Uma explicação à guisa de justificativa: Sarabel, grande amiga e borboleta azul que faz parte de meu jardim localizado no Éden da esperança, considerou um erro a consecução do encontro acontecido na noite de 16/07/2001. Entretanto, a espontaneidade do ocorrido deixou-me deveras saudoso. Talvez daqui a trinta ou quarenta anos, ao reler o texto "Ausência", na angustiosa saudade que se abaterá em seu espírito, ela possa fazer um parâmetro com a homenagem que ora lhe faço, e assim compreender o significado daquele momento. É certo, será tarde... Outrossim, ela descobrirá que somos iguais, mas seu coração já estará contagiado pela irremediável tristeza da solidão.
 

SAUDOSO

não lavei as mãos, porquanto tinham elas o perfume
dos teus seios à semelhança de pomos divinais.

Os lençóis alvos, mais que brancos e macios
também não os mandarei lavar, eles contêm
nossos rastros deixados no embate amoroso,
por ocasião da sagrada profanação dos corpos
ardentes, no desvario do acme do gozo alcançado.

Tampouco quis acender a luz, pois queria
continuar sentindo o cheiro inebriante,
tateando o corpo delicado, excelso e
extremamente feminino, na sandice
hoje enaltecida pela tua ausência.

Desejava ouvir com o coração o som

mavioso de teu sorriso, os sutis gemidos 

que acentuavam nossos singulares desejos.

No brilho dos cabelos angélicos, os quais

desciam delicados pelos ombros ebúrneos,

vi o esplendor dos teus olhos, quando se esgazeavam,

enaltecendo a fruição de um prazer superior e simultâneo.

Em relicário protegerei o espelho, o vaso com flores,
a taça única, de cristal, que usamos para beber

o mioranza branco, suave; resguardarei tudo

o mais que se encontrava em nossa volta,

nossas intimidades por eles foram vistas

e por isso agora são cúmplices da paixão 

avassaladora que nos incendiou

as vontades sentidas.

 
Desejo e quero lavar, benzer e perfumar  meu

espírito para novamente esperar-te paciente!


Esperar-te-ei e não irei a lugar nenhum,

apagarei todas as lembranças  de outrora,

tendo em vista a singularidade da magia; 
assim revivesceremos o breve instante,

que ficou arraigado em meu ser,
quando em sussurro sibilante
pronunciaste o meu nome.

 Merecemos esse esperado e necessário reencontro,

embora tenhas considerado um erro o fato

de fazemos valer o  sacrossanto

direito nosso de ser gente.
 

 De quem ficou inspirado após o encontro...
 

Wilson M. Pereira
 

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