William Crookes retratou-se?

                    Resolvi iniciar esse estudo no intuito de verificar a veracidade ou ao menos procurar uma comprovação mais consistente a respeito de alegações encontradas na internet a respeito da suposta retratação do eminente cientista William Crookes.        

                     Crookes decidiu-se a  investigar o Espiritismo, segundo ele porque: "considero que para o homem de ciência que aprendeu a usar métodos exatos de trabalho, é uma obrigação examinar esses fenômenos que atraem a atenção do público, para confirmar se são genuínos e explicar se possível as maquinações dos desonestos e expor os truques dos enganadores"                    

                    Observe o condicional SE.

                    Crookes tinha tanta certeza sobre a correição dos modos investigativos cientificamente rígidos que se dispôs a estudar os fenômenos em curso em várias partes do mundo, para confirmar ou não a sua veracidade.  Mas muitos, passando por cima da partícula SE, querem fazer parecer totalmente afirmativo, que ele, cientista,  DESEJAVA confirmar alguma coisa, que desde o início, já julgava falsa, desmistificando os fenômenos. Podemos observar que ele não disse no texto acima "...confirmar QUE SÃO ou confirmar QUE NÃO SÃO..." Ele queria verificar os fatos. A HISTÓRIA DIZ  (não eu) que na realidade eram outros indivíduos que DESEJAVAM com veemência que um intelectual finalmente expusesse a "verdade" (contrária ao espiritismo). A esperada verdade seria muito bem recebida por eles, de olhos fechados, sem polêmicas, pois presumia-se que com a sua enorme reputação Crookes  iria fazer uma desmistificação rápida e segura, baseada em suas observações e estudos criteriosos, decretando assim o fim do espiritismo. 

                   Vamos admitir que Crookes estivesse firmemente intencionado a descobrir fraudes e desmontar farsas. O que aconteceu ( e é claro para todos, por isso apareceu a idéia de retratação) é que ele encontrou algo de verdadeiro nos fenômenos. Isso chocou o público e seus colegas cientistas e, apesar dele conduzir seus experimentos dentro das mais rígidas condições científicas de controle, surgiram os muitos "ele se retratou" -  A retratação afirmada por muitos seria então demonstração de arrependimento do cientista, que nada haveria conseguido provar dos fenômenos observados e portanto forjado algo que pudesse apresentar.  Bem, Crookes não necessitava se utilizar desse métodos para uma promoção pessoal, pois já tinha sua reputação firmada. 

                   Para você conhecer uma pequena biografia de William Crookes, ISENTA de quaisquer conceitos religiosos, clique AQUI

                                                       Vamos aos fatos

                     Devemos nos perguntar se ele realmente se retratou (RETRATAÇÃO - Declaração que retrata ou desdiz outrra anteriormente feita. [Sin., nessas acepç., palinódia e volta-face]). Meu objetivo aqui é tentar encontrar uma comprovação real dessa confissão de erro, apontando algumas incorreções apresentadas por pessoas favoráveis a teoria da retratação. Após apresentados alguns fatos por mim encontrados, deixo, como sempre, a interpretação aos leitores do artigo. Cada qual tem a capacidade de tirar as suas próprias conclusões.

                    Vejamos inicialmente, a declaração encontrada na NET sobre a retratação.


       CROOKES, POSIÇÃO CIENTÍFICA – RETRATOU-SE OU FOI CALUNIADO?!

               Sir Willian Crookes (1832-1919) foi um destacado sábio em Física e Química. Um dos primeiros pesquisadores que enveredou pela Metapsíquica. Suas pesquisas foram muito conscienciosas e um marco indelével nessa ciência.

                É citado freqüentemente pelos espíritas...

               ... mas uma coisa é aceitar os fenômenos e outra, a interpretação espírita!

