À
noite, o Taylor estava sentindo-se muito mal pela briga que tivera com o George.
Nunca tinha brigado com ele em anos de amizade. Para o Taylor era estranho
pensar "Eu estou brigado com o George". Brigado... Eles eram tão
amigos a maior parte do tempo que discussões nunca tinham passado pela cabeça
dele. E como isso nunca tinha acontecido antes, o Taylor não sabia muito bem
como reagir. Pegou o telefone e discou os números da casa do amigo. O próprio
atendeu:
-
Alo?
-
Hey
George. It's Taylor.
-
Hey man.
-
E aí, vamos sair hoje? - o Taylor perguntou receoso.
-
Não sei. My best friend and I had this
fight, you know...
-
É, eu sei... Me desculpe por hoje, partner.
Você é meu melhor amigo e eu não quero ficar brigado com você.
O
George ficou quieto uns segundos. Ele era bastante orgulhoso. Então disse:
-
Quem é que vai te carregar quando você estiver bêbado, não é?
-
Yeah, you're right. Eu
preciso da sua ajuda neste aspecto também - o Taylor riu.
-
Ok, ok. Esquece isso. Eu não pretendia realmente ficar sem falar com você
mesmo...
-
Cool. E então, nós vamos pra farra hoje?
-
Claro.
-
Bebida ou mulher? - o Taylor perguntou.
-
Bebida. A gente tem que comemorar o... Comemorar a... - o George procurava um
motivo. - Aquele negócio lá.
-
Comemorar... A nossa amizade - o Taylor pensou em algo.
-
Iiiiiisso.
Ficou
combinado então. Eles iriam sair mais uma noite para beber. E foi o que eles
fizeram. Não deu meia hora, o George passou lá para buscar o Taylor e saíram.
Entraram
em um bar muito bem freqüentado e sentaram.
-
Hoje vai ter uma festa na casa de um cara aí - o George disse.
-
Que horas?
-
Daqui à meia hora começa, mas eu acho que vai estar bom mesmo daqui umas duas
horas. Tá a fim de ir?
-
Sure.
-
Então a gente bebe um pouco aqui e vamos.
A
conversa estava muito divertida, até que chegaram duas garotas e sentaram junto
com eles. Uma delas era exatamente como o Taylor gostava: morena, de cabelo
comprido, olhos verdes e sorriso bonito. Nossa, e como ela dava mole para ele.
Estava quase se jogando no colo do Taylor gritando "Me possua agora!".
Ceninha lastimável. Mas para ele, normalmente, não teria nada de lastimável
naquilo. Ao contrário, seria só alegria em qualquer hora, qualquer noite. Se não
fosse naquela noite. O Taylor estava completamente avoado. Ele não estava nem
concentrado no que a garota cochichava no ouvido dele. Ah é, ela estava
cochichando no ouvido dele. Ele não tinha nem reparado direito. A cabeça do
Tay estava há anos luz dali. Era como se beijar por beijar não tivesse mais
graça. Ele queria alguma coisa diferente, mais interessante, que exigisse mais
esforço da parte dele.
Mas
é vida real, a garota era bonita e por isso ele acabou agarrando a menina. E
claro que o George deu uns beijos na amiga dela. Porém, como aquela era uma
noite dos camaradas, as duas foram logo dispensadas. E sem dó. Papo vem, papo
vai, muitos drinks foram tomados.
...
O
Isaac e o Zac também iriam sair. Já estavam até arrumados, só estavam
esperando a Patty chegar para poderem ir. Iriam a uma festa que o tal
"cara" de Tulsa resolveu promover para chacoalhar o marasmo de vidinha
que cada cidadão de lá levava.
A
campainha tocou. Era a Patrícia. Pegaram o carro do Isaac, ligaram um som bem
alto e foram.
Chegando
na festa, já puderam ver aquele monte de carros estacionados e muitas pessoas
na parte descoberta da piscina conversando e bebendo. A música estava altíssima
e o agito parecia dos bons.
-
Nossa - a Patty sorriu encantada com o que via. - Gente, olha a música! Woohoo!
-
Meio alta, né? - o Isaac comentou.
-
Quanta mulher - o Zac falou.
