O Ser Divino que está dentro de mim saúda o ser divino que esta dentro de você : NAMASTÊ
"A liberdade se ganha pela percepção da unidade do eu com o eterno e não pelas doutrinas da união ou dos números, nem pelos ritos e as ciências."
A liberdade é o resultado de uma percepção vivencial e direta que modifica todas as estruturas do indivíduo e faz possível na sua mente uma nova maneira de experimentar.
O samadhi, esse êxtase profundo no que se submerge o iogue à captação do seu ser central, origina profundas mudanças que o aproximam à definitiva iluminação. Pouco a pouco vão caindo os véus da ilusão e se auto-revela ao praticante a sua essência ontológica, a sua natureza prístina e original. Dissipadas as escamas do olho interno, a visão interior se clarifica e o praticante se absorve na sua verdadeira identidade. Estados de consciência, que nem sequer podemos suspeitar, se desencadeiam com a experiência samadhica. O samadhi representa uma imersão na totalidade, um processo de intensa cosmização, uma explosão de compreensão. Aqueles que dizem que essa comovedora experiência não deixa nada depois de experimentada, não estão no certo, porque uma vivência de tal ordem muda os cimentos mais profundos daquele que a goza. Uma experiência assim desencadeia a intuição mística e a visão penetrante.
Embora tal experiência possa durar só uns segundos, a sua transcendência modificadora é inegável; esses segundos já fazem possível a captação da natureza original e proporcionam um conhecimento supra-mundano que transforma todas as energias do indivíduo. Se o iogue aspira ao transe iogue é para beber nas águas claras da sua sabedoria interior, para achar mensagens que escapam à sua mente ordinária, para notar essa última realidade inapagável pelo pensamento comum. Durante o samadhi se desvanecem os nuvens internos e se apresenta o sol interior. Todos os torvelinhos mentais são suprimidos e a mente aplicada para dentro se converte em espelho que reflete ao ser interno. O iogue descobre então o que sempre foi e nunca deixou nem poderia deixar de ser. Depois de um percurso extenso chegou ao ponto do que nunca saiu. O grande paradoxo é que realizou o que sempre foi real; ganhou o que nunca perdeu. E como diz o Maitri Upanishade:
"Assim como a água se unifica com a água, o fogo com o fogo e o ar com o ar, assim também a mente se unifica com a mente infinita e assim alcança a liberação."
O iogue descobre a testemunha, vive através da testemunha. Se converte num turista, um viajante desapegado, mas muito atento ao mundo circundante. Onde quer que vá está consigo mesmo. Onde quer que esteja permanece no seu centro de consciência permanente.
Visualização e concentração sobre um ponto luminoso
A titulo de exemplo nao tente isto sem o guia de um guru verdadeiro
A fixação do olhar conduz à fixação da mente. Tal é um princípio que os iogues descobriram faz muitos séculos mediante a sua verificação pessoal.
Acenda uma vela ou uma vareta de incenso na escuridão total. Situe-se diante dela, a um metro de distância aproximadamente, e observe-a com muita atenção, evitando pestanejar, mas sem forçar em excesso. Observe muito atentamente, deixando que o ponto luminoso se reflita com toda fidelidade na sua mente.
Não se distraia. A fixação do olhar irá levando à fixação da atenção. Nada mais deve ocupar a sua atenção. Permaneça muito alerta. Só o ponto luminoso destacando na escuridão da estância. É a atenção mental pura a que deve funcionar, livre de verbalizações ou filtros mentais. Os iogues utilizaram com frequência técnicas similares para ir conseguindo a unificação da consciência, para ir resumindo toda a energia da mente num único suporte, potenciando-a e canalizando-a adequadamente. Esta unidirecionalidade da consciência a faz mais vigorosa e penetrante.
A fixação muito atenta do olhar vai levando à plena absorção da mente. Pouco a pouco a habitual dispersão mental se vai referendando mediante um esforço que tem que ser mantido, embora nunca excessivo ou gerador de conflito. A mente se vai centrando mais e mais no suporte da concentração. Toda ela se vai condensando em dito suporte, ganhando em maior e maior intensidade e cerrando-se a qualquer outro estímulo, pensamento ou idéia.
Esta re-orientação da mente, pela sua natureza quase sempre dispersa, requer, sobretudo, um treinamento continuado. Há iogues que trabalharam muito sobre este tipo de técnicas que exigem a concentração pura e livre de qualquer outro ingrediente. São exercícios que resultam intencionadamente carentes de todo interesse, para que assim a atenção não surja espontaneamente, mas brote como resultado de um esforço exercitante da vontade. Não há ioga sem a contenção do pensamento. Não há ioga sem a re-orientação das energias da mente. Não há ioga sem esta louvável tentativa por resgatar planos mais elevados da mente e capazes de proporcionar um conhecimento libertador, o qual não é possível encontrar nos planos ordinários da mente.
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ASTRÓLOGO e FILÓSOFO HINDU
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