Havia passado mais alguns dias. O Taylor já estava começando a ficar agoniado. A Patty não falava nada sobre o assunto. Não dava notícias, dicas, pistas, indiretas, nada. Cada vez que estavam no mesmo ambiente, ela falava pouco ou não falava. Se o Taylor telefonava para ela, ela ficava sem jeito e não dizia nada. O Cumprido estava triste. Tentara procurar a Patty para falar sobre seus sentimentos várias vezes, para saber o que a Patrícia pensava a respeito, mas ela não dava a abertura que ele precisava para iniciar uma conversa. Ela parecia sempre triste e desanimada. Para o Taylor, nada no mundo era tão angustiante.

            À noite, após o jantar, o Zac jogava videogame com Mackenzie, Isaac lia e vigiava Zöe ao mesmo tempo, brincando com as coisas de Diana no quarto da mãe, e Avery e Jessica cochichavam assuntos quaisquer. O Taylor? Bom, este andava de um lado para o outro no quarto, roendo as unhas, com os nervos prontos para pularem fora de seu corpo.

- Ike! - o Taylor berrou.

            Minutos depois, Isaac apareceu no quarto de Mackenzie:

- Zac, reunião.

            Zac não hesitou. Largou o controle do aparelho e levantou correndo.

- Heeeeey! Volta aqui! A gente está preste a salvar o mundo - Mackenzie reclamou.

            No quarto do Taylor, o Isaac esperou o último entrar e fechou a porta.

- Tudo bem, eu vou fazer - o Taylor disse.

- O que você vai fazer? - o Zac não entendeu.

- Aquilo - o Taylor disse.

- Aquilo o quê? - o Zac continuou perdido.

- Aquilo que nós sugerimos no dia em que soubemos que o Taylor gostava da Patty - o Isaac respondeu, sem paciência.

- A tele-mensagem? - o Zac berrou. - Não, isso é terrível!

- Não a tele-mensagem - o Taylor falou.

- Aaaaah, aquilo! - o Zac finalmente lembrou-se. - Nossa, você vai mesmo? - espantado.

- Vou.

- Quer ajuda, Tay? - Isaac ofereceu. - Nós estamos aqui para o que você precisar.

- Eu sei, mas não, obrigado. Eu tenho que fazer isso sozinho.

- Vou pegar as coisas - o Zac se prontificou.

- Boa sorte, Tay - Isaac sorriu, colocando a mão sobre o ombro do irmão do meio.

            E lá foi o Jordan para a casa da Patty às onze e meia da noite.

            A rua da casa dela estava completamente deserta. Escutava-se apenas os sons dos insetos nas árvores. O Taylor permaneceu dentro do carro algum tempo pensando. Olhava para o portão e hesitava. Tirava a chave da ignição e preparava-se para descer, mas acabava desistindo. Estava completamente inseguro sobre o que pretendia fazer.

            A Patrícia estava dormindo. Demorara em pegar no sono aquela noite, mas após algumas conversas com a mãe, finalmente conseguira adormecer. Silêncio absoluto na casa dos Futemma. Todos dormindo. Então, este silêncio foi quebrado por uma conversa vinda do quarto dos pais da Patty. Uma conversa misturada com risos. Ela foi acordando aos pouquinhos, esfregou os olhos e acendeu o abajur.

- O que eles estão fazendo? - referindo-se aos pais.

            De repente, aquela música. A Patty passou a prestar atenção para descobrir de onde vinha. Parou para ouvir. Era um violão muito suave e uma voz doce cantando uma música linda. A Patty fechou os olhos e ouviu alguns segundos.

- Que menino doido - o pai da Patty disse alto o suficiente para ela ouvir.

- Menino doido? - ela repetiu para si mesma. - Que menino doid...

            Foi quando ela se tocou. Meu Deus, a música estava vindo... Vindo da rua. Não, não podia ser.

            A Patrícia correu para a sacada de seu quarto e viu a cena que jamais sairia de sua mente enquanto ela vivesse. Abriu a vidraça e lá estava o Taylor, sentado em cima de seu carro, com as pernas escoradas no vidro da frente do veículo. Batia um dos pés no pára-brisa no ritmo que ele próprio fazia e o violão apoiava em uma das coxas. A Patty colocou a mão na boca incrédula.

