E finalmente o castigo acabou. Não era lindo? Quer dizer, o Walker
segurou o Zac e o Taylor mais uns dias em casa, pouca coisa, para ter certeza de
que eles não iam mais se desentender. Só liberou o Zac de sair para conversar
com a Ló porque o assunto era mulher. E não tinha ninguém que mais apoiasse a
causa do que o Sr. Walker Hanson.
-
Vai lá, meu filho. Por isso que vocês três são tão bem sucedidos. Tendo um
exemplo como o seu pai aqui, vocês conseguem pegar qualquer mulher. Eu já te
contei a história da vez em que eu fiz uma festinha no dormitório da
faculdade? Que só podia entrar mulheres? Eu contei? - ele disse, antes de
liberar o Zac a sair de casa.
Devo lembrar de que o Zac entrou no carro e saiu correndo. As histórias
do pai dele eram suficientemente chatas para desanimar qualquer um a se
declarar.
O Taylor? Ah, ele estava feliz. Finalmente ia ver a namorada. Neste exato
momento, ele estava na frente do espelho, terminando de projetar seu visual
matador preparado especialmente para a Patty. Bagunçou os cabelos de modo que
ficassem apenas desalinhados, pegou o vidro do desodorante que a namorada não
resistia e passou por tudo. Terminou de abotoar o cinto, deu aquele sorriso para
o espelho, aquele típico do cara confiante, e saiu fora.
Não demorou muito, o Taylor já estava estacionando na frente da casa
dos Futemma. Apertou a campainha. A mãe da Patty atendeu.
-
Boa tarde, Maria - o Taylor sorriu, com a intimidade que havia conquistado com a
família.
-
Oi, querido - ela sorriu, meio amarelo. - Entre.
Ele obedeceu. Notou a chateação de Maria. Achou melhor não perguntar o
que era. Não era íntimo seu o suficiente.
- A
Patty está em casa?
-
Está sim. Suba, ela está no quarto. Eu vou sair um pouco para que vocês
possam ficar mais a vontade. Eu acho que vocês devem estar querendo conversar.
-
Ahm, obrigado.
Sentindo-se desconfortável, o Taylor subiu as escadas da casa. Bateu na
porta do quarto, pediu licença e entrou assim que ouviu a permissão vinda lá
de dentro.
-
Hey, honey. Como você...
Choque.
-
Oi, Tay.
-
Meu Deus, o que... - correu até a namorada. - O que aconteceu, Pá?
Taylor referia-se aos hematomas no rosto da Futemminha. Eram roxos, quase
pretos, e assustadores. E o olhinho da Patty que sempre fora pequenininho,
estava agora inchado e grande.
-
Eu apanhei na rua.
-
Mas quem...
- A
Gisely.
-
Eu vou matar aquela filha de uma...
- Não
vai, não.
-
Eu vou sim, como ela ousou tocar em você de novo?
-
Se não tivesse sido ela, teria sido a Yohanna. Se não tivesse sido a Yohanna,
teria sido a sua ex-ficante, ou a loira peituda que transou com você quatro
vezes seguidas no banheiro de uma festa ou a garota que você dividiu com
o George no dia do boliche, mas ela se apaixonou foi por você, ou
qualquer outra mulher daqui, qualquer uma, que ajuda a espalhar pela cidade
inteira a sua fama de garanhão. E agora? Você faria o quê?
-
Patty, eu não posso deixar que...
- Já
deixou, Tay.
- Pá,
você... Você está brava comigo?
- Não
estou brava com você, Taylor. Eu estou brava com tudo. Nunca, por nenhum
momento, eu imaginei que namorar com você fosse me causar qualquer tipo de dor!
Mas é só o que anda acontecendo.
-
Eu sei que aquela pedrada e isso - olhou para o rosto dela. - foram coisas horríveis,
mas...
-
Aquela pedrada e isso? Taylor, aconteceram muito mais coisas que você nem
imagina! Eu fui humilhada, perseguida, ofendida, magoada, ameaçada,
machucada... Toda vez que eu ando pela rua, se não tem alguém me seguindo, ou
correndo atrás de mim, ou me chamando de nomes que, meu Deus, eu nunca sequer
tinha conhecimento de que existia tamanha baixaria, estão me apontando. Sabe o
que gritaram para mim, quando eu estava com os meus pais de carro outro dia? Que
eu era uma prostituta e que você estava me pagando para andar com você.
-
Patty, você nunca me contou nada disso.
