Meus quadrinhos prediletos

Os autores e quadrinhos que aparecerão abaixo estão sempre à mão na minha estante; são aqueles que eu realmente não canso de ler. Alguns deles vêem dos anos 80, quando eu comecei a ler gibis pra valer -- na minha opinião, uma boa década para começar a ler quadrinhos. Preferi citar aqui apenas os quadrinhos brasileiros; para conhecer os estrangeiros que eu gosto, clique aqui. Gostos pessoais à parte, todos são ótimas indicações de leitura.
 

 Assinatura do Nássara (1910-1997)

 auto-retrato do Nássara Antonio Gabriel Nássara é o decano dos cartuns aqui no Brasil, dono de um dos traços mais modernos e bonitos dessas praias. Foi diagramador e cartunista de mão cheia, mas sua principal ocupação mesmo foi a de músico -- ele é co-autor de marchas antológicas do carnaval carioca como A-la-la-ô,e sambas como Formosa. Redescoberto nos anos 70 pelo Jaguar, voltou a fazer vinhetas para o Pasquim. E antes que alguém comece a reclamar, vou logo avisando aqui que, apesar dessa ser uma seção de quadrinhos, decidi incluir aqui também cartunistas  e chargistas que eu admiro, afinal, é muito incomum encontrar algum desenhista exclusivo de quadrinhos por aqui. E já que era pra abrir a lista das exceções, que ela fosse bem aberta pelo Nássara.
 
 

assinatura do Ziraldo

Quem conhece ou quer saber alguma coisa sobre artes gráficas brasileiras sabe quem é Ziraldo. Com um nome desses não seria muito difícil, mas seus quase 40 anos de carreira formam um portfolio mais do que amplo, quase um mapa das caras e coisas brasileiras ao longo do tempo. Cartazista, capista, ilustrador, quadrinhista, cartunista (adivinhem quem aportuguesou esse termo inglês), escritor, jornalista, e mais umas duas ocupação que esqueci aqui constam do currículo deste mineiro de Caratinga. Entre seus trabalho, destaco o livro infantil O Menino Maluquinho, a série de quadrinhos Zeróis, e o livro de cartuns O Pipoqueiro da Esquina, com Carlos Drummond de Andrade. 
 
Ed Mort, de Luís Fernando Verissimo e Miguel Paiva
 
Quem já visitou a minha página de curiosidades sabe o quanto eu gosto da Radical Chic de Miguel Paiva. Tem uma tira diária que ele desenvolveu, Ed Mort, em branco e preto, muito divertida, com o texto do Verissimo. Saquem só os títulos dos álbuns com coletâneas de histórias que a L&PM lançou: Procurando o Silva (esse até virou filme), Com a Mão no Milhão, O Sequestro do Zagueiro Central, Disneyworld Blues, Conexão Nazista e por aí a fora. Aliás, todo mundo sabe que tira é um negócio esgotante para escritor e desenhista, mas está em boa hora de alguém iniciar um abaixo-assinado pela volta das tiras do Ed, que Paiva & Verissimo só uma vez por semana é muito pouco.

 

Chico Caruso
cartum do Chico
Esse cartum que aparece aqui em cima é um dos motivos por que sou fã do Chico. Os outros dois são uma caricatura minha que ele fez na página de rosto do seu primeiro livro, Natureza Morta, e a explicação sobre a diferença entre cartum, charge e caricatura, a única, até hoje, compreensível que eu ouvi. Além desses painéis cheios de personagens (tem um famoso sobre a MPB), Chico iniciou a charge (cartum?, caricatura?) colorida na primeira página do jornal O Globo, escreveu um livro sobre Pablo Picasso, uma peça sobre Péricles, o criador do Amigo da Onça e organizou um encontro de desenhistas latino-americanos de humor em São Paulo. De vez em quando tem uma exposição dele por aí, é só ficar de olho.  
 
