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Rumo à liberdade
chico rei
Brasil, 1986
Direção e roteiro: Walter Lima Jr.
Baseado em argumento de Mário Prata, na tradição oral mineira, na poesia de Cecília Meireles e na memória do negro brasileiro
Produção: 1ª fase, ART 4 Brasil – Luiz Eugenio Müller; 2ª fase, POProduções – Paulo Cesar Ferreira
Fotografia: José Antonio Ventura e Mário Carneiro
Montagem: Mário Carneiro e Walter Lima Jr.
Cenografia: Luiz Carlos da Silva, Carlos Liuzzi e Manoel Godinho Mendes Filho
Figurino: Laonte Klawa, Júlio Paraty e Jacque Monteiro
Música:
Wagner Tiso, Naná Vasconcelos
Excertos musicais: Naná Vasconcelos
Letras das músicas:
Fernando Brandt
Vozes:
Milton Nascimento, Clementina de Jesus, Geraldo Filme e Grupo Vissungo
Som: Jorge Saldanha e Hercília Cardillo
Maquiagem: Jacque Monteiro
Efeitos especiais: Sérgio Farjalla
Duração: 115 minutos
Cor  35 mm

Elenco: Severo d’Acelino (Chico Rei), Antonio Pitanga (Bené), Cosme dos Santos (Muzinga), Carlos Kroeber (Governador), Anselmo Vasconcelos (Pascoal), Claudio Marzo (Felipe dos Santos), Marcus Vinicius (Mestre Antonio), Maria Fernanda (Nenzica), Mauricio do Valle (Mercador), Othon Bastos (Paranhos), Rainer Rudolf (padre), Zaira Zambelli (Dorinha), Alexander Allerson (Seixas), Chico Diaz, Claudia Reschel, Delanir Dias, Eduardo Machado, Haroldo de Oliveira, João Acaiabe, Luiza Maranhão, Manfredo Colasanti, Marcio Alexandre, Mario Gusmão, Nelson Dantas, Paulo Augusto, Renato Coutinho, Sergio Maia, Zenaide Zenah, Zora Santos, Wilson (Macalé) dos Santos.

Prêmios: Melhor som, melhor produção, Prêmio Macunaíma da Confederação Nacional de Cineclubes e Prêmio Cineduc no Rio Cine Festival 1986; Prêmio OCIC e melhor figurino no Festival de Brasília 1986; Prêmio Filmtrax de melhor trilha sonora original no Festival de Ghent, Bélgica, 1986; Prêmios especiais de melhor fotografia e melhor música no Festival de Bogotá 1986..
Em meados do século 18, Galanga, rei do Congo, é aprisionado e vendido como escravo. Trazido da África num navio negreiro, recebe o cognome de Chico Rei e vai trabalhar nas minas de ouro de um desafeto do governador de Vila Rica. Escondendo pepitas no corpo e nos cabelos, Galanga habilita-se a comprar sua alforria e, após a desgraça do seu ex-senhor, adquire a mina Encardideira, tornando-se o primeiro negro proprietário. Ele associa-se a uma irmandade para ajudar outros negros a comprarem sua liberdade.

A história de Chico Rei, misto de fato e lenda, foi concebida como uma série de 12 capítulos para a televisão. A co-produção germano-brasileira foi tumultuada, com uma interrupção de quatro anos e uma batalha judicial em torno dos copiões. O longa-metragem resultante, montado em 1985, recebeu um tratamento de filme de aventura, realista e mágico ao mesmo tempo, com centenas de figurantes e recursos de aparente super-produção.

Joaquim Pedro de Andrade percebeu no filme uma “orquestração vigorosa de fatores dialeticamente conflitantes: de um lado, a resistência tenaz e insubjugável da cultura e do orgulho dos negros escravizados e, de outro, a aceitação subversiva do próprio sistema econômico colonizador como arma eficaz na luta pela libertação”.
“Driblar as impossibilidades foi a primeira e principal tarefa da realização. Saber esperar passou a ser um jogo dramático e valioso, cujo resultado final foi ver o filme pronto. Este filme também me permitiu recuperar certas passagens já vividas pelo meu inconsciente genético e restaurar minhas raízes negras. De toda essa luta eu saí um pouco mais brasileiro”.    Walter Lima Jr.
Leia crítica de Valério Andrade
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