- Oh Gosh... - com voz de choro.

            Então o coração da Futemminha apertou de tanta alegria, o sorriso cresceu em seu rosto e seus olhos encheram-se de lágrimas. Segurou as mãos junto ao peito, sorrindo e chorando, numa mistura infinita de sentimentos; como se o universo inteiro pudesse ser facilmente explicado por aquela imagem, por aquela música.

            Taylor dedilhava no instrumento Hanging by a Moment do grupo Lifehouse. Era com certeza a canção mais linda que a Patty já tinha ouvido. O silêncio da noite era o volume necessário para que a voz do Taylor e as notas de seu violão ecoassem por toda a rua. A voz do Taylor... Era uma voz suave e levemente rouca. Parecia acariciar os ouvidos da Patrícia com sua afinação. Em algumas partes ele sussurrava sem tirar os olhos do violão, concentrado no que tocava. Em outras, olhava para a Patty e sorria.

            O semblante do Taylor enquanto cantava para a garota que amava era cálido e puro. Os lábios dele movendo-se amenamente a medida que as palavras saíam de sua boca deixavam a canção mil vezes mais perfeita. Era como se ele estivesse cantando por duas vezes seguidas. E a pureza daquela cena... Era só o que a Patrícia conseguia enxergar ali. O som estava claro e nítido. Timbre de um verdadeiro músico.

            A letra era simplesmente tudo o que o Taylor queria dizer para a Patrícia naquele momento:

 

"I'm falling even more in love with you  (Estou me apaixonando cada vez mais por você)
letting go of all I've held onto 
(Desistindo de tudo que eu sempre considerei importante)
I'm standing here until you make me move 
(Estou parado aqui esperando você fazer com que eu me mova)
I'm hanging by a moment here with you 
(Preso em um momento aqui com você)

forgetting all I'm lacking 
(Esquecendo de todas as minhas necessidades)
completely incomplete 
(Completamente incompleto)
I'll take your invitation 
(Vou aceitar o seu convite)
you take all of me now 
(Você me tem inteiro agora)"

 

            Tudo o que a Patty conseguia fazer era chorar quietinha. A música, a noite, os olhos azuis do Taylor olhando-a de cima do carro, seus dedos no violão e a voz dele em seus ouvidos. Era inexplicável e incrível o suficiente para a Patty não querer que aquilo acabasse nunca. Em questão de segundos, ela não era a única a ter esta opinião. Alguns vizinhos, encantados com o que ouviam, foram até a janela também. E comentavam entre sorrisos de dentro de suas casas a serenata encantadora que Jordan Taylor Hanson decidira fazer para a Patty Futemma aquela noite.

            A Patty limpou as lágrimas e retornou o sorriso que o Tay havia lhe direcionado. Foi quando sentiu uma mão tocando seu ombro. Era sua mãe, Maria.

- É ele, filha? - olhando para o garoto loiro cantando para sua filha única.

- É sim, mãe - a Patty respondeu, orgulhosa.

- Esse menino gosta de você de verdade, querida.

- Ai, mãe... - ela chorou apertadinho. - E eu acho que eu gosto dele.

- Então não chora mais, Pá - acariciando os cabelos da filha.

- Eu não consigo - chorando mais.

            Maria sorriu.

- Por quê, filha?

- Porque ele... Ele é incrível demais, mãe. E amado demais.

- Desce lá, querida. Conversa com ele.

- Com esse pijama? - referindo-se ao moletom do Pateta que usava.

- Depois dessa de hoje, eu tenho quase certeza de que ele não vai se importar.

            A Patty riu. Sua mãe fechou a porta de vidro da sacada.

