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Capitulo 14 - Sem dominaçao do perigo |
Entre seus soluços e lágrimas que caíam livremente sobre seu rosto, Gina ouviu um forte suspiro de Draco vindo de algum lugar abaixo de seu peito. Ela imediatamente o soltou, porque se continuasse a segurá-lo daquele jeito provavelmente só ajudaria a sufocá-lo.
- Se você quer mesmo passar os dias do meu lado é melhor que faça isso parar logo – disse Draco com uma imensa dificuldade para respirar e a sensação de dor que cortava, rasgava e retalhava crescendo cada vez que ele fazia esforço para falar. - Aham – murmurou Gina, sem tempo para se sentir envergonhada, ela o depositou delicadamente no chão e puxou a varinha novamente. Enquanto ela fazia movimentos circulares, Draco arfava como se estivesse querendo comer o ar em vez de apenas respirar. O sentimento de desespero aumentando dentro dela, Gina fechou os olhos para se concentrar e só abriu novamente quando apontou sua varinha diretamente para o pescoço de Draco e pronunciou: - “Restabelicurvios” – disse e bandagens surgiram onde estava escorrendo sangue, e o sangue parou de escorrer e tudo ficou perfeitamente limpo – Como você se sente? - Embriagado como um bêbado que acorda de ressaca! – ofegou Draco passando a mão pelo ferimento e fazendo cara de dor, como se cada vez que ele tocasse queimasse. Gina o olhou, agora ele parecia mais uma criança fazendo manha. - Se você olhar para o chão vai ter uma idéia de quanto sangue você perdeu, então não dá pra você se sentir menos tonto! – explicou ela rindo. Draco se espantou olhando ao seu redor, todo o chão estava encharcado por sangue. - Isso tudo é meu? - Sim – Gina olhou para o sangue e sentiu seus joelhos derreterem, podia ter perdido Draco pra sempre naquela hora – Mas você vai ficar bem... Ele olhou dela vagamente para suas roupas, vermelhas também, e desta vez aproveitou cada segundo do ar gélido da noite entrando em seus pulmões. - Tá frio... – ele murmurou sentindo que sua voz tinha tremido um pouco – Mas eu não tenho medo – e Gina viu como seus olhos escuros estavam estreitos quando ele lançou a ela um olhar intrigante, ela não saberia dizer se Draco estava admirando-a, não saberia dizer o que ele poderia estar pensando enquanto a olhava – porque eu tenho um anjo que cuida de mim! E agora estou tendo a visão de um anjo iluminado que se aproxima de mim... Draco puxou a mão de Gina e ela se sentou do lado dele. Então, ele passou a mão no rosto pálido dela. - Eu sei o que você está sentindo agora – Gina sentiu um arrepio quando Draco disse essas palavras – o nosso amor é mais forte do que a nossa vontade de ficar longe um do outro. Draco foi beijá-la, mas ela desvencilhou seu rosto delicadamente e começou a olhar para algum ponto que passava por cima do ombro direito de Draco. - Como você pode ter certeza que tem o meu amor? – disse num tom duvidoso. - Porque eu ouvi você dizer que me amava – Draco tocou delicadamente no queixo de Gina e a fez olhar para ele novamente, ele estava sério e tinha ficado ainda mais bonito daquele jeito – você estava chorando. - Estou envergonhada, sei que agi como uma idiota, mas... – ela disse ruborizando. - Você nunca vai ser idiota, se não fosse por você estar ali, pelo que você me disse acho que eu não estaria vivo agora – e Gina sentiu que ele estava sendo fortemente sincero – Você sabe disso há muito tempo, mas espero que agora você acredite. Eu te amo Gina Weasley. Desta vez ela sentiu seu rosto queimar dolorosamente, e sentiu uma felicidade que pulava em seu estômago, saltitava em cada célula de seu corpo, e a fazia sentir embriagada. - Então eu tenho o seu amor? – Gina disse hesitante, embora não tivesse nenhuma dúvida sobre isso. - Eu lhe dei o meu amor antes de me pedir-lhes! – exclamou Draco sorrindo, sua boca estava mais rosa do que normalmente e parecia muito seca, ele segurou as mãos de Gina. - Eu lembro de você rindo de mim na escola, de você me maltratando no acampamento – ela comentou – Eu estava tão confusa, pensei que você nunca iria mudar, achei que isso não tinha chance de acontecer. - Não merecia ter te encontrado se eu te perdesse simplesmente por continuar sendo o imbecil arrogante que provocava todo mundo em Hogwarts, e que me achava superior por ser puro-sangue e ter dinheiro – disse Draco franzindo as sobrancelhas – Definitivamente esse não sou eu mais. O sorriso indefinido no rosto de Gina se transformou num sorriso de verdade. - Eu nunca esperava me apaixonar por alguém como você, Draco – disse francamente como se isso a fizesse sentir surpresa com si própria – Você era meu inimigo, nossas famílias são! Como a gente pode fazer isso? - Eu não sei... – respondeu ele fracamente – Você acredita em destino? Ela olhou para Draco, surpresa. - Talvez... - Então que se cumpra o nosso destino... No instante seguinte a boca rosa de Draco encontrou a pele pálida de Gina com um beijo quente, mas rápido. E então ainda beijando-a suavemente ele a pegou em seus braços e a ergueu. Gina sentiu seus lábios se contraírem num sorriso enquanto o beijava numa embriagues divertida, então ela abriu os olhos e viu o contorno da íris acinzentada de Draco olhando para ela, seu rosto com cortes microscópicos que ela jamais enxergaria se não tivesse tão perto, quando ele a beijou de novo, Gina sentiu como o gosto de Draco era doce. Ele colocou suas mãos nas costas dela e passou seus dedos quentes descendo e subindo sobre ela, Gina segurou com força o braço de Draco, mas não forte o suficiente para ele perceber que isso o estava machucando. Quando Draco a soltou, Gina estava ligeiramente sem fôlego. Draco a pegou pela cintura e a ergueu. - Não, Draco! – ela exclamou perplexa – Pare com isso! - Eu tenho controle sobre isso! – desdenhou Draco girando-a mais rapidamente e a fazendo ficar tonta, até que inesperadamente eles caíram. Gina sentiu a grama roçando em seu corpo, Draco caiu por cima dela, mas a queda foi amortecida por que os dois rolaram alguns metros enquanto ela só podia ouvir a própria voz soltando alguns gemidos e a respiração de Draco ofegante. Gina sentiu o peso de Draco pressionando-a contra o chão, e sentiu cheiro de sangue. Assustada ela fitou os olhos ao redor de Draco e de seu rosto fino e suas bochechas rosadas, havia muitos fios de cabelo loiro platinado na frente de seus olhos, e havia sangue manchando todo o braço dele, e sujando seu cabelo, então ela viu que sua mão também estava manchada, e olhou para grama e percebeu que toda a grama estava vermelha e eles haviam rolado por ela. Sem pensar em mais nada, sua mão se entrelaçou atrás do pescoço dele e ela sentiu o lábio de Draco friccionando contra os dela, sentiu o coração dele batendo violentamente como se estivesse dentro do próprio peito dela. E a sensação de êxtase era tão grande que seus ossos estavam doendo... - Você está me machucando – reclamou Gina num ruído