Desceram
os três do carro, cada um com diferentes objetivos. A Patty queria dançar a
noite inteira. O Zac queria sair da seca dele, que já estava prestes a virar
lenda. E o Isaac... Bom, ele só queria se divertir um pouco.
Quando
já estava na parte da casa onde ficava a pista de dança, começou a tocar a música
que a Patty mais amava. E ela foi ao delírio. O Isaac acompanhou-a na dança
enquanto o Zac fora dar umas voltas para ver como estava o movimento feminino na
área. O techno era pesado e fazia um tumtum daqueles que entravam na cabeça e
fazia o cérebro pular. E era bem assim que a Patty gostava. O Isaac também
curtia e acompanhava a amiga nos passos acelerados, de acordo com o ritmo.
Passado
um tempo, o Zac então apareceu com umas bebidas e começou a dançar junto. Só
que como este não era o forte do Zackito, ele fazia uns passos mais esquisitos
para descontrair. Era engraçado. Mas engraçado mesmo foi quando ele começou a
dançar certinho, do jeito que a Patty tinha ensinado para ele há tempos atrás.
A mulherada que estava por ali pirou e começou a cair matando em cima do Zac.
Ele ficava puto porque não tinha coisa que mais o irritava do que mulher
oferecida. Isso acabava com o humor dele, que já era dos mais frágeis.
Superado
este detalhe, depois de alguns xingões, eles voltaram a dançar.
Enquanto
isso, o Taylor e o George saíam do bar mais cedo para irem à festa. Não
precisa nem dizer que no exato momento em que chegaram no local e colocaram o pé
para fora do carro, um bando de mulher correu para cumprimentar o Taylor. E ele
atenciosééérrimo, ainda mais bebunzinho do jeito que ele estava. Saiu
distribuindo selinhos nas mais bonitas e abraços demorados nas mais
"gostosas". O George, por ser o melhor amigo do Tay, também acabava
sendo paparicado.
Entraram
na festa. Tocava One More Time do Daft Punk
no último volume e a bebida rolava solta. Todo mundo dançando que nem loucos.
Depois de darem uns beijos nas primeiras bonitonas que apareceram, saíram andar
pela festa. Coincidência ou não, o Taylor topou com o Zac no meio de um meio
de um bolo de pessoas.
-
Zac?! Heeey bro!
-
Oi, Tay! Oi, George!
E aí?
-
Você veio com quem? - o Taylor perguntou.
-
Com o Ike e a Patty! - Eles gritavam por causa do som.
O
nome "Patty" soou muito agradável aos ouvidos do Taylor. Ele sorriu
de levinho e disse:
-
Me leva até eles.
É
pra já, Nissin Miojo. O Zac foi levando o Taylor e o George, perfurando os
bolos de gente e chegando enfim à pista. Ao ver a Patrícia Futemma dançando
com toda aquela empolgação, movendo os quadris concentrada, exatamente com o
ritmo dos tumtuns, o Taylor teve certeza: ele precisava ficar com ela naquela
noite. E não podia demorar, senão ele iria explodir.
-
Que bom que vocês chegaram - o Isaac disse. - Eu estava mesmo a fim de procurar
um banheiro e não queria deixar a Patty sozinha. Fiquem aí que eu já venho. -
E saiu.
O
Taylor nem cumprimentou a Patty. Já foi chegando na frente dela dançando, bem
pertinho. Quando ela olhou para ver quem era, o Taylor sorriu todo cheio de
intenções e ela retribuiu o sorriso daquele jeito simpático. A música corria
e aquilo só estimulava mais o Taylor a ficar com a Patrícia. Ele dançava
muito próximo, com a ponta do nariz quase batendo na ponta do nariz dela. E
aquele jeito provocador começou a atingir a Patty, fazendo com que ela sentisse
uma vontade muito forte de catar o Taylor pela camisa e dar aquele puta beijo
nele. Ele tinha as manhas de ser incrivelmente atraente.
A música
continuava tocando e a adrenalina que percorria o corpo deles fazia o mundo ao
redor parar. O Taylor a segurou pela cintura e continuou dançando. Ela apoiou
as mãos nos ombros dele e, segundos mais tarde, as subiu até o pescoço e então
até os cabelos. Agora eles estavam praticamente se beijando. Só faltava um
empurrãozinho.