            A Futemminha colocou suas pantufas e desceu correndo. Respirou fundo antes de abrir o portão. O Taylor ainda cantava quando a Patty começou a se aproximar do carro. Ele desceu de cima do veículo e encostou-se na lateral do carro preto com o violão em mãos, cantando o refrão, olhando-a fixamente nos olhos e mostrando um sorriso no canto dos lábios. A Patty parou em sua frente e sorriu; seus olhos ainda brilhavam por causa das lágrimas. Ele cantou um dos últimos pedaços:

 

- There's nothing else to lose  (Não há mais nada a perder)
there's nothing else to find  (Não há mais nada a ser encontrado)
there's nothing in the world  (Não há nada neste mundo)
that could change my mind 
(Que me faça mudar de idéia)

 

            Tocou então as últimas notas e cantou as últimas estrofes, finalizando assim a canção. Fitou o chão um segundo. Tirou os cabelos loiros de suas vistas para que pudesse ver a Patrícia melhor. Apoiou o violão em seu pé e molhou os lábios.

- Tay, eu... Eu nem sei o que te dizer. Eu...

- Você gostou?

- Eu... Eu amei cada... Foi... - O choro latejava na garganta da Patty. - Foi a coisa mais linda que já fizeram para mim.

            Ele sorriu.

- Eu... - a Patty continuou tentando, gesticulando, nervosa. - Eu nem sei o que eu estou sentindo. É algo... Eu... Eu não sei.

- Fala. Por favor.

- É algo grande. Muito grande. Que está aqui - colocou a mão em sua garganta. - e só cresce. Cresce quando eu olho para você. Cresce quando a música que você tocou vem à minha cabeça. Cresce tanto que parece que não cabe aqui dentro - a Patty apontou para o seu peito. - Meu Deus, eu nunca senti isso antes - ela gaguejava entre as lágrimas.

- Eu sinto isso desde o dia em que eu comecei a gostar de você - ele sorriu, sereno.

- Tay, eu... Isso foi... Essa serenata, a música, nossa... Tudo foi tão... Oh God...

            Ele riu do tanto que ela chorava.

- Eu estava tão triste... - ela disse, com os olhos lacrimejantes. - Eu não sabia de nada do que eu estava sentindo. Desculpe se eu não falei direito com você ou...

            Então o Taylor sorriu e a puxou para perto dele, num abraço bem forte. A Patty o apertou pela cintura e deitou a cabeça em seu peito, chorando mais ainda. Tadinha, a Futemminha estava feliz, emocionada, abismada, encantada, aliviada, arrependida, tudo ao mesmo tempo. A felicidade e o arrependimento que sentia eram tamanhos que pareciam demais para uma única pessoa sentir.

- Desculpa, Tay - ela repetia, chorando muito. - Desculpa por eu não ter falado com você direito nesses dias todos.

            O Taylor apoiou seu queixo na cabeça da Patty e a abraçou mais forte, rindo do jeitinho dela abrindo o berreiro ali com ele.

- Calma, Patty - ele ria. - Daqui a pouco vai desidratar, dear.

- Ai, Tay, você é tão querido - ela dizia, chorando. - Desculpe por não ter sabido lidar com isso.

- Olha para mim.

- Não - ela agarrou-se mais ainda a ele.

- Patty, olha para mim, vai - o Taylor pediu, rindo, segurando o rosto da Patty com carinho.

            Ela olhou.

- Agora respira.

            Ela obedeceu mais uma vez.

- Melhor? - ele perguntou.

- É, estou sim.

            Ele sorriu. E disse:

- A gente já pode conversar?

- Já - ela respondeu, limpando os olhos e colocando os cabelos atrás das orelhas.

- Você está linda com esse pijama - ele sorriu, com as mãos nos bolsos.

            A Patty espremeu os olhinhos puxados e abriu o berreiro de novo, agarrando-se ao Taylor novamente. Ele só ria.

- Patty, calma.

- É que foi tão lindo, Tay.

- A gente precisa conversar. E com você chorando assim, não vai dar muito certo - ele brincou.

- Tudo bem, tudo bem - ela soltou-se dele e limpou os olhos uma última vez. - Respira, Patty, respira. - Ela puxava o ar. - Pronto. Agora é oficial, eu me acalmei.

            O Taylor riu. E pediu:

- Vem, entra no carro - abrindo a porta do veículo preto para ela.

- A gente vai aonde? - assustada.

- Nenhum lugar. Você quer ficar aqui na rua, no frio?

- Ah - ela deu um sorrisinho.