               (...) Crookes já estava idoso e ainda não encontrara nenhuma prova (SUBLINHADO MEU) convincente a favor do espiritismo, apesar de desejá-lo e sentir-se atraído a essa interpretação. Alguns de seus amigos estavam se deixando arrastar pelo rápido progresso da superstição espírita (DEMONSTRAÇÃO DE TENDENCIOSIDADE - NOTA MINHA). Numa carta ao Dr. J.-J. Walsh (AUTOR DO LIVRO - NOTA MINHA) explicava: “Inclino-me a acreditar que muitos dos meus amigos tenha recebido, como declaram, as provas desejadas, e eu próprio freqüentemente me tenho inclinado para essa convicção (...). Tudo quanto me interessa, é que seres invisíveis e inteligentes dizem que são espíritos de pessoas mortas, mas nunca tive provas de que sejam realmente as pessoas que dizem ser, como as exigia, para que pudesse acreditá-lo”.
(WALSH, James-Joseph: Spiritualism a Fake, New York, Appleton Century, 1915, p. 81 – Cfr. BROFFERIO, A.: Fur den Spiritismus, Leipzig, 1894, p. 319. Tradução: Per lo Spiritismo, 2.ª edição, Torino, Bocca, 1903). "Portanto, Crookes deve sair da lista dos sábios que aderiram ao espiritismo".

(QUEVEDO S.J., Oscar G.-: “Palavra de Iahweh”, 1.ª edição, São Paulo, Loyola, 1993, p. 200 s., volume 5 de “Os Mortos Interferem no Mundo?”).


                                      Uma primeira explanação 

             Bem, obviamente ao darmos crédito aos autores dos livros de onde foram tirados os trechos acima, que levariam a idéia da retratação (WALSH, James-Joseph: Spiritualism a Fake, New York, Appleton Century, 1915, p. 81 – Cfr. BROFFERIO, A.: Fur den Spiritismus, Leipzig, 1894, p. 319. Tradução: Per lo Spiritismo, 2.ª edição, Torino, Bocca, 1903) devemos também dar crédito ao livro escrito pelo próprio William Crookes - ("Researches into the Phenomena of Spiritualism") - lançado na Inglaterra em 1874 (no Brasil o livro foi lançado pela FEESP em 1919 (ano da morte de Crookes) - ISBN 85 - 7328 - 007 - 7, com o título "Fatos Espíritas". Em 1996 estava na nona edição brasileira (trigésimo primeiro ao trigésimo quinto milheiros - tradução Oscar D'argonnel). 

            Os estudiosos que pretendem provar que o cientista se retratou, se dando ao direito de apresentarem suas teses baseadas naqueles livros me deixam a vontade para que eu me reserve o direito de, após ler o livro de Crookes, aceitá-lo como UMA das bases de meu pequeno estudo (não a única). 

            Só como exercício de lógica, deve-se perguntar: é uma base válida, confiável? Vejamos. Vamos supor que o livro "Researches into the Phenomena of Spiritualism" seja "falsificado", fruto de algum espírita que quer se fazer valer da notoriedade de uma pessoa séria para solidificar sua crença pessoal. Bem, o livro foi lançado na Inglaterra, em 1874. Não parece plausível que nessas condições, tal obra fosse aceita por Crookes (que só morreu em 1919) - não seria normal nem aceitável o cientista se calar diante do surgimento de uma obra, escrita por quem quer que seja, assinada em seu nome. Além do mais não é conhecida, até os dias de hoje, a existência de reclamações ou processos com relação a obra editada. Tampouco seria aceita por seus colegas cientistas (Francis Galton - antropologista, meteorologista, matemático e estatístico britânico e Charles Darwin - naturalista britânico, entomologista, geólogo, para citar os mais conhecidos - que trocavam cartas entre si e com William Crookes a respeito de seus estudos). E mais, não afigura-se razoável que uma obra assinada por um cientista da grandeza de  William Crookes fosse editada, por quem quer que seja, sem que o editor tivesse maior conhecimento da referida obra - é de se imaginar a repercussão negativa para essa editora e os processos a que estaria sujeita no caso da falsidade de uma obra completa, com dezenas de nomes de estudiosos e colaboradores, de renome na época, sem o mínimo alarde do fato. Mas isso não é o mais importante neste estudo.

