CENA SÉTIMA.
Os mesmos, um Oficial, e Permanentes.
Oficial. Entrai Camaradas. (Os
Permanentes enchem a sala, e cercam os clubistas.) Meus Srs.!
Tenham paciência. Venho mandado por ordem superior.
Narigão. Monstros! Assim
profanais o sagrado asilo dos Cidadãos? Saiam já
daqui, com mil diabos.
Oficial. Sim Sr.; hei de sair com
VV. SS. O Governo manda recolher-vos a todos na Casa dos Doidos
e Mentecaptos.
Pança. (aparte.) Isto foi
o diabo.
Mopadinho. (tremulo.) Essa ordem
necessita de discussão; mas nós estamos coatos;
portanto requeiro fique o negócio adiado até amanhã.
Oficial. Não admito discussões,
nem adiamento. Vamos.
Macaco. Sr. Oficial,
e vós, Permanentes, estareis por ventura alucinados? Quereis
acaso lançar mãos profanas sobre os Pais da Pátria?
Que quer dizer este aparato de espadas, baionetas, espingardas de
que vindes armados? Acaso somos facinorosos ou ladrões?
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Tanquam ad latrones existis eum gladiis,
et fustibus comprehendere nos? Em nome da Pátria aflita,
eu vos requero, Srs., não nos façais violência;
não queirais incorrer no crime de Lesa-majestade representativa.
Oficial. Cumpro as ordens do meu
Superior. Vós estais perturbando o sossego público;
vossa conduta tem sido intolerável; e semelhantes doidos
é necessário afastar da Sociedade. Vamos.
Macaco. Céus! Aonde estão
os raios, que ainda não chovem sobre estas cabeças
criminosas? Monstros! Assim vilipendiais os Representantes de
uma Nação livre? Aonde estão as nossas garantias,
as nossas inviolabilidades?
Oficial. Doidos não tem garantias.
Andem, andem. Camaradas! avançai! Olho vivo com este melros.
Casa de Orates com eles. Aí melhor formarão os planos
de anarquizar a Província.
Pança. Eu bem
estava livre desta caçoada! Mas quem se mete com crianças
amanhece mijado.
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