            Ela obedeceu e entrou no carro. O Taylor terminou de arrumar o violão no porta-malas e só então fez o mesmo. Ligou o ar-condicionado no quente, fraquinho, e colocou uma música bem baixinho. Ficou um silêncio um tempo. A Patrícia completamente boba, com um sorriso frouxo no rosto, maravilhada.

- Ai, Tay, que música linda... Adorei - ela suspirou.

- Que bom porque era exatamente essa a idéia.

            Silêncio.

- Ééé... - a Patty ensaiou. - Você quer falar primeiro?

- Quero.

- Estou ouvindo - ela sorriu.

            O Taylor respirou, arrumou os cabelos e a olhou nos olhos.

- Você sabe porque eu estou aqui, não sabe?

- Sei sim - a Patty respondeu.

- Você também sabe o que eu sinto por você. Quer dizer, talvez você saiba, mas... Eu queria dizer de um jeito que você entendesse exatamente como é. Por isso eu pensei na música. É a melhor maneira que eu tenho de me expressar.

- Eu também sei disso - ela sorriu.

- A música tem os acordes, o ritmo, a letra, a voz... E aqui sou só eu. Com certeza, não vai ser a mesma coisa só comigo falando... Mas mesmo assim eu quero tentar fazer você entender que eu gosto de verdade de você, Patty. Que não é coisa de cara galinha, que não é passageiro. É sério e tenho certeza de que vai durar por muito tempo ainda. Tanto que eu decidi te falar o que eu sentia. Porque era grande demais e eu não estava conseguindo guardar sozinho.

            A Patty ficou quieta. O Taylor, inseguro, perguntou:

- Você acredita em mim?

- Acredito, claro que acredito.

- Então por que você ficou me evitando? Você pareceu que não gostou de saber que eu gostava de você. Você vivia triste, quieta, pensativa... O Zac falou que você estava perdida, mas não era só por isso, era?

- Não. Era por outras coisas também.

- Você ficou com pena de mim?

- Não! - ela respondeu, preocupada. - Não, por favor, nunca. - O Taylor colocou os lábios para dentro num sorriso que mostrava compreensão. - É que... Eu não sei. Foi tão estranho depois daquele dia. Tudo ficou diferente para mim. Eu saí da sua casa aquela manhã totalmente confusa. Eu não sabia o que fazer porque... Bom...

- Patty, fala. Pode ser sincera.

- É que você é tão disputado por aqui. Além disso, depois daquela festa em que nós ficamos e você ficou com a outra garota e...

- Aquela vez, eu sei.

- Depois disso, eu coloquei na minha cabeça que você era só o meu amigo Taylor. Nada mais. E mesmo que voltasse a aparecer climas como aquele e o quê rolou na festinha na casa de vocês, eu jurei para mim mesma que não iria deixar acontecer nada. Porque como amigo eu confiava em você. Mas como ficante... - ela hesitou. O Taylor compreendeu o que ela tentava dizer.

- Eu te magoei quando fiquei com você e outra garota ao mesmo tempo naquela festa estúpida, eu sei. E não tem nem como eu me justificar. Mas eu queria dizer que você não precisa ter medo ou receio sobre isso porque é diferente agora. É totalmente diferente porque eu não quero mais nenhuma outra garota. Eu não quero beijar mais ninguém, só você. E também não sinto vontade de estar com nenhuma outra pessoa além de você. É só você, acredite.

- Mas Tay, e se isso for passageiro?

- Não é, Patty.

- Como você pode saber? E se... Se quando nós estivermos juntos, você vir outra garota na rua mais bonita do que eu ou mais gostosa ou mais alta, sei lá, e sentir vontade de ficar com ela?

- Isso não vai acontecer.

- Tay, eu não quero passar por aquilo de novo. Machucou de verdade.

- Eu sei - ele abaixou a cabeça. - Mas eu te prometo, Patty, não vai acontecer. Porque eu tenho sentimentos fortes por você. Tudo bem que eu nunca gostei de ninguém antes e não sei definir se o que eu sinto é tão forte assim. Mas... É forte sim! É grande. Eu penso em você o tempo todo; eu te vejo no rosto das pessoas; as coisas ao meu redor me lembram você. Eu falo de você o tempo todo, eu lembro de coisas que eu fiz com você, eu sinto o perfume do seu cabelo sem ter de estar perto dele; eu percebo os detalhes do seu rosto para me lembrar à noite antes de dormir, eu decorei o seu sorriso e o seu jeito de enrolar o cabelo atrás da nuca. Se isso não for sincero, nossa, o que é então?