quase imperceptível, e Draco se apoiou em seus joelhos e em suas mãos colocadas no lado dos ombros de Gina. Ele a admirou, os seus cachos ruivos ficaram em alto relevo misturado com o sangue da grama, seus olhos azuis estavam tão brilhantes, como ele nunca tinha visto antes, Draco agradeceu mentalmente por Sirius ter preferido que eles seguissem por lados opostos, deixou a ele a oportunidade de se entender com Gina. - Como eu sou mal... Eu te machuquei, agora vou ter que te curar – e Draco beijou a boca de Gina, e beijou o rosto pálido e gélido dela, e beijou carinhosamente seus olhos e seu pescoço e... - Draco! – a voz de Gina o chamou e ele olhou para ela como uma criança travessa – Eu já estou perfeitamente bem! Draco rolou para o lado e deitou com as mãos embaixo da cabeça, sua expressão ficou repentinamente séria. - O que houve? – indagou Gina apoiando-se em seus cotovelos – Você ficou calado de repente... - É que eu estou tentando imaginar a reação do seu pai quando você me convidar pra jantar. - Ele vai achar adorável! – exclamou Gina sorrindo – Não pelo fato de você ser um Malfoy, e estar sujeito a qualquer tipo de brincadeira que ele fizer com você... Talvez você nem volte completamente normal pra casa... - É tão ruim assim? – interrompeu imediatamente. A boca de Gina se abriu num grande sorriso. - Claro que não! A vida de nenhum pretendente meu seria fácil, e eu sei que quando eles te conhecerem direito... - Vão querer me transformar num sapo! – notas de inconsolável preocupação saindo com essas palavras. - Aposto que você vai até assistir aos jogos do Chudley Cannons com a minha família! - Chudley Cannons? – Draco enrugou a testa – Esse time está na Segunda divisão! – mas logo o tom agudo de sua voz sumiu e a expressão traquinas de Draco voltou, aquela expressão que sempre dava a idéia de que ele estava pensando em aprontar alguma coisa – Vai ser divertido ver jogos do Chudley Cannons! - É tenho certeza que você vai gostar! – garantiu animada. Draco não sabia como Gina podia achar que ele seria bem recebido na casa dela, na verdade ele achava que a última coisa no mundo que os Weasley queriam era que um Malfoy fizesse parte da família, Rony era um exemplo disso, no entanto Draco preferiu guardar esses pensamentos para si. - Deixe me ver como está o machucado... – os dedos de Gina tocaram delicadamente a superfície dos cortes no pescoço de Draco, isso fez o corpo dele se arrepiar com uma dor bem fininha. Gina olhou para um Draco totalmente estático – Parece que já está melhor, podemos continuar caminhando para a Mansão... - Não! – discordou com firmeza – Ainda não está suficientemente curado... – e terminando de dizer isso, puxou os dois cotovelos que estavam apoiando Gina e ela caiu sobre a boca dele que estava tremendo, mas ela não sabia se era por causa do frio ou da dor ou simplesmente pelo fato dela estar por cima dele como sua própria roupa e sentir o ar gélido passando nos pequenos espaços entre seus lábios. Porém todo o resto estava quente, queimava em cada toque que fazia nela. Draco abriu seus olhos cinzentos e disse para uma Gina arfante: - Agora podemos ir... ** ** No lado oposto da Mansão, num lugar tão distante que as centelhas vermelhas de Gina e Draco nem foram notadas, um Sirius com espírito aventureiro e dois lentos adolescentes caminhavam. O padrinho de Harry dava alguns passos apressados à frente e olhava para trás onde Tathy e seu sobrinho quase não haviam se movido, então voltava irritado para adiantá-los. - Acabamos de passar a metade do caminho e vocês parecem um par de tartarugas idosas andando! – brigou Sirius com suas sobrancelhas negras se franzindo – Francamente, desse jeito chegaremos na Mansão quando amanhecer! E não queremos isso porque mesmo na escuridão já temos uns cinco Comensais da Morte para cuidar de cada um de nós! - Nós sabemos disso, Sirius – disse Harry aborrecido – Mas já andamos um monte sem sequer ter dormido uma noite inteira de sono, estamos ficando cansados! Harry olhou para Tathy que estava um pouco afastada, porém caminhava do seu lado. Ela olhou para ele, aqueles olhos verdes que pareciam transparecer tanto cansaço e ao mesmo tempo penetrava e fulminava cada resto de fôlego que ainda restava nela. Talvez alguns instantes tenham corrido despercebidamente antes de Tathy dizer: - É, Sirius, você tem que nos entender! Não conseguimos andar mais rápido... - Pra mim vocês estão fazendo corpo mole, eu também não estou nas minhas melhores condições mesmo assim poderia estar a quilômetros na frente – ele se virou e viu que Tathy e Harry continuavam a se olhar com olhares intrigantes – Oh vamos! O que está acontecendo aqui? – os dois olharam espantados para Sirius que retribuiu com um olhar divertidamente suspeito – Eu já estou sem graça de ficar pedindo pra vocês se apressarem e só ver vocês se olhando com cara de quem estão flutuando nas nuvens! Era só avisar que eu estava atrapalhando... – Sirius recebeu em resposta alguns grunhidos de Harry e Tathy, mas ele não deixou que eles falassem – Então eu vou indo à frente, e depois que vocês resolverem o que têm pra resolver, voltem a andar normalmente... Assim Sirius se afastou tão depressa que para Tathy aquele olhar de Harry pareceu ter durado uma eternidade a mais. A distância entre eles caiu pela metade até que estavam muito próximos tanto que a mão de Tathy encostou muitas vezes na mão de Harry enquanto os dois caminhavam. - Precisamos conversar – disse Harry finalmente com sua determinação infalível. - Oh não, Harry – Tathy fugiu do alcance dele – Eu já lhe disse que não quero mais discutir sobre esse assunto. - Você quer matar a nós mesmos? Porque é isto que está acontecendo, essas dúvidas estão me torturando, eu não sei o que acontece com você a cada dia pra mudar desse jeito. - Eu não estou mudando – Tathy respondeu secamente, continuou andando – Eu tô tentando evitar que a gente acabe se machucando com essa história, e conseguiria fazer isso muito bem se você colaborasse. - Por que eu deveria colaborar com alguma coisa que eu não quero! – exclamou Harry segurando a mão de Tathy e fazendo-a parar, seus passos tinham se tornado mais rápidos – Eu não quero ficar longe de você! Tathy estremeceu por dentro, Harry, aquela declaração, os olhos verdes fitando-a faziam sentir sem escolha, mas ela precisava ser forte. - Eu não sou uma boa pessoa para você, você merece mais do que eu – disse firmemente, embora suas mãos tocando as de Harry não expressassem a mesma atitude. - Você não respeita o meu direito de escolha? Você poderia ser a pior pessoa do mundo que ainda sim, eu decido, é injusto você não me dar esse direito. - Você não deve confiar em mim! – suas notas de melancolia crescendo para um tom de raiva – Todo esse tempo eu não pude ser totalmente honesta com você. - Então me diga – perguntou Harry – me mostre, eu quero entender o que te faz agir assim. - Não posso – murmurou Tathy, seus olhos lacrimejando, sua capa preta voando com o vento da noite – Não vou poder ficar com você Harry, até o fim. Harry abalado a puxou pelos braços, e por um instante ele achou ter visto um fantasma de Tathy, algo sem vida. - Você desistiu? Você mudou de idéia e descobriu que nunca gostou de mim – era a última coisa que ele queria saber – Você me ama? - Eu... – as palavras delas eram tão vazias que pareciam sair de um abismo – Eu... - Você o quê? – insistiu Harry – Me ama ou não? - Eu amo você, é claro que sim. Mas eu nunca vou poder ficar com você, não posso te garantir que vou estar aqui pra sempre – somente os olhos dela que brilhavam como chama verde ainda não estavam pálidos – Isso dói. - Eu odeio quando você diz essas coisas. Tathy colocou sua mão envolta de seu pescoço e arrancou a metade do talismã. Seus dedos frios despejaram a serpente nos longos e ossudos dedos de Harry. - Tome, você sabe que eu estou aqui por causa da Maldição, e porque o talismã estava comigo, mas agora ele lhe pertence, é a sua alma, então cuide bem disso. - Por que você está me dando isso agora? Até aqui você o trouxe... - É seu, está na hora de você levá-lo e destruí-lo. Eu só estava aqui para assegurar que isto acontecesse, e estamos realmente muito perto. - Então não era pra você se apaixonar por mim e fazer eu me apaixonar por você, isso não estava nos planos de acabar com a Maldição... - Quem disse para ser tão atraente, Harry Potter? – um sorriso fino se formou no canto de sua boca – Você não está ajudando... - Que pessoa que eu não posso confiar guardaria o talismã sem nenhum arranhão? – Harry desviou o olhar pensativo para o chão – Você faz parte de algum fã clube sensacionalista? Tathy sorriu por um tempo, de um jeito tão espontâneo, que somente ela em todo o mundo poderia ter sorrido. - Não faço, com certeza! – Harry voltou-se para ela, suas maças do rosto rosadas pelo frio – O que sinto por você é maior do que uma relação de uma garota que tem pôsteres seus colados nas paredes do quarto. - Eu me importo mais com você do que sentir se você pode ou não ser confiável... – Tathy deu um passo para trás e quase caiu. Harry foi para frente. - Não – ela disse estendendo a mão para Harry não se aproximar. Porém Harry encolheu-se segurando sua cicatriz. - Tathy você está aí?... – sua visão tinha ficado branca – está doendo muito, não deixe Voldemort te pegar... - Não tem ninguém aqui além de nós – aflita ela ajoelhou-se e acariciou os cabelos rebeldes de Harry – Calma, meu amor... Harry gemeu agudamente, Tathy se afastou assustada. O garoto debateu-se até cair deitado na grama. Ele abriu seus grandes olhos verdes e viu o céu da noite e os pontos prateados que eram as estrelas. Tathy que estava a uns dois metros de distância veio engatinhando em sua direção. - Você está bem? – choramingou. - Isso só pode ser um sinal, Voldemort vai nos achar, sua raiva está aumentando – ele levantou-se rapidamente e foi pegar na mão de Tathy, mas ela a tirou. - Fique longe de mim – advertiu – Você está esquecendo do que é mais importante. Vamos acompanhar Sirius. Harry ajuntou o talismã na grama e disparou para acompanhá-la, sem discussões, se Voldemort estava cercando-os ele não poderia perder mais tempo. Correram rumo à Mansão Malfoy. ** ** - Aqui – Hermione viu Rony voltando vestindo seu suéter cor de tijolo e calças marrons, em cada mão um frasco azul – Estavam todos reunidos do lado de fora da barraca principal, acho que estavam falando sobre algo importante, porque não havia ninguém na sala... - Ótimo isso não importa agora – disse Hermione satisfeita, pegando os frascos da mão de Rony olhando curiosamente para eles – Será que tem gosto de anil? Não quero pensar sobre isso... – ela tirou uma caixa preta totalmente estofada e depositou as poções ali – Você ta pronto? - O melhor caminho é pra baixo – disse enquanto gesticulava com sua varinha e os dois malões flutuaram seguindo-os. O Sol já tinha se posto, de modo que Hermione e Rony não tinham uma ampla visão adiante, no momento eles viam muitos troncos de árvore, alguns olhos arregalados de coruja e ouviam os sons que elas emitiam. Hermione agarrou a mão de Rony que ia à frente, quando ele virou espantado para ela, ela apenas sorriu timidamente, então ele apertou mais forte sua mão, fazendo-a sentir muito mais segura, e deixando-a mais confiante à medida que a floresta foi reduzindo-se, eles desceram um barranco e caminharam, não muito longe se orientando pelo prata enferrujado que reluzia adiante. - Você nunca se perguntou por que aparentemente tudo fica estranho quando as coisas não dão certo? – questionou Rony, um tanto intrigante – Quero dizer, as coisas ruins não esperam sua vez para acontecer, parecem que elas se acumulam e desabam na sua vida de uma vez só, tornando tudo uma tremenda droga. - Eu já pensei sobre isso várias vezes, geralmente deitada no meu quarto me perguntando por que existo, se essa vida tem que ser tão cruel, mas isso é melancólico demais – ela pausou – Por que você está me dizendo isso? - Parece que o clima pressente que uma catástrofe vai acontecer que Voldemort derrotar Harry, certo estamos na região mais fria da Grã-Bretanha, mas na teoria nossas férias apenas começaram, é a noite mais fria de verão de toda a minha vida. - Que loucura, Rony! – a garota exclamou perplexa – Mas você tem razão! É Você-Sabe-Quem está congelando este lugar, está sugando a energia boa que havia em volta dele! Nós precisamos ajudar Harry a se livrar dele. Eles pararam em frente ao portão com o orgulhoso M da família Malfoy. - Quando eu era criança sempre quis vomitar nesse portão – falou Rony meio nostálgico com uma nota de provocação – Os Malfoys se gabam desata Mansão por séculos, acham que dinheiro representa o quanto você é um bruxo poderoso, por isso eles continuam pisando em cima da minha família por gerações. - Sinceramente um portão enferrujado e feio como este não me impressiona. E seria nojento demais você vomitar agora, é melhor esperar quando o Malfoy estiver te vendo – aconselhou e abriu sua mala que pairava no ar, tirou a caixa preta que continha os dois frascos, segurou-a junto ao tórax – Lembre-se a partir do momento que tomarmos isso teremos quinze minutos para entrarmos que eu acho ser mais do que suficiente. E por favor, nada de realizar sonhos infantis, Rony. - Seria a oportunidade perfeita – reclamou e vendo a expressão opressora de Hermione acrescentou – Mas talvez eu possa fazer isso uma outra vez quando Harry e Voldemort não estiverem envolvidos. - Agora estamos lidando com problemas de adulto, qualquer erro pode custar muito caro a nós dois – a garota disse com veemência e lembrou a Rony a mesma reação que Mione tinha quando se tratava dos Exames Finais – Tome tudo de uma vez só, o mais rápido que puder. - Hermione – Rony chamou antes que a garota bebesse – Nunca estudamos esse tipo de poção, e