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05/02/05
verão :
Na
área habitual somente uma coruja e 2 curicácas
16:40hs
Pica-Paus:
cabeça amarela mas corpo cinzento, não são coloridos, uma porção
deles na pedreira n°1
06e07/02/05
Área01:
somente uma coruja e agora 3 curicácas
Frango
D'água : uma das mais belas aves, o outrora arredio frango d'água
agora já não se importa tanto com a presença humana, permite uma
aproximação muito maior.
O
bico desta ave é genuinamente um bico do tipo de pato, amarelo laranja,
tem uma pele vermelha ao redor do bico
A
plumagem escura dele é um marrom ultradenso, quase preto , quase azul,
mas conforme a luz fica marrom vivo a cor que primeiro é notada pelo
observador a distância.
As
pernas são escuras, e bem grossas e fortes.
Marreco
: este é raro de ver na propriedade, é parecido com o frango dágua
mas é mais encorpado e tem matizes de cor muito estranhos, indefinidos,
com azul e outras cores, muito arredio e arisco, voa grasnando a menor
aproximação humana.
Área08:
3 Aves estranhas, grandes e grosseiramente semelhantes a galinhas da
angola, mas não pescoço pelado, pescoço tipo de ganso, andam mais
pelo chão, mas voam também, é um animal que o povo local disse ter
aparecido a pouco por aquelas bandas e não conhecem o nome.
Eles
podem ser encontrados com mais facilidade no fim do dia, junto aos
meandros do riacho na área 8 que tem densidade de árvores de cerrado e
toceiras no chão, dali eles se enfiam para leste na área bem mais
densa de mata ciliar que segue o rio.
O
som deles lembra talvez um pouco o mesmo do frango dágua que na verdade
lembra as vezes rãs, mas ai não tenho certeza destas impressões.
01
Pássaro novo? : Tem a cara de pica-pau e bem te vi com a faixa preta na
cara na altura dos olhos, porém é bem maior que qualquer pica-pau
colorido e típico dali, deve ser um pica-pau de outra linhagem, tem
dorso escuro e peito e cabeça branca, bico pontudo, faixa preta apagada
na linha dos olhos, um grande bando na área da ponte.
Pombas
carijós: Desta feita não havia o multidão de pombas da última vez,
apesar das lavouras próximas, somente algumas circulando na área e
emitindo um dos tipos de pio bem característico.
CLIMA
- Dias amenos, não frios, não quentes, ou mais quentes que frios,
vento frio no fim do dia e a noite, mas fraco, vindo como sempre do
leste ou SE (sudeste) .
Céu
com nuvens esparsa a limpo, com garoa em uma das noites.
Março/05
- Outono
24/03/05
Menos
canto e movimento de pássaros que no verão, não confundir com
ausência, somente não tantos trinados, pios etc...
Sobresaem
o canto de algumas pombas escondidas na floresta.
CORUJAS:
2 no local de sempre, 01 marrom e outra mais cinza
Curicácas:
Desta vez a população de curicácas atingiu o auge, seis elementos se
alimentam no chão ao lado da casa das corujas na área01
ÁREA04:
Entrando ao fim do dia na promissora área 4 ,uma área de várzea
que fica já abaixo a uns 50 metros da casa das corujas, (área das
corujas é campina, pasto), aproximando-nos em silêncio avistamos no
chão do riacho um elemento dos pássaros desconhecidos que apreceram
por ali nos últimos tempos.
Desta
feita deu para constatar: tem perfil semelhante ao frango dágua ou
marrecas, mas a cor é escura, marrom meio preto, ou indefinido ainda.
Quando voou ficou evidente o tipo de vôo pesado de ave semelhante a um
ganso, também pelo comprimento e perfil do pescoço, é uma ave que voa
rasante, sempre preferindo o solo nas bordas do rio ou mesmo caminhando
no raso dentro dele.
Agora
que não os vemos um momento de magia acontece, vários elementos deles
começam um coro de grasnidos alternados, são sons muito peculiares,
agudos e variáveis que ecoam e reverberam em tons e semitons nas
profundezas da mata, as vezes lembram um quak quak acelerado, outras um
som estranho que nem parece de pássaro, talvez uma rã, talvez não sei
o que.... O fato é que o resultado dos cantos, naquela hora e local
emprestam um que de magia e fascinação ao momento.
