VERAS

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  Estrelas...  
 
 

A DARIO CESÁRIO

 

 

 

 

Não há quem saiba amar fulgente estrela

mais do que eu amo. Tudo sacrifico,

deixo e abandono para ver, na umbela

da noite, Sírio em seu brilhar tão rico!

 

 

 

 

E fico horas inteiras a olhá-la,

nessa fulgência encantadora sua.

Deslumbra mais que Febo — a grande opala,

embora antigo culto esta possua.

 

 

 

 

Gosto de ver em seu fulgir o Sírio;

por ela deixo tudo em abandono.

Pudesse eu lhe fazer no vasto empíreo

de estrelas sobre estrelas régio trono!

 

 

 

 

Vendo Sírio no céu tenho vontade

que seja a noite grande, enorme, eterna.

Bela estrela! Em constante escuridade

mais brilharia tua luz superna.

 

 

 

 

A mulher é uma estrela, diz a velha

metáfora de um lírico poeta.

A mulher à estrela se assemelha

só quando está de irradiações repleta.

 

 

 

 

Ela tem luz, encanto, graça e brilho:

os predicados próprios das estrelas.

Desejo estas estrelas de espartilho.

Estão longe as do céu: não quero tê-las.

 

 

 

 

A mulher é estrela em brilhos basta.

Não tem rival na terra; outra não vejo.

Quero-a quando é formosa, meiga e casta.

Eu admiro as do céu; não as desejo.

 

 

 

 

Astro imortal. Estrela do Oriente,

brilhante guia dos fieis Reis Magos!

A mulher mais que tu é atraente,

porque tem brilhos, afeições e afagos.

 

 

 

 

As estrelas do céu me dão encanto,

mas tu, mulher, me encantas, me fascinas.

As do céu brilham só à noite, entanto

brilhas de noite e em horas de matinas.

 

 

 

 

As estrelas do céu nos dão prazeres

de noite; brilham quando a noite é calma;

mas as da terra, fúlgidas mulheres,

dão rebrilhos aos brilhos de nossa alma.

 
 

 

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