TRABALHO DE CAMPO REALIZADO EM 27 DE ABRIL DE 2003 EM TUPÃ/SP E ALDEIA VANUÍRE EM ARCO IRIS/SP1  

 

Leia apontamentos finais, não conclusivos,fica aí contextualização,divagação e nossa reflexões....

Conheça cultura Kaigang, perfil sócio econômico e cultural

Quanto à FUNAI (Fundação Nacional de Amparo ao Índio) 

Em sua língua dança é IAN e criança é KOITI e DEUS é IOQUE

Quanta religiosidade não há rituais exóticos;

As crianças a partir de 02 anos iniciam na dança;

KRENAQUES:-CULTURA; PERFIL SÓCIO ECONÔMICO E EDUCACIONAL

A senhora Norma estava com criança num carinho de bebê;e concretizava sua explanações com muita calma e quietude...

Ali se concentram 07 (sete) etnias; mais forte Krenaques, Kaingang, Trena, Atikum...

Reiteramos que os Kaingang são “Senhores da Terra” donos; pioneiro e dona Dirce esboçava; demonstrava; transportou-nos muita tristeza;

Dirce é uma líder comunitária, propensa ao catolicismo e com mui esforço para manter a tradição. Veja as fotos

Como foi a entrevista com líderança comunitária Kaigang.


Crianças Kaigang foto 1

 

Crianças Kaigang foto 2


Dança dos Krenaks, mulheres, crianças e adultos

Apresentação Krenak ARCO IRIS (Aldeia  Índia Vanuíre SP)

                                                                                                                                                                                                                                                     Genival de Farias2

I –  MUSEU HISTÓRICO E PEDAGÓGICO “INDIA VANUÍRE

O grupo de discentes com docente Barone monitor Emanuel, chegamos por volta das 09:00 hs no Museu Histórico e Pedagógico “Índia Vanuíre”, recepcionados pela Diretora com auxílio da monitora ANA, relatou um breve histórico, onde aquele recinto foi liberado ao público em 13/12/81: pois outrora funcionava em outro local, detalhando os tipos de exposição e amostra contidas nos 04 salões, a saber:-

EXPOSIÇÃO ITINERANTE:- ocorrem conforme mudanças de datas comemorativas, objetos como abanos, esteiras, armas, rede de dormir trançada e outras artes.

TUPÃ EM HISTÓRIA:- dados do início/pioneiros etc... um arcabouço histórico desde formação do município e principais fatos ocorridos.

SALÃO INDÍGENA:- diferentes etnias reunindo acervos quadro em aquarela de Lancellotti.

TAXIDERMIA:- é a arte de empalhar animais, aves até humanos com técnica da redução.

Tomamos direção para Arco Íris até Aldeia Vanuíre, e eu em particular procurei ater-me mais nos detalhes referente à religião e educação.  

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II –  KAINGANG:- CULTURA; PERFIL SÓCIO ECONÔMICO E EDUCACIONAL

As 11:25 hs, chegamos ao ponto primordial da Aldeia Vanuíre, Sra. Dirce (líder comunitária) tribo Kaingangue nos acompanha até setor tradicional onde ensaiam/treinam/apresentam as danças; sempre descalços, podemos observar um pequeno grupo entre seus genitores; estes têm domínio da língua, neta, adultos/crianças, catorze pessoas no total.

Depois de contemplada apresentação colocou-se à disposição para nossas interpelações, enumerou e explicou rigor de todas as danças, por exemplo:-

1ª - Dança FESTIVA refletindo comemoração ee alegria.

2ª - Dança PRA ROÇA chamamento / convocaçãoo para trabalho diário.

3ª - Dança MÚSICA DA CAÇA

4ª - Dança do Quiqui (produto elaborado comm mel de abelha e flor do cocô)

5ª - Dança que simboliza AGRADECIMENTO GERAAL, boas vindas etc...

A pintura festivida no homem representa sua função; por ex. canoeiro, pescador, caçador e usam cocar. Ambos sexos portam espécie de uma saia de piteira escorrida (espécie de corda ou juta) comentaram um planta tipo espécie da palma, criança portando short, cueca, homens sem camisa, mulher com bermudas e frente única (roupa parte superior) todos com mesmos adereços.

Dona Dirce com sua simplicidade orienta e coordena o grupo reduzido com intuito de manter sua cultura; os quais expressam com muito orgulho o que aprenderam com sua família (pai, mãe e avós) reforça conscientização levada à mão forte (controle) para sua tribo com muita seriedade e compromisso formal, toma medidas que preserve essa etnia; ela é separada na questão matrimonial; porém sua filha apresenta-se no grupo de cultura desde criança; contraiu matrimônio com “branco” assim teve que migrar, e foi residir na cidade; mas tem liberdade para participação do evento cultura...