Tuntchi Tuntchi Tuntchi,
a música techno continuava tocando alta. Foi quando o Taylor a puxou com força
e beijou, abrindo bem a boca. A Patty o abraçou pelo pescoço, bagunçando os
cabelos loiros dele, enquanto era puxada pelo Taylor firmemente, fazendo com que
ficassem colados.
-
Ahm... O Taylor está ficando com a Patty? - o Zac perguntou para o George,
estranhando muito.
-
Que dúvida - o George disse. - Já fazia um tempo que ele queria ficar com essa
menina.
-
Eu sabia - o Zac disse. - Eu sabia que ele estava pensando em ficar com a Patty.
Ele não perdoa ninguém.
-
Você ainda tinha dúvidas de que ele acabaria catando a sua amiga? Até parece
que não cresceu com ele e não sabe como ele é, Zac.
-
Eu sei, mas... A Patty? Ela é nossa amiga, vive lá em casa... Não é a mesma
coisa ficar com ela e ficar com uma dessas galináceas que chegam se oferecendo
para ele - o Zac observou, meio grosseiro.
-
Pode até ser. Mas na balada, mulher é mulher e pronto.
Isso
que o George disse até fazia um sentido. Parece que, quando sae à noite, todo
mundo é meio igual. Todos estão ali para se divertir e aproveitar. Não
importa se é amigo, se é parente, se é comprometido. É como se todos
estivessem disponíveis. Não tem tanto aquele respeito. Uma coisa meio vampiro.
De dia, não sai do caixão, mas à noite, sai chupando o sangue de todos que
estão na frente.
-
Ainda bem que o Isaac não está aqui. Eu acho que ele não ia gostar muito
disso - o Zac falou sozinho.
Terminado
o beijo, os dois sorriram um para o outro como se o que tinha acontecido já
fosse esperado por ambos. A Patty passou o dedo pelos lábios do Taylor e o
beijou mais uma vez rapidinho. A música techno continuava alta e a batida
forte. Eles continuaram dançando, beijando-se vez ou outra.
Então
o Isaac chegou e ficou dançando ali com os dois. O Zac só ficava observando de
longe, como se estivesse assistindo a um filminho daqueles que você já sabe
como vai acabar. O Taylor pediu licença e saiu com o George. Disse que já
voltava. Até se despediu da Patty, todo carinhoso, mas sem beijá-la na boca.
Fez um carinho no rosto dela e foi. O Isaac não estranhou, porque sabia do
jeito atencioso que o irmão tinha com as pessoas.
-
Demorei muito? - ele perguntou para a Patty.
-
Quase nad...
A
Patty teria terminado a frase, se não fosse uma escrotinha ter passado por ela,
esbarrando de propósito, quase derrubando a Futemminha.
-
Nossa - a Patty reclamou do jeito da garota.
-
Licença - a garota ainda teve a cara de pau de dizer.
O
Zac já esperava por aquilo. Posicionou-se atrás da Patty e ficou dançando por
perto, cuidando para que isso não acontecesse de novo. Tinha reparado em um
grupinho de meninas que não paravam de olhar torto para ela, condenando. Então
cochichou no ouvido dela:
-
Agora que você ficou com o Taylor, começa a prestar mais atenção à sua
volta.
-
Mas por quê? - a Patty perguntou.
-
Porque as garotas aqui caem matando em cima de concorrente.
A
Patty pensou um pouco sobre aquilo, não dando muita atenção. Mas a festa
tinha que continuar. E dá-lhe dançar mais. Estava muito divertido, todo mundo
rindo, todo mundo pulando... Muito bom.
-
Vocês querem beber alguma coisa? - o Isaac perguntou.
-
Eu tô com um pouco de sede - a Patty disse.
-
O que você quer beber?
-
Tem coca?
-
Eu vou procurar - o Isaac disse, rindo. - Já volto.
-
Light! - a Patty gritou, quando o Isaac já estava mais distante. O
Zac se matou de rir.
E
saiu. Pareceu até combinado porque, quando a presença do Taylor já começava
a fazer falta para a Patty, ele apareceu com o George. Abraçou a Patrícia por
trás e a beijou no pescoço, todo queridinho. Ela gostou daquilo e sorriu,
virando para ele e o beijando na boca.
-
Quer dar uma volta? - o Taylor sussurrou no ouvido dela. - Tá muito barulho
aqui.
