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Felizmente ainda existe gente com juízo neste país. Há poucos dias soubemos que a famosa e desejada Roberta Close guardou num Banco suíço uma dose generosa de seu sêmen. Isso, obviamente, antes de realizar a ablação total de sua genitália masculina. Como todos sabem, e os que não sabem ficarão agora sabendo, essa insigne figura multisexual decidiu optar em definitivo pela natureza feminina. Dessa forma extirpou sua "porção homem", deixando de ser uma linda dama para se tornar uma bela mulher.
A maioria de nós certamente não avaliou a grandiloqüência do gesto. Há anos é do conhecimento geral que espertalhões, gatunos, políticos e amigos de políticos metem a mão em dinheiro que não lhes pertencem e tratam de guardá-lo na Suíça e alhures. Afinal de contas, eles também têm de pensar no futuro.
Essas coisas vêm ocorrendo há muito tempo. Podemos falar, reclamar, gritar, berrar, espernear, etc., que vai continuar acontecendo e só Deus sabe até quando.
Eis que vem a maravilhosa Roberta e deixa diante de um Brasil boquiaberto o grande exemplo de desprendimento. Ela (?) guardou na Suíça aquilo que de fato tem valor. Nada de dinheiro, esse vil metal que enlouquece homens, mulheres, e os outros. Nada de obras de arte. Nada de ouro ou jóias. Deixou, sim, a essência da vida. É possível que tenha depositado junto com o sêmen o resto do material, os apetrechos de produção e condução do primoroso produto. Quem sabe tenha feito isso se precavendo por conta de um eventual arrependimento? Nesta hipótese, pediria ao cirurgião que tirou suas coisas para colocar tudo de volta.
Mas são conjecturas. O que queremos destacar é justamente o valor desinteressado, humanitário mesmo, da atitude. Lembremo-nos que ainda que tenha se tornado uma nova mulher com um todo, Roberta jamais poderá ser mãe. A mudança de sexo só garante a aquisição dos órgãos externos. Útero, trompas, ovários e o que mais exista necessário à confecção de um bebê, não vem junto com a transformação. Pode ser que no futuro seja possível para a ciência criar o equipamento completo, por enquanto não. Tudo que a ex-travesti poderá almejar é sentir o prazer de contar com um homem carinhoso ao seu lado. Seu namorado é alemão. Dizem os entendidos que os germânicos são excelentes amantes. Eles amam tudo, cerveja, salsicha, chucrute, por quê não amariam Roberta Close? Será que ela já aprendeu a falar alemão? (Isso não tem nada a ver com o nosso assunto, porém é uma curiosidade nossa, pois achamos que ninguém, com exceção do alemães, consiga falar aquela língua).
Quem sabe se por enorme coincidência do destino a nova dama não venha a entabular conversa com um desses podres de rico, dos tais que fizeram fortuna do mesmo modo que os donos da Encol e diretores de certos Bancos, ou seja, roubando. Pois bem, suponhamos no calor do bate-papo o ricaço lhe diga que tem uma nota preta guardada nalgum paraíso fiscal, dentre os quais a Suíça ainda constitui ponto de referência. Talvez assim tentando impressioná-la. Roberta Close, olhá-lo-á possuída por um misto de piedade e desprezo e responderá com a candura que lhe foi dada pela natureza :
"pois eu tenho um litro do meu sêmen depositado no cofre 878 do Banqueé Suisse e Llyonais, numa caixinha de isopor cor-de-rosa."
Por mais mesquinho e ladravaz que seja o interlocutor, com toda certeza quedar-se-á estupefato diante da profundidade da declaração. Provavelmente nunca mais pensará em roubar nada de ninguém e ainda trará de volta para o Brasil todo o dinheiro que surrupiou. E depois se entregará as autoridades, que nem fez o Naji Nahas que foi a França passear, mas retornou tão logo soube que a polícia daqui queria prendê-lo.
São exemplos como esses que irão frutificar, até que o Brasil se torne um país sério.
Por isso foi bom Roberta Close Ter cortado seus penduricalhos.
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