                           Algumas notas retiradas do texto inicial

           Quanto a nota retirada do livro do Sr. Quevedo "(...) Crookes já estava idoso e ainda não encontrara nenhuma prova convincente a favor do espiritismo", tenho a considerar que ele escreveu o livro "Researches into the Phenomena of Spiritualism" em 1874. O cientista nasceu em 1832. O interesse de Crookes a respeito dos  fenômenos espíritas nasceu em 1868/69 - ele contava com 36/37 anos (1868 - 1832 = 36). As experiências mais significativas começaram por volta de 1870/73 quando ele contava então com 38, 39, 40 e 41 anos (1870 - 1832 = 38 e respectivos cálculos), sendo editadas no Quartely Journal of Science (janeiro de 1874). Seu estudo já havia se concluído quando ele contava com 42 anos (publicação do livro e demonstração das fotos, tema tratado na segunda parte do estudo), sendo que nasceu em 1832 (1874 - 1832 = 42). Ele morreu em 1919, quando então contava com 87 anos (1919 - 1832 = 87). Num discurso que fez no Congresso da Associação Britânica em setembro de 1898 (17 anos antes de morrer), disse: "trinta anos se passaram desde que publiquei as atas das (primeiras) experiências tendentes a mostrar...."...oras, se ele publicou as primeiras atas 30 anos antes do discurso (1898) isso foi em 1868 (1898 - 30 = 1868), quando então contava com 36 anos, como já foi dito. Ou seja, ele foi considerado um homem idoso já cansado, com 36 - 42 anos e há de se supor que sua longevidade foi pródiga. Viveu 3 anos a mais do que o dobro da idade que tinha quando, foi dito, já era um idoso cansado (morreu aos 87 anos: 2 vezes 42 = 84, 84 + 3 = 87). É óbvio que a expectativa de vida em meados de 1800 (1832) não era tão alta quanto nos dias de hoje. Mas também devemos lembrar que Crookes era um europeu com uma boa vida e sua expectativa de vida deveria ser de média para alta (vamos seguir a lógica....um mendigo nas ruas de uma cidade da Inglaterra é uma coisa. Sir William Crookes é outra). Não podemos considerar 36/38/42 anos como uma idade em que uma pessoa inteligente, ativa, de boa formação pudesse ser taxada de "idosa e cansada". Veja um pequeno e interessante texto encontrado no link abaixo:

 www.techway.com.br/techway/revista_idoso/economia/economia_belisario.htm

(Esta é a parte do texto que eu  separei)   Longe do fim

                       Mas será que estamos próximos do limite máximo para a idade dos seres humanos? Na verdade, todas as tentativas de se estabelecer tais limites foram ultrapassadas rapidamente. Em 1928, Louis Dublin avaliou em 64,75 anos a idade máxima do ser humano. Mas ele não sabia que a Nova Zelândia (desconsiderados os nativos maoris) já tinha ultrapassado essa marca na sua própria época. Em 1990, S. J. Olchansky, B. A. Carnes e C. Cassel, da Universidade de Chicago, afirmaram que a expectativa de vida não deveria ultrapassar os 35 anos aos 50 anos. Seis anos depois, essa marca era superada pelas mulheres japonesas.Isso ajudou os pesquisadores Jim Oeppen, da Universidade de Camridge (Inglaterra), e James Vaupel, do Instituto Max Planck para Pesquisa Demográfica, na Alemanha, a negar as tentativas de se estabelecer limites para a idade máxima do ser humano e a concluírem que ainda estamos longe do limite do crescimento da expectativa de vida. Além disso, eles apontam, em um artigo publicado na revista Science de 10 de maio, que a expectativa de vida vem crescendo mais ou menos linearmente de 1840 para cá. Se estivéssemos perto do limite, essa linha deveria já ter começado a se curvar, mas não há sinais disso nos dados dos dois cientistas.

