José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, no Ribatejo, a 16 de Novembro de 1922, de uma família de trabalhadores rurais. Em 1924 os seus pais mudam-se para Lisboa e, em 1932, está matriculado no Liceu Gil Vicente, mas por dificuldades económicas transfere-se para a Escola Industrial de Afonso Domingues onde, em 1935, termina o curso de Serralharia Mecânica. Consegue o seu primeiro emprego como serralheiro mecânico e, mais tarde, trabalha sucessivamente nos Hospitais Civis de Lisboa, na Caixa de Abono de Família do Pessoal da Indústria de Cerâmica, na Companhia de Seguros Previdente, no sector de produção da Editorial Estúdios Cor, onde virá a ser director literário. Chamado ao jornalismo em 1972, exerce as funções de editorialista no Diário de Lisboa e coordena o seu suplemento literário. Em 1975, entre Abril e Novembro, veio a desempenhar funções directivas no Diário de Notícias. É a partir desta data que decide dedicar-se, em exclusivo, à escrita.
        Em 1993 fixa residência na Ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias, como reacção ao acto censório de que foi alvo no ano anterior, quando o subsecretário de Estado da Cultura vetou a candidatura ao Prémio Literário Europeu d' O Evangelho, que tinha ganho o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. Em 1995 é-lhe atribuído o Prémio Camões e a 8 de Outubro de 1998 a Real Academia Sueca outorga-lhe o Prémio Nobel da Literatura. Para além da sua actividade de tradutor, Saramago colaborou em inúmeros jornais e revistas, com relevo para a Seara Nova, onde fez crítica literária.
        Da sua bibliografia, destacamos no campo ficcional: Terra do Pecado (1947), Manual de Pintura e Caligrafia (1977), Objecto Quase (1978), Poética dos Cinco Sentidos (obra colectiva ) - O Ouvido (1979), Levantado do Chão (1980), Memorial do Convento (1982), O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), História do Cerco de Lisboa (1989), O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), Ensaio sobre a Cegueira (1995), Todos os Nomes (1997) e O Conto da Ilha Desconhecida (1998); na poesia: Os Poemas Possíveis (1966), Provavelmente Alegria (1970) e O Ano de 1993 (1975); no teatro: A Noite (1979), Que Farei com este Livro? (1980), A Segunda Vida de Francisco de Assis (1987), In Nomine Dei (1993); na crónica: Deste Mundo e do Outro (1971), A Bagagem do Viajante (1973), As Opiniões que o "DL" Teve (1974) e Os Apontamentos (1976); na viagem: Viagem a Portugal (1981); no diário: Cadernos de Lanzarote (5 volumes).