as poções normais não deixam os bruxos que a usaram com tonturas e perda de visão, e é comum precisarem de um prazo para começar a fazer efeito. Qual é o seu Nível Tônico Reagente? - Um dos mais fortes que existem – ele pode ver um brilho assustador passar repentinamente pelos olhos de Hermione, ela tentou disfarçar, mas o melhor que conseguiu fazer foi substituir seu rosto por feições menos preocupadas – Só bruxos peritos que tem seus organismos prontos para reagir aos efeitos da poção são aptos para usá-la porque ao primeiro gole ela age, mas como estamos numa situação que não temos escolha... - Melhor eu parar de fazer essas perguntas idiotas antes que eu descubra mais alguma coisa... – acrescentou Rony abrindo o frasco – Saúde! – ele tentou soar otimista e virou o líquido verde sem deixar uma gota. Quando ele abriu seus olhos, imaginando se ainda veria o mundo normalmente, viu Hermione encarando-o levemente ansiosa. - É bom? Como você está se sentindo? – interrogou. - Eu não acredito, Hermione! – brigou Rony indignado, suas sardas acentuando-se na penumbra – Você ainda não bebeu?!? Na verdade eu não consegui sentir o gosto, engoli rápido demais, e eu tô me sentindo um pouco frio, se é que você me entende. - Que engraçado! Você quase me matou literalmente de tanto rir... – retorquiu a garota observando-o. - Vamos, beba logo a sua poção! – insistiu ele impacientemente – O meu tempo já está correndo... - Certo – disse como se estivesse tentando convencer a si mesma que não era para ter medo de tomar a poção, uma simples poção, um procedimento necessário. Ela sentiu a planta viscosa escorrer por sua garganta e não conseguiu evitar uma careta, e raiva ao ver Rony rindo – Droga! O que foi? Não vai dizer que foi a melhor bebida que você já bebeu? - Nem perto – respondeu desviando o olhar e dirigindo-se para o portão. Rony tentou abri-lo, mas como era óbvio estava trancando, ele chutou – Como vamos entrar aqui? - Ai, será que você nunca vai aprender! – resmungou desanimada – Alorromora! Feitiço básico do primeiro ano de Hogwarts. O portão da Mansão moveu-se e ficou entreaberto, Rony ficou boquiaberto. - Como você conseguiu? Eu pensei que se usássemos feitiços aqui viriam outros quinhentos para contra-atacar e quando os Comensais da Morte chegassem só restaria nossas cinzas... - Você não está sentindo? – disse num tom meio sombrio – Estamos definitivamente congelados por dentro, isso é estranho, e acho que nossos órgãos estão rígidos, como faz falta sentir minha pulsação! - Podemos usar qualquer feitiço? – Rony estava confuso. - O objetivo de Lúcio é deixar estranhos invadirem a Mansão e morrerem ao primeiro passo que derem – explicou Hermione categoricamente – Mas nós não transmitimos calor, somos como uma brisa gelada que passa entre as grades. Ela passou pela pequena abertura do portão e Rony a seguiu. - Nunca vamos acionar nenhum tipo de defesa enquanto estivermos assim – constatou com seu olhar determinado de primeira aluna da classe – Toda fortaleza tem seu ponto vulnerável! - Assim como todo plano para entrar nelas é arriscado! Temos doze minutos! Vamos sair daqui! – Rony a puxou pela mão e os dois começaram a andar rapidamente. Eles estavam avançando pelo jardim alucinadamente, as malas oscilando em seus encalces. De repente ouviram um baque e um vulto passar veloz entre eles e as árvores, Hermione abraçou Rony escondendo seu rosto no peito dele. - Já foi – o garoto avisou sentindo os músculos dela encolhidos em volta de seus braços. Hermione levantou sua cabeça, um pouco amedrontada, no entanto seus olhos castanhos pararam em Rony, que estava observando-a tão atento. - Acho que seu coração parou de bater – ele disse e ela soltou-o. - Seu bobo – falou num tom divertido – Agora adivinhe por quê. Sem olhar para ele mais uma vez, de propósito, para não ter que ouvir a resposta, Hermione deu passos largos adiante, tentando se desvencilhar dos troncos e folhas no chão. - Espere, Sra Apressadinha ou vamos ter grandes problemas – sorrindo Rony olhou para ela a tempo de ver um monte de cipós cobrindo seu corpo. - Rony! – ela gritou desesperadamente – me ajude! Eles estão me batendo! - Eu tô indo! – respondeu, quase tropeçando em seus próprios pés, movendo-se desordenadamente enquanto Hermione se debatia e afastava-se mais dele. Rony estava quase chegando quando uma árvore caiu com um estrondo a um centímetro de seu pé, ele pulou para trás caindo com as mãos apoiadas na terra úmida. Por um momento pensou ter ouvido as batidas de seu coração disparado, e com certeza se estivesse batendo, seu coração estaria saindo pela boca. A passagem estava obstruída. - Hermione! – berrou a plenos pulmões, porém seus ouvidos não conseguiram distinguir nenhum ruído como resposta. Ele sentiu seus olhos arderem enquanto as lágrimas invadiram sua pupila e íris. Rony fungou e chutou o tronco com toda a raiva que conseguiu reunir. Atrás só estava sua mala pairando inutilmente, ele consultou o relógio. Tinham cinco minutos. “Faça alguma coisa” ordenou a si mesmo “Não fique aí parado enquanto o seu tempo se acaba”. Seus piores pensamentos chegaram como dementadores, dezenas deles sugando sua esperança, trazendo pesadelos. Ele lembrou dos desmaios e da perda de visão, contudo o fato deles ficarem perdidos na Mansão malfoy podia significar um fim trágico nas mãos de Voldemort, ele poderia usá-los para atrair Harry ou simplesmente matá-los de uma forma torturante. “Faça alguma coisa, Ronald Weasley, mostre que você não é um perdedor” seu punho doía de tanto que ele estava esmagando seus dedos na palma da mão. “Só há uma saída” pensou embora totalmente contrariado e abriu seu malão, tirando uma pena, um pergaminho e escrevendo um pedido de socorro. Tirou de dentro da mala, mais um frasco azul, contendo outra dose da poção para a pessoa que viria ajudá-lo, em rolou a carta no vidro e chamou: “Píchi”! Faltava apenas um minuto para acabar o efeito da poção e uma corujinha minúscula surgiu de um mergulho, fazendo um vôo rasante parando perto do rosto de Rony dando bicadinhas em seu nariz. - Píchi, é sério! – ele pediu e a corujinha ficou batendo suas asas – Você precisa levar esta carta a Vítor Krum, urgente! Se ele não lhe der atenção, não o deixe em paz até que ele pegue a sua vassoura e se mande pra cá, entendido? – a corujinha emitiu dois pios – Vai! E quando aquele pontinho sumiu definitivamente na escuridão, Rony sentiu a primeira onda de tontura nocauteá-lo. Sua primeira pulsação depois de quinze minutos teoricamente morto provocou uma forte pressão em seu corpo, suas veias incharam e o sangue voltou a circular, como se nunca tivesse circulado, como uma substância que ardia em todos os seus membros. Ele sentiu-se tonto pela segunda vez, nauseante e o lugar girava à sua volta como um irritante brinquedo, daqueles de parque de diversões que sempre giram mais rápido, mais rápido. “Por que as