A
noitinha um tipo menor de pomba silvestre se acomoda num pinheiro
próximo a sede para repousar a noite.
FLORA:
arbustos rasteiros que dão frutos coloridos e venenosos são de 2 tipos,
quando estão verdes tem raias com se fossem uma micro melancia, quando
maduros um é de cor laranja intenso e outro amarelo forte, o amarelo é
muito espinhento e frutos maiores, o outro laranja não tem espinhos no
pé.
25/03/05
Dia
menos quente
Área01:
05 curicácas, 2 corujas
Aves
desconhecidas: entrevimos rapidamente, são mesmo tipo gansos, a noite
sons delas se aproximam da casa, reverberam na escuridão nas áreas dos
lagos, chegam a ser sinistras na solidão e escuridão do campo.
Quero-queros:
A tarde 100! destas aves, espalhadas em uns 5 bandos de 20 cada, fazem
revoadas, voam das lavouras A e B, fazem um alvoroço de canto e parecem
reunir-se no chão e então deslocar-se coordenadamente.
26/03/05
11:10
uma manhã mais outonal, entremeada de nuvens.
Fica
notório que tem menos pássaros pequenos no bosque abaixo da sede
Sons
de bem-te-vi, sons de pica-pau, poucos e não visíveis.
Nesta
época escuta-se mais do que se ve, a mais piados e etc do que pássaros
voando ou saltando entre árvores.
MARRECO
? , PÁSSARO XXXX: Uma surpresa interessante, na área do lago 01,
encontro um tipo patões, voaram do chão para o charco do lago2 e
então voaram para um pinheiro bem, bem alto. Tudo por que me aproximava,
estaquei para não espantá-los, observei de bem longe mas com
binóculos, eles só olhavam na minha direção praticamente imóveis.
De
costas voando tinha uma cor escura, mas de frente a plumagem é mais
clara, o peito é meio azul, um azul suave e aveludado muito peculiar e
na barriga até os pés um amarelo claro, o bico tinha aquela aparência
característica de patos, marrecos e afins... PORÉM, que eu soubesse
este tipo de ave só fica no chão, não estaciona em galhos de árvores
altas, mas talvez elas aprenderam que é mais seguro que ficar no chão
quando humanos se aproximam, ???
Olhando
por um bom tempo consigo constatar que a coloração azul é talvez
aparente e não real, porque é um cinza da plumagem prevalente que se
mistura com o amarelo da barriga e nesta área de transição a mescla
proporciona uma coloração azulada, principalmente no pescoço e peito.
Mais
constatações: parecem uns patões, grandes, bem maiores que o frango
dágua, na verdade de pé apoiados no galho da araucária chegam a se
parecer com corpos de pinguim, com pescoço um pouco mais longo, o bico
é laranja escuro e apesar da distância parece de pato.
Quero-queros:
Uma vida inteira, como qualquer pessoa do sul, avistamos quero-queros,
até na metrópole, nem damos atenção. Uma vida olhando para eles e
vendo que são aves do chão, com penacho apontado para trás e padrão
mesclado de preto e branco... Mas... como os quero queros estavam muito
estranhos desta vez e grande quantidade e voando e piando como loucos,
perco tempo observando o vôo planado de algunas elementos que circulam
ao meu redor e ... um certo espanto ao constatar que tem mais uma cor no
padrão, preto branco, sim em toda a linha divisória que existe entre o
preto e o branco encontro uma linha fina amarela!!
Somando
o tipo do vôo, o design arrojado das linhas de cor e o próprio padrão
de cor, os quero queros mais parecem aviões de caça da segunda guerra
mundial, messerschimidts do reino animal.
Por
volta do meio dia, começam a surgir vindo do leste na área de lavoura,
em direção ao tanque maior, alguns bandos deles, ontem vinham em
bandos de até 20 elementos, agora em pequenos grupos de 3 a 4
indivíduos, vem voando devagar em círculos, sempre a impressão final
é que estão se reunindo. ( será que eles migram?)