-
Tudo bem.
Eles
saíram dali de perto sem dizerem nada para ninguém. O Zac só levantou as
sobrancelhas, sentindo um pouco de receio sobre aquilo.
O
Isaac chegou com a coca, depois de algum tempo procurando pela rara garrafa do
refrigerante, todo orgulhoso que tinha encontrado. Só faltava a Patty estar lá
para pegar o refri e o ato do Isaac teria sido perfeito.
-
Ué, cadê a Patty? - ele perguntou, decepcionado. - Eu demorei tanto para achar
a coca pra ela.
-
Ela já vem - o Zac disse. - Saiu com o Tay, mas eles já voltam.
-
Ah, tudo bem, então. Eu espero.
-
Eu acho que ela vai demorar, caro amigo - o George disse, rindo malicioso.
-
Como assim? - o Isaac falou.
O
Zac deu um puta cutucão no George (quase deixou o garoto sem ar, aliás) e
disse, daquele jeito sério:
-
O George está naquela fase "descobrindo o corpo", Ike. Por isso que
ele é maduro assim.
-
Ah, claro... - o Isaac riu. - Essas brincadeirinhas maliciosas são sempre com
ele.
"Ufa",
o Zac pensou, fazendo uma cara de lamentação para disfarçar. O George fez
cara feia e saiu dali, antes que levasse mais uma cotoveladinha do Zac, daquelas
que ele dá sem intenção de machucar, mas acaba quase desmontando o indivíduo.
...
E
na piscina da casa estavam o Taylor com a Patrícia de mãos dadas, conversando
e trocando uns beijos calientes vez ou outra. E em um desses intervalos, a Patty
se lembrou:
-
A minha coca!
-
Quê?
-
A coca que eu pedi pro Ike pegar pra mim. Tadinho, ele deve estar lá com ela já.
Então
o Taylor a puxou pela cintura e ficou com o rosto bem pertinho do dela.
-
Você prefere ir lá ou ficar aqui? - perguntou sussurrando.
-
Ah... - a Patty sorriu, sem graça. - Ficar, mas...
-
Então pronto. Depois eu pego quantas cocas você quiser - o Taylor falou, todo
meigo.
Então
se beijaram mais uma vez.
-
Posso te perguntar um negócio? - a Patty falou, depois de descolar a sua boca
da dele.
-
Claro, o que você quiser - acariciando os cabelos caídos nos ombros da Patty.
-
Hoje na sua casa, quando nós estávamos sozinhos...
-
Você quer saber se eu quase te beijei?
-
Isso.
-
Era o que eu pretendia ter feito, se não fosse o George ter chegado bem na
hora.
-
Mmm... - a Patty compreendeu.
-
Na verdade, eu já queria ficar com você fazia algum tempo.
-
Sério? - a Patty se espantou.
-
Sério - ele sorriu. - Eu só nunca achava um jeito de chegar em você.
-
Nossa... Sério mesmo? - Ela definitivamente não sabia daquilo.
-
Sério mesmo.
-
Caracas... Eu não tinha nem idéia disso.
-
Desde que você apareceu lá em casa pela primeira vez, quando você saiu com o
Ike e o Zac, eu já pensei na possibilidade.
-
Eu nunca percebi isso.
-
Eu sei que não - o Taylor disse, fazendo cara de paciente. - Eu sofri para você
começar a prestar atenção em mim.
-
Eu sempre prestei atenção em você. Só não tinha idéia de que a gente... nós...
sabe?
-
Se eu soubesse disso, tinha te agarrado antes.
O
Taylor sorriu e beijou a Patty de novo.
...
-
Estão demorando, né? - o Isaac falou.
-
Calma, Ike. Eles devem estar dançando por aí - o Zac disse.
-
Eu sei, não estou preocupado com isso. É essa coca aqui que eu enchi de ficar
segurando.
O
Zac aliviou.
-
Dá aqui que eu seguro - tomando da mão do Isaac.
-
Zac, você está com febre?
-
Por que está falando isso?
-
Porque você foi gentil. Deve ser o calor.
-
Ah, Isaac, cala a boca! Eu não sou nenhum mal educado, não!
O
Isaac só o olhou, como quem diz: "Zac, você é sim e sabe disso".
