O VERDADEIRO HOMEM DE MÍDIA


Dos meios de comunicação, encontramos na televisão a maior resistência em agregar novas tecnologias, principalmente a produção e transmissão especificas para a Internet.
Quando os dirigentes maiores de uma empresa de televisão não têm um olhar para o futuro, quando não são homens que percebem a necessidade de acompanhar o movimento universal em busca de outras mídias, para que aconteça uma elevação da qualidade global da comunicação, as redes de TV simplesmente não andam, não evoluem.
O motivo é simples, ainda que pífio: a televisão era o que existia de mais moderno em tecnologia de informação. Muitos dos profissionais que hoje nela atuam são ainda os que foram “pioneiros” – lembremos que a televisão tem cinqüenta anos.
Como é o aparelho mais acessível, mais visto, que movimenta maior capital, os “homens de televisão”, os “que já conhecem tudo” têm medo, muito medo. Seria, para esse velho profissional, frágil, muito arriscado investir em algo que não conhece, não domina e sabe que, não terá tempo nem capacidade de dominar.
Trata-se evidentemente de um pensamento mesquinho, de um desvio de ética ou, no mínimo de visão.
Não compreender que uma transmissão simples via web vale muito mais do que uma grande transmissão de televisão é prova cabal, incontestável de ignorância. Alegar que a TV “existe” e a internet “engatinha” é um raciocínio menor, da ignara, dos que, por medo e incapacidade se entocam como ratos de esgoto.
Colocar seu com nome, investir numa mídia que está começando, com as falhas naturais do processo iniciante e desbravador; arriscar-se aos equívocos eventuais e recomeçar é o que o verdadeiro profissional global da informação, o “Homem de Mídia” faz, custe o que custar, pois seu nome estará inserido num futuro brevíssimo junto a todos os que não temeram o novo, o arriscado, o desafio de “começar de novo”, viabilizando o que existe de melhor para a democracia. Isto é vencer. Sempre.
Geraldo Iglesias
Maio de 2001
Principal