-
Que diferença ia fazer você saber?
-
Como assim, que diferença? - Então o Taylor se aproximou dela e segurou sua mão.
- Patty, você é minha namorada. Eu precciso saber o que se passa com você pra
tentar ajudar. Eu amo você.
-
É esse o problema de tudo. É por isso que eu estou sofrendo tudo isso. Porque
você me ama. É por isso que elas me odeiam tanto.
-
Patty, a gente vai resolver.
-
Taylor, eu acho que você não entendeu ainda. Isso está além do seu controle.
A minha vida mudou demais desde que a gente começou a namorar. Eu não agüento
mais isso! Eu não posso mais sair na rua sozinha, eu não posso nem ficar
dentro de casa sossegada porque até na minha porta elas vêm fazer escândalos!
- a Patty estava bastante nervosa. - Ellas não vão me deixar em paz! Nunca!
Elas só vão me esquecer se...
-
Se o que, Patty? Hein? Fala! Se você terminar comigo, é isso?
-
É...
-
Você só pode estar brincando - largou a mão dela com violência. - Patty, eu
sei o quanto você deve sofrer com isso tudo. Eu sei porque eu sofro também!
Mas você não pode achar que terminar comigo é a solução. Isso tudo que está
acontecendo não é culpa minha! Não é a mim que você tem que querer punir!
-
Eu não quero punir ninguém! Eu só quero poder andar na rua sem o medo de ser
espancada por alguma louca, obcecada em você!
-
Patty, eu sei que você não tem mais paz, que você é perseguida e ameaçada
e... - O Taylor estava nervoso. - Só que você não pode querer terminar
comigo! Você mesmo disse que isso não está sob o meu controle! Então eu não
posso perder você por causa dessas doentes daqui!
-
Taylor, isso tudo que está acontecendo é por causa de como você era antes de
namorar comigo.
-
Eu errei, eu sei, mas até quando vão jogar isso na minha cara, porra?
A discussão já atingia níveis bem altos de tensão e nervosismo.
-
Eu não estou jogando os seus erros na sua cara! Mas você precisa entender que
não é justo que eu pague por eles! Todo mundo erra, é normal. E os erros
devem ser esquecidos, passado é passado, eu também sei disso. Mas não tem
como, Taylor! Não tem como esquecer que você dormiu com 95% da cidade sendo
que eu sou lembrada disso, no mínimo, umas 356 vezes por dia!
-
Mas você tinha que ter feito alguma coisa! Você tinha que ter me contado para
que eu pudesse te ajudar!
- E
o que você iria sugerir? Chamar todas elas para conversar e explicar que a violência
não é o caminho?
-
Chamar a polícia, sei lá!
-
Polícia? Taylor, a polícia vai rir! E eu não quero chamar a polícia.
- E
o que você quer que eu faça?
-
Que você saia da minha vida! Porque desde que você entrou nela, virou tudo um
inferno!
Uma faca perfurou o coração do Taylor. Como doeu ouvir aquilo.
-
Eu estou saindo, Patty. Agora mesmo.
E ele saiu do quarto, magoado, com o coração apertado. A Patty ficou imóvel,
repassando as palavras que haviam acabado de sair pela sua boca, assustada. Ela
fechou os olhos, suspirou arrependida e caiu na cama tremendo de perturbação.
O Taylor entrou no carro e acelerou. Saiu fritando pneu, como se tentasse
descontar no veículo toda a dor que fisgava em seu peito. Os óculos escuros
escondiam as lágrimas que caíam dos olhos dele. Puto, ele não pensava. Não
sabia para onde estava indo. As pontadas em seu coração ardiam e isso só o
tirava mais de seu estado de consciência. Ele tinha que fazer aquilo passar.
Aquela agonia, aquela mágoa.
E ainda sem raciocinar, ele deu a volta com o carro, apressado, e voltou
para a casa da Patty. Estacionou e entrou sem tocar a campainha. Subiu até o
quarto da Patrícia e entrou gritando:
-
Você não pode fazer isso comigo!
-
Taylor? - a Patty levantou da cama, assustada. - Você voltou. - Ela correu abraçá-lo.
- Graças a Deus você voltou. Você voltoou.
-
Você não pode terminar comigo. Por favor, não termina comigo - o Taylor
implorou, segurando com força a japonesinha que ele mais amava. - A gente não
pode brigar agora.
-
Desculpe ter dito aquilo. Eu não queria... - Olhou-o nos olhos. - Desculpe.
