Vida e Obra de Bernardo Guimarães
  poeta e romancista brasileiro [1825-1884 - biografia]

 
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Filhos de BG
Pedro B. Guimarães
Horácio Guimarães
Afonso Guimarães

Netos
Alphonsus de Guimaraens  (sobrinho)
José Guimarães Alves
Armelim Bernardo Guimarães

Bisnetos
Alphonsus de Guimaraens Filho (sobrinho)
Mª Ap. Guimarães A. Palma [Mariah]
Isabel Teresa Guimarães Alves
Lívia Alves Guimarães
Rúbio Gama Alves

Trinetos
Maria Fernanda Alves Guimarães
André Nigri
João Bernardo Guimarães
Juliana Rennó Bernardo Guimarães
Marcelo Guimarães


Parentesco dos Guimarães
com os Guimaraens




Depoimento de descendente
Pedro Bernardo Guimarães
(1884-1948), filho        

As esculturas de meu Pai - Há muito de exagero, às vezes, muito de ficciosa criação nos que fazem a história anedótica dos que morrem em cheio de celebridade, rebuscando excentricidades características da vida dos que biografam.

Sem que me constranjam preconceitos ou convenções a que a afinidade de sangue me levaria, limitando minhas expansões admiradoras ao autor d' A Escrava Isaura, eu posso dizer muito à vontade que meu pai, Bernardo Guimarães, sendo o mais popular e o mais nacional dos nossos romancistas até hoje não escapou a esse vezo.

Por todas as terras onde andou, em Goiás, onde exerceu o juizado de Catalão; em Queluz de Minas, onde foi professor, em Ouro Preto, onde nasceu e residiu durante mor parte de sua vida; em S. Paulo, onde estudou direito em companhia de Aureliano Lessa e Álvares de Azevedo, e arrancou sua carta de "bacharel formado", como rezam os dizeres do pergaminho, pelo seu bom humor comunicativo e gênio delicadamente bondoso, deixou só amigos.

Não raro eu encontro com um desses, que tiveram relações íntimas com o Poeta, e se os topos, de[s]fiam o rosário de anedotas, em sabendo que sou filho.

Seriamente que me mostro encantado, embora nas narrativas confundam-se coisas aceitáveis com as fabulosas piadas de que o inteligente savoir-faire de meu pai seria incapaz.

Assim, tenho caladamente digerido facécias de Bocage que andam impressas em edições de dez tostões, para gáudio do povo, lançadas à conta da responsabilidade espiritual de Bernardo.

E sempre, finalizando, os narradores invocam que eu, "filho do rebento ilustre", diga se não "foi exato" o episódio, coagindo-me, dentro do silêncio de devida gentileza, a autenticar o "caso contado" entre muito elogio que põe uma peia e não permite que se negue, contrariando.

Ademais, chegando o centenário de meu pai, dispenso-me de dizer que esses seus contemporâneos sobreviventes tenham já sobre a cabeça alvíssima respeitável neve, e à velhice devemos um culto que não admite contradizer narradores venerandos, mesmo que constitua, pela sua sensaboria, um crime de lesa-espírito atribuir a piada ao talentoso poeta boêmio.

Valem mais, porém, as intenções do que as palavras, - e no fundo as intenções desses evocadores são deliciosamente puras e boas, encerrando sempre o desejo de homenagem cativante.