Millôr Fernandes
 
capa de A Biblia do Caos Isso aí do lado é a capa de um tijolão de 400 páginas que reúne a súmula do pensamento de Millôr Fernandes, aliás Emanuel Vão Gogo, aliás Rollim, o pensador, aliás Milton Fernandes, jornalista, roteirista, teatrólogo, desenhista, pintor e poeta entre outras coisas. Com uma obra tão vasta (desde a década de 40 publica) quanto variada, é curioso que eu me lembre de tão pouca coisa na área específica de quadrinhos: Ignorabus, o guru, com desenhos de Carlos Estevão, na década de 50 e O Último Baião em Caruaru, filme em forma de story-board, na década de 70. Mas praticamente todos os cantos pelos quais ele passou valem a pena ser conhecidos, como, por exemplo, as traduções para teatro.
 

pagina em Hq do Lobo
César Lobo
Um dos melhores aerografistas (!) que conheço, melhor conhecido por suas maravilhosas ilustrações para capas e revistas, e, agora, pela substituição de Vilmar Rodrigues nas ilustrações dos livros de Carlos Eduardo Novaes, César Lobo também é um quadrinhista de mão cheia, que admiro desde o tempo dos roteiros terroríficos para a Vecchi (A Lâmpada Mágica, A Festa da Entropia), passando pela época da InterQuadrinhos e em qualquer lugar que pintasse por aí, fosse aterrorizando na revista Nervos de Aço, desenhando o poster comemorativo da 1a Bienal HQ ou criando o mascote da Petrobrás, a Ararajuba. O Anti-Corpo, cuja primeira página se vê ao lado, foi história vencedora da 1a Bienal HQ.
 
 
 

 
LucasAndré Diniz
Uma das grandes vantagens de ser leitor de quadrinhos é a proximidade que o fã tem para com seu autor preferido. Conheci o trabalho do André Diniz ainda na época fanzine de Grandes Enigmas da Humanidade, uma mistura dos temas exóticos de Tintin e Carl Barks, da caracterização de personagens de Eisner e do mangá japonês. O desmaiado das cópias xerox não reduzia o deslumbramento por sua capacidade de criar histórias envolventes e personagens animados, cheios de vida, como o velho centenário Lucas, que já ganhou revista em edição independente. Confira tudo na página A Saga de Lucas.
 

Sig de JaguarJaguar, ou melhor, Sérgio Jaguaribe, é um dos mais influentes desenhistas de humor brasileiros: o que tem de filho dele por aí não é fácil. Com seu estilo grotesco, gratuito, completamente hilariante, Jaguar fez as contas e descobriu que juntando todos os seus desenhos dá mais de um por dia, durante toda a sua vida. Esse aí do lado é o ratinho Sig, personagem dos Chopnics, a tira de quadrinhos mais carioca que já houve, contando as perpécias da fauna ipanemense do amanhecer ao ocaso da década de 60.
 
 

Luiz Gê - Perdidos no Espaço Luiz Gê
Vou cometer o insulto maior que um fã do Laerte pode aturar e afirmar aqui que o maior quadrinhista paulista vivo é Luiz Gê. Originário da década de 70, soube receber e absorver as influências européias e do underground norte-americano em seu trabalho, criando as obras-primas Dove' Meneghetti, Quem matou Papai Noel?, Perdidos no Espaço, Viagem ao Centro da Terra, F.U.T.B.O.I.L., entre outros quadrinhos de ritmo incomparável, traço próprio, roteiro incomum e um final sempre surpreendente. Gê de gênio.
 
 

Newton Foot
Joel madrugada/Nega Maluca
Quem se deu ao trabalho de acompanhar os quadrinhos desse artista de nome estranho descobriu um dos repositórios de idéias criativas mais férteis por aqui. Dono de humor infame e adepto da linha clara européia, mas com grande jogo de contraste, Foot fez histórias tão díspares como Bhunda, As nuvens geladas de Vênus e Momotaro, mas acertou em cheio com as aventuras de Joel Madrugada e Nêga Maluca, situadas no carnaval carioca das primeiras décadas do século. E olha que Newton Foot é paulista.

 
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