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Funai

Quanto à FUNAI (Fundação Nacional de Amparo ao Índio) demonstrou pouca importância quantas ações do órgão, nem sabe por que lá está, bem como transpareceu com relação ao professor Edvaldo (bilíngüe) que ministra aulas para crianças de 1ª à 4ª série pela manhã e tarde, indo realizarem refeições do almoço nas respectivas residências... a líder comunitária expressou ... só vieram aqui ganharam dinheirinho; poucos sabem de nossa necessidade e da real integração cultural etc...” concretizou categoricamente essa assertiva e que Val não soube dizer será era Valdenice, é professora dos Kaingangue, estuda faculdade; percebe-se que é CEFAM (Centro Estadual de Formação de Magistério) é docente na rede pública estadual na mesma seriação da Educação Infantil, esta por sua vez não segue a cultura, na verdade só lembrou final o nome Nice; assim pairou dúvida no nome real, quanto à professora dos Krenaques demonstrou pouco interesse, dizendo nem sabe bem quem é, nem o nome; mostrou muito alheia a essa situação educacional.

Comentou que há outros Kaingangue em Braúna, já estiverem junto por ocasião de Encontros dos Povos Indígenas etc...  
koiti deus ioque

Em sua língua dança é IAN e criança é KOITI e DEUS é IOQUE, onde já fizeram apresentação em Aparecida do Norte SP (cidade de romaria e idolatria) acompanhando caminhadas, procissões mesmo sentindo o pouco caso da população para com sua etnia e cultura, com reações diversas como a ignorância, e humilhações; mas é afirmativa; perseverante dizendo não vou desistir de prosseguir a todo custo de minha vida para disseminação, a ampla divulgação de nossas idéias, etnias culturais, mostrar nossas raízes de cabeça erguida, não temos dívida social; econômica, cultural, até inverso, ou seja, índios são herdeiros e pioneiros de toda essa terra com cognome Brasil...  

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religião

Quanta religiosidade não há rituais exóticos; mágicos traduz magia negra, adorações; como pajé, morubixaba; feiticeiro ou paxá, diga-se de passagem, xamã, essas personagens pelo demonstradas ingratas, eles não cultuam; não existem segundo essa liderança afirmou...

Em se tratando da morte, há enterro normal, dizem igual da “civilização branca” entretanto o cemitério existente na Aldeia Vanuíre é de utilização de todas as etnias.

O comando local está dividido em 1º Cacique Krenaque e 2º Cacique ou vice é Kaigang; onde cita detalhes máximo, que ambos nada fazem... por que não mudar; disse que não há necessidade; percebe-se inconscientemente o respeito e a hierarquia masculina; apesar de que dona Dirce fala não uma regra rígida pronta e imutável...

Casamento entre etnias prevalece à cultura mais forte; do homem ou preponderância entre as famílias; mas mantendo máximo de respeito; contudo casamento externo com “branco” qualquer sexo, solicita a retirada; mudança imediata, pois a cidade tem outros hábitos, costumes etc...

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crianças
As
crianças a partir de 02 anos iniciam na dança; após estudarem a noite; próximos dos 15 anos iniciam trabalho agrícola; sobrando pouco tempo para televisão ou outras diversões, tendo em vista à noite ensaiam à dança sempre de 2ª, 3ª e 6ª feira; sábado e domingo, onde este é momento crucial; fatal; memorável, ou seja, toda parlamentação; conselhos e até mesmo politização cultural... e
simpatizam com credo católico; onde vão na missa no recinto da Escola, e a Igreja não impõem; não importam com corpo semi nu; ou seja, mais exposto como na dança que usam roupas “frente única”; short e semelhantes vestimentas e por final disse para nos observamos com detalhe à dança de apresentação dos Krenaques, tocante roupas; comportamento, fala...

Todo dia 19 de abril há confraternização com doação de bolos, carne para Aldeia, única lembrança “branca” até mencionou o BRASIL, não foi descoberto; foi roubado; também evidente já havia gente; habitantes naturais...  

