Lá por umas dez da noite, o Taylor saiu de casa com o seu carro preto que eu não sei o nome, mas era um puuuuta carrão. Esse era outro motivo que faziam as meninas se aproximarem do Taylor: o poder aquisitivo dele. Quando ele e os irmãos ainda eram integrantes do Hanson, ganhavam tanto dinheiro, que nem sabiam o que fazer direito com tudo aquilo. Normal sobrar ainda uma grande quantia na conta bancária modesta deles depois do término da carreira, o que deu capacidade ao Seu Walker comprar um carro para cada um dos filhos.

            Buzinou na casa do George, ele entrou no carro e foram para a tal festa. Estava cheia de gente. O Taylor mal desceu do carro, já juntaram umas quinze peruas em volta dele, todas o paparicando e querendo atenção. É claro que o loiro era incrivelmente simpático. Distribuía beijinhos para todas, perguntava como elas estavam, se estavam se divertindo... Essas coisas que matavam as meninas do coração. O pior é que não era tática do Taylor ou métodos que ele tinha para agarrar as meninas. Ele era assim mesmo. Simpático, não conseguia tratar ninguém mal e nem tinha as manhas de cortar alguém muito chato.

- Man, isso aqui tá um troço - o George falou, olhando o tanto de mulher.

- E eu até já sei com quem eu vou ficar hoje - o Taylor falou, olhando para uma garota morena, de cabelos crespos e olhos verdes.

- Nossa, aquela tá gata. Vai lá, Taylor. Vai falar com a menina - o George estimulou.

- E melhor, está conversando com a Linda. Aí é só ela me apresentar.

            O Taylor saiu do meio de mulheres que o cercavam e se aproximou da garota.

- Oi, Linda - ele cumprimentou a outra menina que conversava com o seu alvo. Detalhe: ele já tinha levado a tal da Linda para os seus aposentos. Ela era da categoria "gostosas", se é que você me entende.

- Taylor, olá - a Linda sorriu toda faceira. - Tudo bem com você?

- Tudo ótimo - ele sorriu. - Você está muito bonita hoje, Lin.

- Aaww, obrigada, honey - a Linda sorriu. - Você, como sempre, está maravilhoso.

            Então o Taylor olhou espremendo os olhos para a menina-alvo (vamos chamá-la assim), com um sorrisinho no rosto.

- E ela? Quem é?

            A Linda, que estava tão alegrinha e serelepe, ficou puta da cara com a pergunta dele. E respondeu seca:

- É a Yohanna.

- Olá, Yohanna. Nome bonito - o Taylor disse.

- Obrigada. Então você é o Taylor? - ela perguntou. - Ouvi muito falar de você.

- É mesmo? E o que andaram falando de mim? - o Taylor sorriu, maroto.

            Então a tal da Yohanna-alvo começou a cochichar umas coisas no ouvido do Taylor. A Linda, emputecida, saiu de perto dos dois soltando fogo pelas ventas. E o Taylor lá, ouvindo a garota falar umas indecências absurdas, só rindo baixinho, todo tarado. Há essas alturas, a mão da garota já corria pelo tórax do Taylor e, enquanto ia falando, a menina lambia a orelha dele. Nojento, degradante, escroto ao máximo, mas era como as meninas chegavam nele. E o rapaz até preferia assim porque aquela noite ele não estava muito disposto a esperar a garota decidir ou ficar se enrolando. Rápido, prático e prazeroso. Era assim que estava tudo correndo.

            Depois que a garota terminou de falar, o Taylor mordeu a boca dela e a beijou lentamente, mas muito provocante. E como a Yohanna-alvo era tudo o que o Taylor queria naquela noite, ele a levou para um dos quartos da casa sem hesitar. No caminho, encontrou com George.

- Tay, tá indo aonde? - ele gritou.

- Hey, George. Tô procurando um quarto por aqui.

- Nossa, mas já, buddy? - ele riu, vendo a menina lamber o pescoço do Taylor enquanto ele conversava com George.

- Pra que perder tempo, não é mesmo?

            Os dois bateram as mãos e o Taylor subiu, quase abrindo a blusa da garota antes mesmo de entrar no quarto.