            A Patty sorriu toda boba. O Taylor continuou:

- E se você não quiser namorar comigo, não tem problema. Porque eu não pretendo desistir tão cedo.

- Não, não, tudo bem. Eu sei o quanto você é persistente.

            Ele riu.

- E agora? - a Patty perguntou.

- Agora?

- É.

- Agora você tem que dizer: "Taylor, tudo bem. Eu namoro você".

- E aí nós estamos namorando?

- Exatamente - o Taylor sorriu. - Você só tem que dizer.

- Só isso?

- É. E nem inventa de querer complicar, Patrícia Futemma.

- Ok, ok. Taylor, tudo bem. Eu namoro... - Pausa. - Não, espera. - O Taylor caiu com a cabeça para trás, rindo. - Eu não tenho que fazer nenhuma declaração final?

- Só se você quiser.

- Bom, então, já que eu tenho direito a essas palavras finais, eu queria dizer que a minha vida de solteira foi muito legal, que eu aproveitei muito, e gostaria de deixar um abraço para todos os garotos que eu fiquei até hoje. Principalmente o modelo da revista e o saradão da praia.

- Modelo? Que modelo? - o Taylor disse, enciumado. - Você ficou com um modelo de revista?

- Eu estou zoando, né Taylor?

- Que susto...

- Por quê? Hein? Você acha que eu não consigo ficar com um modelo de revista?

- Consegue, claro que consegue. Você é linda. Por isso eu fiquei com ciúmes.

- Ah bom, porque eu já ia terminar tudo com você.

            Ele riu. A Patty aproximou-se para beijá-lo, mas o Taylor foi para trás.

- Não - ele disse. - Tem que dizer primeiro.

- Ai, que frescura. Tá, eu digo. - Limpou a garganta. - Taylor. Eu namoro você.

- Está faltando o "tudo bem".

- Ai, Cristo... Taylor, tudo bem. Eu namoro você.

- Aaaah. Agora sim - ele sorriu.

            Então o Taylor deitou a Patty em seus braços e a segurou. Ela estava quase deitada nas pernas do Taylor, mas ele a segurava, exatamente como os cavalheiros de antigamente faziam para beijar suas amadas.

- Que isso? - a Patty sorriu.

- Agora nós somos namorados. Já posso inovar.

            A Patty riu. E disse:

- Estou vendo.

- E eu também já posso dizer que eu te amo - sussurrou.

            Então se inclinou e a beijou. Beijou demorado, suave, com todo o romantismo que a ocasião pedia.

- Patty! - o pai dela chamou da janela.

- Ops, eu tenho que ir - ela disse, voltando a sentar normalmente.

            O Taylor pegou o celular em seu bolso e checou as horas.

- Nossa, é quase uma da manhã já - disse, surpreso. Fechou o celular e guardou no bolso.

- Eu tenho que ir, Tay.

- I understand - ele sorriu.

- Boa noite. E obrigada.

- Não agradeça porque não foi um favor.

            A Patty sorriu e o beijou mais uma vez.

- Tchau.

- Bye, baby - ele falou.

            Distribuindo sorrisos, a Patty saiu do carro e parou na calçada. Acenou uma última vez para o namorado. Este piscou e mandou-lhe um beijinho. Deu a partida no carro e foi.

            A Futemminha o observou indo embora, sumindo no final da rua com seu carrão preto. Os 700 sentimentos que ela sentia antes desta conversa, foram somados a outros 2000. Mas ao contrário de anteriormente, a Patty sentia-se incrivelmente bem, como nunca tinha se sentido. Era maravilhosa aquela sensação de preenchimento, de segurança, de proteção, de "eu tenho um namorado que faz serenatas!". E alívio por ter resolvido tudo o que a estava deprimindo.

            Suspirou. E entrou em casa dançando passos de um balé fajuto, porém lindo pelo significado que tinha e a felicidade que carregava.

 

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