Espaço  Comportamental
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Grupo de Estágio Supervisionado em Terapia Comportamental da UFBA
O  Programa de Estágio Supervisionado em Terapia Comportamental,  aqui apresentado, vem  sendo  aplicado  há mais de doze  anos, com contínuos aperfeiçoamentos semestrais sem, entretanto, alterar seus fundamentos comportamentalistas  radicais, inda que também contemple  algumas contribuições  da terapia cognitivo-comportamental.  As eficácias clínica e acadêmica  do Programa  têm  sido  regularmente  reconhecidas nas análises e discussões dos próprios estagiários,  nas sessões de supervisão, ao  longo dos semestres letivos e períodos de atividades de extensão, e nos relatórios finais do estágio. Face a esses resultados, decidimos  disponibilizar  nosso programa  e material, na esperança de contribuir  para o aperfeiçoamento de procedimentos facilitadores ao ensino de uma prática psicoterápica mais eficaz.
Objetivos
O  Programa  prevê  o desenvolvimento  de  atividades, por parte dos estagiarios,  solucionadoras  de problemas clínicos, inerentes à consecução do objetivo  terapêutico: (re)estabelecimento  da  autonomia   funcional  do cliente  na  resoluçao de  seus problemas  de comportamento.  Para  tanto, o estagiário  é orientado  a: 1) proceder atendimentos clínicos sema-nais;  2)  redigir,  de forma  mais  completa  possível, imediatamente após o final de cada atendimento, tudo  que  o  cliente fez  e  relatou  e  que  seja  clinicamente   relevante  à compreensão  do  problema com o qual ele e o cliente vão lidar ;  3) transcrever  o  material  redigido, relativo  a cada  atendimento, para  os  devidos campos dos formulários: a) 
Extratos das Entrevistas (Anamnese) e  b) Resumo da Avaliação Comportamental, disponíveis diretamente nas páginas Escalas e Textos; e  4)  finalmente,  o estágiário deve  apresentar, ao grupo, uma  síntese das informações relevantes, em termos de análise de contingências comportamentais, ressaltando o que levou seu cliente a buscar atendimento terapêutico, a(s)  queixa(s) e suas estratégias atuais  de  enfrentamento e de solução do problema, as hipóteses diagnósticas e prognósticas  e  tudo mais que pertinente e relevante for aos atendimentos e à solução definitiva do  problema do cliente.  Há  apoio, esclareci-mentos  e orientações do supervisor, sem  enfatizar  erros, mas  ressaltando-se os acertos, com intensa  participação dos demais membros  da  equipe.
Condições
A  oportunidade  de relatar, em grupo, os trabalhos de atendimento, num ambiente  não-punitivo  e de descontração, sem medo de errar, devido a elevada probabilidade de acerto, talvez seja o ponto criticamente mais relevante das  atividades do Estágio, sem, obviamente, desconsiderar outras atividades e condições necessárias. Em  outras palavras, o estagiário pode utilizar e se submeter a todos os demais procedimentos e condições  disponíveis, prescritas  no Programa, mas, se ele não atuar verbal e analiticamente sobre suas próprias experiências como estagiário-terapeuta (leituras, observações, reproduzir modelos, discussões, exercícios, redações)  e, principalmente, sobre seus atendimentos, ele  não  se  tornará  capacitado a compreender  e ajudar seus clientes, na  solução de problemas de comportamentos dos mesmos.   Ademais, consideramos  que  a  real  efetivação dessa análise, essa reflexão sobre o material coletado nos atendimentos, somente se concretiza pela sua expressão em situação social. A comunidade de terapeutas, e não só os clientes, provê, em  última instância, as contingências reforçadoras ao comportamento de análise, inclusive tratamento ou intervenções adequadas.
Procedimento
Introdutoriamente, convém  destacar, além  da  preocupação  contínua com a integração das atividades, o  sentido com  o qual  o Programa foi elaborado, isto é, uma racional  que  sugere uma  espécie de enredo  -  a funcionalidade  do  procedi-mento, levando-se  complementarmente em conta a estruturação e o desenvolvimento orientados de  tarefas, com princí-pio, meio e fim. E é isto que parece torná-lo significativo: a análise e contextualização dos comportamentos de terapeutas e clientes, suas origens, histórias e objetivos, com o provimento de condições geradoras e mantenedoras de  contingên-cias programadas e discriminadas nas  situações de supervisão.  Naturalmente, a  leitura  e a  análise  detidas do texto do próprio Programa, seguidas de minuciosa discussão em grupo, são de enorme valia como lição inicial.
