Minissérie Queridos Amigos
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Bastidores
Uma noite memorável
Equipe de Queridos Amigos comemora o final das gravações ao som de clássicos dos anos 80
 
“Queremos prestar uma homenagem às grandes revelações da minissérie! Música, maestro!”. Foi uma noite mágica. As palavras da diretora Denise Saraceni trouxeram à tona os anos 80, década em que se passa a minissérie, e foram o ponto de partida para a comemoração. Na pista de dança, elenco e equipe dançavam ao som de bandas que marcaram aquela época, como The Police, Léo Jaime, New Order e tudo que há de melhor em termos de música... A festa foi um momento especial – talvez a última reunião desse grupo tão coeso – e deixou todo mundo morto de saudades antecipadamente. Depois de 25 capítulos de muita poesia, a opinião geral era a de que valeu, valeu muito participar desse trabalho tão brilhante. No fim, todo mundo saiu com um gostinho de quero mais. 


Footloose


Dan Stulbach e cia. se esbaldaram na pista de dança com os hits. O destaque ficou para Mayana Neiva, que já chegou cantando, dançando e puxando os Queridos Amigos para a diversão!


Confira a galeria de fotos da festa abaixo!

Locações de época
O cuidado dos cenógrafos em reconstituir a São Paulo de 1989
 

1989... Para alguns, parece que foi ontem – mas não para a os cenógrafos empenhados em criar a atmosfera das gravações. Para a escolha das locações externas – em sua maioria em São Paulo – a equipe de cenografia da minissérie teve de pesquisar muito sobre a arquitetura urbana da cidade naquela época e não deixou escapar detalhes como faixas na rua, sinais, orelhões, fachadas de estabelecimentos. Parece fácil, mas não é. “Muitas coisas absolutamente triviais hoje em dia simplesmente não existiam”, explica May Martins, cenógrafa.


 
Detalhes
Pouca gente se lembra dos detalhes, mas muita coisa mudou mesmo. “Os letreiros não eram de plástico, nem tinham backlight; eram de acrílico. Os orelhões em São Paulo eram da cor laranja. As bancas de jornal imensas não existiam”, enumera May – isso para citar apenas alguns. “Para as gravações, desmontamos, por exemplo, letreiros de lojas e substituímos por outros cenográficos”, completa.

Ambientes aconchegantes
Cenários de Queridos Amigos se caracterizam pelo tom mais intimista
 

Tudo nessa minissérie foi produzido de forma a transmitir a idéia de aconchego, de amizade. Os ambientes criados pela cenógrafa May Martins para a minissérie, por exemplo, têm como uma de suas principais características a boca de cena mais fechada – ou seja, a parte anterior do cenário, onde ficam os técnicos é mais restrita, mais limitada. Os módulos dos cenários são agregados e montados em diagonal, com poucos ângulos retos. Assim, o set fica mais fechado e possibilita a criação de espaços mais aconchegantes e ricos em detalhes para que o personagem possa literalmente se apropriar dele.


Luz e movimentação
Já a comunicação entre os ambientes - salas, quartos, cozinha e banheiro, tudo montado simultaneamente no estúdio – permite maior profundidade de campo, principalmente porque as paredes “enviesadas” distribuem melhor a luz. Desta forma, o olhar realista da câmera pode investigar a cena com mais delicadeza e em planos mais seqüenciais, ou mesmo à distância, sem revelar completamente os personagens. “Os personagens se movimentam de uma forma muito natural e orgânica, dentro do seu próprio espaço”, simplifica May, que já trabalhou com a diretora Denise Saraceni em Belíssima e em A Muralha, e recentemente assinou a cenografia de Desejo Proibido.