poções que ela escolhe nunca causam uma sensação agradável em mim?” Rony pensou tentando se distrair dos sintomas e se concentrando em alguma solução para encontrar Hermione. “Seu búlgaro gordo, seja mais lento e não poderemos mais disputá-la”. ** ** Hermione rolou por tanto tempo que não saberia diferenciar se o lugar certo para seus pés era na cabeça ou ao contrário, sua queda converteu-se em cambalhotas desajeitas e finalmente os cipós a soltaram, como se estivessem cansados da brincadeira e simplesmente rastejaram para longe, sendo engolidos pela floresta. A sensação de estar girando ainda não a havia abandonado, estava com seu corpo totalmente encostado no chão da floresta, e o cheiro de terra úmida invadia suas narinas, isso lhe deixava com um pouco mais de segurança, mas não quanto ela queria ter naquele momento. Então, ela respirou fundo, e sentiu que seus órgãos vitais estavam funcionando. “Menos mal” certificou-se colocando a mão sobre o coração. Sua freqüência cardíaca era como um tambor com batidas estrondosas. Ela olhou para si mesma, e viu que estava um lixo, a roupa completamente suja e rasgada, seus braços estavam cheios de pequenos arranhões e sua mão estava sangrando. “Não, sangue não!” Mione pensou desanimada rasgando a barra de sua calça para poder amarrar no corte e estancá-lo. Sua visão falhou quando ela estava sentada tirando cabelos grudados de suor em sua testa, ela vacilou para trás, conseguia ouvir sua respiração como um fôlego acelerado, era a única coisa que ela podia confiar, em seus ouvidos, e agora eles estavam deixando-a com muito medo, e essa sensação foi aumentando. Ela tentou engatinhar para qualquer lugar, mas não fazia idéia se era melhor ficar quieta ou se movimentar, ela sentia-se drogada, absolutamente tonta, e sua visão não voltava. Estava tudo escuro, ela estava na escuridão, nos domínios de Voldemort. “Rony!” ela ouviu-se gritar e sua voz soou apavorante. E de repente começou a chorar, quando estava em Hogwarts Hermione nunca demonstrava que essas coisas pudessem atingi-la. Mesmo quando Draco costumava xingá-la de sangue-ruim, mesmo quando tudo estava perdido para eles, ela sempre havia se mostrado forte, decidida e inteligente, honrado as qualidades de um grifinório. Mas agora ela se encontrava sozinha, não precisava ser forte por ninguém e não teve vergonha de chorar. “Rony” chamou entre soluços e seu choro silenciou momentaneamente. Sem pensar de uma forma concreta, pois sua mente estava bagunçada demais para isso, Hermione engoliu o choro, ela sabia que não era fraca, seria ridículo ficar chorando enquanto ela precisava agir. “Agir; Hermione” conseguiu concretizar essas palavras, sólidas como a firmeza que ela devia reagir a tudo isso. Sua visão piscou como se alguém tivesse acendido uma grande luz branca diante de seu rosto e imediatamente apagado. E quando a luz voltou, o cenário aos poucos ficou mais nítido, tudo ocupou seu espaço de antes, e a garota percebeu que estava apoiada em suas mãos e logo se desequilibrou e caiu. Irritada Hermione levantou segurando sua cabeça que doía exaustivamente. “Quando esta sensação horrível vai passar?” A voz em sua mente reclamou com raiva “Eu não esperava que os efeitos durassem tanto tempo”. A garota continuou caminhando, com passos lentos e atenta a qualquer perigo, sua mão machucada levando a varinha pronta para se defender. ** ** Lúcio estava sentado no chão frio de mais um aposento da Mansão, aqueles pensamentos sem sentido sobre Narcisa estavam enlouquecendo-o, ele não entendia por que nunca tinha tido essas lembranças antes, não pareciam lembranças nada felizes, senão sombrias e o faziam sentir preso, ele não poderia mudar o passado, apesar de ainda não ter certeza do quê ele queria mudar. Fixou a parede branca, que mesclou-se enquanto ele viaja. E a maldita história repetiu-se do ponto em que havia parado. Narcisa vestindo suas vestes de festa ficou rígida quando a pequena criatura do mal deu o bote. O pequeno demônio tornou-se uma fumaça vermelha como pólvora que Narcisa respirou e que saiu pelo seu nariz quando ela expirou. Seus olhos acinzentados ficaram azul claro como gelo, sua pele assumiu tons mais roxos, como se ela tivesse acabado de perder vida, como se estivesse meio-morta, não completamente, porém o bastante para ficar visível sua transformação. “Está consumado” a vozinha fina saiu de uma cavidade que supostamente devia ser sua boca, a pele enrugada aparentando muitas queimaduras tornou-se mais resistente, como se a camada superficial tivesse recebido proteínas. “O acordo foi aceito, você, pobre menina ambiciosa, terá toda riqueza que seu coração desejar, o ouro necessário para lhe satisfazer. Em troca a partir do instante que você permitiu que eu entrasse em seu corpo, eu controlo seus pensamentos, eu possuo o que existia de bom em você e transformo em mau, e assim me fortaleço e sobrevivo”. O contorno dos olhos de Narcisa estava vermelho, ela piscou, não tinha forças para empurrar suas pálpebras para cima, sentiu cada parte do seu corpo mole, sentia-se inesperadamente roubada e vazia. O cheiro de pólvora infestou suas narinas, ela queria tossir, no entanto não tinha controle sobre isso. A voz do demônio cortou seu pensamento como cacos de vidro, por um segundo Narcisa viu suas pernas cederem, se pudesse ela teria se sentido violentada, porém sentimentos próprios eram algo que não existiam mais para ela. “Não adianta se arrepender” os olhos da criatura fulminaram a menina jogada no chão, o demônio estava se divertindo, seu sibilo arrastava pelo cérebro dela “Os tolos nunca pensam para fazer suas escolhas, e é por isso que eles perecem. Você já se entregou e agora vai morrer” essas palavras maldosas afundaram na consciência de Narcisa, ela achou que alguém tivesse batido em sua cabeça. “Morrer?” O som que ela emitiu foi desconhecido aos seus próprios ouvidos, foi uma voz agonizante e fraca. “Você não me disse que eu iria morrer, que nova regra é essa?”. “!Você quer voltar atrás, não é?” provocou “Não há caminho para aqueles que procuram a perdição, e no seu caso foi a inveja que você sentia de suas amigas por elas serem ricas e você não ter nada. Digamos que agora você tenha tudo que queria e não tem nada.” “Mas este não foi o trato!” ela protestou alterando-se para um estado mais desesperador. “Você não confiar em criaturas das Trevas, agora não tem escolha, aproveite a riqueza, mortal, é a única opção que te resta”. O veredicto final soou no tom mais sombrio que Narcisa já tinha ouvido em toda sua vida. - NÃO! – gritou Lúcio abandonando seu esconderijo atrás das moitas. Ele encontrou o olhar perdido de sua namorada, não podia acreditar. “Lúcio” exclamou Narcisa ao mesmo tempo surpreendida e triste. Ela voltou-se para o demônio “Ele não podia saber! O que eu faço?”