Ética Eclesiástica
Chega de análise! Chega de avaliações! Chega de percepções! Chegou a hora de passos práticos para DILIGENTEMENTE GUARDAR (preservar) A UNIDADE.
Em suma, entendemos que os sistemas religiosos não são expressão jamais da Igreja de Cristo, uma vez que funcionam como um moto-contínuo, girando em torno de si mesmos. As pessoas não são o foco principal, nunca – as estratégias organizacionais já engoliram isso há muito tempo.
Sabemos também que uma das formas de um dado clérigo tentar ‘impedir que as pessoas desçam do ônibus é dizer que lá fora está chovendo...’. Deter a evasão de membros falando mal dos outros é o artifício pecaminoso que estamos combatendo neste espaço.
Entendemos também que nossos conceitos filosófico-religiosos pessoais adicionam peso às divergências e diferenças. Pessoas têm certeza de que estão certas, e têm certeza de que o Outro está errado. Como estão lidando com o que transcendental, com algo “do outro mundo”, e como têm (pastores) acesso à porta para salvar ou fazer perecer pessoas, então se sentem munidos quase de onipotência humano-divina. Resultado: assumem o papel de deus-juiz, salvando e mandado pro inferno quem entendem que não pode entrar.
Com tudo isso poderíamos imaginar que NUNCA SEREMOS UM, CORRETO? ERRADO!!! Já somos um, por causa da Cruz! A Unidade não será, ela É!!! Foi a cruz que desfez a inimizade (Ef 2.14-16). Logo, hoje só precisamos definir o que fazer para mantê-la, que é o que o texto de Ef 4.3 diz. Vamos lá:
1) PASTOR,
PADRE, BISPO E LÍDER EM GERAL: DECIDA NÃO FALAR DE PESSOA ALGUMA.
Pensamos que temos que sentir algo pra obedecer, mas isso é errado. Tiago diz
(4.11) que quem fala mal não é cumpridor, é juiz. Maledicência é tão pecado
quanto adultério.
É certo que coisas que são pregadas e coisas que algumas pessoas fazem merecem
reprovação, mas existe foro próprio pra isso. Não contamine pessoas à sua
volta com comentários maldosos e venenosos – vá até a pessoa.
2) MUDE O FOCO
DA SUA ABORDAGEM: Quando for o caso, passe somente a pontuar comportamentos
errados, nunca pessoas erradas.
Pessoas erram porque não porque sejam “imprestáveis”, mas porque estão
enganadas, equivocadas, ou mal orientadas. Não parta da pior premissa – que
você está certo, e elas erradas.
3) RESPEITE A
VISÃO QUE OUTRAS PESSOAS TÊM ACERCA DE DEUS: lembre-se que só Espírito Santo
detém a interpretação total e perfeita da Palavra e das coisas.
Existem muitas coisas que imaginamos serem corretas, mas a certeza absoluta só
Deus tem. Lembre-se que a própria Bíblia só consta um minúsculo resumo da vida
de Jesus (Jo 21.25), e que nem mesmo com a Bíblia podemos conhecer totalmente
os pensamentos de Deus.
Mesmo dentro da Palavra a possível que questões de liderança, foco ministerial
e ênfases se mostrem aparentemente inconciliáveis. Paulo e Barnabé erraram ao
brigar, mas a verdade é que existiam visões e abordagens de lide-rança que
eram, no momento, incompatíveis para o próprio estilo de liderança deles dois.
Por isso respeite, mesmo que você, no lugar do outro, não fizesse o mesmo que
ele.
4) RESPEITE A
OUTRA COMUNIDADE CRISTÃ:
Há muitos que seguem ensina-mentos e práticas não-cristãs, e se envolvem com
demônios e maus espíritos. Nem por isso devemos atacá-los; apenas chamá-los
para a liberdade com que Cristo nos libertou. Não podemos aceitar brigas de
religião, mas devemos apresentar uma boa nova que chame-os para fora de
cadeias diabólicas, pecaminosas e mundanas. Só isso.
No caso de comunidades cristãs, quando vier um membro para a sua comunidade,
contate o pastor e veja se está saindo em paz. Mesmo que hajam exceções, não
significa que você não deva seguir esse procedimento. Respeite mais a Igreja
Toda da cidade, do que a sua comunidade. Se você contatar seu colega, você
está respeitando-se a si mesmo, pois farão com você isso, e também está
respeitando a Igreja local como um todo. Não aceite que os membros fiquem
“pulando de galho em galho” sem você saber o porquê dessa inconstância
pessoal.
5) NÃO USE A BÍBLIA PARA ATACAR QUEM TEM ALGUM COMPROMISSO COM DEUS: Use a Palavra para admoestar os que vivem na prática do pecado, total-mente enlaçados pelos desejos e pelo mundo. Já é grande o trabalho que temos para exortar acerca de comporta-mentos e erros de quem está preso ainda pelas coisas do mundo. O “fogo amigo” é demonstração de falta de visão ministerial.
6) NÃO MANIPULE SEU POVO, ainda que por um “bom” motivo. Nunca amedronte o povo pra que fique contigo, mesmo que seja pra que ele não caia em uma cilada. O medo é uma prisão, de qualquer forma. Afirmar “você não sabe isso?”, ou “você que sabe, eu não me responsabilizo”, ou “olhe o que você vai fazer” é instilar o medo, para que a pessoa fique parada onde você quer. Não faça isso porque a pessoa faz o que você quer, mas fica oprimida e limitada – é uma sub-pessoa!!!
7) LEMBRE-SE
DE QUE MUITO JOIO ESTÁ NO MEIO DO TRIGO, e não nasceu de novo, e que,
portanto, é “produtor de pecado”. Essas pessoas vêm pra dentro da comunidade
cristã para serem curadas, mas antes de se tornarem discípulos verdadeiros,
fermentarão muita coisa, muita gente. Simplesmente não dê muito crédito à
visão negativa e doentia de quem não nasceu de novo. Ouça, mas não passe
adiante. Tem muito membro de Igreja que não é convertido, e por isso dissemina
o julgamento e a murmuração.
Adote uma postura consciente. Quem anda na carne não consegue viver nem mesmo
o que acredita ser certo. É preciso aprender a viver segundo o Espírito, para,
libertos do pecado, darmos fruto para Deus.
A “Nova Igreja” está ao nosso alcance pelo nosso proceder. Muitas foram as épocas na história da Igreja que perdeu-se o “fio da meada”, e sobrevieram tempos difíceis. Nós, em Feira de Santana, podemos e devemos fazer história a partir de compromissos simples e práticos com a Palavra. Mesmo que uma parte considerável do povo de Deus nem vá ler este jornal e mesmo nem vá aceitar esta orientação, comece você, como formador de opinião, a reproduzir e estabelecer novos paradigmas pessoais e eclesiásticos. Seja fiel você, fiel a Deus, e Deus, “que te vê em oculto, te recompensará”.
Pastor Nils Bergsten