Na
hora do meio dia com o calor do sol surgem térmicas de ar quente
invisíveis no céu acima dos lagos, um corvo plana lentamente, em
círculos como sempre.
CLIMA
: o ar hoje é plenamente outonal, porém ainda propenso a ficar quente,
a onda de calor que tivemos nos últimos meses ainda batalha para ficar.
o
clima dominante foi de céu encoberto, chão úmido , ar quente
Gaviões
Carrapateiros : Após a volta de uma jornada nas plantações acima do
morro, em uma alta árvore meio seca na área do lago maior, encontramos
dois belíssimos gaviões, semelhantes ao tal carrapateiro, tão logo o
homem se aproxima eles decolam ressabiados.
O
MUNDO É DOS INSETOS:
Durante
um destes dias que permanecemos na estação butiá, verificamos um
acontecimento que nunca haviamos presenciado ou percebido, algo
realmente digno de nota, surpreendente, atreveria a dizer : incrível
até.
Estávamos
em 3 na sede, olhando para o oeste, e o sol já estava a meio caminho
nesta direção, então olhei o pasto e vi o BRILHO de uma teia de
aranha, cruzando todo o capim, ora quem nunca viu um teia de aranha
brilhar refletindo o sol ou umidade, ao menos entre dois galhos?
É
mas o incrível, é que vimos aquela teia , e mais uma, e mais uma , e
mais uma e uma ao lado da outra e cruzando o campo em toda a extensão
visual que o sol refletia e se estendendo na dimensão de
profundidade em direção ao horizonte oeste a perder de vista!
Ou
seja, daquele ângulo , naquela posição, naquele horário, foi
revelado uma TEIA de teias, uma rede imensa, ocupando simplesmente TODO
O CHÃO de pasto e capim que tínhamos a nosssa frente, nunca vi isto ,
nem sequer imaginei que pudesse existir, a impressão que deu é que
todo , todo o chão do terreno estaria coberto, ocupado por uma imensa e
fantástica rede de teia invisível a nossos olhos e que aquela seção
que víamos ( que já era imensa, com uns 30 metros por mais de 50) era
só um pedaço do todo que cobria meio mundo.
Mesmo
que esta rede só se limitasse ao que víamos, não era SÓ, era
fantástico, de repente uma face oculta da natureza nos foi revelada, o
chão , o pasto enorme que pisávamos, estacionavamos, fazíamos
fogueira e jogavamos bola, não era só de grama, capim, quem dominava
tudo aquilo ali era um fantástico e imenso tapete de teia de aranha.
Isto
eu nunca vi, e nunca percebi tal domínio de uma área , ainda mais de
uma forma tão sutil e invisível, por um tipo de animal na natureza.
Decerto
aquela imensidão de teia invisível, rasteira , perpassando todo o
chão, era fruto de um multidão de aranhas, ou não?
É
como se o pasto dali estivesse abandonado a anos.
PÁGINA
04 do diário
ESTAÇÃO
BUTIÁ
FICHA
DE PÁSSAROS
LIVRO
DA NATUREZA
MAPA BÁSICO DA PROPRIEDADE

ÁREAS:
01)
Zona das corujas : área de pasto com
pouquíssimas árvores isoladas e grandes tocos remanescentes de árvores
cortadas, área de pastagem bovina e moradia permanente de corujas e
quero-queros, também é frequentada por curicacás.
02)
Zona da casa: área de pasto e árvores
isoladas e ou pequenos agrupamentos arbóreos, na casa pássaros do tipo
muito pequeno como canários amarelos comem farelo de milho, e nas
árvores e bosques adjacentes entre várias espécies os bem-te-vis e
pica-paus podem ser encontrados com frequências
03)
Zona do charco do lago : A sul do riacho é a
parte baixa de todo o sítio, nesta se encontram dois lagos artificiais, o
maior a oeste é de água barrenta e ausente de vegetação periférica,
já o menor é do tipo de água escura e não barrenta justamente por ser
rico em vegetação marginal e sobre o próprio lago. O charco localiza-se
exatamente sobre a face sul e leste do lago menor, peculiaridades
individuais nesta zona serão minuciadas conforme o lago específico. O
lago menor é um nicho ecológico de maior riqueza.