O Big Brother dos Queridos Amigos
O elenco conta como foi viver junto num estúdio durante um mês
 
Não é à toa que a equipe de atores de Queridos Amigos é tão unida. Para conseguir esse clima, os atores da minissérie ensaiaram por um mês dentro de um estúdio onde foi montada uma casa, que foi comparada pelo ator Joelson Medeiros a do Big Brother. Quer saber como foi essa experiência? Assista a esse vídeo exclusivo!






Drama de Lúcia!
Tarcísio Filho conta que perdoaria uma traição
 
O casamento de Rui e Lúcia é o que os amigos consideram relação perfeita. Existe diálogo, cumplicidade, amor, paixão, mesmo depois de tantos anos. Mas um deslize do marido pode colocar tudo a perder. Depois que a psicanalista descobriu que o médico teve uma filha com outra mulher, ela diz que não pode perdoar a traição. Tarcísio Filho conta em vídeo exclusivo o que ele pensa sobre deslize.



O grande vilão!
O ator Nelson Diniz apresenta Oscar em vídeo exclusivo!
 
“A forma como a Maria Adelaide escreveu é exatamente como aconteceu com caras como o Oscar. Depois do regime militar, ou eles foram se esconder no interior ou começaram a explorar a prostituição”, contou Nelson Diniz, em vídeo exclusivo. Confira!








A arte imitando a vida
Ainda Leiner conta que viveu uma história semelhante a da sua personagem
 
“Também foi um grande choque quando meu pai casou com minha mãe que é negra”, contou ela. Na trama, Ainda Leiner é Flora, a mãe de Davi com Léo. A personagem é um dos maiores desgosto de Ester, que não admite que seu filho não tenha casado com uma judia. Ainda Leiner conta que em sua família, há uma história semelhante, confira o vídeo!!!





Queridos Amigos, um sabor de retomada!
Denise Saraceni conta que a minissérie a faz voltar aos tempos do começo de sua carreira
 
“Um sabor de retomada”. È assim que a diretora de núcleo, Denise Saraceni define o seu trabalho em Queridos Amigos. Em vídeo exclusivo, ela conta que, no início de sua carreira, o olhar era mais humano, como em Malu Mulher, no final dos anos 70 e início dos 80. “A TV tinha enfoque humano com muita personalidade”, cela diz. Confira o vídeo!





Ícones de uma geração
Artistas, escritores, músicos... As maiores influências dessa turma
 
Durante a preparação da minissérie e muito para definir o perfil psicológico dos personagens antes que começassem as gravações, definiu-se uma série de ícones de cada um teoricamente teria. Num trabalho em conjunto com a autora Maria Adelaide e a direção, foram listados uma série de escritores, cantores, artistas plásticos e até times de futebol que seriam importantes para a formação intelectual e emocional de cada um – Léo, Lena, Benny e todo o resto da família.

Leitores compulsivos
Uma das características que os interliga é que todos são muito cultos e lêem muito. “O mais interessante é que não pode faltar livro na casa de ninguém. Estamos falando de um tempo em que as pessoas liam muito, os personagens estudaram em boas escolas públicas: eles se pensavam e pensavam o país. E é muito importante hoje refletirmos a respeito da educação”, afirma May. “O cenário da quitinete do Pedro (Bruno Garcia), que é um escritor, tem uns 30 metros só de livros, todos verdadeiros e pertinentes à época e ao personagem. Cada um tem sua biblioteca específica”, completa Guga.

 
Discos e filmes e...

Lúcia (Malu Galli), que é psicanalista, tem a coleção das obras completas de Freud, mas seu livro de cabeceira é a autobiografia de Liv Ullmann, atriz norueguesa assídua nos filmes de Bergman. Tito (Matheus Nachtergaele) tem “O Capital”, de Marx, e “O Manifesto Comunista”, de Marx e Engels, além de várias fotos do Luís Carlos Prestes, um livro de Rosa Luxemburgo e o símbolo do Corinthians. Pingo (Joelson Medeiros), professor de literatura, tem estudos sobre a poesia brasileira e portuguesa, além de muitos livros de Camões, Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa, disputando espaço com os discos da MPB, como “Doce Bárbaros”.