. “Isso é problema seu” disse a criatura anã com desdém e desapareceu na fumaça vermelha que foi se dissipando pelo ar. Lúcio não conseguia mais controlar suas emoções, ele estava furioso, ele queria morrer junto com ela. “Por que você fez isto?” implorou sacudindo-na pelo ombros, ele não tinha noção de como estava fazendo isso com força “Eu te amava tanto” berrou sem fazer idéia que o som de seus berros se propagavam por toda a floresta “O meu amor não foi suficiente para você?Você me traiu.” “Não, Lúcio” Narcisa falou friamente, uma lágrima escorreu pelo seu rosto “Eu trai a mim mesma”. E foi a última vez que seus olhares realmente se cruzaram, e os olhos dela foram apenas vazios e piores do que alguém fatiando o coração dele. “Sinto muito” ela falou e Lúcio nem havia percebido que Narcisa tinha uma varinha apontada do lado de sua têmpora direita “Obliviate!”. A cena se apagou, mas ele não tinha voltado para o quarto na Mansão, ele estava no escuro assimilando tudo que tinha acabado de presenciar. Na verdade, aquilo foi uma lembrança, então não era tão fácil como um sonho, tão simples como a loucura, era real e isso o machucava. Tudo ficou em foco novamente, isso aconteceu quando ele não se sentia preparado. Havia correntes em seus punhos, grossas e de ferro que o prendiam na parede. Talvez ele já estivesse nessa posição há horas, seus braços ficaram inertes, o afastamento entre os dois dificultava qualquer posição que ele pudesse manter-se melhor, seu peito estava totalmente aberto, ele não gostou disso, teve o pressentimento que algo ruim estava para acontecer e ele estaria desprotegido, assim como seu peito. Não havia ninguém com ele, Lúcio atraiu sua atenção para observar o lugar que estava. Aquelas paredes não eram desconhecidas, os móveis tinham um aspecto familiar. Quando se deu conta, sentiu aquelas correntes de ferro descerem até seu estômago. Era a Mansão Malfoy. Perguntas jorraram em sua cabeça “O que estou fazendo preso em minha própria casa? Quem em prendeu?”. A resposta atravessou a porta vestindo uma longa capa prata, muitos diamantes, a pele pálida como um cadáver e os olhos nublados como um dia tedioso. Narcisa Malfoy acompanhada do Lord das Trevas, porém ele também estava diferente. Estava mais jovem, seu rosto possuía uma pele reluzente, quem o visse jamais imaginaria que anos depois ele se tornaria aquela figura cadavérica, sem corpo, deformado pela magia de um bebê, que ele persegue até hoje para se vingar. Voldemort vestia uma capa preta com capuz, seus cabelos muito negros combinavam com suas roupas, ele estava apenas ascendendo no poder do Mundo Mágico, mas nunca deixou de ter seu ar de arrogância. “Venha Mestre” Narcisa conduziu o jovem Voldemort com sua voz que ficara muito irritante com o passar dos anos. “Que diabos você está fazendo?” Xingou Lúcio, ele não reconhecia nenhum traço da menina pela qual ele tinha se apaixonada em Hogwarts naquela estranha parada em sua frente. “Ardiloso, agressivo” comentou Voldemort com seus olhos negros encarando o prisioneiro “Você será um dos meus melhores homens, Malfoy”. “Vá pro inferno, nunca servirei um verme sujo como você. O ministério está desconfiado do seu envolvimento com as Artes das Trevas, eles vão te pegar” Lúcio cuspiu cada letra do que havia dito, sua expressão traduzia muito desprezo, nenhum medo. “O Ministério serve para bruxos fracassados, eles não têm poder para me enfrentar” Voldemort conseguiu demonstrar algum tipo de divertimento enquanto falava “Quando minhas forças crescerem e eu assumir o poder, Malfoy, você não se arrependerá, verá que ficou do lado certo”. Lúcio desviou o olhar do bruxo alto e magro que tentava intimidá-lo, olhou para Narcisa ao lado de seu mestre, com uma expressão ilegível ou o que seria mais provável, sem expressão alguma. “Me tire daqui” ele ordenou dirigindo-se a ela. Os dedos frios dela e cobertos com anéis de ouro e diamantes tocaram o rosto dele, Lúcio sentiu calafrios. “Eu não posso” sibilou com a maior calma do mundo “É para o seu bem, eu quero te poupar”. “Me poupar do quê?De viver?” retorquiu ignorando a presença de Tom Riddle que observava os dois com impaciência. “Eu quero que você se lembre do que eu fiz. Eu quero que você continue comigo.” Vagamente Lúcio achou sinceridade no que ela disse e por isso ela o fez recordar os bons momentos que eles passaram juntos em Hogwarts. Porém era uma ilusão, não havia praticamente nada dela presente ali, a Narcisa que ele havia conhecido já estava quase morta. “Chega dessa baboseira romântica” interrompeu Voldemort cansado olhando com certo nojo para os dois. “Narcisa é uma mulher inteligente, decidiu ficar do lado mais forte, você devia agradecer a ela” o bruxo arregaçou suas mangas e apontou sua varinha para Lúcio. Uma onda de terror passou pelos neurônios do Malfoy que estava indefeso, ele sabia que essa história não acabaria nada bem, então ele mexeu seus braços numa tentativa desesperada de se soltar. “NARCISA, VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO” Lúcio berrou com sua voz grossa saindo a plenos pulmões. “Fique calmo, se eu fosse você não relutaria tanto” um brilho maquiavélico reluziu em sua íris “O futuro que te espera é magnífico, invejado por muitos, você será o meu braço direito, o chefe dos Comensais da Morte.” “Comensais do quê?” trovejou Lúcio que ainda não havia desistido de se libertar das correntes e estava tentando ganhar tempo “Não me interessa fazer parte do seu grupinho de bruxos frustrados, não estou a fim de fazer parte da sua carnificina.” “Pensei que soubesse que meus planos são mais do que meramente carnificina, mas de vez em quando faço isso para me distrair”. “Você é um lunático!” esbravejou Lúcio “Nunca chegará ao poder!” Voldemort enviesou seus lábios, seus olhos ficaram tenebrosos, sua maneira de se dirigir a Lúcio ficou assustadora. Ele parecia a pura escuridão. “Toda essa sua raiva será muito bem utilizada quando você se tornar um Comensal da Morte, eu aprovo isso. Agora chega de delongas, vai durar apenas um segundo...” Lúcio puxou com força as correntes, ele achou que havia arrebentado seus pulsos, porém era impossível se livrar do ferro que o prendia. “Império!”. E desta vez seu cérebro foi esvaziado, como uma grande bolha de ar, imagens de sua servidão por Lord Voldemort passaram sobre sua pálpebra, torturas, mortes, anos do seu passado em que ele foi um robô, nas mãos do maior assassino do Mundo Mágico, anos que ele foi obrigado a esquecer de sua própria vida e ser um brinquedo controlado para ser o melhor servo, o braço direito do Senhor das Trevas. Lúcio Malfoy regressou para o presente, agora ele sentia-se encharcado pelas gotas de suor que escorriam em todo o seu corpo, ele estava ardendo em febre, sua cabeça doía como se o Expresso de Hogwarts a tivesse rachado em duas metades, havia sangue que fluía entre seus braços e seu rosto, como e da onde havia surgido ele não fazia a menor idéia, mas as gotas vermelhas que pingavam no chão pediam vingança. “Eu sou um homem livre agora” ele arfou, ficando em pé “Eu vou te vingar Narcisa, vou destruir esse demônio que acabou com a minha e com a sua vida. Eu prometo” Lúcio só conseguia visualizar a imagem de Narcisa pálida e com um semblante fantasmagórico “Eu vou te destruir, seu maldito!”