-
Ah, cala a boca - o Zac voltou a protestar.
-
Mas eu não falei nada!
-
Mas pensou!
-
Whatever.
Silêncio.
-
Viu alguém interessante por aqui? - o Isaac perguntou.
-
Nada ainda.
Foi
quando a Patty apareceu sozinha.
-
Patty, onde você estava? - o Isaac perguntou.
-
Ai, desculpe, Ike. Você pegou a coca pra mim, né? E eu te fiz esperar um
monte, desculpe.
-
Imagine, não tem problema, não. Na verdade, o Zac que segurou para mim
enquanto você não vinha.
-
E cadê ele? - a Patty perguntou, não o vendo por perto.
-
Ele está bem... Ué, mas ele tava aqui agorinha.
-
Não tem problema, vai. Quando ele aparecer, eu tomo a coca.
-
E o Taylor, cadê?
-
Já está vindo. Ficou conversando com uma amiga que ele encontrou no caminho.
-
Amiga? - O Isaac olhou no relógio. - Há essas horas, já não é mais amiga.
Nem virgem.
-
Como assim? - a Patty não entendeu.
-
O Taylor é rápido.
-
Rápido? Do que você está falando?
-
Você não acha realmente que o meu irmão Taylor está só conversando com esta
menina, acha?
-
Espera. Você está dizendo que ele está ficando com a garota?
-
Exatamente - o Isaac sorriu conformado.
A
Patty gelou.
-
Mas ele não pode! - ela gritou.
-
Pode sim.
-
Que escroto!
-
Eu também acho. Até já disse isso pra ele, mas...
Nem
deu tempo de completar a frase porque a Futemminha saiu correndo até o lugar
que havia deixado o Taylor com a garota. O Isaac ficou olhando para os lados,
procurando pela Patty e não a viu mais. O Zac então se aproximou, vindo com o
George.
-
Procurando alguém, Ike?
-
Oi, Zac. A Patty falou que o Taylor ficou conversando com uma menina no caminho
pra cá e eu disse que ele já devia ter agarrado a garota. Eu estava no meio da
frase, mas a Patty saiu correndo, não sei por quê.
O
Zac respirou fundo e disse:
-
Eu já venho, Ike.
-
Mas o que está acontecendo que esse povo não pára de dizer que já volta? - o
Isaac se irritou.
-
Eu estou aqui, Ike, não esquenta, não - George disse, totalmente bêbado.
-
Oh shut up - o Isaac rebateu.
Ele
não pode ser tão filho da puta,
a Patty pensou enquanto perfurava o bolo de pessoas. Sim, Patrícia, ele era. Não
precisou nem ela chegar muito perto para enxergar o Taylor aos beijos com a
outra garota. A mesma que ele tinha dito ser só uma amiga. O sangue da Patty
ferveu. Nossa, ela ficou muito puta. A vontade que ela tinha era de ir até ele
e dar um monte de bicuda no saco do Taylor para ele aprender a parar de pensar só
com as regiões genitálias. Mas ao invés disso, ela preferiu sair de perto bem
rápido antes que matasse alguém. Que ódio que ela sentia. Não demorou muito,
ela topou com o Zac.
-
Patty, tá tudo bem?
-
Zac, eu quero ir pra casa.
-
É, eu imaginei. Vem, vamos lá falar com o Isaac.
Enquanto
isso, lá com o Taylor...
-
Pronto. Está bom assim? - ele disse, malicioso. - Foi só um beijo que eu te
prometi.
-
Ficaria melhor se você me levasse lá para cima - a garota disse.
-
Mas eu tenho que encontrar com outra pessoa agora.
-
Isso não vai demorar nada - ela disse, enfiando a mão dentro da calça do
Taylor.
O
Taylor quase pirou com aquilo e acabou subindo com a menina para o primeiro
quarto que aparecesse na frente, devido à urgência que ele sentia de dar um
trato na donzela.
...
-
Embora? Já? - o Isaac perguntou. - Mas por quê? O que aconteceu?
-
Eu quero ir agora, Ike - a Patty disse. - Por favor. Esta festa está uma merda.
-
Mas...
-
Isaac, vamo' logo, porra! - o Zac liberou, mais uma vez, o pequeno pônei que
habitava dentro dele.
