FACÇÃO AEROPORTO


As home pages tem visibilidade mundial. Falar de determinados problemas locais pode parecer pequeno, até que as coisas tomem um rumo incontrolável. Falar da coca que sai da Colômbia, virou um assunto de interesse internacional. A matança de palestinos e judeus (e todas as teorias tolinhas de que vai parar, que os encontros dos líderes “selam” a paz são ridículas já que Arafat é um bobalhão sem poder, sem comando, pretensamente à frente de um povo que na verdade é composto de  tribos independentes, bélicas e  fanáticas)é outro assunto para botequins de esquina em qualquer parte do planeta.
Pois deve ser também assunto interplanetário o desmando, a desordem e o crime organizado no Rio de Janeiro.
O Rio de Janeiro, de Cidade Maravilhosa não tem nada. É uma terra sem dono, sem autoridade, onde os grupos organizados (e os desorganizados também) fazem o que querem e bem entender. Roubam, matam, saqueiam impunemente.
É um balneário lindo? É. Visto de helicóptero ou em fotografias expostas em agências de turismo.
Fala-se na geração de empregos, nas novas possibilidades (mundiais) do turismo e pretende-se alardear essa possibilidade por aqui. Qualquer idiota que tenha acesso aos meios de comunicação de massa, jamais deixará seu Estado ou seu País para vir fazer turismo no Rio de Janeiro. Os cariocas é que querem sair daqui correndo.
O povo vive gradeado, preso em condomínios, anda pelas ruas verdadeiramente apavorado. Assaltam a cinco metros de uma blitz da polícia(isso quando a polícia não é exterminada numa blitz de bandidos). O que difere aqui é se o facínora é deste ou daquele comando, se ele apenas assalta e mata ou se, consumado o crime, esquarteja os corpos e os expõe em praça pública. Andar de carro é um suicídio sendo o mesmo andar de ônibus e a pé, então nem se fala. Ficar em casa também é bobagem, pois eles invadem as casas e te trancam no armário roubam tudo ( e agradeça muito a Deus se ficar vivo).
Não há governo. Nenhum governante consegue tomar pé. Discutem união das polícias, mudam a cor das patrulhas, empurram a responsabilidade para cada lado, mas a verdade é que é um governo fraco (eu diria mesmo um desgoverno na área de segurança). Como sempre têm à mão aquelas estatísticas pífias mostram que aqui e ali a criminalidade diminuiu. Uma ova! Quem mora no Rio ou vem a ele freqüentemente sabe muito bem: aqui é impossível viver.
O discurso de governar com o povo e para o povo, a preocupação discursiva para angariar simpatias e votos dos politicamente corretos (que são os comunistas que aguardam sua vez de tomar tudo num golpe só)- aguardem para ver o que vai acontecer em São Paulo com os comunistas no poder -  agradam a negros e homossexuais. Preocupam-se em liberar a maconha, o casamento entre gays e o aborto. Quem fala isso vai para o céu.
Se uma pessoa ousar ser contra os casamentos entre homossexuais, contra o aborto e a liberalização da maconha, sai de baixo: vai ser execrado em praça pública, vai ter seu nome no índex de tudo o que é ruim, pestilento ou o que pior possa existir.
O importante aqui é passar a mão nas cabeças dos bandidos, explicar que não tiveram uma infância feliz, discursar longamente sobre os Direitos Humanos. Bom governante é aquele que vive entre as rendas e brocados palacianos fazendo futricas e competindo sobre quem é mais humanista. Aqui é o governo do Povo. E como o povo não sabe se auto governar, quem quiser segurança (mínima que seja) por favor, a caminho do aeroporto mais próximo.

Geraldo Iglesias
Novembro de 2000.
Principal