(1642-1727)

06/17

De volta para casa

Durante o último ano passado no Trinity College, Newton havia trabalhado arduamente. Depois de obter sua graduação, tivera mais tempo livre para se dedicar aos interesses próprios. O primeiro obstáculo a transpor para desenvolver suas idéias era sua carência em matemática avançada.

Apesar de o estudo de matemática ser uma parte importante de seu curso, existiam bem poucos matemáticos no mundo que tivessem desenvolvido alguma coisa parecida com as técnicas de que ele necessitava. Mas havia alguns, e ele conseguiu acesso aos livros deles nas grandes bibliotecas de Cambridge.

Escolhendo entre as estantes, Newton descobriu trabalhos do famoso filósofo e matemático francês René Descartes e do filósofo britânico Henry More. Esses homens lideraram a "Nova Ciência", um audacioso e criativo movimento de pensadores espalhados pela Europa, que estavam tentando derrubar as fronteiras da ciência e da matemática moderna.

O jovem Newton, então com 23 anos de idade, ficaria surpreso se lhe dissessem que em poucos anos ele também seria um dos mais respeitados membros desse "clube" exclusivo.

Em Cambridge, no começo de 1665, Newton leu tudo o que conseguiu das obras desses pensadores e, quando não pôde encontrar o que necessitava para suas primeiras teorias sobre a luz e a mecânica, ele achou uma saída: criou sua própria matemática.

Foi nessa época, quando a epidemia fez de Cambridge um lugar muito arriscado para viver, que ele alcançou os primeiros poucos degraus do desenvolvimento de suas teorias. A paz e o isolamento de Lincolnshire serviram para nutrir seu dom criativo.

No final do verão, aconteceria o extraordinário salto à frente, quando a maçã caiu sobre sua cabeça, e Newton começou realmente a se envolver com a teoria da gravitação.

Gravidade

Em Cambridge, ele estivera brincando com a idéia de que algumas forças da natureza agem a distância. A idéia de um objeto ser afetado por outro sem estarem conectados por arames ou cordas era tão estranha que poucos cientistas a imaginaram antes. Mas aumentava a evidência de uma força que fazia isso - a força que mantém os planetas em suas trajetórias, por exemplo. Havia, definitivamente, uma atração estranha entre os objetos, invisível para o olho. Newton se perguntava de que maneira podiam os planetas ficar orbitando em torno do Sol e a Lua em torno da Terra. Não havia cordões sustentando a Terra e a Lua juntas, então, como poderiam essas coisas acontecer, a não ser que alguma força desconhecida e invisível estivesse em ação?

Quando a maçã caiu da árvore, no jardim de sua mãe, e aterrissou na cabeça do jovem gênio, Isaac Newton soube que aquela maçã havia sido atraída para aterra pela mesma força invisível que segurava os planetas e a Lua em suas órbitas -a força da gravidade. A terra estava exercendo uma força de atração sobre a maçã e puxou-a para si, da mesma forma que o Sol a exerce sobre os planetas, e a Terra, sobre a Lua. Mas, se fosse esse o caso, por que os planetas não se espatifavam de encontro ao Sol nem a Lua se despedaçava de encontro à Terra, da mesma forma como havia acontecido com a maçã de encontro ao chão?

O balde de água

Newton lutou com esses problemas durante dias. Então, justamente quando estava se preparando para retomar. à universidade, a verdade o surpreendeu. Por alguma estranha razão, naquele exato momento ele recordava um jogo praticado na escola. Todas juntas, as memórias voltaram em profusão. Elas retornavam uma a uma para estacionar no meio de um pátio, onde ele segurava uma corda amarrada à alça de um balde d'água. A idéia era girar o balde pelo final da corda tão depressa quanto pudesse. Para ganhar, o jogador precisava rodopiar o balde em volta de sua cabeça sem derramar uma gota de água. Todos ficavam atônitos com o fato de a água sempre se manter no balde com o movimento giratório.

Este era justamente o "flash" de memória de que ele precisava. Subitamente, tudo fazia sentido. Tinha de existir outra força, com o efeito de impulsionar os planetas, e que era igual à força de atração do Sol. Esta força de impulsão é a mesma que mantém a água no balde quando ele está girando. Newton chamou esta força de centrífuga e afirmou que ela só ocorria quando um objeto girava em torno de outro, rapidamente. O objeto em movimento estava constantemente escapando das garras da gravidade. Foi justamente por isso que a maçã não flutuou sobre sua cabeça. Ela não estava girando em torno da Terra, como a Lua; então, ela não sofreu a ação da força centrífuga e foi puxada para o chão por causa da gravidade.

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