Vendo
que tinha alguma coisa errada, o Isaac não discutiu mais. Foram para o carro.
-
Zac, dá a coca para a Patty se acalmar.
-
Eu já bebi - o Zac falou.
-
Era pra Patty, Zac! Por isso que você está gordo assim!
-
Ah, vai pro inferno! - o Zac reclamou.
-
Gente, dá pra nós simplesmente irmos para casa? - a Patty disse.
O
Isaac obedeceu. Foram para a casa dos Hanson. A Patty estava tão brava que mal
conseguia olhar para os lados. Só olhava para frente, bufando, pensando nos
pontos do corpo do Taylor que ela chutaria com mais força assim que o visse.
...
Mais
ou menos umas quatro da manhã, o Taylor estava procurando as chaves da porta
para entrar em casa. E apesar de possuir apenas dois bolsos em toda a sua roupa,
ele estava tendo uma dificuldade enorme de encontrá-las.
-
Achei - ele comemorou baixinho logo que sentiu as chaves no bolso esquerdo.
Abriu
a porta calmamente, pisando levinho para fazer nenhum barulho. E, no escuro,
trancou a porta e só então acendeu a luz.
-
Ike? - perguntou ao ver o irmão sentado no sofá. - Está acordado até agora?
No
mesmo instante que o Taylor descia os degrauzinhos da entrada para cumprimentar
o irmão, o Isaac levantou e foi em direção a ele.
-
Mas por que você...
Foi
quando o Taylor engoliu as palavras, sendo interrompido da maneira mais drástica
possível. Tudo fora tão rápido que só percebeu mesmo o que havia acontecido
quando caiu no chão com força e sentiu seu queixo amortecido. Ainda zonzo,
colocou a mão na boca, no lugar onde latejava, e viu o sangue na ponta de seus
dedos. Tinha acabado de ser socado pelo irmão mais velho, em uma direita bem no
canto da boca. Passado mais alguns segundos, sentiu doer muito. Aquela dor meio
ardida, que latejava forte, parecendo que os seus lábios estavam inchados e
grandes. O Isaac o encarava puto, os olhos nervosos no irmão do meio.
-
Que porra é essa?! - o Taylor perguntou, não entendendo nada.
-
Eu poderia te dar mais uns oito iguais a esse - o Isaac falou, cerrando os
dentes.
-
What the heck are you talking about?!
- o Taylor chiou de novo.
-
Isso é pra você aprender que o mundo não gira em torno da porra dos seus
olhinhos azuis. - Então o Isaac o pegou pelo colarinho e o levantou na marra. -
É bom você nunca mais esquecer disso. Porque na próxima vez que você magoar
uma amiga minha, você vai levar uma porrada no teu saco!
-
Me larga, merda! - o Taylor disse, se livrando. - Do que você tá falando?!
-
Se você não pensasse só com o seu pinto, você saberia do que eu estou
falando. E não teria feito o que você fez com a Patty.
O
Taylor ficou quieto. Passou a mão pelo machucado mais uma vez e aliviou a
expressão de raiva do rosto.
-
A Patty é gente boa pra caramba, Tay! Que merda, por que você tinha que mexer
com ela?
Mais
uma vez, silêncio.
-
Eu vou dormir. Vê se passa alguma coisa nisso - apontou para o rosto do irmão.
- e vai dormir. - O Isaac virou para jáá ir subindo para o seu quarto, quando
retornou a olhar Taylor, sério. - Pensa um pouco nas cagadas que você tem
feito nesses últimos meses, desde que a banda acabou. E toma vergonha nessa tua
cara. Você não é mais nenhum pirralho playboy com merda na cabeça. Você tem
19 anos e já devia saber o quer da vida, ao invés de ficar bebendo que nem um
porco e ficar desvirginando tudo que é garota da cidade.
Então
o Isaac deu as costas e subiu para o quarto. O Taylor arrumou a blusa, passou as
mãos pelos cabelos e respirou fundo, olhando para o chão. Lembrou-se então
das meninas que tinha beijado naquela noite, depois que não encontrou mais a
Patty, e a outra com quem teve relações sexuais na festa.
-
Shit - ele sussurrou.
Então foi para o banheiro limpar a ferida para depois poder ir dormir.
Capítulo 09 / Índice / Capítulo 11