VERAS

=====================================================================

 

 

  SERTANEJOS  

 

 

 

O rio vai correndo avermelhado

pelo púrpuro sol do rubro ocaso,

vai indo caudaloso, à beira raso,

tendo um trecho luzente, outro assombrado.

 

 

 

 

De um lado, na campina, sobre a relva,

sentada junto à filha, na verdura,

Maria ora procura ver a selva

e ver o seu batel ora procura.

 

 

 

 

Súbito chega intrépido, ligeiro,

o pequeno batel, o búzio ecoa;

um cão sacode a cauda, prazenteiro,

fitando o seu senhor que vem à proa.

 

 

 

 

O sol, à flor das águas inda brilha.

O batel vem, alígero, chegando.

«Já vem papai, mamãe!» murmura a filha.

«Já vem, já vem...» a mãe vai murmurando.

 

 

 

 

Chega o marido bom; Maria o abraça,

e ele, depois, sorrindo, a filha beija,

e espia um bando de aves que esvoaça

e que a feliz chegada lhe festeja.

 

 

 

 

E pai e mãe e filha vão, risonhos,

em um consenso bom, feliz e amigo,

à rústica choupana, onde há mil sonhos,

pobreza, honestidade e doce abrigo...

 
 

 

Go to the Poem in English

Ir para o primeiro Poema

Ir para o anterior Poema

Ir para o próximo Poema

Ir para o último Poema

Ir para a Página de Abertura

Ir para o Menu em Português

Ir para o Sumário em Português