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krenaques,cultura,economia e educação

III – KRENAQUES:-CULTURA; PERFIL SÓCIO ECONÔMICO E EDUCACIONAL

  Retornando às 13:30 hs para Aldeia onde se encontra a etnia Krenaques fomos recepcionados pelo Sr. João; portando camiseta de manga; azul clara com publicidade e calça azul escura; é o porteiro da oca; onde é comércio de artesanatos; em rápida conversa informal, invoca a Deus acima e a frente de tudo, na verdade estávamos bem próximo do templo da igreja Congregação Cristã no Brasil (inaugurado em 2002) com culto de 3ª feira e sábado à noite; atendendo cooperador João (culto de adultos) este é “branco” reside em Arco Íris; seu genitor João Cotrin; antigo enfermeiro do Postal local da FUNAI; com carinho especial, cuidou de todos pacientes, como muita paciência e caso de uma criança foram decisivos para iniciação de divulgação para evangelização; anúncio do evangelho a muito mais de 15 anos.

Juntando informações da Senhora Norma (Krenaque) seis filhos; casada com Gilmar (homem branco) que labuta num sítio vizinho; expõe nos que o cooperador de jovem na Congregação local, é Gerson (Cacique Krenaque) que atende culto todos os domingos às 14:00 horas, sendo RJM (Reunião de Jovens e Menores).

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kricoke

Apresentação da dança vieram da grande oca para em volta de umas mangueiras (manga = fruta) concretizaram toda evolução; portando instrumento artesanal de bambu (kricoke), todos descalços; sexo masculino (homens, moços e crianças) todos inseridos numa vestimenta tipo short de cor vermelha sem camisa; mulheres mais conservadoras; recatadas; com camiseta de manga, saia longa, cabelo longo de trança; amarrado abaixo do ombro, por cima da roupa apresentam a roupa  feita de piteira (mesmo estilo Kaingang) ambos os sexos.

Podemos verificar este grupo  com 40 (quarenta pessoas) com equilíbrio dos sexos, no meio de 20 (vinte) mulheres havia 03 (três) com brinco (adereço de pena de ave) demais orelha livre; sem nada... uma criança e um moço com chocalho, pintura no rosto, cor vermelho bem leve em todos, marca K que simbolizam Krenaques, segundo Norma é “esconder da guerra” a referida cor, o puxador da filha, ala de frente um moço com adereço na orelha; demais todos sem adereços e brincos; após apresentação, ficou mais para representação; pura encenação; correram para grande oca; intuito logo trocarem de roupa; uns até direcionavam para o culto em virtude do horário e outras atividades comerciais, lazer e amizades...  

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irma Norma

A senhora Norma estava com criança num carinho de bebê; onde de certa forma, estranharam a multidão de estudantes; apontava; traduzia que ENSAIO da Dança é livre; sem maiores imposições e se quer obrigação forçada, nas 2ª e 5ª feira às 19:00 horas. E  que caro servo irmão Gerson, este foi Deus quem preparou para dirigir RJM e Irineu é o vice cacique.

As atividades agrícolas como milho, amendoim, feijão é de regime cooperativo, digo comunitário e que há projeto de assentamento rural, pelo que vimos muito precários, tem dois filhos que louvam a Deus com o ministério da música, ou seja, são músicos na CCB (Congregação Cristão no Brasil) o Valdeci toca violino e Antônio sax (saxofone) que estão muito felizes, inclusive uma filha é auxiliar de jovens; que acompanha as crianças nos recitativos de Salmos, Provérbios e outros ensinamentos bíblicos ( não é Escola Bíblica formal como em outras denominações evangélicas) são cultos específicos e direcionados, por isso chama-se Reunião de Jovem e Menor...

Profª. Keila (ministra aulas para etnia Krenaque, ensino básico) não tivemos contato formalizado, mas pude ver à distância sentada junto ao órgão da CCB, tocava meia hora (hino do silêncio), ou seja, é organista, que neste ensejo regulam o órgão com som bem baixo, comentaram que ela é aspirante, até prestar exames torna-se oficial; oficializada para tal mister em qualquer outra localidade que tenham a CCB.

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Quanto a FUNAI, Norma expressava com muito carinho, calma e reflexão, que há posto médico e odontológico e são muito bem atendidos; até reforçou testemunho que filho do irmão João Cotrim que atende culto dos adultos, pelo amor, carinho e evangelização que seu genitor trouxe a eles, com emissão de uma pura revelação divina do majestoso Deus; foi escolhido por todos e aclamado...

