-
Oh God, Patty?! - o Taylor correu até ela, desesperado.
-
Ai... - ela gemia, tonta. - Nossa, isso doeu. - Colocou a mão na testa e voltou
a olhar sua palma. - Merda, está sangrando.
Ele
se agachou e a ajudou a levantar.
-
Você está bem? O que aconteceu? Você estava logo aqui, eu dei a volta com o
carro e, quando virei, você estava caída e tinha sangue na sua testa.
-
Alguém jogou uma pedra em mim.
O
Taylor levantou e olhou ao redor. Não viu ninguém ali por perto.
-
Você viu quem foi, honey? -
perguntou, carinhoso.
-
Não. Eu só fui ver alguma coisa mesmo quando eu já estava no chão. Ai...
Man it hurts!
-
Vem, entra no carro, eu vou te levar ao hospital. Está sangrando muito, acho
que vai precisar dar uns pontos.
-
Pontos? Ai... Só de pensar, dói mais.
Com
cuidado e atento a todas as direções, o Taylor colocou a Patty no carro,
olhando ao redor, desconfiado. Fechou a porta, deu a volta e acelerou em direção
ao hospital em que a família Hanson tinha convênio. Quando parou em um semáforo,
o Taylor apanhou o celular do seu bolso e discou os números de casa.
-
Alo?
-
Zac, é o Tay.
-
Hey
dude.
-
Presta atenção no que você vai fazer: você vai pegar a minha carteira em
cima da minha estante, ver se todos os meus cartões estão lá, e junto com o
Isaac você vai vir até o hospital em que a gente tem convênio. Entendeu?
-
Entendi.
-
Ótimo. Não demora, ok? Venham logo.
-
Estamos indo. Tchau.
O
Taylor desligou e guardou o celular no bolso.
-
Ele não quis saber o que houve? - a Patty perguntou, com a mão sobre o pano
que pressionava o machucado em sua testa.
-
O Zac sabe que eu não tinha tempo de explicar.
-
Como ele sabia? Você pareceu tão calmo.
-
É assim com nós três desde que a gente é pequeno. Se você tivesse irmãos,
você entenderia.
-
Ah... - A Patty então fechou os olhos um minuto. - Ai... - reclamou da dor.
-
A gente já está chegando. Agüenta mais um pouquinho, honey.
-
Não, tudo bem. É que está doendo pra caramba.
O
Taylor acelerou e minutos depois finalmente chegou ao hospital. Entraram e
rapidamente foram atendidos.
-
Vamos, Ike! Aconteceu alguma coisa com o Tay - o Zac apressou o irmão.
-
Pronto, pronto, pronto - terminando de colocar o sapato. - Vamos.
Desceram
as escadas até a garagem correndo.
-
Meu carro ou o seu? - o Isaac perguntou.
-
O meu. O meu motor é melhor.
-
Quem disse isso?
-
Eu disse. E eu entendo mais de carro do que você.
-
Claro. Do mesmo jeito que entende de motor de avião.
Entraram
no veículo.
-
O que você sabe de motores de carro? - o Zac questionou.
-
O que você sabe? - o Isaac devolveu a pergunta.
-
Eu... Ah! Foda-se! Eu não vou ficar te explicando nada agora! Vamos para a
porra do hospital de uma vez.
O
Zac foi dirigindo. Ele era o mais inconseqüente dos três no volante. Não era
tão cuidadoso como
Isaac,
por exemplo.
-
Droga, esqueci que eu deveria ir dirigindo - o Isaac se lembrou.
-
Você é muito lerdo. A gente vai chegar mais rápido comigo no volante.
-
Pode ser, mas isso teria mais valor se o fato de você estar dirigindo também
garantisse a nossa permanência neste mundo.
-
Cala a boca.
Chegaram
ao hospital. O Taylor aguardava sentadinho na sala de espera, inquieto. Atento a
todos os médicos que passavam, ele parecia realmente perdido. Nunca tinha feito
aquilo sozinho antes, por isso a simples pedrada tomava o caráter de uma
cirurgia que envolvia perigo de morte.
-
Tay! - o Isaac chamou já se aproximando.
-
Que bom que vocês chegaram - o Taylor disse.
-
O que houve? - o Zac perguntou.
-
A Patty levou uma pedrada.
-
Pedrada? De quem? - o Isaac indagou.
-
Eu não sei. Foi muito rápido. A Patty desceu no carro, eu fiz a volta e quando
fui dar tchau para ela da janela, ela estava caída, reclamando de dor com a
testa ensangüentada.
-
Nossa - o Isaac se assustou. - Mas quem fez isso?
-
Não deu para ver. Eu procurei alguém que estivesse por perto, mas não tinha
ninguém.
-
Mas ela está bem? - o Zac quis saber.
-
Está. Estava doendo muito, mas ela está bem sim. Vocês trouxeram a minha
carteira?
O
Zac tirou do bolso e estendeu para o irmão do meio.
-
Deixei a carteira em casa, achei que fosse só levar a Patty e já ia voltar - o
Taylor falou nervoso.
A
Patty levou quatro pontos. O Taylor a deixou em casa era quase onze horas. Os
pais dela ficaram preocupadíssimos quando a filha entrou em casa com aquele
curativo na testa, mas depois da explicação dada pela filha e seu namorado, o
Sr. e a Srª. Futemma viram que não era nada grave. Mas não deixaram de ficar
atormentados pela tal pedra perdida.
-
Quem fez isso, só pode ter feito por pura maldade - a mãe da Patty disse.
-
Talvez tenha sido algum moleque, Maria - o pai da Patty tentou confortar a
esposa. - Foi só um susto.
O Isaac e o Zac, no carro do Zac, acompanharam o Taylor até a casa da Patty. Então seguiram para a deles dormir, pois já estava tarde.
Capítulo
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