             Em uma segunda nota, percebe-se no texto que depois dos louros jogados, merecidamente, sobre os ombros de William Crookes, temos: "... mas uma coisa é aceitar os fenômenos e outra, a interpretação espírita!". Ocorre que como já foi dito, é de conhecimento geral e já foi demonstrado aqui (e além disso, com um pouco de boa vontade, basta pesquisar na NET), quando o estudo começou Crookes era uma esperança de desmistificação dos fenômenos, ele não era espírita. Achava que ia se demorar no assunto uns 3 meses, pesquisar e parar.... existiam outros assuntos científicos interessantes a ele....... mas ele ficou alguns anos estudando. Segundo o texto: Quem é espírita, dá uma interpretação espírita. Portanto, podemos dizer: Quem NÃO é espírita, NÃO dá uma interpretação espírita. Crookes não o era, então não iria dar uma interpretação espírita. Mas se uma INTERPRETAÇÃO ESPÍRITA foi dada, contrariando o senso comum e a esperança de muitos, algo durante o estudo fez com que a idéia dele se modificasse. 

              Em uma terceira nota, também retirada do mesmo texto "Alguns de seus amigos estavam se deixando arrastar pelo rápido progresso da superstição espírita" Além de ser uma frase um tanto tendenciosa para um assunto tratado seriamente, nesta frase existe um enorme contra-senso com o que dizem os Srs. detratores da doutrina espírita pois eles sempre falam a respeito de uma "seita" que não cresce e está fadada ao desaparecimento em breve. A resposta que alguém poderá dar é: a colocação foi de pessoas da Inglaterra do século XIX. Então os que queriam derrubar o espiritismo tinham uma teoria numa época e agora tem outra, e isso ocorre não só no tempo como no espaço, pois seria uma opinião dos ingleses. Mas quando se trata de atacar o espiritismo hoje em dia, ela serve igualmente aos propósitos.


                                           Existem alguns Erros!   

                  Muitos aficcionados da retratação devem estar a esta altura querendo perguntar: e o livro de James Joseph WALSH, : Spiritualism a Fake, New York, Appleton Century, 1915, p. 81? Não foi falado nada a respeito dele...só foi falado a respeito da obra de 1894. 

                 Na verdade nem tudo sobre a obra de (Brofferio A.) - Angelo Brofferio foi tratado  porque encontrei mais algumas disparidades nas informações. Pesquisando na NET não encontrei menção do livro Fur den Spiritismus, Leipzig, 1894. Já sobre a sua tradução: Per lo Spiritismo, 2.ª edição, Torino, Bocca, 1903, encontrei em http://www.psicotecnica.org/Brofferio.html  o seguinte: Brofferio A. (1892). Per lo spiritismo. Milano: Briola. Bem, já enviei um e-mail para o endereço eletrônico encontrado na página com algumas questões a respeito da obra:  data e país da primeira edição e se existe menção da retratação. Infelizmente, na edição traduzida, não consta a página em que existe a suposta retratação (assim que tenha a resposta, divulgarei junto com os e-mails). Fica a dúvida - ou essa edição é de 1892 ou o livro foi lançado em 1892. Nada existe relativo as datas 1894 nem 1903. Podemos dizer que seja um mero erro de datas, mas e as editoras? No artigo contra a retratação consta Torino, Bocca e na página sobre A. Broferrio encontramos Milano: Briola. Gostaria de maiores detalhes. Todos gostariamos.

                  Voltando a Walsh. Estive pesquisando na NET sobre esse J. J. Walsh e encontrei o seguinte: existem 3 livros desse autor. Pesquisar em: 

www.kessinger-publishing.com/searchresults_orderthebook.lasso?Author=Walsh,%20James%20J.&Submit=Query

1. Health Through Will Power (1920) 

2. Popes and Science the History of the Papal Relations to Science During the Middle Ages and Down to Our Own Time (1911) 

3. Spiritualism A Fact, Spiritualism A Fake (1925) 

                     Este último seria o livro citado no trecho "CROOKES, POSIÇÃO CIENTÍFICA – RETRATOU-SE OU FOI CALUNIADO?!". 