Referente a Escola, por imposição governamental mantém seus filhos; logo que iniciam em frente de trabalho por volta dos 15 anos, estudam a noite e normalmente trabalham na Aldeia; exceção são os professores do ensino básico e línguas...  
etnias no local e ccb

Ali se concentram 07 (sete) etnias; mais forte Krenaques, Kaingang, Trena, Atikum... apesar da CCB; outros evangélicos comparecem  para pequenas reuniões familiares, como recinto residências; por ex. A.D (Assembléia de Deus), entretanto são todos externos e brancos; vem de Arco Íris, Tupã etc... a CCB tem plena predominância no local, onde visualiza, vislumbra o testemunho, revelação, amor, reverência, comunhão, união, fraternidade, vida, piedade; esta por último é um tipo de “Assistência Social” para reais necessitado, conforme revelado e orado, mas há uma pesquisa social para prioridades emergenciais... piedade significa caridade com o próximo, onde entre a irmandade os que mais possuem bens materiais e espirituais e aqueles que Deus dá grande possibilidade, condições, oportunidades auxiliam; suprem; cooperam; colaboram com os mais necessitados; excluídos; marginalizados isso reitero é com muita oração, revelação e as contribuições surgem como voluntária, espontânea e aberta conforme sentimento e condições... Reafirmo “coleta” ao passo que outras religiões e denominações ditam seitas e outras mais; apegam; apregoam fortemente no dízimo (contribuição forçada dos 10% obrigatório) isso consta no Velho Testamento e pastores; bispos; reverendos e outros cargos considerados importantes; são todos bem remunerados, em virtude que grande parte possuem curso específico ou especial em Teologia (Estudo Bíblicos e outros mais) ou a remuneração tem variação de acordo com a localidade, região e arrecadação... isso é ao contrário na CCB; onde nenhum membro seja Ancião, Cooperador, Diácono, Músico, porteiro, auxiliares, administradores em suma não há nenhum cargo e ou hierarquia com remuneração material, ou seja, o salário é espiritual... “dei de graça o que receberes de graça, assim pregou Jesus, que deu a todos de graça...” a discrepância está aí...dízimo Velho Testamento e o Novo Testamento, o que renovou, este não acreditam, não creiam, pois compreendem outra interpretação, todavia o Novo Testamento, quando cita COLETA, faz referência significativa de auxiliar as viúvas, órfãs e outros desamparados... este é mandamento mais recente... assim compreende-se claramente só há um pastor de ovelhas, que zela pelo seu rebanho, chama-se Jesus Cristo, o Salmo 23 diz...”O Senhor é meu pastor nada me faltara...” então se nota que não há pastor “terrestre” e tão pouco assalariado como surgem as denominações com titulação de evangélicas e outras diversas...  

Considerando a fala da líder comunitária Dirce, necessita alguns reparos e esclarecimentos pertinentes, pois houve confronto direto e reto de opiniões, omissão e ou desvio de muitas reais informações; quando abordava que todos Kaingang freqüenta cultura única e só as missas; ledo engano ou disfarce dêla, pude verificar na dança dos Krenaques haviam Kaingang e as etnias NÃO estão tão delimitadas, separadas, isoladas no território, por residência fixa unilateral, pela enquête rápida que presenciamos; estão todos dispersos e aleatório conforme necessidade; amizade e entes queridos de cada família.

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kaingang Senhores da Terra

Reiteramos que os Kaingang são “Senhores da Terra” donos; pioneiro e dona Dirce esboçava; demonstrava; transportou-nos muita tristeza; amarguras e dizia dos preconceitos, discriminação que passam vão muito além de nossa imaginação, tecendo muita crítica ao órgão da FUNAI com seus pseudos funcionários e representantes, tocante e marcante aos caciques, professores e outros mais autoridade de âmbito externos...

Dona Norma muita calma; tranquila; paciente; mostrava-se muito contentamento; conforto com Deus  e felicidade com a irmandade, aí notamos a total diferença entre personagens de uma mesma aldeia...

