Breve
Histórico da Química Orgânica
Muitas
das substâncias existentes em produtos naturais
(ou deles extraídas) são conhecidos
desde a Antigüidade. Por exemplo, o vinho,
obtido pela fermentação da uva e
o álcool, obtido da destilação
de sucos fermentados.
Entretanto somente no século XVIII teve
início a sistematização dos
processos de obtenção de substâncias
a partir de substâncias de produtos naturais.
O químico sueco Karl Wilhelm Scheelé,
fez uma série de extrações
de substâncias.

Nessa mesma
época (1777), surge pela primeira vez a
expressão Química Orgânica,
introduzida na literatura química pelo
químico sueco Torben Olof Bergmam (1735
– 1784).
Desse modo de acordo com Bergmam, temos:
Compostos Orgânicos: Substâncias dos
organismos vivos.
Compostos Inorgânicos: Substâncias
do reino mineral.
Após o conhecimento de um grande número
de substâncias extraídas de organismos
vivos, começou-se a perceber que elas apresentavam
semelhanças entre si e acentuadas diferenças
de composição e de propriedades
em relação as substâncias
inorgânicas. Posteriormente, o químico
francês Antonie Laurent de Lavoisier (1743
– 1794), depois de muitas análises,
concluiu que o elemento carbono está presente
em todas as substâncias provenientes de
organismos vivos.
No início do século XIX, nascia
uma idéia errada, segundo a qual as substâncias
extraídas de organismos vivos não
podiam ser produzidas em laboratório (in
vitro), pois só poderiam ser formadas com
a interferência de uma força vital,
defendida ardosamente pelo químico sueco
Jöns Jakob Berzelius (1771 – 1848),
que dizia:
“Na natureza viva os elementos estão
sujeitos a leis diversas que os da natureza privada
de vida. Assim sendo, os compostos orgânicos
não podem ser formados somente sob a influência
de forças físicas e químicas
comuns, mas necessitam da intervenção
de uma força particular (força Vital).
“Segundo a Teoria da Força Vital
(Vitalismo) as substâncias provenientes
de processos biológicos jamais poderiam
ser fabricadas artificialmente, pois possuíam
um componente extra chamado de Força Vital”.
A Queda da Força Vital
Não concordando com a idéia da força
vital, o químico alemão Friedrich
Wöhler (1800 – 1882), discípulo
e amigo de Berzelius, após inúmeras
tentativas conseguiu, em 1828, por acaso enquanto
pesquisava compostos contendo o íon cianato
(CNO-), conseguiu obter um composto branco e cristalino,
resultando do aquecimento do cianato de amônio,
que se tratava da uréia, (já conhecida
e extraída da urina dos animais) sem a
intervenção de qualquer força
vital.

A Teoria
da Força Vital ainda não chegaria
a ser abalada de imediato por esse resultado.
De fato nem o próprio Wöhler nem os
pesquisadores de sua época consideraram
que esse resultado desacreditasse a Teoria da
Força Vital (que ainda teria defensores
por mais de 90 anos). No entanto, esse experimento
estimulou a realização de uma série
de outros, que progressivamente excluíram
a Teoria do Vitalismo. As denominações
Química Orgânica e Química
Inorgânica se mantiveram até hoje,
embora seus significados tenham sido alterados.
O
Elemento Químico Carbono
As
análises dos compostos orgânicos
revelam a presença do elemento químico
carbono (C). Por isso, em 1948, Leopold Gmelin
(1788 – 1853) reconheceu claramente que
o carbono é o elemento fundamental dos
compostos orgânicos, e em 1858 Friedrich
August Kekulé (1829 – 1896) definiu
a Química Orgânica como sendo a química
dos compostos de carbono. Isso se conserva até
hoje, pois atualmente são aceitos os seguintes
conceitos:
Química Orgânica: É
o ramo da Química que estuda os compostos
do elemento químico carbono.
Composto Orgânico: É
a substância que contém o elemento
químico carbono.
Atenção!!!
Essa definição, porém
correta, é imprecisa, porque nem todo composto
que apresenta carbono é necessariamente
orgânico, embora a maior dos compostos de
carbono seja assim considerada. Por exemplo, o
carbonato de cálcio (CaCO3), que é
um dos principais componentes do mármore,
tem carbono, mas não é considerado
orgânico.
Exemplos de compostos que possuem
carbono é que não são orgânicos:
CO, CO2, CS2, H2CO3, HCN, HCNO,
,
, etc.