Alma Beatnik
Na biblioteca de Benny (Guilherme Weber) não pode faltar Bukowski e Caio Fernando de Abreu. Ele é também é fã de Sex Pistols, The Clash e Jimi Hendrix e em sua casa tem um quadro de Alex Flemming, da série “Natureza Morta”, que denuncia a tortura na época da ditadura militar. O ícone de Lena (Débora Bloch) é o pintor pop inglês David Hockney. Léo (Dan Stulbach) tem em sua casa da serra uma escultura de Rubens Gerchman, “AR”, discos de Bob Dylan e livros de Albert Camus e de Jack Kerouak, símbolo da geração Beatnik, movimento dos anos 50, em que jovens intelectuais americanos, cansados da monotonia da vida ordenada, põem o pé-na-estrada para fazerem sua própria revolução cultural através da literatura. Ele também admira o cineasta russo Sergei Eisenstein, diretor de “O Encouraçado Potemkin”, o pintor Francis Bacon e o artista plástico experimentalista Marcel Duchamp.

*** Foto crédito: Capa do disco Are You Experienced – The Jimi Hendrix Experience

Atriz revela passado de Bia
Ela conta também que pretende estudar astrologia por causa da personagem
 
“A gente deveria estudar astrologia no primário”, contou Denise Fraga. Ela revela, em vídeo, o passado da sua personagem Bia e os motivos que a levaram a estudar essa ciência.

A atriz gostou tanto de explorar a astrologia por conta do papel, que decidiu se aprofundar e utilizar esses conhecimentos para a sua vida pessoal.




“Léo é do signo de água”
Em vídeo, Dan Stulbach fala das complexidades do seu personagem
 
“Um aquariano inteligente, culto e bastante sensível”, é assim que Dan Stulbach define Léo, seu personagem em Queridos Amigos. Ele conta que, segundo a astrologia, Léo está vivendo um momento absolutamente profundo, de sentimento, de partida, de olhar e de compreender o movimento da vida.

Assim como seu personagem, Dan também valoriza a amizade e, apesar da rotina de trabalho, que muitas vezes o impede de estar com pessoas de quem gosta, ele tenta, sempre que possível, encontrá-las. "A gente tem uma vida completamente maluca, completamente intensa, e quase todo mundo abre mão de muita coisa por questões do dia-a-dia. Ter os amigos por perto e mostrar o quanto isso é importante é um dos grandes desafios do Léo”, conta.

Para ele, a minissérie é um grande encontro. “Há vários deles nesta minissérie. O da minha vida com a do personagem, o meu encontro com o que eu fui em 1989 e o encontro de uma turma de atores muito especial", diz Dan.

Emoção e arte!
Festa de lançamento reúne elenco em São Paulo
 
“Estou muito feliz de todos os meus queridos amigos estarem presentes aqui”. Foi com essa emoção que a autora Maria Adelaide Amaral recebeu o elenco da minissérie no Memorial da América Latina, em São Paulo, nesse domingo, dia 17, para o lançamento da exposição e da minissérie “Queridos Amigos”. Por toda parte, viam-se obras de artistas plásticos dos anos 70 e 80, em homenagem à geração da época em que se passa a trama.

 
O elenco também ficou emocionado ao ver uma prévia da minissérie. Estiveram lá os atores Dan Stulbach, Matheus Nachtergaele, Bruno Garcia, Débora Bloch, Fernanda Machado, Aracy Balabanian, Fernanda Montenegro, Mila Moreira, Maria Luisa Mendonça, Nathália Thimberg e muitos outros para celebrar a minissérie, que estréia nesta segunda, dia 18.