A escolha  de atividades  apropriadas  ao treino inicial de escuta e inquirição, para os terapeutas-estagiários, pode recair sobre exercícios (jogos, ensaios, dramatizações, etc) que  desenvolvam  habilidades verbais relacionadas à  curiosidade, à  escuta  atenta, à formulação de  hipóteses pertinentes e relevantes, à formulação de questões produtivas, à  maior  ati-vação do papel  de cliente, à interação participativa  e dinâmica, ao envolvimento clínico-terapêutico e ao progresso con-tinuado do trabalho em sessões de atendimento.   Alguns  desses  ensaios, além  de  treinar  habilidades  relevantes  aos  atendimentos iniciais a clientes, são realizados para gerar, dentre os próprios estagiários, um clima de descontração, en-trosamento inicial, aceitação recíproca e dessensibilização aos aspectos estressantes da situaçao de primeiro atendimen-to.  Por  exemplo, a prática de apoio mútuo, em grupo, inerente ao tipo de ensaio com revezamento de papéis, tem contri-buído bastante ao aprendizado de uma postura segura e confiante. É claro que estas atividades são integradas às de  lei-tura (seguimento de instruções escritas), observação de modelos de terapeutas, seguimento de regras apresentadas em situação de supervisão e modelagem de respostas terapeuticamente relevantes. O conjunto dessas atividades se consti-tui  um procedimento poderoso para o ensino da psicoterapia, mas, isoladamente, nenhuma delas asseguraria a formação da  habilidade  terapêutica  de  análise de contingências, nem  a  compreensão  de  processos  comportamentais  (analise funcional do comportamento)  de e pelo cliente.  Realizadas isoladamente poderiam, quando muito, auxiliar  no  treino  de algumas  formas  situacionalmente  adequadas  ou variações mais  moleculares  de respostas  de  atendimento.  Em  vista disto, ressaltamos  o  prevalecimento  de  contingências  de reforçamento recíproco  1)  nas interações do terapeuta com seus  clientes  e associados  e  2) com a comunidade de terapeutas, particularmente com  a própria equipe do Estágio.
Relatos de Casos
Apresentações de casos e relatos dos atendimentos são realizados  individualmente, em  sistema de rodízio  semanal  de estagiários, cada qual escolhendo, para relatar, os casos e atendimentos de maior dificuldade, na oportunidade. Necessi-dade de sessões extras de supervisão individual é sempre atendida, quando solicitadas, por questões urgentes, mas não têm sido muito frequentes. Nestas  sessões, são efetuados treinos  de correspondência 
dizer-fazer-dizer, com  cada  esta-giário, relativamente aos  procedimentos  a serem adotado nas respectivas  sessões  de  atendimento.  Finalmente,  o es-tagiário é orientado a redigir, como trabalho de conclusão, o relatório geral do Estágio e, pelo menos, um estudo de caso. Assim, todos relatam e todos aprendem com todos os casos.
O Convívio
Não podemos deixar de registrar, também, que as reuniões, algumas vezes envolvendo cerca de dezoito e até mais esta-giários, têm sido bastante disciplinadas, apesar da participação livre e espontânea de todos, e condimentadas com  inter-valo para excelente lanche (trazido pelos participantes, em revezamento)  compartilhado  por todos, em  torno da  mesma mesa de reunião. As quatro (às vezes, cinco ou mais) horas de reunião têm transcorrido, assim, sem pressas ou cansaços. Ademais, e o que é melhor! vários estagiários acrescentam, nos seus relatórios finais, os aspectos de melhora  e  desen-volvimento pessoal obtidos, durante o estágio, como uma decorrência  do mesmo.

Agradecimentos
Queremos  deixar  registrado  aqui o reconhecimento da inestimável participação dos alunos e  ex-alunos, principalmente dos psicólogos Marcos Reis (editor do site
Guia de Psicologia), Carol Menezes, Willian W. Oliveira  e Renato C. L. Ribeiro, cujas contribuições para a fundação e manutenção deste site os colocam como co-autores. Enfim, o Programa de Estágio I e o Programa de Estágio II podem ser acessados nos respectivos links da seção "O Que o Estagiário Precisa Logo Saber", nas páginas Introduçao e Textos deste site.
Apresentação  do  Estágio
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