Filhos
de BG
Pedro B. Guimarães
Horácio Guimarães
Afonso Guimarães
Netos
Alphonsus de Guimaraens
(sobrinho)
José Guimarães Alves
Armelim Bernardo Guimarães
Bisnetos
Alphonsus de Guimaraens Filho (sobrinho)
Mª Ap. Guimarães A.
Palma [Mariah]
Isabel Teresa
Guimarães Alves
Lívia Alves Guimarães
Rúbio Gama Alves
Trinetos
Maria Fernanda Alves
Guimarães
André Nigri
João Bernardo Guimarães
Juliana Rennó Bernardo Guimarães
Marcelo Guimarães
Parentesco dos Guimarães
com os Guimaraens
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Depoimento de
descendente
Pedro Bernardo Guimarães (1884-1948),
filho
- As esculturas de meu
Pai - Há muito de exagero, às vezes, muito de ficciosa criação nos
que fazem a história anedótica dos que morrem em cheio de celebridade,
rebuscando excentricidades características da vida dos que biografam.
- Sem que me constranjam preconceitos ou
convenções a que a afinidade de sangue me levaria, limitando minhas
expansões admiradoras ao autor d' A
Escrava Isaura, eu posso dizer muito à
vontade que meu pai, Bernardo
Guimarães, sendo o mais popular e o mais nacional dos nossos romancistas até
hoje não escapou a esse vezo.
- Por todas as terras onde andou,
em Goiás, onde exerceu o juizado de Catalão; em Queluz de Minas, onde foi
professor, em Ouro Preto, onde nasceu e residiu durante mor parte de sua vida;
em S. Paulo, onde estudou direito em companhia de Aureliano Lessa e Álvares
de Azevedo, e arrancou sua carta de "bacharel formado", como rezam
os dizeres do pergaminho, pelo seu bom humor comunicativo e gênio
delicadamente bondoso, deixou só amigos.
- Não raro eu encontro com um
desses, que tiveram relações íntimas com o Poeta, e se os topos, de[s]fiam
o rosário de anedotas, em sabendo que sou filho.
- Seriamente que me mostro
encantado, embora nas narrativas confundam-se coisas aceitáveis com as
fabulosas piadas de que o inteligente savoir-faire de meu pai seria
incapaz.
- Assim, tenho caladamente
digerido facécias de Bocage que andam impressas em edições de dez tostões,
para gáudio do povo, lançadas à conta da responsabilidade espiritual de
Bernardo.
- E sempre, finalizando, os
narradores invocam que eu, "filho do rebento ilustre", diga se não
"foi exato" o episódio, coagindo-me, dentro do silêncio de devida
gentileza, a autenticar o "caso contado" entre muito elogio que põe
uma peia e não permite que se negue, contrariando.
- Ademais, chegando o centenário
de meu pai, dispenso-me de dizer que esses seus contemporâneos sobreviventes
tenham já sobre a cabeça alvíssima respeitável neve, e à velhice devemos
um culto que não admite contradizer narradores venerandos, mesmo que
constitua, pela sua sensaboria, um crime de lesa-espírito atribuir a piada ao
talentoso poeta boêmio.
- Valem mais, porém, as
intenções do que as palavras, - e no fundo as intenções desses evocadores
são deliciosamente puras e boas, encerrando sempre o desejo de homenagem
cativante.
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