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A Moça e o Êxtase
brasil ano 2000
Brasil, 1969
Direção, produção, argumento, diálogos e câmera: Walter Lima Jr.
Produção: 2000 Film, Claude-Antoine, MAPA
Fotografia: Guido Cosulich
Montagem: Nelo Melli
Cenografia: Marcos Flaksman e Vicente Más
Assistente de direção, cenógrafo-adjunto e figurinos: Luiz Carlos Ripper
Música: Gilberto Gil
Letras das canções: José Carlos Capinam e Walter Lima Jr.
Direção musical: Rogério Duprat
Violão: Bruno Ferreira
Canção adicional: Caetano Veloso
Canções: “Canção da Moça”, de Gil e Capinam, intérprete: Gal Costa; “O Homem de Neanderthal”, de Gil, Capinam e Walter Lima Jr., intérpretes: Gal Costa e Bruno Ferreira; Show de “Me Esqueci”, de Gil e Capinam, intérpretes: Gal Costa, Bruno Ferreira e Ênio Gonçalves; “Não Identificado”, de Caetano Veloso, intérprete: Gal Costa.
Som: Carlos Della Riva
Duração: 95 minutos
Cor 35 mm

Elenco: Anecy Rocha (moça), Ênio Gonçalves (repórter), Iracema de Alencar (mãe), Ziembinski (general), Manfredo Colasanti (homem do S.E.I.), Hélio Fernando (filho), Rodolfo Arena (padre), Jackson de Souza (político), Afonso Stuart (prefeito), Alberto Prado (juiz), Arduíno Colasanti (motorista), Aizita do Nascimento (mulher), Raul Cortez (homem que protesta).

Urso de Prata no Festival de Berlim 1969; Melhor direção no Festival de Manaus 1969; Prêmio de melhor filme latino-americano no Festival de Cartagena 1971.
No ano 2000, com o país parcialmente devastado pela Terceira Guerra Mundial, uma família de imigrantes chega a uma pequena cidade a que dão o nome de “Me Esqueci”. O trio é recrutado por um indigenista para fingir-se de índios durante a visita de um general.

No dilema entre integrar-se ao sistema ou preservar a liberdade individual, colaborar com a farsa ou denunciá-la, a família caminha para a desagregação enquanto a cidade se prepara para o lançamento de um foguete espacial.

Antecipando vários signos do Tropicalismo – inclusive nos números musicais com canções de Gil, Caetano e Capinam -, o filme dispara farpas contra a direita e a esquerda, polarizando suas metáforas entre a adesão e a rejeição ao sistema, dualidade característica dos anos 60. A afluência de uma classe média beneficiada pelo milagre econômico é satirizada num antológico duelo com garfo e faca gigantes. Enquanto espetáculo, propõe-se como assumidamente naif, na medida em que tematiza, de alguma forma, uma suposta incapacidade brasileira para os gêneros do musical e da ficção científica.

A oposição entre índios e astronautas procura discutir a maneira como os brasileiros se vêem, entre uma imagem ligada ao primitivo e as aspirações à modernidade. As questões da memória e da identidade ocupam o centro desse filme ingênuo e diletante apenas na aparência.
“Havia na época a presunção de uma felicidade iminente, uma esperança de que as coisas iam se abrir em breve. Mas eu nunca compartilhei dessa esperança, sempre fui muito cético. Sempre tive uma relação muito crítica com isso. O que não diminui o meu amor pelo Brasil”.  Walter Lima Jr.
Leia texto de Walter Lima Jr. sobre o filme
Veja a letra das canções do filme
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