A exposição
 

A exposição ficará aberta ao público até o dia 24 deste mês. São 41 obras de 19 artistas plásticos. Algumas delas também serão expostas nos cenários de “Queridos Amigos”, como os quadros “Astronauta”, de Cláudio Tozzi e “natureza Morta”, de Alex Flemming. A abertura da minissérie é inspirada nos quadros de Elifas Andreato. A entrada é gratuita.

Confira as fotos da festa na galeria abaixo!

Quem é Lena?
Debora Bloch volta à TV como uma artista plástica em Queridos Amigos
 
Débora Bloch volta à TV em Queridos Amigos no papel de Lena, uma artista plástica sensível e talentosa. Na década 70 foi muito bem-sucedida graças a um trabalho inovador, pautado nos conceitos da Pop Arte e do movimento Nova Figuração, cuja principal característica no Brasil era o combate subliminar ao autoritarismo e às práticas brutais da ditadura militar. No entanto, na época em que se passa a minissérie (1989), vamos encontrar Lena em plena decadência, desestimulada e sem saber como dar um rumo definido para sua arte.  Sua produção, antes cheia de vida e profundidade, agora se resume a uma coleção de aquarelas feitas sob encomenda, tecnicamente boas, mas insossas do ponto de vista criativo.

 Esse quadro desanimador é o retrato de sua vida pessoal. No início da década de 80, ela se separou do marido e abriu mão do convívio com a única filha para abraçar uma relação até aquele momento mantida às escondidas com Ivan (Luiz Carlos Vasconcelos). Só que, ao contrário das suas expectativas e a despeito de todas as promessas feitas pelo amante, Ivan não se separou da mulher, acovardou-se e desapareceu no mundo. Frustrada, desgostosa do futuro, Lena mergulhou numa fase de depressão que acabou por se refletir em sua carreira. Mas, quando a trama começa, Lena reencontra seu antigo amor na festa de Léo.

Eles não sabem ainda, mais esse encontro vai mudar o destino de suas vidas.

Digno e inflexível
Matheus Nachtergaele vive o comunista Tito em Queridos Amigos
 
Matheus Nachtergaele também está no elenco de Queridos Amigos. Ele é Tito, um jornalista de princípios rígidos e sólidos conceitos, incapaz de mudar de opinião mesmo com o passar dos anos. Sempre envolvido com as causas políticas e mantendo o pensamento voltado exclusivamente para os problemas das classes oprimidas e para os rumos da humanidade, Tito nunca encontrou tempo e muito menos razão para desfrutar dos prazeres que o mundo capitalista oferece – meras tolices para ele. Quando casado com Vânia (Drica Moraes), não perdia tempo em fazer pequenas gentilezas, não mandava flores, não declamava versos de amor e, invariavelmente, chegava tarde em casa. Não porque gostasse de noitadas ou tivesse mulheres, mas por varar as madrugadas participando ativamente de reuniões políticas importantes.

O outro
Com o tempo, a inflexibilidade de Tito acabou por desgastar seu relacionamento com Vânia. Hoje (1989) separado e mal financeiramente, Tito amarga uma desconfortável distância dos filhos – Luis Carlos e Rosa – e, pior que isso, é obrigado a suportar a presença do novo marido de Vânia, Fernando (Tato Gabus Mendes), sujeito tão rico quando afeito aos confortos do mundo capitalista.

Clipe de lançamento
Emocione-se com as primeiras cenas da minissérie
 
Este é o vídeo que emocionou a autora Maria Adelaide Amaral, o elenco e os jornalistas durante a coletiva de imprensa essa semana no Projac. É é o mesmo quer será apresentado aos convidados durante a festa de lançamento de Queridos Amigos, que acontece em São Paulo, domingo, véspera da estréia. Editado pela diretora de núcleo Denise Saraceni, ele sintetiza em pouco mais de 10 minutos tudo o que você pode esperar da minissérie.

Prepare-se para fortes emoções. Clique e emocione-se você também.

