Esquina da Literatura

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Escolas Literárias

Modernismo - Geração de 30

 

Modernismo

Primeiro Momento

Segundo Momento - Poesia

Geração 30

Geração 45

 

Informações retiradas do trabalho Modernismo

Autores:
Érico Veríssimo
Graciliano Ramos
Jorge Amado
José Lins do Rego
Rachel de Queiroz

Introdução

"0 regionalismo é o pé-de-fogo da literatura... Mas, a dor é universal, porque é uma expressão de humanidade."

(José Américo de Almeida, na abertura do romance A bagaceira)

O período de 1930 a 1945 registrou a estréia de alguns dos nomes mais significativos do romance brasileiro. Assim é que, refletindo o mesmo momento histórico e apresentando as mesmas preocupações dos poetas da década de 30, encontramos autores como José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Érico Veríssimo, que produzem uma literatura de caráter mais construtivo, mais maduro, aproveitando as conquistas da geração de 1922 e sua prosa inovadora.

As transformações vividas pelo país com a Revolução de 1930 e o conseqüente questionamento das tradicionais oligarquias, os efeitos da crise econômica mundial e os choques ideológicos que levaram a posições mais definidas e engajadas formavam um campo propício ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia social - verdadeiro documento da realidade brasileira -, em que as relações "eu" / mundo atingiam elevado grau de tensão.

José Lins do Rego, na conferência "Tendências do Romance Brasileiro", pronunciada em 1943, destaca com muito vigor e emoção o encontro do escritor com seu povo, uma das características do moderno romance brasileiro:

"Nós, no Brasil, queremos, acima de tudo, nos encontrar com o povo, que andava perdido. E podemos dizer que encontramos este povo fabuloso, espalhado nos mais distantes recantos de nossa terra. O romance de nossos dias está todo batido nesta massa, está todo composto com a carne e o sangue de nossa gente. O mestre Manuel Antônio de Almeida, em 1850, nos dera o roteiro. O segredo era chegar até o povo. Ele tinha todo 0 oiro, toda a alma, todo o sangue para nos dar a verdadeira grandeza. Sem ele não haveria eternidade. Sem o povo não haveria eternidade. O nosso romance tem um século. Justamente em 1843 publicava-se no Brasil o primeiro romance. Levamos uns anos para chegar ao povo. Hoje, podemos dizer, já podemos afirmar: o povo é em nossos dias herói de nossos livros. Isto equivale a dizer que temos uma literatura:'

Nessa busca do homem brasileiro "espalhado nos mais distantes recantos de nossa terra", o regionalismo ganha uma importância até então não alcançada na literatura brasileira, levando ao extremo as relações do personagem com o meio natural e ' social: "A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste que me deu uma, alma agreste", afirma Paulo Honório, personagem-narrador do romance São Bernardo de Graciliano Ramos.

Destaque especial merecem os escritores nordestinos que vivenciaram a passagem de um Nordeste medieval para uma nova realidade capitalista e imperialista. Jorge Amado assim se manifesta no prefácio ao romance São Jorge dos Ilhéus:

"Em verdade este romance e o anterior, Terras do sem-fim, formam uma única história: a das terras do cacau no sul da Bahia. Nesses dois livros tentei fixar, com imparcialidade e paixão, o drama da economia cacaueira, a conquista da terra pelos coronéis feudais no princípio do século, a passagem das terras para as mãos ávidas dos exportadores nos dias de ontem. E se o drama da conquista feudal é épico e o da conquista imperialista é apenas mesquinho, não cabe culpa ao romancista."

Poderíamos acrescentar ainda outros temas abordados por esses autores: nas regiões de cana, a decadência dos bangüês e engenhos, devorados pelas modernas usinas-ponto fundamental dos romances de José Lins do Rego -, o poder político nas mãos de interventores, as constantes secas acirrando as desigualdades sociais e gerando mão-de-obra baratíssima, o intenso movimento migratório, a miséria, a fome.

0 primeiro romance representativo do regionalismo nordestino, que teve seu ponto de partida no Manifesto Regionalista de 1926 (consultar capítulo 1 7), foi A bagaceira, de José Américo de Almeida, publicado em 1928. Verdadeiro marco na história literária do Brasil, sua importância deve-se mais à temática (a seca, os retirantes, o engenho) e ao caráter social do que a seus valores estéticos.

Fonte:
NICOLA, José de. Literatura Brasileira das origens dos nossos dias. Ed.15. São Paulo. Scipione.

 

 

 

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