. Como se tivesse sido estuporado por cem feitiços, Lúcio abriu a porta do quarto, agora ele tinha se lembrado de tudo, agora ele se sentia pronto para lutar, seu cansaço, sua tontura por ter revivido cenas tão pesadas em seu passado não importavam, de certa forma ele já se sentia bem melhor. ** ** Sirius estava agachado diante de um penhasco, na outra margem era possível ver a continuação da floresta até se perder de vista. Quando ele levantou-se para ver quem estava se aproximando, Harry pode notar que ele guardou no bolso de seu enorme casaco marrom uma pena. Sirius contemplou-os com um olhar amigável. - Aí estão vocês de volta – disse sorrindo – Mais rápido do que eu esperava! - Você estava mandando uma coruja? – perguntou Harry intrigado enquanto franzia suas sobrancelhas. - Na verdade acabei de receber uma coruja de Dumbledore – ele deu a notícia satisfeito, e Harry e Tathy o escutavam com muita atenção – A Ordem esteve em reunião o dia inteiro, eles tinham muitas pistas sobre o lugar em que a Espada Bélica poderia estar escondida na Mansão, mas antes teriam que verificar quais eram reais e quais não – ele deu uma pausa – Bom, foi um trabalho difícil e levou muito tempo.... - Ok Sirius, pare de enrolar... – disse Harry impaciente – Dumbledore sabe onde está a Espada? – questionou o garoto, ele já podia ouvir a resposta da boca de Sirius, seu coração estava acelerado, com esperanças renovadas. - Se você não tiver um ataque do coração... – brincou Sirius – Acalme-se Harry! Estamos indo buscá-la agora mesmo! - É óbvio! – comemorou o garoto, correndo até Sirius – O que estamos esperando? - Eu acabei de mandar uma coruja para Draco e Gina, avisando para nos encontrarem na terceira sala ao leste no primeiro andar, eles devem estar a caminho – informou retribuindo o olhar animado a Harry – Então só faltamos nós!!! - Perfeito – disse Tathy adiantando-se para os dois que andavam com passos largos – E quando vamos ter que lutar? - Infelizmente acho que não vamos poder lutar – falou Sirius desanimado – Eu fiz uma armadilha que irá tirá-los da proteção da sala exatamente na mesma hora em que nós vamos entrar para roubar a Espada e destruir o talismã... – ele deu um suspiro – Eu tentei convencer Dumbledore que seria mais emocionante se enfrentássemos os Comensais, mas ele não aceitou a minha sugestão... Harry e Tathy riram. - Eu vou me livrar dessa prisão! – disse Harry olhando o talismã que agora estava pendurado em seu pescoço. - Pode apostar que sim – respondeu seu padrinho confiante – Vai acabar logo, Harry. O frasco contendo sangue Malfoy ajudou-os a passar pelo jardim da Mansão Malfoy sem problemas com feitiços ou animais. Estranhamente nenhum Comensal da Morte apareceu vagando pela floresta, se isto foi um ponto positivo ou não, Harry não saberia dizer. No entanto a expressão de Sirius tornou-se preocupante, talvez pelo fato deles não terem tido uma oportunidade sequer de duelar ou porque o lugar estava quieto demais, isso poderia significar que a atenção naquela noite não estava atraída para eles, então para algum outro acontecimento que eles desconheciam, e como Sirius havia dito, ele odiava quando não era o centro das atenções, pelo menos quando isso acontecia, ele podia ter certeza de que tudo estava certo. Tathy também seguia com a varinha em punho, mais cautelosa do que o normal, e em posição de combate. Eles passaram pela porta principal. Harry arrancou o cordão com o sangue de Draco: - Rony adoraria ver sangue Malfoy escorrendo pelas paredes – ironizou Harry enquanto o frasco se espatifava e manchada a parede ao seu lado. - Que horrível! – ralhou Tathy lançando um olhar de desaprovação em direção ao garoto – Você não precisava ter feito isso--- Ele parou de falar imediatamente enquanto o segundo frasco voava para o mesmo destino, Sirius havia jogado o seu também. - Às vezes me pergunto se vocês fazem isso simplesmente para me contrariar ou porque vocês adoram rir da minha cara? – ela disse irritada – Isso é nojento! Vocês não pensam... - Tem uma lógica! – explicou Sirius tentando convencê-la e não sendo totalmente convincente porque estava trocando olhares debochados com Harry – Se os Comensais virem este sangue vão pensar que Draco ou Lúcio está gravemente ferido e isto nos ajuda no sentido de que eles vão ficar procurando quem é mais fácil de capturar, ou até mesmo pensar que todos nós morremos – ele fez uma expressão incrédula igual a que Tathy estava – Às vezes eles fazem algumas coisas estúpidas! - Eu não vou mais pedir que vocês não façam coisas idiotas, porque o segundo passo é ouvir coisas idiotas – ela disse do mesmo jeito que a Sra.Weasley fazia quando repreendia os gêmeos por terem feito algo errado – E não me olhem assim, como se eu fosse a mãe de vocês! – e jogou o terceiro frasco que estourou na parede. Sirius e Harry ficaram olhando perplexos. - Às vezes ela faz coisas que me assustam – comentou Harry surpreso. - Vamos ou vocês decidiram limpar? – Tathy disse com um olhar determinado. Eles continuaram andando no primeiro andar da Mansão, passaram pelas duas primeiras salas da parte leste, e finalmente chegaram na terceira sala. Não havia ninguém em nenhum corredor que eles já tinham passado, a armadilha de Sirius tinha funcionado. A porta era bastante comum, na verdade era idêntica a todas as outras que estavam ao seu redor, todas eram quase insignificantes, invisíveis para alguém que procurava uma Espada poderosa. - Você tem certeza? – Harry perguntou duvidoso. Os três estavam parados em frente à porta, Tathy olhava cuidadosamente para o fim do corredor certificando-se que ele permanecia deserto. - Absoluta – replicou Almofadinhas olhando um tanto severo para o sobrinho - Desde quando você duvida de mim? - Desculpe – Harry disse aliviado, ele parecia muito mais tranqüilo – Eu não acredito que vai ser assim tão fácil! Ele girou a maçaneta e ouviu um craque. A porta não se abriu, Harry empurrou com força, porém ela estava trancada. - Não tão fácil, Harry. Parece que você não se acostuma com essas situações... Você acha que eles seriam incompetentes a ponto de deixar a sala que guarda a única arma que pode destruir a Maldição que Voldemort lançou em você vulnerável assim? Nem Snape seria tão burro... - Eu preferia que eles tivessem deixado um bilhete dizendo “Abra a porta e siga adiante”, seria mais gentil – brincou tathy com um sorriso divertido. - Você está com aquele canivete que eu lhe dei? – perguntou Sirius como se estivesse maquinando alguma coisa e Harry captou na hora o que era – Isso mesmo, use-o para tentar abrir. Harry inseriu a lâmina do canivete