Delicadeza e paixão
Cenas da minissérie emocionam durante a coletiva de imprensa
 
A expectativa para conhecer o conteúdo da minissérie era grande e ao que parece, as chamadas na TV cumpriram o seu papel e despertaram a curiosidade geral. Mas foi mesmo durante a coletiva de imprensa, mais precisamente durante a exibição do clipe, com cerca de 10 minutos, e editado pela diretora Denise Saraceni especialmente para ocasião, que pudemos ter uma idéia mais clara do que Queridos Amigos vai mostrar do dia 18 agora até o fim de março. Pra começar, o elenco estelar. Não é qualquer produção que pode contar com uma Fernanda Montenegro, um Juca de Oliveira, uma Nathália Timberg, uma Aracy Balabanian – isso para falar apenas dos veteranos, que luxuosamente estão escalados em papéis coadjuvantes.

Sutilezas
Coadjuvantes, sim, mas como explica Fernanda Montenegro: “Com uma função muito importante na história”. Só que a lista de feras no elenco é muito maior – e isso inclui até mesmo atores desconhecidos do grande público, como Odilon Esteves, que interpreta o travesti Cyntia ou garoto Andre Luiz Frambach, que faz Davi, o filho do Léo (Dan Stulbach). Mas a minissérie promete mais ainda. Do pouco que se viu pode-se perceber a delicadeza no tratamento das imagens e das cenas, não só a preocupação estética, mas pela sutileza com que a direção – e o elenco – soube fugir das fórmulas óbvias e dos chavões. Isso fica evidente no tom dos atores, na edição que intercala cenas de ficção à outras reais – garimpadas dos telejornais de 1989 – e na emoção evidente, que transborda sem jamais ser excessiva.

Maria Adelaide se emociona
Queridos Amigos promete dar um show em todos sentidos. O que não deixa de ser um grande presente para a autora Maria Adelaide Amaral, que descreveu o que viu num discurso emocionado: “Essa é a minha vida, ou grande parte do que eu vivi. Estamos mostrando um universo de pessoas que se comportam, pensam e têm uma linguagem muito diferente dos dias de hoje. Nos anos 70 e 80, havia uma ética e você podia trair tudo, menos seu coração, seus ideais. Então, a gente não julgava ninguém e a minissérie tem essa virtude. Ela não julgará, a não ser o grande vilão da história que, evidentemente, é o torturador da Bia (Denise Fraga)”, disse Maria Adelaide, que aproveitou para agradecer o elenco. “Quero agradecer o empenho, o talento extraordinário que vocês emprestaram a cada personagem. Estou absolutamente maravilhada, é um privilégio ter a bordo pessoas como vocês”.

A sociedade de hoje é mais individualista do que a de 20 anos atrás?

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Cores de uma época
O avanço tecnológico surpreende produção de arte da minissérie
 
Quando assunto são os detalhes que compõem um cenário ou uma locação é aí que entra o trabalho da equipe de produção de arte. Guga Feijó, produtor de arte da minissérie, focou sua pesquisa em revistas e jornais da época, além da própria dramaturgia feita pela TV Globo no final dos anos 80. “Existem muitas referências sobre o universo infantil e adolescente daquela década, como almanaques recém-lançados, mas poucos estudos publicados sobre os costumes de 1989, para quem já tinha 40 anos. E nossos personagens são urbanos, de São Paulo e cultos”, explica Guga que, assim como a cenógrafa May Martins, também se surpreendeu com o avanço tecnológico e com a mudança no paisagismo urbano da cidade.

Fugindo dos clichês
Em geral, a palheta de cor da arte e da cenografia de Queridos Amigos usa um tom “abaixo”. Em vez das cores cítricas, tão características na época, optou-se por tons mais neutros, seja do azul, verde ou do rosa. “Tudo que vamos mostrar existia, mas estamos fugindo dos clichês, para não cairmos em uma caricatura que seria incoerente com a minissérie, que é um drama”, conta Guga, que, entre outros trabalhos, já fez A Grande Família.