Ai, como cortava o coração ver o Taylor chorando daquele jeito
sinceramente triste. A Patty nunca o tinha visto chorar assim. Ele não
costumava demonstrar de maneira tão clara o que estava sentindo. Mesmo nos
momentos em que o Cumprido queria gritar para o mundo que estava apaixonado pela
Patty, mesmo nessas horas, era de um modo discretinho, todo educado.
Mas ali, na casa dela, o Jordan estava desesperado. Não chorava
convulsivamente, mas só as lágrimas que caíam e a expressão de tristeza em
seu rosto bastavam para a Patty entender que ele estava sofrendo.
- A
gente não pode terminar. Quer dizer, deve ter alguma coisa a ser feita.
-
Tay, entenda... Não tem o que fazer.
-
Patty, olha... - ele suspirava toda hora, tenso. - Por favor, eu estou tentando.
-
Tay... - a Patty respirou fundo. - Enquanto a Gisely e as amigas dela me batiam,
sabe o que mais me assustou? Não foram os chutes, nem os socos, nem a dor que
eu sentia quando ela dava tapas e tapas na minha cara. - O Taylor apertou a mão
dela. - O que mais me aterrorizou foi pensar que, de todas as loucas que me ameaçaram,
a Gisely foi a única que eu gravei o rosto. Porque o tanto de ameaças e
humilhações que eu recebi, sendo que eu não lembro do rosto de nenhuma
delas... Assusta, Taylor. Assusta porque é gente demais. A Gisely é só mais
uma delas. Existem milhares dessas obcecadas por você espalhadas pela cidade.
Aquela podia não ser a única vez que isso estaria acontecendo comigo. E eu,
Tay... Eu sou muito baixinha para agüentar este tipo de coisa. - Uma lágrima
caiu dos olhos da Futemminha. - Eu sou só... A Patty.
- Pá...
Isso não vai durar para sempre.
-
Eu sei, mas do jeito que está indo, quando tudo isso tiver passado, eu vou
estar de cadeira de rodas. - Pausa. - É estranho porque, quanto mais eu e você
estamos bem, mais as represálias aumentam. Nós estamos juntos há mais de um
ano e a situação com essas meninas só tem piorado.
-
Eu não sabia disso, Patty. Eu juro que não sabia. Você devia ter me
contado... - o Taylor dizia, triste.
-
Eu não queria te incomodar.
-
Incomodar? Patty, pelo amor de Deus!
- E
também, não ia fazer diferença. O que você ia fazer? Bater em todas as
garotas da cidade?
-
Por isso que a sua mãe estava estranha quando eu cheguei.
-
Ela está preocupada. Ela e o meu pai.
-
Eles estão bravos comigo?
- Não,
claro que não. Eles sabem que você se preocupa comigo e tenta fazer de tudo
para me proteger.
-
Se não fosse essa merda de castigo que meu pai inventou, nada disso teria
acontecido.
- Não
teria acontecido agora. Mas teria acontecido amanhã ou semana que vem ou mês
que vem.
-
Eu prometo que não vou mais te largar, Patty. Não vou mais te deixar sozinha.
-
Taylor, eu não quero um guarda-costas. Eu quero um namorado. E sossego.
-
Eu posso contratar um segurança para ficar com você todo o tempo que eu não
estivesse e...
- Não,
não, eu não quero. Não quero ninguém me cuidando, me vigiando. Eu só queria
ficar com você, como um casal normal. Mas desde que eu comecei a namorar você,
normal é uma palavra que fugiu apressada do meu vocabulário.
Os dois se sentaram na cama. Vendo a expressão melancólica do Cumprido,
a Patty quis desistir de tudo e ficar com ele mesmo com as ameaças constantes
das loucas da cidade. E disse:
-
Tay, eu te amo muito.
-
Então não se afasta de mim.
-
Você gosta de mim?
-
Eu amo você.
-
Você ia gostar de me ver arrebentada assim toda semana?
- Não,
mas... Eu acho que eu preferia te ver arrebentada perto de mim, do que linda e
feliz longe.
-
Tay...
-
Eu sei, é egoísmo. Mas o que eu posso fazer se eu quero você só pra mim? Eu
não vou conseguir te ver andando por aí, com os caras dando em cima de você.
Eu vou ficar louco!
-
Você vai encontrar...
- Não
diga que eu vou encontrar alguém, uma garota legal, porque isso é a única
coisa que eu não agüentaria ouvir de você.
