Cainhos da filosofia

Por Manoel Rabelo

Condições históricas do surgimento da filosofia

 

Para entender o filosofar no mundo grego é importante termos como pano de fundo as dimensões econômico-social e política da história. Desta forma a filosofia grega em seu espaço geográfico concreto terá o seu significado vivo.

O mundo grego é composto pela Grécia, as ilhas do mar Egeu, Orlas marítimas da Ásia Menor, do Mar Negro e do norte da África, e terras na Itália, Sicília e Sul da França. Observa-se que o mundo grego é um “conceito cultural” e não um país específico. A cultura aqui deverá ser entendida como “a maneira de ser de um povo”, (…) o “que faz com que um povo tenha suas leis, suas instituições, suas organizações, seus costumes e suas crenças próprias, típicas, características”. Cultura é, sobretudo “qualidade humana e é produção humana” (Lara, Vol. 1, p.16).

Os gregos não possuíam uma unidade política (Estado nacional). Sua organização era em cidades-estados. “Cada cidade com suas vilas ao redor, era autônoma, tinha seu governo, suas leis, seu sistema de defesa” (Lara, Vol 1, p.16). Porém o povo grego tinha um espécie de consciência de fazer parte de “um todo cultural”, de uma nação, embora que espalhados por diversos países.

As origens das cidades-estado A sociedade cretense tinha uma vida de técnicas aperfeiçoadas, e uma “intensa atividade comercial”. Entre os períodos de 1650 e 1400 a.C. a civilização cretense é destruída. Cnossos (cidade cretense) é incendiada pelos aqueus (www.consulteme.com.br). Esta sociedade era “uma espécie de império marítimo”, (Lara, Vol. 1, p.18), portanto tinha domínio sobre o Mar Egeu. Quando os gregos foram afastados do sul da Rússia “espalharam-se pela Ásia Menor, Pérsia, Índia e por toda a Europa” (Lara, Vol, 1 p. 19).

Com a destruição de Cnossos os vários grupos gregos (eólios, jônios e Aqueus) substituíram a sociedade cretense. Os gregos herdaram a cultura minóica (cretense) e a organização política. As principais cidades eram Tirinto e Micenas. Nesta nova civilização chamada micênica existem traços dos “elementos institucionais das futuras cidades-estado gregas”. (Lara, Vol.1, p.19). Os Gregos-aqueus com o sistema palaciano dos cretenses e os grupos helênicos organizados em parentesco: a) Genos (grande família); b) Fratria (conjunto de famílias parentes); c) Tribo (em aldeias chamadas dámoi – povos).

O Palácio era a fortaleza, e o centro administrativo e econômico, político, militar e religioso. O rei era que detinha o poder sobre todos estes setores. Os guerreiros, depois do rei, eram a maior autoridade e detinham poder administrativo e militar. Os possuidores de terras eram uma outra categoria existente no sistema palaciano. Já nas Aldeias (Dámoi) os agricultores e pastores viviam em sistema de parentesco. Vigorava o “sistema comunal de posse de terra” (Lara, Vol. 1, p.20). Tinha um rei da aldeia que era vassalo do rei palaciano. Neste sistema a aldeia tinha certa autonomia e possuía um conselho de velhos que ajudava o rei em deliberações. O conselho era formado pelos “chefes das casas mais influentes” (Lara, Vol. 1, p.20).

Estes dois sistemas foram destituídos pela constante movimentação de povos entre 1200 e 1100 a.C. através a Ásia Menor, do Egito e da Grécia. Na Ásia Menor cai o império Hitita, o Egito é invado pelos povos do mar e na Grécia chegam os Dórios que usavam o ferro e forçou a emigração de outros povos gregos para as ilhas e a costa ocidental da Ásia Menor. Com este grande impacto o mundo grego rompe relações comercias com os vizinhos, alguns centros urbanos decaem e outros florescem. Ao desaparecer a organização palaciana (final do séc. VIII a.C.) as cidades tornam-se autônomas.

 

Bibliografia:

http://www.consulteme.com.br/histgeral/egeiae.htm (15/12/2005).
Lara, Tiago Adão. Caminhos da Razão no Ocidente: a filosofia nas suas origens gregas, 2ª ed., Rio de Janeiro Vozes, 1992. v.1.

Anotações:
O pensamento é influenciado pelos aspectos sócio-históricos de uma sociedade. Entender alguns aspectos históricos certamente nos dará suporte para entender o seu pensar.

 

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