<%@ Language=JavaScript %> Testemunho de quem viveu a era JK (1956 - 1961)

OPINIÃO:

Indagado se não achava um absurdo querer construir uma capital num deserto, JK respondeu: absurdo é o deserto!

DEPOIMENTO  

Quem será o JK do século 21?

 

 

 

 

 

JK  fez estradas, hidrelétricas, empresas básicas etc. FHC vendeu quase tudo e nada fez que lembrasse a obra do bom mineiro. Seria o avesso da era JK?

O político pensa nas próximas eleições. O estadista, na próxima geração. (William Ewart Gladstone)

 

 

             O governo JK foi tido como entreguista porque permitiu a entrada no País de recursos externos para investir. Na era FHC, em geral, esses capitais de fora, em vez de virem criar algo novo aqui como faziam antes, quiseram a coisa pronta, quais  arquitetos de obras feitas. Tiraram proveito de  transferências para si de vultosos capitais feitos pelo povo brasileiro ao longo dos tempos. Às vezes, nem dólares trouxeram porque o vendedor lhes emprestou a grana ou porque a obtiveram em empréstimos no exterior, a elevar a dívida externa brasileira.

 

Balcão de vendas

              

             "Vendeu-se" quase tudo de maior vulto do setor público, sem se ver a cor do metal faturado na melhoria de serviços públicos essenciais. O mais grave é que, em geral,  a preço de banana ou de fim de feira, com o vendedor a engolir dívidas e dar outros favores ao comprador. O condenável, pois, não foi a privatização em si, mas o modo como se vendeu.

 

Desnacionalização

 

             O setor privado nacional não ficou imune da invasão financeira externa. Está aí o sistema bancário com forte grau de desnacionalização. A continuar assim, o capital pátrio correrá o risco de sumir ou ficar em clara minoria. Um dos efeitos disso é a crescente saída de lucros para o exterior, o que afunda mais o buraco de nossas contas externas.

 

Pulo

 

              O governo de JK (Presidente Bossa-Nova) deu um giro de 180 graus. Saiu de uma nação rural para um país em industrialização. O País virou um imenso canteiro de obras: rodovias, hidrelétricas, hospitais, escolas etc. Muitos empregos! JK não era de direita nem de esquerda, mas a favor dos brasileiros. Ainda o vemos em jornais dos cinemas da época, a desfilar eufórico no primeiro fusca feito aqui. Apoiado no slogan de seu plano de metas, findou por construir Brasília, erguida com a bravura de milhares de candangos. Eram os anos dourados,   tempo de mudanças efetivas no País!  Até piadas Bossa-Nova havia (inovadoras)  Foi, com certeza, a última revolução nessa linha no Brasil. A dívida externa ficou em menos de 4,5 bilhões de dólares.  A inflação anual não passou dos dois dígitos. 

 

Caso recente

 

             No governo de FHC sumiu a hiperinflação e o emprego de milhões. Restou uma inflação baixa (ou manipulada?), a corroer os salários  e a derrubar o consumo, gerando desemprego e violência. O saldo foi de 11 milhões de desempregados. A dívida interna pulou para mais de 900  bilhões de reais (dados de agosto/2003).. A dívida pública total (interna e externa) alcançou mais de 50% do PIB, ou seja, mais da metade das riquezas produzidas pelo País em um ano.

 

Não ao FMI

 

              Faz muita falta o ímpeto de JK, capaz de erguer o gigante atacado de paralisia industrial! A cena histórica era outra – diriam. Era, sim. Os desafios eram mais duros. Mais pobre era o País. Pobre no lado material, rico na condução de seu povo!  O FMI era contra a construção de Brasília, mas a decisão de JK falava muito mais alto que a voz de investidores externos. De fato, não havia a submissão financeira de hoje, mas esta pode ser quebrada. Rompeu-se com o FMI, e do deserto nasceu Brasília, símbolo maior de um governo de fato voltado aos interesses nacionais! O governo de JK não era de direita nem de esquerda, mas a favor do Brasil. Pode-se no presente pensar no Brasil sem Brasília, sem o crescimento no oeste do País? 

             Hoje, Lula, se tivesse de construir Brasília com oposição do FMI, romperia com o Fundo e faria a nova capital ou recuaria a bem do superávit primário?

 

Cenas distintas

 

              Getúlio Vargas deixou os direitos trabalhistas que FHC quis reduzir e até mesmo hoje na era Lula falam nisso.  Até a ditadura militar deixou seus sinais.   Quais as marcas do governo FHC?  A derrubada da hiperinflação pode ser a única. As demais são desemprego,  violência e insegurança bem como meros papéis (faturas de vendas e dívidas). Se este foi o caminho para abater a fera, o remédio não teria atacado o doente? 
              O País depende hoje de  dólares especulativos e de "ajudas” do FMI para cobrir o rombo de suas contas externas. Qualquer tremor externo no mundo financeiro abala o Brasil e a vida de seu povo. Este foi o preço da abertura escancarada, a partir do fim dos anos 80.

 

Marcas

              

              As marcas de Juscelino -- maior estadista brasileiro, com certeza, no século 20 -- ficaram. Como o ciclo da história tende a se repetir, isto é, há de voltar um tempo de vacas gordas, quem vai fincar outras balizas parecidas? Quando?

             Quais serão as marcas do governo Lula, depositário das esperanças da grande maioria do povo brasileira?

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Depoimento: Testemunho de um jovem na era juscelinista;  

Candangos: operários da construção de Brasília(DF), vindos mais do Nordeste;

JK: Juscelino Kubitschek, Presidente brasileiro (1956 – 1961);
Dívidas: a dívida interna subiu de R$ 117 bilhões em 1994 (no lançamento do real) para mais
de R$800 bilhões em JUL/2002, com aumento de mais de 583%. Hoje (dados de agosto de 2003) ela chega a mais de  900 bilhões. É dívida de curto prazo, vencível até dois anos. Esse último montante dividido por 170 milhões dá mais de cinco mil reais para cada brasileiro. A dívida externa, que tem prazo de pagamento maior, é de 217 bilhões de reais (dados de agosto de 2003).. Para se ter idéia dessas grandezas,  basta dizer, por exemplo, que um bilhão de reais compraria 20 mil imóveis a 50 mil reais cada um, ou 50 mil automóveis a 20 mil reais cada veículo. Tem mais o rombo das contas externas.

Slogan: “Cinquenta anos em cinco”.

 

Duas amostras de Piadas Bossa-Nova - Novas na época (anos 60), velhas hoje, mas talvez novas também para muitos porque esquecidas de lá para cá, com certeza:

No guarda-roupa, um baque surdo e forte chamou sua atenção naquela noite silenciosa. Abriu o móvel e constatou logo:
               
Eram suas numerosas gravatas caindo de moda...
Dois amigos iam de lambreta pela estrada, um na frente do outro. O de trás se lembrou de avisar ao da frente, já distante. E gritou:
         
-- Olha o abismo aí na frente! Cuidado...!
          -- JÁ viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii..!

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Atualizada em 14/04/2004