                 Alguns erros ocorrem aqui:

1. Segundo a editora Kessinger Publishing este livro foi escrito em 1925 e não em 1915, como consta do trecho. Este fato faz enorme diferença pois em 1915 Crookes ainda estava vivo e em 1925 não. Em 1915 Crookes poderia se manisfestar contra a carta enviada a J. J. Walsh, ao qual foi imputada a sua autoria, caso não fosse ele o escritor da carta, e caso ela fosse falsa, se é que ela existiu. Em 1925 não.

2. O erro apresentado neste tópico realmente não poderia fugir da revisão do autor da obra que defende a retratação. É muito tendencioso. O verdadeiro nome do livro é "Spiritualism A Fact, Spiritualism A Fake" ("Espiritualismo Um Fato, Espiritualismo Uma Fraude") e não só "Spiritualism A Fake" ("Espiritualismo Uma Fraude") o que leva os leitores a fazerem um falso juízo a respeito do teor do livro, pois parece que este tem o firme propósito de considerar o espiritismo uma fraude. Na verdade ele traça um paralelo entre supostas provas e supostas refutações a respeito da doutrina. E não só refutações como leva a crer o título passado aos leitores. Considerando esses erros, não vamos dizer tendenciosos ou maliciosos, só nos resta saber se na página 81 desse livro (seja lá qual for), pelo menos existe algum texto que leve a pensar se William Crookes retratou-se realmente. Temos aqui uma breve descrição do livro existente, para a apreciação do leitor:

TITLE: Spiritualism A Fact, Spiritualism A Fake (1925) 
AUTHOR: Walsh, James J. 
CATEGORY: Philosophy
                       Spiritualism - General


ISBN: 0766144623 
PAGES: 290 
PRICE: $24.00 

DESCRIPTION: This book is actually two books in one. Carrington pens Spiritualism A Fact, discussing whether or not we can communicate with the dead. He believes that anyone who has carefully and impartially studied the evidence in spiritualism's favor must feel that the spiritualistic hypothesis is a perfectly logical and justifiable one and is supported by a tremendous amount of evidence. On the other side of the argument, Walsh writes Spiritualism A Fake, which discusses whether or not we can communicate with the dead and how the origin of spiritualism is tainted with fraud and charlatanism. He contends that every medium has been detected in or has confessed trickery. 

Descrição traduzida:

DESCRIÇÃO: Este livro é realmente dois livros em um. Carrington (Dr. Hereward Carrington) escreve "Espiritualismo um fato", discutindo se nós podemos ou não nos comunicar com os mortos. Acredita que qualquer um que tenha estudado com cuidado e imparcialidade as evidências a favor do espiritualismo deve sentir que a hipótese espiritualista é perfeitamente lógica e justificável e está suportada por uma quantidade tremenda de evidências. No outro lado do argumento, Walsh escreve o "Espiritualismo Uma Fraude", e deseja discutir se  nós podemos ou não nos comunicar com os mortos e como a origem do espiritualismo foi contaminada com fraude e charlatanismo. Ele mantém que todo médium foi descoberto ou confessou uma malícia. 

Mais datas

               Importante para o estudo são as datas. Segundo o texto a favor da retratação, baseado em estudiosos (WALSH, James-Joseph: Spiritualism a Fake, New York, Appleton Century, 1915, p. 81 – Cfr. BROFFERIO, A.: Fur den Spiritismus, Leipzig, 1894, p. 319. Tradução: Per lo Spiritismo, 2.ª edição, Torino, Bocca, 1903), temos duas datas pós-retratação: Fur den Spiritismus 1894 (livro com trad. em 1903) e 1915. Ocorre que Em setembro de 1898 (4 anos após 1894, a suposta retratação, 19 anos antes de morrer) o Sr. William Crookes fez um discurso no Congresso da Associação Britânica "trinta anos se passaram desde que publiquei as atas das experiências tendentes a mostrar que fora de nosso conhecimento científico existe uma força posta em atividade, por uma inteligência diferente da inteligência comum a todos os mortais. Nada tenho a retratar dessas experiências e mantenho as minhas verificações já publicadas, podendo mesmo a elas acrescentar muita coisa". E mais - 2 anos antes de morrer, em 1917, Crookes numa entrevista na The International Psychic Gazette, afirmou: "Nunca tive jamais qualquer ocasião para modificar minhas ideias a respeito. Estou perfeitamente satisfeito com o que eu disse nos primeiros dias. É absolutamente verdadeiro que uma conexão foi estabelecida entre este mundo e o outro." (Fodor, N. - Encyclopaedia of Psychic Science, U.S.A.: University Books, 1974, p.70).  

