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A ESTRUTURA DA FAVELA Seria tolo e infantil pensarmos que a proteção dada aos cidadãos da cidade do Rio por favelados é apenas uma união de forças ou falta de preconceito. Primeiro, o óbvio: dar segurança é obrigação do estado. Bem verdade que o estado não proporciona segurança ao povo, definitivamente não é capaz. Diante desta triste e vergonhosa constatação o cidadão, o comerciante etc. procuram segurança particulares na própria polícia (o caso já foi inclusive debatido, se um PM, por exemplo, em suas horas de folga, pode trabalhar como segurança particular). Parece que nem esta segurança particular dá mais tranqüilidade. Os assaltos continuam, os roubos, os assassinatos. A desordem, a baderna, a fraqueza da polícia estadual municipal e mesmo federal propiciam um raciocínio primário: se, no Rio de Janeiro, os assassinos e traficantes vêm das favelas, por que não buscar nessa comunidade a segurança que nos falta? Os rapazes, alegam os defensores da medida, têm “ficha limpa”. Ora. E por que não teriam? A maioria dos moradores das favelas não possuem fichas criminais (isso seria pressupor que a maioria dos favelados é bandido, o que, evidentemente, é uma inverdade). Falta franqueza nessa discussão. Não estamos buscando segurança de moradores em favela “por nada”, “porque são tão gente quanto nós”. Estamos buscando esse tipo de segurança, que logo se revelará trágica, pelo pueril raciocínio de que esses rapazes convivem com o tráfego e têm, portanto, mais influência por lá. Assim, podem dialogar, dividir o dinheiro ou qualquer outra coisa e “empurrar” aquele pessoal para outras áreas, distantes das “protegidas”. Primeiro que isso não é verdade: eles podem também fazer um levantamento muito mais seguro de quem pode e deve ser roubado, uma espécie de mapeamento do bairro para facilitar a ação dos bandidos. Segundo: O Rio de Janeiro tem favelas por todos os lados. Se a moda pega, cada favela “empurrando os crimes para o bairro ao lado”, em tese, em pouco tempo não haveria mais onde distribuir drogas, roubar, assaltar nem assassinar, já que todos os bairros estariam protegidos. E aí? Reinará a paz na cidade? Não. Haveria acordos, estratégias e preços cada vez mais elevados. A guerra travada nos morros seria também travada no asfalto, patrocinadas pelos cidadãos que buscam segurança e que, de certa forma, teriam de se tornar soldados também para defender seus “seguranças favelados”. Seria, portanto, o caos do caos. Diante da impossibilidade das forças estaduais, é bem mais razoável que busquemos segurança nas forças federais do que nas favelas. Geraldo Iglesias 11.03.2001 |
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