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A moda anos 80 sem caricaturas
quipe de figurino adequa vestuário de época ao perfil dos personagens
 
A figurinista Gogóia Sampaio e o supervisor de caracterização Fernando Torquatto tiveram o mesmo cuidado que os responsáveis pelas demais áreas na minissérie. O objetivo é não caricaturar ou estereotipar os personagens. “A década de 80 é muito complicada esteticamente e nossos personagens não são envolvidos com o mundo da moda. Eles são intelectuais, são mais clássicos, mais sóbrios. E estamos falando de São Paulo, cujas referências são diferentes das do Rio de Janeiro. Nessa época, o paulistano já tinha uma influência muito grande da Inglaterra, as pessoas já andavam mais de preto e com roupas monocromáticas”, conta Gogóia. Assim, cores vibrantes, formas geométricas e vestidos justos ficaram mais restritos ao figurino dos adolescentes e de Karina (Mayana Neiva), que é uma ex-modelo de vinte e poucos anos.

Símbolos de uma época
Entre os símbolos de vestuário da época, a figurinista aproveitou os jeans – inclusive os que hoje poderiam ser considerados “over”, como blusa e calça jeans juntas. Mas a estética foi fundamental para determinar algumas opções: “Em 89, a Débora Bloch não usava ombreira porque não ficava bem nela e não há razão para a personagem Lena vestir algo que não lhe caia bem. Já a Fernanda Montenegro usa ombreira até hoje e fica muito bem”, defende a figurinista, que trabalhou em Belíssima e Da Cor do Pecado.

Um retorno aos anos 80
Todavia, independente da conveniência, ninguém conseguiu escapar da calça com cintura alta. “Isso não teve jeito. Não existia outra, por isso nenhum tipo de reclamação adiantaria (risos). O curioso é que o mundo da moda também está fazendo esse retorno à década de 80: cinturas altas, cores cítricas, excesso de acrílico e plástico”, comenta Gogóia, que se aproveitou, em parte, desse movimento. O figurino foi composto por 80% de roupas de brechós: “É muito interessante trabalhar com uma roupa que já tem vivência, que traz uma história”. Os outros 20% ficaram por conta de peças autênticas da década, que foram relançadas – mas sempre com a preocupação de peneirar o que está de acordo com os conceitos da minissérie – e de algumas poucas feitas pela equipe da minissérie.

Visual anos 80
Fernando Torquatto dá o tom da maquiagem em Queridos Amigos
 
Ao se referir à caracterização dos personagens de Queridos Amigos, Fernando Torquatto a define como um trabalho de delicadeza. “A maioria das maquiagens é simples. São pessoas que valorizam o lado humano, não estão ligadas à vaidade extrema. Limpamos o máximo: a pele é seca e a sombra é mate, nada com muito brilho. As cores que usamos são pêssego, goiaba e rosa antigo, que se misturam com a pele para dar um efeito específico, mas não aparecem demais”, conta o supervisor de caracterização.

Preocupação ecológica nascente
Segundo Torquatto, nos anos 80 – em contraponto ao visual tão marcado de cores exageradas, como o azul cobalto e o pink – já havia o início de uma postura ecológica e politicamente correta, que fazia as mulheres optarem por uma maquiagem mais neutra. “Foi nessa época que surgiu o batom cor de boca, como se não estivesse maquiada, e os produtos oil free, não testados em animais. As mulheres modernas e inteligentes já lançavam mão desse tipo de recurso, buscando uma beleza saudável e natural”, afirma.

O velho e bom pancake
A exceção ficou por conta das seqüências dos shows do transexual Cíntia (Odilon Esteves). Aí volta à cena o velho e bom pancake. “Mas só nos shows, porque fora do palco a maquiagem de Cíntia é feminina e romântica, e a de Brenda, discreta e sofisticada”.

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