 

...

 

- Você não vai tomar nada, Zac? - a Patty perguntou.

- Não, 'brigado. Eu não bebo - ele respondeu, daquele jeito meio seco.

- Ah não? Nossa.

- Por que o espanto?

- Não, nada, é que os garotos da sua idade seeempre bebem.

            O Zac olhou meio feio.

- Mas bem que você faz - a Patty continuou, tentando fazer amizade com o Zac. - Beber não é bom.

- É por isso que eu não bebo. Faz mal para o organismo e eu cuido muito da minha saúde.

- Puxa, que bom - a Patty sorriu.

- Nossa, Patty, o Zac é todo fresco com essas coisas de vida saudável - o Isaac comentou.

- Melhor do que ser como o Tay, que só faz merda atrás de merda e chega em casa acabado como chegou ontem.

- O seu outro irmão bebe muito? - a Patty perguntou.

- Muito? Meu, se você visse como ele chegou ontem em casa, você ia entender o que eu estou falando - o Zac respondeu.

- Tá, mas vamos mudar de assunto porque existem coisas mais interessantes do que o Taylor para se conversar - o Isaac mudou de assunto, já que não curtia comentar sobre a vida alheia.

            Eles já estavam no bar e a Patty tinha conseguido o que ela queria: juntou a maior galera. Tinham amigos e amigas dela, do Isaac e mais um pessoal que ele chamou. Tiveram de juntar dez mesas. A Patty estava empolgadíssima, falando muita besteira, tirando risos até do Zac, que era o mais fechado. Não que ele fosse anti-social ou algo do tipo, mas ele nunca era simpático com quem ele não conhecia. Mas com a Patty, ele estava falando bem, conversando, puxando assuntos. Ele tinha ido com a cara dela. Mas também, a menina era a simpatia em pessoa. Não tinha quem não gostasse dela. Claro, sempre existem aqueles invejosos, ou ranzinzas que detestam pessoas alegres. Mas nada que realmente mudasse a vida da Patrícia Futemma.

            E a noite estava sendo bem agradável. Depois de beber umas a mais, a Patty começou a falar um monte de besteiras e todo mundo não agüentava mais rir com ela. Até o Zac já estava dando umas gargalhadas.

- Patty, 'cê tá travada - o Isaac brincou.

- Não, Isaac. Eu ainda sei o que eu estou fazendo. Quando eu estiver em cima da mesa, tirando a roupa e cantando La Cucaratcha, aí você pode começar a pensar nessa possibilidade - a Patty falou. Todo mundo riu.

 

...

 

            O Taylor estava lá deitado com a Yohanna-traçada na cama do quarto, olhando para o teto, com ela deitada no peito dele.

- Nossa, Taylor... Você é mesmo tudo isso que me contavam - ela disse, beijando a barriga dele logo depois.

- Obrigado - ele sorriu e deu um beijinho nela. - Agora vamos voltar pra festa porque tá rolando muitos agitos por lá - levantando da cama.

- Mas, mas... eu pensei que você fosse querer ficar aqui comigo - ela falou, sentando na cama.

- Foi ótimo o que aconteceu, Hanna. Você corresponde muito bem na cama - ele sorriu, muito meigo. - Mas vamos voltar para a festa. Deve estar legal lá embaixo.

- Ah, ok. Nós temos a noite toda pela frente mesmo, não é? - ela sorriu.

            O Taylor colocou sua camisa, suas calças, arrumou o cabelo e, já com a mão na maçaneta da porta, falou:

- Tchau, Yohanna. A gente se vê - sorrindo.

            A garota não tinha nem terminado de se trocar. Coitada... Mais uma que ele largou apaixonada e com cara de tacho em um quarto da vida.

- Taylor, meu amigo. Aí está você - o George falou ao encontrar com ele no meio da festa.

- Hey!

- E aí? Como foi com a garota?

- Nossa, ela era selvagem, man - o Taylor cochichou.

- Tá brincando? Bem como você gosta, hein?

            O Taylor riu. E então disse:

- Foram duas vezes muito bem feitas. Agora eu só não posso mais encontrar com ela esta noite.

