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COMPUTADORES DE 500 As propostas e negociações em torno do computador popular, de R$ 500,00 (quinhentos reais) devem ser mais estudadas, pois está se comprovando que com esse valor ainda não conseguimos montar uma máquina de qualidade mínima. Monta-se realmente um computador nesse valor, mas ele não atenderá as necessidades básicas do usuário. A máquina básica custa mais, custa R$ 1.200,00 (Um mil e duzentos reais), na realidade mais do que o dobro do proposto. O valor de R$500,00 é baseado nos computadores populares de países com grande produção que de fato conseguem montar máquinas a esse preço. No caso do Brasil, os pesquisadores estão sendo obrigados a dar grandes voltas, a suprimir itens básicos, gerando por fim computadores inoperantes, que necessitam de periféricos e etc. Por outro lado, pensando que um aparelho televisor custa quatrocentos reais é de operação ordinária, não há nada para ser “instalado”, enfim, não assusta, compreende-se que as pessoas de baixo poder aquisitivo jamais darão mais do que o dobro do valor de uma televisão por uma máquina que eles não conhecem, teriam que aprender a utilizar, de antemão acham difícil, quando não de impossível aprendizagem. Num país onde mais de 90 milhões de pessoas tem acesso à televisão e apenas seis milhões ao computador é um desafio brutal ao paradigma estabelecido alterar rapidamente o estabelecido. Mudar este paradigma é fundamental para alavancar as mudanças essenciais que são necessárias à cultura, educação e informação. O governo pretende que doze milhões de brasileiros tenham acesso aos benefícios da Internet, pouco mais de 6% da população, ou seja, nada. E ainda assim esse quadro é praticamente impossível pelos motivos expostos. Penso que, se ao invés de computadores de R$ 500,00, trabalhássemos com os de R$ 1.000,00, reduziríamos de 6 para 3 milhões de novos usuários, mas trabalharíamos com um universo concreto. As pessoas beneficiadas por esse projeto teriam, de fato, acesso às novas tecnologias. Do contrário ficaremos num meio termo, num meio de caminho onde o número de usuários continua ridiculamente pequeno e a qualidade do uso pífia. De certa maneira, não estaremos saindo do lugar, ou antes, desestimulando a demanda desta área. Geraldo Iglesias Abril de 2001 |
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