04)
Zona de charco central : Esta área que
sempre foi de charco e taquaral está atualmente seca o que é altamente
indesejável, é a área que se encontra exatamente a norte do campo das
corujas e estendendo-se a oeste, entre os dois extremos de vegetação
encontra-se uma linha fina de árvores do tipo mata de cerrado.
05)
Zona dos pinus : Esta área fica do
outro lado do rio confrontando com o charco central, é de relevo íngreme,
na encosta do morro, nela foram plantados a aproximadamente duas décadas
um reflorestamento de pinus illiotis, esta área será provavelmente
desmatada do reflorestamento e subsequentemente replantada nos próximos
meses.
06)
Zona das pedreiras : Esta região fica a
norte do riacho e da estrada de acesso da parte alta do sítio,
especificamente onde está o número 6 está o remanescente de uma
pedreira de cascalho abandonada, seguindo o rio a estrada e o sentido do
morro para leste encontra-se mais um remanescente de pedreira , como a
atividade de remoção de cascalho foi abandonada a quase duas décadas, o
solo desértico está sendo repovoado por vegetação de cerrado, o
espaço entre as duas pedreiras bem como todo o declive do morro são bem
florestados por vegetação típica do cerrado, não se encontram
exemplares de pinheiro de araucária nesta área.
07)
Zona de campina marginal superior : Esta
área representa área de pasto com árvores isoladas, inclusive coquinhos,
que fica entre a área de cerrado do morro e os campos de cultivo da parte
superior do terreno.
08)
Zona fechada ciliar leste : Esta área é
composta de mata ciliar densa entre meandros do rio e adjacências, é uma
zona pouco frequentada pela presença humana, a vegetação é densa com
bioma do tipo cerrado, bromeliáceas e taquarais.
09)
Zona das grutas: Nesta região pode-se
concluir que habitam muitos animais selvagens de gamos a macacos, lagartos
e outros animais, é uma área de muito fraca pressão humana, de mata
bastante fechada, especificamente na parte leste , margeando os campos de
cultivo encontram-se várias grutas e nascentes de água pura, rumando na
direção oeste o declive se acentua e o terreno é cada vez mais
acidentado o que facilita a sobrevivência e tranquilidade da vida
selvagem
10)
Zona dos eucaliptos : Além dos
eucaliptos,podem ser encontrados capoeira no lado oeste e também a sul
já entrando no domínio da vegetação do morro.
11)
Zona da ponte : Exatamente onde a estrada
cruza o rio tem uma ponte de madeira, e toda área dali a oeste no limite
do terreno e a leste até meio caminho da área tal , e de ambos os lados
do riacho é considerada como a área 11, imediatamente a leste da ponte,
na beira do rio em um barranco encontra-se um suposto ninho de uma
lontra que habita no local.
12)
Zona da porteira: Onde tem a estrada localiza-se
a porteira de entrada do sítio, no campo entremeado de árvores a leste
as curicacas podem ser encontradas com menor frequência, o gado também
pasta nas imediações quando esta é a invernada de escolha.
13)
Zona do cavalo: Nesta área tem capim,
árvores e arbustos e um pequeno e ameaçado charco, é o potreiro
de um cavalo, também ovelhas e galinhas habitam nesta área, é uma
região que não tem sido observada a procura de vida selvagem.
14)
Zona da crista do morro: Esta área
representa a linha de mata que fica acima de toda a margem superio do
morro, também a mata que desce o morro , principalmente quando não for
sitado a região como sendo domínio das pedreiras abandonadas.
15)
Zona de mata leste do morro: Esta área é
uma zona de mata fechada que fica na parte leste do fim da estrada de
subida indo para o leste e se estende para baixo do morro até confrontar
com o riacho e a área 8 de charco do outro lado do rio ( charco
hoje em extinção).
As
áreas 6 , 14 , 5 e 15 do mapa representam relevo inclinado
acentuado do morro que divide o sítio em duas partes principais, a
superior e a inferior. Fora do mapa, abaixo do campo B encontra-se um
outro grande campo de cultivo medindo xxx alqueires.
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