-
Desculpe... Eu também não quero ouvir isso de você.
Silêncio.
-
Eu acho melhor você ir - a Patty disse.
-
Mas eu não quero ir.
-
Você precisa.
-
Eu posso te ligar?
-
Acho melhor não.
-
Certeza disso que você está fazendo?
-
Certeza. Eu não quero mais, Tay.
O Taylor levantou e ajeitou os cabelos.
-
Você está...?
-
Eu vou ficar bem - ele interrompeu. Colocou os óculos escuros. - Tchau, Patty.
E foi embora. A Patty desceu as escadas, seguindo-o sem ele perceber, na
tentação de abraçá-lo ou beijá-lo uma última vez. Porém sabia que isso só
tornaria as coisas mais difíceis. Então apenas o observou entrando no carro e
saindo, sem sequer olhar para trás. Lembrou-se de quando ele acenava e
mandava-lhe um beijinho antes de sumir pela rua de sua casa... De repente,
aquela pontada. O coração da Patty estava despedaçado. O choro apertou na
garganta de novo e ela chorou. Chorou convulsivamente. Sentiu suas pernas
amolecerem e caiu no chão, enfraquecida pela tristeza e pelo sofrimento. Sua mãe
chegou alguns minutos depois, encontrando a filha quase inconsciente de tanto
chorar.
Aquela tarde, o Taylor dirigiu por horas. Ouvindo
The Calling, Wherever You Will Go, o Taylor refletiu muito.
Abriu bem a janela do veículo em alta velocidade e deixou o vento bater
em seu rosto. Ele só queria poder congelar aquela dor que tomava conta de seu
corpo e jogar para bem longe. Não chorava mais, mas sua cabeça doía com a voz
da Patty ressoando em sua mente, a qual repassava como uma fita toda a conversa
difícil que acabara de ter com ela.
O Taylor não queria voltar para casa. Parou num posto de gasolina,
encheu o tanque e saiu de carro. Sem idéia para próximas paradas. Bom, ele está
aceitando sugestões. Tanto para um lugar para ir como para uma fórmula de
fazer a saudade e o aperto no peito passarem.
...
Escritório de Advocacia.
Era o que estava escrito na placa colada na porta da onde o Isaac e a
Isadora saíam. Eles tinham ido conversar com o advogado da família, pedindo os
serviços para o caso da Isadora.
-
Bom, Isadora, a partir de agora você segue sozinha.
-
Muito obrigada, Ike. Você foi incrível comigo.
- Não
precisa agradecer. Eu quero te ajudar.
-
Eu sei. Mais um motivo para eu te agradecer - ela sorriu. - E para provar o
quanto eu estou agradecida, eu queria te convidar para jantar comigo. Na minha
casa.
-
Ou você está muito agradecida mesmo, ou você cozinha muito mal e como não
gostou do seu último pagamento, está querendo me castigar.
A Isadora riu.
- Não,
é sério. É o mínimo que eu posso fazer para mostrar o quanto eu estou
agradecida.
-
Tudo bem. Que horas eu...?
- Não,
nós vamos direto - ela interrompeu. - Eu já deixei tudo meio pronto.
-
Então você já tinha tudo preparado, não é? - ele disse, desconfiado.
-
Claro. Eu aproveitei que hoje o The SS não
vai abrir e planejei tudo.
-
Tudo bem, eu te acompanho.
Entraram no carro do Isaac e foram. O apartamento da Isadora ficava num
prédio simpático, próximo ao centro da cidade, no 6º andar.
-
Entra. Fique a vontade - a Isadora disse, assim que abriu a porta de sua casa.
-
Com licença.
-
Senta. Eu vou me trocar e já volto.
O Isaac obedeceu e esperou. A Isadora apareceu com um vestidinho justo de
flores e chinelo.
-
Se você pensa que vai ficar aí sentado, pode esquecer. Você vai me ajudar
aqui na cozinha.
-
Sim, senhora.
E lá foram eles para o fogão. Todo o jantar estava praticamente pronto,
faltava apenas cozinhar.
-
Você é prática.
-
Você se torna prático quando tem que fazer a sua própria comida.
-
Isso foi uma piada sobre marmanjos que vivem com seus pais?
- Nããão,
Isaac - ela riu. - Não me interprete mal. Eu acho até charmoso homens que não
tem a menor idéia da diferença entre uma frigideira e uma pipoqueira.