Estive na CCB, ocorria RJM cooperador é Cacique (Krenaque) e porteiro Sinézio (kaingang) e João (comanda o equipamento de som) sua esposa é auxiliar da porta (porteira), havia músicos um violino e sax; que são filho da Sra. Norma; todos de paletó, gravata, bem asseiados; com trajes sociais; organista  e auxiliares com crianças todos muito bem compartada; enquanto na tribuna, com microfone ir. Gerson (cacique) executava; atendia os pedidos de súplicas e  hinos de louvores; bem como oração incial/final; neste interim de 3 hinos; exorta a palavra por Revelação ou seja Deus indica; mostra uma parte das escrituras sagradas; onde o “Espírito Santo” guia a palavra; toma a direção na pregação, por conselhos; ensinamentos; profecias; doutrinas; isso tudo aberto “Em Nome do Senhor Jesus Cristo” essa frase consta na parece ao alto e em destaque na Tribuna bem visível; grande referência de amor a Cristo que derramou seu sangue no duro madeiro da cruz para salvar nossos pecados... O pregador bem preparado, disposto, com dom da palavra; exortava; enunciava com clareza e objetivo maior Cristo... enfim uma perfeita ordem, decência, comunhão naquele ensejo parlamentei rapidamente com o porteiro, irmão Sinézio; porquanto irmão Gerson (cacique) com gestos nos convidava para sentar e gentilmente indiquei por sinal, conquanto estava numa missão material (trabalho de campo) apesar que estava inserido dentro do campo espiritual; pediram o hino 433; tem título “Cidadão dos Céus” com 3 versos; o 1º diz...”O Deus bendito, sou pequenino, Mas já caminho pelo Teu Ensino; Sou neste mundo um peregrino, Já me fizeste cidadão dos céus.”..

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conclusão

IV- APONTAMENTOS FINAIS

Considerando opiniões chocantes; discrepantes; conflitantes na própria Aldeia Índia Vanuíre; os grupos étnicos estão estabilizados; pouco crescimento populacional; nos pareceu etnia Krenaque maior, mas trabalho acadêmico (PID 2001) demonstrou kaigang com 45,7% e Krenaques 35,4% enquanto outras etnias como Terena, Aticum, Caiuá, Fulnio praticamente em extinção; mestiços e civilizados fora do computo. Devo salientar que os levantamentos do PID mostra homens Kaingang e Krenaques é coincidente; onde ambos grupos representam 60% da população da reserva; 20% civilizados, o restante compõem outras etnias indígenas. Mesmo na cidade de Tupã/SP; habitantes rotulam, discriminam, o preconceito está muito introjetado; arraigado, nem mesmo refletem que nos antepassados estes foram os primeiros moradores... mas ouvi boas novas, a monitora Ana do Museu, relatou-me que antigamente na rodoviária “velha” (hoje há um outro terminal rodoviário em operação) encontravam-se muitos cidadões índios caidos na sarjeta; abandonados; vulneráveis; tomados pelo excesso de bebidas alcólicas ( pinga;aguardente mais consumido) ocasionalmente até suicídio e terríveis acidentes; isso praticamente cessou; acabou; comentou dos trajes (gravata, paletó, calça social, calçado, mulheres roupas longas e cabelos típicos etc...) boa aparência, decência, comportamento e sociabilização, baixou brutalmente o índice de alcolismo aos extremos... em virtude da avanço da evangelização. Deixo minas inquietações:- a religião foi um mal necessário?

Sentimos estranhamento, indiferença de nosso grupo perante essa situação; porém qual é melhor, menos danosa posição espiritual, o vício ou a libertação?

Evidente a situação; posição financeira; material não são das melhores; até vislumbramos uma extinção gradual conseqüente ou seja isso é um ciclo natural; por via que ocorrem matrimônios externos (branco) idosos com poucos herdeiros à fim de enfrentar de frente ou manter esforços para perdurar a cultura, nota-se cada vez mais miscegenação; as características autênticas já não existem; a cidade torna-se inimiga; adversária; pois traz outros costumes, hábitos; elencando as professoras Keila e Nice, os quais não preservam, não participam efetivamente da cultura e quantos ainda não vão  trilharem por este caminho?

Em suma com as poucas condições férteis de solo, vão sobrevivendo as duras custas de uma lavoura de subsistência e um projeto de assentamento mal acabado, que mal conhecem a eficácia se houver; creio que a religião é vosso ACALENTO  e ALENTO no bom sentido; a vitalidade; fertilidade espiritual que precisavam...friso que evangélicos (CCB) estão revertendo essa posição para uma melhor condição social e espiritual; porquanto a Igreja Católica numa condição mais liberal, nada se opõe, nada se transforma e pouco propõe nesta circunstâncias para dignidade, moral, cultura e a cidadania... só nos resta orar por todos... no amor de Cristo Jesus.  

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1 Relatório apresentado na disciplina de Etnologia e Etnografia do Brasil, ministrada pelo Prof.dr.Luis Antonio Barone – D Planejamento; docente da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Pres. Prudente/SP.

2 Graduando do Bacharelado em Geografia – diurno - FCT Unesp Campus de Pres. Prudente/SP.

*Obs.Links de foto do local e visita em TUPà e boas AÇÕES; seja também um voluntário.

Relatório "Povo Brasileiro" e Casa grande & Senzala”

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