na fechadura movimentou com habilidade para cima e para baixa e tentou abri-la, mas ela continuava fechada. - Essa é um pouco mais complicada, você precisa de um jeito especial – demonstrou Sirius num tom sereno, impulsionando a lâmina mágica com força para cima e puxando-a para baixo com um solavanco, Harry imaginou se seu canivete voltaria inteiro. Então, com um estralo uma fresta se abriu. Tathy, Sirius e Harry entraram num aposento de mais ou menos vinte metros quadrados, a parede rochosa e com um mosaico pentangular no teto que revelava a única janela do aposento, uma pintura sombria e com cores escuras, toda a sala era mau iluminada a não ser pelos archotes que contornavam o lugar bruxuleando uma chama azul. Em cada canto havia uma porta, no centro estava uma coluna circular de rochas que formava um alicerce onde estava depositada a Espada Bélica. Ela era enorme, possuía uma lâmina cortante que cintilava prateada, era uma luz tão intensa que o resto da Espada presa naquela redoma de vidro impenetrável ficava ofuscada. Quando os olhos de Harry se acostumaram a olhar para aquele objeto maligno, ele viu sua terminação em tons verde e preto. Diante dela não havia como negar seu poder, sua aparência fortemente perigosa. Harry estava hipnotizado, concentrado demais em acabar com a Maldição, e agora parecia tão simples, tão perto, era só esticar a mão e... - Deixe que eu faço isso! – Tathy cortou a transmissão visual entre Harry e a Espada bruscamente, e ela também parecia muito decidida e severa – Agora tire o talismã. Harry obedeceu sem pensar, apenas observou ela retirando a redoma e sentiu que a luz que cintilava presa pelo vidro iria inundar o aposento, porém a própria Espada absorveu aquela energia e ficou reluzindo um prateado misterioso. Tathy segurou firme o cabo e ergueu-a com dificuldade, Harry não fazia idéia de qual seria o peso daquela arma tão antiga e tão cheia de mágica das trevas, no entanto, a respiração de Tathy estava se tornando fraca. - Coloque o talismã ali – arfou Tathy apontando para o lugar que antes esteve a Espada, Harry depositou o talismã com metade de uma serpente, podia ser apenas um meio da magia que aprisionava a sua alma com a de Voldemort, mas já era suficiente para salvá-lo, era o que o manteve vivo desde que o Lord das Trevas ressurgiu, era sua vida representada por uma Maldição – Eu, portadora da terrível Espada Bélica, cujos poderes ultrapassam o de qualquer bruxo existente, ordeno agora que ela destrua a Maldição Umbrarroma para sempre! As palavras de Tathy saíram confusas, como um gemido, contudo ricochetearam nos ouvidos de Harry como o som mais corajoso e determinado que ele já tinha ouvido em toda a sua vida. Ela estava quase chorando, ele via que era pela dor, pelo seu esforço, por toda a energia que a Espada parecia estar sugando dela, porque irradiava cada vez mais. Inesperadamente, Tathy manuseou a Espada para acima de seu ombro e a segurou com as duas mãos, no eixo de simetria de seu rosto e encravou a lâmina na serpente que se esfarelou em pó, praticamente toda fonte de luz do aposento se extinguiu e a Espada Bélica voou da mão dela que parecia estar petrificada, quando a primeira ponta da lâmina tocou no chão com um barulho metálico, Sirius que estava vigiando a porta pela qual eles entraram, pareceu levar alguns segundos para tomar conta do que havia acontecido. Ele viu Harry sentir-se tonto e vacilar, Tathy segurou-o pelos braços. - Vocês estão bem? – ele gritou extremamente espantado andando depressa até os dois adolescentes – Quem tocou na Espada? - Não se preocupe, Sirius – os olhos verdes de Tathy o encararam, ela havia ficado muito transparente naquele momento – Eu acabei com a Maldição, eu vou sobreviver. Agora temos que cuidar do Harry, eu não sei o que pode acontecer com ele depois que o talismã foi destruído. - Eu estou bem – garantiu Harry colocando-se de pé novamente e sentindo que estava normal, olhou para Sirius que ainda encarava Tathy, sua expressão dizia alguma coisa, alguma coisa que não era boa. - Vocês foram irresponsáveis, esqueceram que estamos cercados pelos Comensais da Morte que querem arrancar nossas cabeças? Vocês não tomaram nenhum cuidado... – e nessa parte ele se referiu especialmente a Tathy. Harry achou que seu padrinho estava muito estranho – Essa Espada pode ter sido sua salvação, Harry, mas representa perigo mortal para os bruxos, ela pode despertar a qualquer momento e se voltar contra nós – o olhar sério de Sirius, que quase nunca era usado por ele, ficou divertido por um segundo - Mas mesmo assim fizeram um bom trabalho! E o sorriso de Sirius foi aliviante para os dois que também tentaram sorrir, mas não conseguiram tão bem porque seus lábios tremiam como se eles não tivessem mais controle sobre o frio que sentiam, sobre as emoções que passavam em suas mentes. - Accio Espada Bélica! – disse Sirius rangendo os dentes para levar a arma de volta ao seu lugar, ele a cobriu com a redoma de vidro, e ela voltou a irradiar luz prateada. - Eu achei que os Malfoy tivessem um gosto melhor por decoração – comentou Harry olhando para a sala escura à sua volta – Acho que essas pedras sobraram de alguma avalanche. Se bem que lembra muito o tempo das cavernas isso aqui. - Você tem razão – disse Tathy parecendo assustada ainda – Esta sala é horrível. BAM! A porta negra ao sul da coluna central se escancarou fazendo Tathy tropeçar e Harry e Sirius apontarem suas varinhas. Felizmente quem apareceu foram Draco e Gina, cansados como se tivessem corrido uma longa distância, porém muito alegres, trocando olhares curiosos. Quando eles viram Sirius e Harry com suas varinhas apontadas, pararam imediatamente. - Eu juro que somos inocentes! – brincou Draco erguendo as mãos para o alto. - Vocês demoraram para chegar... – Harry olhou zangado para os dois que estavam com expressões culpadas – Não podiam ter vindo mais rápido? Quase fomos embora porque vocês não apareciam... - Potter, viemos na mesma hora que o Sirius mandou a coruja avisando e não é da sua conta... – Draco começou a responder, mas sua voz silenciou quando ele viu os olhos aterrorizados de Sirius, Harry e Tathy olhando por trás deles. - Corram! – mandou Sirius antes que Draco pudesse se virar para ver o que havia deixado os olhos deles tão arregalados, então ele viu de relance muitos vultos negros se movendo na escuridão e ele tentou achar a mão de Gina para puxá-la, mas não conseguiu, seus joelhos cederam para frente e ele viu Sirius passá-lo para trás de seus braços lhe dando proteção. Quando Draco conseguiu entender que estava salvo, ele desvencilhou-se dos braços fortes de Almofadinhas e seu coração afundou. Ele viu uma menina de cabelos ruivos no meio dos Comensais encapuzados. Havia uns quinze em volta dela, ele viu o olhar desesperado dela, enquanto eles a seguravam pelos pulsos, seu sangue congelou. Eles tinham capturado Gina. ** ** |