VERAS
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Galanices | |||
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Não sei porque, quando ela passa, cheia de encantos, cheia de graça, vagam-me na alma rútilos sonhos... Se vai passando, se vai seguindo, vão os meus lábios logo se abrindo, a bendizê-la, sempre risonhos. |
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Beleza régia! Quanta elegância! Quando ela passa, peitos em ânsia Soltam suspiros em terno arfar. Beleza régia! Quando ela fala, quanta harmonia doce se exala dos sons queridos de seu falar! |
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Eu sou um louco, sou um demente, quando eu a vejo bela e fulgente, como assassina de corações. Arde meu peito, brilham meus olhos e vai minha alma, vai de giolhos, lhe descantando róseas canções. |
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Ela é Camena gentil e loura, astro que brilha, Musa que doura a minha mente — fonte de rimas. Quando ela passa, num passo leve, minha alma libra... depois, em rêve, goza delicias das mais opimas. |
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(Eu até bendigo, flor deslumbrante, nas minhas rimas. Dá que eu descante os teus encantos — os meus desejos. Deixa que vibre, com harmonia e fortes estos, a Poesia, dando a minha alma gratos harpejos.) |
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