Como qualquer outro “carro de
arrancada” , foi preciso levá-lo várias vezes até o autódromo , incluindo
também mecânicos e piloto, antes das provas, para fazer ajustes , até o motor
girar redondo e queimar forte o chão : o retão dos boxes ficou pequeno para
esse verdadeiro míssil. Hoje , o “Opalão” ,equipado com motor chevrolet de
6 cilindros em linha,cilindrada elevada para 4.200cc ,e dois Turbocompressores,
está perfeitamente afinado e bate um recorde atrás de outro. Esse legítimo
foguete rende 700 cv de potência e alcança os 100 km/h em 4,5 segundos. A
velocidade final passa dos 275 km/h , segundo o proprietário, e para frear no
final da reta é preciso do auxílio de um pára-quedas.
O “veneno” escolhido para a preparação foi “Turbinar” um motor
chevrolet 4.100cc. Só que, em vez de um turbo , optou por duas “turbinas”,
transformando o Opala em um Biturbo. Mas, para aguentar a potência extra ,foi
preciso trocar todo o miolo do motor (pistões,bielas,virabrequim...) a fim de
reforçá-lo, e também estudar uma forma para alimentar essa fornalha.
O primeiro passo foi levar o bloco e cabeçote para a retífica ,a fim de
aumentar o tamanho dos cilindros e retrabalhar
os alojamentos das válvulas, agora importadas e maiores que as originais
para aumentar o fluxo dos gases .A cilindrada do Opala foi para cerca de 4.2
litros ,um pouco acima da original ,de 4.1 litros.
Na alimentação são usadas três bombas elétricas do gol GTi
(Boch),
dosador especial,coletor de admissão Cliford,onde estão alojados os três
bicos injetores extras de combustível para garantir superalimentação.
As “Turbinas”GARRETT também
passaram por um trabalho especial para redimencionar os “caracóis”, fazendo
com que os gases passem mais rapidamente pela carcaça.O coletor de escape é do
tipo 6X2 e a saída do escapamento é feita por dois canos curtos, que saem
através de um buraco no capô , feito para abrigar as duas turbinas, já que não
havia espaço para elas dentro do compartimento do motor. O câmbio é de 2
marchas , PowerGlide semi-automático, onde foi colocado um conversor de torque.
O diferencial é de Maverick, com relação 3,07:1. Um pequeno pára-quedas
,acionado por botão no volante , foi instalado no carro para auxiliar a
frenagem .
Para saber tudo o que acontece com este recordista ,foi instalado um sistema de telemetria ,que aponta eventuais falhas mecânicas .
Com
pouco tempo de pista, o Opalão de Cesar já detém uma invejável lista de vitórias
em arrancadas. Em São Paulo , esse carro já domina as provas de FORÇA-LIVRE.
Recentemente, o Opalão de Cesar venceu algumas provas no autódromo de
Interlagos, disputadas nos cerca de 330 metros do retão dos boxes. Nessa
competição, superou um minibuggy turbo, que era detentor das melhores marcas há
anos.
Para se
ter idéia , o antigo recorde –que era de 9,2 segundos – foi baixado pelo
Opalão para 8,7 segundos .Cesar conseguiu ser meio segundo mais rápido.
No Paraná,
o campeonato regional de arrancadas viu pegas entre esse Opalão e o conhecido
Brogster paranaense, espécie de drágster com carenagem, com
motor V8 de 750 cv.
Em Curitiba, Cesar queimou algumas largadas ,mas continuou em segundo lugar ,colado no Brogster. Numa das “puxadas” , a frente do carro saiu mais de meio metro do chão , empinando. Cesar promete novas surpresas para breve. E faz um trocadilho: “esse recorde é apenas uma questão de tempo.” .