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ROSA CÁLIDA
Dirás ao túmulo
Que teu segredo é imenso,
Que teu aroma emana da alma
E aos confins do corpo silencia calma.
Despertas do silêncio
Que de longe falas
E digas a minha voz que se cala:
Que Eu todo significo um espaço,
Sem limites e sem traços...
Assim como a ti
Que agora exala...
Amanhã num túmulo se desfala...
Élsio Américo Soares
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ROSAS BRANCAS
Agora,
No jazigo onde dorme
O mármore fúnebre do outono
Empalidece-me o olhar esquálido
E o tinir dos sinos murmura lânguido,
Ouço-o dos labirintos inatingíveis do eterno;
E cabisbaixo
Choro as verdes lágrimas da esperança,
Gota por gota
Jorra ao chão da liberdade...
Agora,
Também por todas outras lápides
Descansam tantos outros bravos
(Povos de toda Humanidade)...
Que criaram filosofias
E nelas vivem hoje a Eternidade!
Agora,
Vive no descanso pleno,
Pois da semente deixada
Faremos dela rosas
E as chamaremos:
(Rosas Brancas)!!...
In Memorian
Tancredo Neves
Élsio Américo Soares
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SILÊNCIO NOTURNO
Estarei a meia noite pedindo perdão
ao menino ou à menina
que pela extensão do dia
mendigou na porta da minha boca,
co’o saco de cola às costas
esfaqueou minha alma,
rasgou-me a tez da dignidade Humana;
e disse-me que er um Homem ou uma Mulher
À procura da estrada...
da estrada pardacenta onde adormece o Anima,
e o lodo alimenta a embriaguês
de mil poetas que se enganam
com a primeira rosa nascida...
E a criança perdida??
-Tente poetizar este crime,
perfumar a cola,
tirar da noite dos silêncio
única resposta ao meu perdão!!!!
Élsio Américo Soares |