- Então vem cá que eu encontrei mais umas "amigas" - o George disse.

            George era o melhor amigo do Taylor e praticamente o único. Não tinha mais nenhuma amizade de qualquer espécie. Nem colegas, nem amigos de infância, nada. A fama com certeza foi a principal responsável por esse buraco na vida do Taylor. E com os seus irmãos Isaac e Zac também não era muito diferente. Isaac era o único que tinha alguns amigos em Tulsa e agora a Patty, que havia acabado de conhecer. O Zac? Bom, ele era uma boa pessoa, mas não era das mais fáceis de se enturmar. Quando era famoso, ele sofria tanto com o fato de não ter uma vida normal como qualquer garoto da sua idade, de não poder nem ter uma namorada sem que isso não se tornasse polêmico, de não poder ter amigos normais porque desconfiava de todos que o cercavam, que acabou tornando-se bastante áspero para essas coisas de relacionamento humano. Mas ele tinha uns conhecidos em Tulsa, só não confiava nem um pouco neles.

            O George e o Taylor continuaram passeando pela festa e, não demorou muito, o Taylor já foi cutucado pelas costas. Ele virou e deparou-se com uma loirinha miúda, com cara de criança, muito bonitinha.

- Hello - ela disse, meio sem jeito.

- Olá - o Taylor sorriu.

- Ééé... Desculpe chegar assim, de repente, mas é que umas amigas minhas duvidaram que eu vinha falar com você.

- Really? Bom, pelo menos você provou pra elas que estavam erradas - falou muito meigo.

- Você é o Taylor Hanson, não é? O do Hanson. Não é? - ela perguntou.

- Eu era. Não sou mais. A banda acabou já faz meses - o Taylor disse, educado.

- Aaahh... Bem que eu achei que eu te conhecia de algum lugar.

- Como é o seu nome? - o Taylor perguntou.

- Joana.

- Quer dançar? - ele convidou, bem meiguinho.

- Claro - ela sorriu.

            Bom, se você já está acompanhando o Taylor nessa história, você com certeza já deve imaginar o que aconteceu com ele e a menina depois. Uma dica: ela era interessante. Essas, o Taylor costumava só dar uns amassos.

            E lá por umas quatro da manhã, o Taylor estava estacionando seu carrão preto na garagem enorme da casa dos Hanson. Desta vez, em perfeito estado de sobriedade. Tinha bebido muito pouco e como ele não era nada fraco para bebida, voltou limpo e andando sem precisar de apoio para casa. Se fosse para estar bêbado, seria de tanto amasso que o garoto deu naquela noite. Logo que terminou de estacionar o carro, percebeu que o Isaac e o Zac ainda não tinham chegado em casa. Achou estranho porque sempre era ele quem chegava depois de todo mundo.

            Entrou na sala e jogou as chaves em cima da mesa. Começou a desabotoar as mangas da camisa, quando ouviu barulho de carro chegando seguido de risadas. Parou para ouvir e, quanto mais se aproximavam os sons, mais o Taylor conseguia identificar quem era. De repente, o Zac abre a porta rindo muito. O Isaac entrou também e logo atrás dele, a Patty.

- Vocês viram a cara que a menina fez quando eu fiz voz de mulher? - o Zac falou, rindo. - Ela deve ter pensado: “o Zac Hanson sempre foi gay então?”.

- Hahaha! - a Patty gargalhou. - Nossa, aquilo foi muito engraçado! Ela ficou com uma cara de monga olhando!

- Bom, pelo menos, Zac, você agiu como sempre quis agir com uma fã - o Isaac falou.

- Boa noite - o Taylor interrompeu as risadas, causando um silêncio.

                Ninguém o tinha visto ali parado, olhando para eles rindo e conversando aquelas besteiras.

- Tão chegando só agora? - o Taylor perguntou.

- Oi, Tay, 'cê já tá em casa? - o Isaac perguntou.

- Pelo jeito foram vocês que deram uma exagerada na bebida hoje - o Taylor disse, sorrindo.

