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Boletim Mensal * Ano VII * Abril de 2009 * Número 69 |
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COLUNA DOS VINHOS
Ivo Amaral Junior |
Ainda estamos no verão! Temporada dos vinhos refrescantes e nada melhor do que continuar num assunto deveras instigante, principalmente aos filhos, aos descendentes e amigos de Portugal: o vinho verde.
Na última edição fiz um pequeno histórico do
surgimento do vinho verde e sua comercialização na Europa, a região onde surgiu,
a instituição da DO – Denominação de Origem, o que ensejou um salto qualitativo
nesse tipo de vinho, além de versar um pouco sobre suas características e
harmonizações possíveis (sem ser taxativo, pois sou adepto da “experimentação”
como fator preponderante na escolha das preferências vínicas).
Por fim, fiz uma pequena regressão de minha viagem a Portugal e aos pratos que provei no local, pois certamente o significado e o momento são aspectos relevantes quando degustamos um vinho, mormente quando o são na origem...
No presente artigo, achei instigante continuar no tema, principalmente depois de acessar novamente o site da Comissão de Viticultura da Região dos vinhos verdes (www.vinhoverde.pt) e encontrar verdadeiras pérolas, afinal o trabalho de um articulista não se perfaz somente em experimentar, conversar e escrever, é necessário pesquisar, ler e estudar, haja vista a máxima que em tudo há a inspiração e a transpiração. No meu caso há de tudo um pouco de forma equilibrada, se bem que nesse calor a “transpiração” tem me feito tomar mais vinhos verdes do que o habitualmente degustado na casa do meu sogro João Gaspar.
Procurei na internet informações relevantes e constatei que todos os vinhos que chegam ao Brasil constam do site, estão demarcados e detém todas as características e exigências para ter a “denominação de origem”.
Na casa do Gaspar tomamos sempre aos sábados um Casa de Laraias, de Travanca/Amarante, acompanhado de uma dobradinha (tripas) ou de uma rabada, sendo com estes pratos um casamento perfeito. Ele diz que compra as caixas de vinho a um amigo, não sei! É um segredo que não faço questão de descobrir, pois o custo para mim é zero, só sei que todo mês o estoque é renovado e o vinho é delicioso!
Nas boas casas do ramo existem várias opções, na Casa dos Frios (em Boa Viagem e nas Graças), o Muralhas de Monção está num preço razoável e é de excelente qualidade, sobressaindo-se o sabor frutificado da uva alvarinho. Já na Ingá (em Boa Viagem e Casa Forte), encontra-se o Azul Portugal, o qual vem se destacando, principalmente pelos vários tipos em que está disponível (o reserva é excelente e seu custo/benefício é compatível com o meu bolso).
Nos
supermercados o indefectível Casal Garcia está em todas as prateleiras, acredito
ser o vinho verde mais vendido aqui no Brasil, seja branco ou tinto, produzido
em Aveleda.
Nos restaurantes portugueses em nosso Estado encontramos poucos, mas bons rótulos, alguns já acima destacados, além de termos um Vinhas de Priscos no restaurante Adega, do Clube Português e alguns excelentes no Recanto Lusitano (já tomei um com Bacalhau e com Chanfana por lá!). Os comerciantes portugueses, em suas padarias também vendem bons rótulos, que valem a pena ser degustados com alguma iguaria feita no local.
Os melhores vinhos verdes são feitos de uvas recomendadas pela Comissão de Vinhos Verdes, dentre as quais destaco a Alvarinho e a Pedernã (entre as castas brancas) e a Azal Tinto e Rabo de Ovelha (entre as tintas), mas existe outra gama de uvas recomendadas e outras tantas autorizadas. Inclusive para os rosados!
Não sei se influenciado pela desordem do clima mundial, só sei que os vinhos refrescantes, como é o caso do vinho verde, superaram as expectativas de exportação e, no último ano, não deu para quem quis, com as vinícolas esgotando o estoque. O Brasil ocupa a sexta posição mundial em importadores desse produto, ficando atrás de Estados Unidos, França, Alemanha, Angola e Canadá (em 2007 ultrapassamos o Reino Unido).
Na esteira dos bons investimentos veio a “venda casada” com o turismo, surgindo a Rota dos Vinhos Verdes, dividido em Rota das Serras, das Cidades e Vilas, dos Vinhedos, das Quintas e dos Mosteiros. Pelo que vi, deve ser extraordinário! Deve valer a pena experimentar!
Bem! Praticamente duas colunas mensais foram tomadas
com os vinhos verdes. Sei que alguns não apreciam esse tipo de vinho, mas
apreciam o mundo vitivinícola e as histórias que o cercam. Perdoem-me, portanto,
os que não se apetecem do assunto e espero voltar com mais novidades nos
próximos artigos. Para quem gosta um brinde! E me chamem para degustar!!!