- A
diferença estaria na primeira sílaba? - brincou.
-
Uuuuh - ela fez biquinho. - Quase.
-
Quem sabe se você der com alguma delas na minha cabeça, eu não aprenda alguma
coisa.
-
Pode ser - ela riu.
-
Eu sou péssimo em cozinhar, Isadora.
-
Calma, não se desespere - ela disse, mexendo o strogonoff na panela. - Deve
haver alguma coisa que você sabe fazer dentro de uma cozinha.
-
Ferver água?
-
Pelo visto, o negócio é sério mesmo.
-
Quando eu disse "sou péssimo em cozinhar", não foi uma metáfora.
-
Bom, neste caso, eu acho que vou te pedir para simplesmente ficar sentado.
-
Isso eu sei fazer.
O Isaac puxou um banquinho da mesa e sentou. Algum tempo depois, o jantar
já estava servido.
Durante a refeição, eles conversaram muito. E se divertiram também. Em
detalhes, o Isaac contou sobre alguns fatos engraçados que aconteceram na época
em que ele e os irmão eram famosos. A Isadora ouviu a tudo interessadíssima.
Tirada a mesa, eles acomodaram-se no sofá para continuarem a conversa.
Porém agora, havia adquirido um ar mais sério. Debatiam as possibilidades da
Isadora de vencer o caso da posse de seu filho.
- O
Wilson é um profissional excelente, Isadora. Você vai ver, com a orientação
dele você terá o seu filho com você assim que pisar naquele tribunal.
-
Ai, Isaac, você não tem idéia de como eu me animo te ouvindo falar assim.
-
Pois pode se animar. Porque mesmo que ele não consiga moradia permanente, ele
conseguirá algo tão justo quanto.
A Isadora sorriu. E disse:
-
Obrigada, Isaac. Muito obrigada. Você é uma pessoa incrível.
-
Você já disse isso - ele sorriu, sem jeito.
-
Eu sei. - Pausa. - Desculpe te dar esse trabalho todo.
-
Eu estou fazendo porque eu quero.
-
Você já disse isso.
Os dos riram. O Isaac ficou olhando-a um minuto. E disse, sério:
-
Eu não conheço o pai do Josh, mas eu já posso adiantar que esse cara é um otário.
Eu nunca faria com uma mulher incrível como você o que ele fez.
Não teve como evitar: a Isadora se inclinou e beijou o Isaac. E ele
correspondeu. Delicadamente, ele apoiou suas mão sobre a cintura dela. E o
beijo foi ficando cada vez mais intenso e mais intenso e mais intenso. Até que,
devagarzinho, o Isaac foi empurrando-a para trás, deitando sobre ela.
O aparelho de som tocava uma música calma e agradável. Exatamente como
os beijos do Isaac. Estimulada, a Isadora tirou a camisa dele, botão por botão.
Ele então sentiu-se a vontade para abrir o vestidinho de flores da Isadora. E
abriu. Puxou o longo zíper da parte da frente, até que a vestimenta se
tornasse só um pano estendido no sofá.
Eles fizeram amor intensamente. E pela primeira vez, a Isadora percebeu o
único lado bom de não ter o filho com ela o tempo todo.
...
Lá pelas onze e dez da noite, o Isaac estava estacionando seu carro na
garagem da mansão dos Hanson. Antes de saltar do veículo, lembrou da Isadora
dizendo docemente "você já tem que ir mesmo?", assim que ele disse
que precisava voltar para a casa.
Com um sorriso que atravessava a cara, o Isaac entrou na sala. Porém se
assustou ao ver seus pais sentados na mesa de jantar, com expressões
preocupadas.
-
Nossa... Eu demorei tanto assim?
-
Graças a Deus um chegou. - a Diana aliviou. - Querido, o Taylor não está com
você?
- Não,
hoje ele ia ver a Patty. Cadê o Zac?
-
Está dormindo - o Walker respondeu. - Nós estávamos preocupados com vocês.
Agora só falta o Jordan, que não voltou até agora.
-
Calma, ele deve ter saído com a Patty. Fazia tempo que eles não se viam, devem
estar matando a saudade.
-
Você acha? - a Diana perguntou, receosa.
-
Tenho certeza. - Beijou a testa da mãe. - Vão dormir. Não precisam se
preocupar assim.
-
É, você deve estar certo. Vamos, Walker.
-
Boa noite, filho - o Walker disse.
- Durmam bem.