- Eu não bebi - o Zac mentiu. - Eu estou apenas empolgado. - ele disse, levantando as mãos no ar, gesticulando.

- Claro, Zac, claro - o Taylor fingiu acreditar. - E onde vocês foram? Barzinho?

-Yeah - o Isaac respondeu. - Um aonde a Patty sempre vai com os amigos dela.

- Então você é a Patty - o Taylor sorriu.

- Eu mesma - a Patty sorriu aqueles sorrisões dela.

- Já que os meus irmãos mal educados não me apresentam pra você, eu me apresento sozinho. - O Taylor aproximou-se dela. - Eu sou o Taylor. Também conhecido como o irmão do meio. - A Patty riu. Então ele deu um beijinho na bochecha dela bem queridinho. - Prazer, Patty.

- O prazer é meu - ela disse, bem simpática.

- Patty, eu já te levo pra casa. Deixa só eu pegar aquele disquete pra te dar - o Isaac falou, subindo então as escadas para o seu quarto.

- A gente tem que combinar de sair mais, Patty - o Zac falou. - Eu me diverti muito.

            Ele falou aquilo sorrindo, todo empolgado. A Patty riu, achando graça do jeitinho dele. Agora que eles já eram amigos, o Zac estava um amor com ela. E ele era exatamente assim na verdade. Só tinha que conhecer a pessoa primeiro.

- Nossa, Patty. O que você fez com o Zac? - o Taylor perguntou. - Ele tá muito feliz.

- Só pra você ver como eu sou poderosa, né? - a Patty brincou, falando bem séria, com cara de tarada.

            Apesar do Taylor não ter ficado a fim da Patty, ele e seus hormônios já entenderam aquilo como uma indireta. Que a Patrícia disse aquilo para provocar algum tipo de efeito nele, como se ela estivesse querendo dizer que era mais uma que estava louquinha para participar da listinha numerosa do Taylor. E isso nunca passou pela cabeça dela, por nenhum momento. Ela estava tão alegrinha e rindo de tudo, que o seu cérebro estava fora da área de serviço para qualquer outra coisa, ainda mais para dar em cima de alguém. E também, quando a Patty ficava a fim de uma pessoa, não era esse tipo de indiretas que ela jogava para o garoto.

- Então quer dizer que você é poderosa, hein Patrícia? - o Taylor perguntou.

- Poder ela tem mesmo - o Zac falou. - Poder do riso frouxo.

            A Patty segurou para não dar uma gargalhada do que o Zac falou. E como a risada dela contagiava, ele e o Taylor também começaram a rir.

- Ih, meus filhos. Vocês ainda não viram nada - a Patty falou.

O Taylor estava preste a pensar alguma coisa sobre o que a Patty tinha acabado de dizer, quando o Isaac chegou com o tal do disquete e com a chave do carro para levá-la para casa.

- Vamos Patty?

- Nossa, pensei que 'cê tinha ido fabricar o disquete - a Patty falou.

- Desculpe a demora. Eu não estava achando no escuro.

- Por que não acendeu a luz? - o Zac perguntou.

- Porque eu não queria que ninguém acordasse.

- Acendesse o abajur - o Zac falou.

            O Isaac ficou olhando com aquela cara de bobo, o que denunciava que ele não tinha pensado no abajur. Claro que a Patty já começou a rir.

- Whatever - o Isaac falou. - Vem, Patty, vamos antes que fique mais tarde do que já está.

            E ainda rindo, ela se despediu do Zac e depois do Taylor.

- Simpática ela - o Taylor comentou quando eles já haviam saído.

- Nossa, a Patty é muito gente boa - o Zac falou, soltando o cabelo e cheirando-o. - Merda. Tá cheirando cigarro.

- Não tá desconfiando dela? Você sempre desconfia de todo mundo.

- Da Patty? Nah... Ela não é interesseira.

- Cool. Você parece ter gostado dela como amiga - o Taylor sorriu.

- She's nice. - Então o Zac bocejou. - Meu, que sono. Boa noite, Taylor. Eu vou subir.

- I'm right behind you. Só vou comer alguma coisa antes.

- Ok. Night then.

 

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