitação de costumes europeus se misturava com a mediocridade da vida local, Alencar percebeu a existência de uma tensão: "a luta entre o espírito conterrâneo e a invasão estrangeira". E tentou retratar esta duplicidade. Mas lhe faltou clareza ideológica. Seus relatos urbanos são tão contraditórios quanto a sociedade que procura refletir. Oscilam entre a estrutura do folhetim e a percepção da realidade brasileira. Só que esta era de tal forma pobre, que não bastaria para um romancista seduzido pela idéia de grandeza. Precisou inventar paixões violentas, renúncias sublimes, etc., o que geralmente compromete suas narrativas com valores alienígenas. Contudo, dois relatos permanecerão como modeladores. Neles, o autor além de traçar seus "perfis femininos" - foi capaz de relacionar o drama dos indivíduos com o organismo social. Num, (Lucíola) a impossibilidade de união entre dois grupos distintos, o marginal e o burguês. Noutro, (Senhora) o casamento por interesse, um dos poucos móveis de ascensão econômica na sociedade brasileira da época.
ROMANCES REGIONALISTAS: Os chamados romances "regionalistas" são também construídos a partir daquele nacionalismo que constituiu uma das idéias chaves do autor. Alencar vê as regiões "de fora", mesmo quando escreve O Sertanejo, cuja realidade devia conhecer bem. Não está interessado em revelar o cerne de um mundo diferenciado do litoral. Pelo contrário, quer integrar as regiões ao corpo de uma nação centralizada, sob o comando das elites imperiais. Alencar torna-se o porta-voz artístico da unificação nacional. E o resultado é uma literatura mítica, celebratória dos encantos regionais, porém insuficiente para descrever as peculiaridades e o atraso das províncias periféricas do Brasil.
ROMANCES HISTÓRICOS E INDIANISTAS: Os romances localizados no passado histórico tem uma intenção simbólica. Deveriam, no plano literário, representar "poeticamente", isto é, miticamente, as nossas origens e a nossa formação como povo. Mais uma vez, o compromisso social de Alencar com a classe dirigente leva-o a suprimir os verdadeiros aspectos históricos e antropológicos de nossa sociedade. Aquilo que alguns críticos chamam de "triunfo da imaginação e da fantasia", na verdade é o desejo ideológico de mostrar um Brasil glorioso, positivo, com problemas que quase nunca ultrapassam a dimensão pessoal dos personagens. Aqui podemos operar com uma divisão indicada pelo próprio escritor: há os textos que lidam mais com a esfera histórica; e há outros que se vinculam mais ao mito aborígine. O Guarani, incluído pelo autor no primeiro grupo, representaria uma espécie de traço de união entre ambos. Quanto aos romances tipicamente históricos podemos afirmar que: a) pouco têm a ver com fatos ocorridos concretamente em nosso passado; As narrativas indianistas delimitam-se por uma valorização do nativo enquanto elemento útil para a civilização branca. A tal idéia misturam-se outros dados tais como o culto da natureza, o gosto pelo exótico e o distanciamento do real, porque os índios, Peri, Iracema, Jaguarê, etc., vivem no espaço da idealização autojustificatória das elites. Nota-se no cearense toda a ambigüidade do intelectual da época: observou nos nativos determinadas particularidades, a língua, os deuses, certos costumes, mas em sua essência, em sua psicologia, esses índios são heróis europeus, cavaleiros medievais, perdidos em bravias florestas, com um destino épico a cumprir. Assim, os leitores orgulhava-se de uma pretensa origem indígena, formulando para si mesmos uma identidade valorosa. Obras Romanescas de José de Alencar:
TEATRO: CRÔNICA: AUTOBIOGRAFIA INTELECTUAL: CRÍTICA E POLÊMICA: RESENHAS: Tronco do Ipê Singela narrativa, bem brasileira, com todo aquele motiz Alencar soube dar a todas as suas obras. A história da fazenda de Nossa Senhora do Boqueirão, desde seus prósperos dias, tem na figura do velho preto Benedito, o fiel escravo, o centro de todo o mistério que envolve as ruínas do alegre sítio de outrora. O desenrolar das cenas comovem e enternece o leitor, principalmente aquelas decorridas junto ao Tronco do Ipê, onde Mário, o filho do senhor, *cresce sob os desvelos do dedicado africano.
O Sertanejo Um dos romances bastantes brasileiros em que Alencar dá expansão ao seu gênero de pincelador retratando com belas e radiantes cores a paisagem do sertão um destemido vaqueiro a serviço capitão-mor Arnaldo Campelo que enfrenta os mais sérios riscos na esperança de constar a simpatia da filha do fazendeiro. Arnaldo tem destaque nas cavalhadas a maneira medieval de Ivone famosas liças. Marcos Fragoso se faz seu único rival. Afinal Dona Flor é prometida a Leandro Barbilho. No instante casamento, surge os inimigos de Campelo. Encerra o tiroteio, morre Leandro Barbalho, Dona Flor lamente enquanto Arnaldo tenta consolá-la.
Lucíola Lucíola era Maria da Glória, uma menina que foi obrigada a prostituir-se para salvar a vida de sua família, dizimada pela febre amarela. Ao mudar de nome - de Maria da Glória para Lucíola, uma amiga "sem família" que morreu em sua casa - Lucíola transforma-se de "anjo" em "demônio", pagando com a vida, e também com a vida do filho através do qual pretendeu merecer, como uma "mulher comum", o amor de Paulo, o "pecado" de ter se apaixonado. |
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