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inocência
Edson Celulari e Fernanda Torres
Brasil, 1983
Direção e roteiro final: Walter Lima Jr.
Adaptação cinematográfica: Lima Barreto, do romance homônimo de Visconde de Taunay
Produção: Lucy e Luiz Carlos Barreto
Co-produção: Embrafilme
Fotografia e câmera: Pedro Farkas
Música: Wagner Tiso
Canção: “Azulão”, de Jayme Ovale e Manuel Bandeira, na voz de Telma Costa
Montagem: Raimundo Higino
Cenografia: Carlos Liuzzi
Figurino: Diana Eichbauer
Som direto: Jorge Saldanha
Edição de som: Denize Fontoura
Duração: 115 minutos
Cor  35 mm

Elenco: Edson Celulari (Cirino), Fernanda Torres (Inocência), Sebastião Vasconcelos (Martinho Pereira), Rainer Rudolph (Meyer), Fernando Torres (Cesário), Ricardo Zambelli (Manecão), Chico Diaz, Chica Xavier, Kleber Santos, Manfredo Colassanti, Carlos Filipe, Ney Villa Velha, Raimundo Reis, Sandro Solviati, Jorge Fino (Tico).

Prêmio Air France (Melhor Filme) de 1983; Melhor Direção no Festival de Brasília 1983; Segundo Prêmio Coral em Havana 1983.
Em fins do século 19, no interior de Minas, o médico Cirino é contratado para curar a jovem Inocência, guardada a sete chaves pelo pai, que a prometera em casamento ao tropeiro Manecão. Uma delicada paixão nasce entre os dois, ao mesmo tempo em que Inocência é cortejada por um naturalista alemão. Tentando obter ajuda para conquistar o direito de concretizar seu amor, Cirino atrai contra si as leis da honra e da lealdade.

Trabalhando a partir de uma adaptação do cineasta Lima Barreto para o romance de Taunay, Walter Lima Jr. presta homenagem a outro baluarte do cinema brasileiro: Humberto Mauro. Cachoeiras, rodas d’água, azulões e um olhar sensível para o romantismo da paisagem interiorana compõem o lado maureano desse filme de construção cênica minuciosa e grande apelo popular.

Como em toda boa tragédia, o elemento fatalista perpassa o filme, insinuando-se principalmente no jogo de luzes e sombras. O uso de metáforas deliberadamente ingênuas, como borboletas, flores e a atração exercida pelo luar, realça o projeto de dialogar com formas pré-modernas de narração, como que refazendo o contato com a pureza perdida de um Brasil já distante da inocência.
“Vejo o filme como uma árvore frondosa, de profundas raízes.
À sombra dessa árvore, a febre
Calor do corpo, pulsar de querências
Inocência – percepção pura da aparência
Caminho que leva à transcendência iluminista, à libertação do imaginário,
Sombras luminosas na catedral.” 
Walter Lima Jr.
Leia a crítica de Inácio Araújo
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