UNIRAM-SE NA ADVERSIDADE

Quando a mamãe saiu para buscar o leite, viu um cachorrinho encolhido a um canto da escada. Quis enxotá-lo, mas o frio era tão intenso... e, nisso, subitamente aparece o filho, que ao ver o animalzinho exclamou:

- Que gracinha, mamãe! Ele está morrendo de frio! Será...

- Tenha pena, filho, mas já temos o gatinho e ele já é bastante.

Ela fechou a porta rapidamente. O menino não questionou, mas foi acordar a irmã, a fim de lhe contar o ocorrido.

- Precisamos agir logo - disse a garota, pulando da cama e colocando sua roupa.

Não demorou muito e ouviram latidos do pequeno cão, acompanhados do movimento de alguém pulando o muro. Era um pivete que tentava roubar o pão, deixado pelo padeiro pela manhã.

- Viu, mamãe? - exclamou o filho - se não fosse o cãozinho, ficaríamos hoje sem pão... Ele é o nosso guarda, deixe-o ficar!

A mãe entregou os pontos e as duas crianças trouxeram o cachorrinho. Ao vê-lo, o gato eriçou-se todo. Parecia enciumado.

- Eles não vão se dar bem - disse a mãe - e depois, qual deles irá embora?

- Cuidaremos dos dois em separado - disseram as crianças.

Os dois animais olharam sempre com desconfiança, embora as crianças procurassem conciliá-los. Porém, aconteceu certa tarde que a mãe comunicou-lhes que passariam o dia seguinte na casa de amigos. Explicou que deixariam os animais do lado de fora, com água e comida suficientes para ambos. Foram-se. Lá pelas tantas da tarde desabou um forte temporal, que se prolongou por quase três horas consecutivas.

- Pobres bichinhos, mamãe - disse o garoto. - Como estarão do lado de fora?

Quando amainou um pouco mais a chuva, a mãe chamou um táxi e retornaram. Já começava a escurecer e fazia frio. Logo que entraram em casa, as crianças correram para o quintal. Que surpresa e que enorme alegria! É que dentro do cesto de roupas usadas, que ficava junto ao tanque, os dois animais, antagonistas por natureza, dormiam tranqüilos e bem aconchegados.

Vendo o quadro, as duas crianças correram chamando a mãe para também apreciar aquela cena tão singular. Rindo juntamente com os filhinhos, aquela mãe fez o seguinte comentário:

- A fúria do temporal os fez amigos. O mesmo acontece com o ser humano, filhos. A aflição os une. Aprendam essa lição com os dois animaizinhos!


Autor não mencionado
Enviado por Paulo Barbosa - Reflexões

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