História & Natureza
no coração das
Gerais
Nova Lima, Sabará e Caeté estão pertinho de Belo Horizonte, a 22, 25 e 54 km, respectivamente.
Cidades que fazem parte do Circuito do Ouro e que merecem ser conhecidas e exploradas, tal qual os bandeirantes que por lá passaram e se instalaram. Locais que preservam inúmeros monumentos e construções históricas para serem visitados e admirados. Não tão conhecidas ou divulgadas quanto outras cidades históricas das Minas Gerais, elas tem muito a contar e são fonte de referência sobre um dos períodos mais gloriosos da História do Brasil.
Nova Lima terra do ouro e do verde
A história de Nova Lima remonta ao final do século XVII, quando o bandeirante paulista Domingos Rodrigues Fonseca Leme chegou em busca de ouro. Outros mineradores resolveram fixar-se na área, que em 1720 já possuia um número considerável de habitantes.
Em 1748 o arraial é elevado à condição de freguesia e, em 1836 é criado o distrito subordinado ao município de Sabará, com o nome de Congonhas do Sabará. A presença da cultura britânica na região é explicada pela compra da Mina Morro Velho pela Saint John del Rey Mining Company, em 1834. Apenas em 1891, ela é emancipada do município e passa a se denominar Vila Nova Lima, em homenagem ao historiador, poeta e político Augusto de Lima. O nome Nova Lima foi dado apenas em 1923.
Entre as atrações turísticas está a Banqueta do Rego Grande. Como a lavagem do ouro necessitava de muita água, os ingleses, em 1890, fizeram com que as águas claras do Ribeirão dos Cristais chegassem à mina através da construção de uma banqueta d'água,
com 4.676,7 m de comprimento e uma vazão de 20 mil litros por minuto que conserva até hoje as características e o trajeto originais.
Sabará a tradicional cidade mineira
Historiadores dão conta que em 1674 chegaram os primeiros povoadores no encontro dos rios Sabará e das Velhas e já em 1702 o arraial da Barra do Sabará era considerado o mais populoso de Minas Gerais.
Em 1838 a Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará foi elevada à condição de município, tendo como sede o centro histórico. uma região impregnada de história, que merece visitação. O roteiro pode começar pela Igreja Nossa Senhora do Ó, cartão postal da cidade, erguida em 1717.
Ponto alto da visitação é a Antiga Casa da Intendêcia e Fundição, hoje Museu do Ouro que apresenta além de peças sacras e mobiliário do Século XVIII, equipamentos utilizados na extração do ouro.
Merece atenção especial o Teatro Municipal, do século XVIII, o segundo mais antigo do Brasil ainda em funcionamento.
Ali estiveram presentes os imperadores Dom Pedro I e Pedro II.
Ele possui uma das melhores acústicas de que se tem conhecimento e suas linhas arquitetônicas tiveram influência dos teatros ingleses da época de Elizabeth I, razão de sua denominação popular, Teatro Elizabetano. Interessante é o Solar do Padre Correa, de 1773, hoje a prefeitura da cidade, que possui capela interna no melhor estilo rococó e cujo risco é atribuído a Aleijadinho e talha e douramento a Francisco Vieira Servas e Joaquim Gonçalves Rocha.
Caeté um passeio pela história.
Em 1701, quando Leonardo Nardez e seus companheiros chegaram ao planalto mineiro, depararam com uma grande mata, que chamaram Caeté, na língua indígena, mata virgem. Nascia, então, a Vila Nova da Rainha.
A cidade de Caeté foi fundada no ciclo do ouro, quando foram construídas suas principais igrejas e o casario de arquitetura colonial.
Visitar Caeté é quase que obrigatório, não só pela rara e colorida paisagem , de onde se descortina a Serra da Piedade, situada a 16 km da cidade e que comporta penhascos abruptos e rochedos gigantescos, mas também pelos belos exemplares da arquitetura barroca. O passeio pode começar pela Igreja Nossa Senhora do Bom Sucesso, construída em alvenaria e que marca o início da terceira fase do barroco, que predomina nas ruas, esculturas, imagens e peças de ouro e prata. Em seguida, o interessante é conhecer a igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, do século XVIII, na qual se destaca a pintura da nave que representa o milagre ocorrido em Portugal, de onde se originou o culto à santa; e a Capela do Rosário, uma das mais antigas da região, erguida pela população negra, por causa da segregação entre brancos e negros. Imperdível ainda é o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, construído por Antônio Bracarena, no fim do século XVIII. A igreja apresenta em seu interior a imagem da padroeira de Minas Gerais, Nossa Senhora da Piedade, atribuída a Aleijadinho.
A história se faz presente no chafariz da Cadeia Velha, construção sólida erguida pelos escravos em 1800, que apresenta linhas e arabescos harmoniosos, trabalhados em pedra sabão.