                     Então ele chegou a uma conclusão, depois se retratou e então mudou de idéia novamente? Não me parece algo digno de William Crookes. Mas vamos supor que esses discursos nunca existiram. Porque então o primeiro consta do livro de Crookes (...as minhas verificações já publicadas...) e o segundo consta da Encyclopaedia of Psychic Science

    Eis a obra de Crookes (no Brasil  editada com o título de "Fatos Espíritas").

Researches into the Phenomena of Spiritualism

Sir William Crookes FRS

                           

                              Publisher: Two Worlds Publishing Company Ltd.        

          Published: 1904 (7th Edition) - lançado em 1874 (NOTA MINHA)

          Pages: 52

          Availability: Out of Print

        

    

                         Mais detalhes sobre o livro "Researches into the Phenomena of Spiritualism" clique AQUI.

                     Edição nacional do livro de Crookes. Muita coisa do livro original, não se sabe porque, não foi colocado na edição nacional.


                        Sobre o tema tratado, existe um trabalho muito interessante que eu consegui encontrar na NET. Linkado em:

ghtc.ifi.unicamp.br/AFHIC3/Trabalhos/ 34-Juliana-Mesquita-Hidalgo-Ferreira.pdf 

                   Estudando o invisível: William Crookes e a nova força". Esse é um trabalho em .pdf de autoria de Juliana Mesquita Hidalgo Ferreira, sob supervisão de Roberto de Andrade Martins (professor do Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia, do Instituto de Física "Gleb Wataghin", UNICAMP, desde 1983. É graduado em física (USP, 1972) e doutor em lógica e filosofia da ciência (UNICAMP, 1987). Realizou estágios de pós-doutoramento, sobre história da física, em Oxford (1989) e Cambridge (1995). Desenvolve pesquisas, orienta estudantes e ministra cursos sobre história da ciência, filosofia da ciência e fundamentos da física - teoria da relatividade), O trabalho de Juliana é uma dissertação de mestrado que foi defendida pela aluna no Programa de Estudos Pós-Graduados em História da Ciência da PUC-SP, em março de 2001. Aprovada a dissertação foi editado pela EDUC ( PUCSP). Também foi apresentado no Terceiro Encontro de Filosofia e História da Ciência do Cone Sul (27/05/203 - 14:30 – 16:30 – Sessão 1B).

                        É de extremo interesse a apreciação da obra completa de Juliana Hidalgo, mesmo porque uma obra do porte de uma tese de mestrado não consegue ter em seu resumo (uma pequena demonstração) todo o peso e toda a explicação necessárias, como o demonstrado em sua totalidade. Coloco aqui alguns excertos que julgo mais importantes para o estudo realizado nesta página.

                     Você pode encontrar o livro com a tese de mestrado completa de Juliana Mesquita Hidalgo Ferreira : "Estudando o invisível: William Crookes e a nova força" São Paulo: Educ, 2004 ISBN 85-283-0306-3 568 páginas

                     O link para a obra de Juliana, em formato .pdf foi desativado após a publicação da mesma.

 

                             As fotos do espírito materializado, ou em fase de materialização, do espírito Katie King, que foram obtidas através de métodos fotográficos por William Crookes e seus colaboradores, constantes da obra original de Crookes, podem ser apreciadas na página cujo botão abaixo serve de link.